quarta-feira, 31 de outubro de 2007

A REALIDADE VIRTUAL

O último número do Expresso traz uma interessante informação sobre o trabalho das "agências de comunicação".
Para quem não sabia, ficou claro que hoje em dia praticamente toda a gente usa os serviços de consultores de imagem para atingir os seus objectivos que tenham que passar por conquistar opiniões favoráveis de algum grupo social.
As empresas desde sempre que o fazem para convencer os consumidores da excelência dos seus produtos ou serviços.
Os políticos também o fazem há muito para convencer os seus potenciais eleitores.
No entanto não deixa de ser verdadeiramente espantoso que entidades estatais como a Entidade Reguladora da Comunicação Social ou o Supremo Tribunal de Justiça entendam justificado ou razoável gastar fundos públicos para promoverem a sua imagem.
Claro que situações destas passam-se há muito em países com sistemas democráticos estabilizados, em que a maioria das pessoas têm já perfeito conhecimento delas .
Há um aspecto relevante neste uso e abuso dos consultores de imagem e que é necessário que todos tenhamos consciência dele. É que muitas vezes, para além de maquilharem quem os contrata, tratam ainda de limitar os estragos das suas asneiras e, principalmente, criam na comunicação social uma realidade virtual que cria temas e discussões que levam toda a gente atrás, enquanto o que verdadeiramente interessa passa discretamente por baixo de toda essa espuma que rapidamente se desfaz, até aparecer nova matéria de distracção.
É ver como determinados assuntos são lançados e tratados com grande voluntarismo pela generalidade da comunidade bloguística e pela comunicação social, para logo de seguida serem praticamente esquecidos e substituídos por outra matéria igualmente discutida e analisada por todos.
São inúmeros os sinais de que em Portugal se pratica actualmente este tipo de manipulação da realidade, que urge denunciar.