segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Morreu Alexandre Soljenitsyne



Dia triste para a humanidade.
A sua obra é um monumento de amor aos homens e à humanidade em geral.
Nunca esquecerei como ele descreveu passagens da revolução soviética e do regime de Lenine que eram exemplos simples do "verdadeiro socialismo".
Por exemplo, o chamado "partido dos engenheiros". A certa altura o "partido" necessitava que os comboios andassem ininterruptamente de um lado para o outro. Pois bem, os engenheiros de manutenção dos caminhos de ferro informaram que os comboios deveriam parar para olear e outras coisas o género. O "partido" entendeu que os engenheiros tinham formado o seu partido reaccionário e contra-revolucionário e deu-lhes o respectivo destino. Claro que passados poucos meses o sistema ferroviário bloqueou por falta de manutenção.
Para azar do Vasco Gonçalves e seus camaradas de 75 havia por aí muita gente que já tinha lido o "Pavilhão dos Cancerosos", o "Arquipélago de Goulag" e "Um dia na vida de Ivan Denisovitch" pelo que as tentativas de atitudes deste género fracasaram.
No seu tempo Alexandre Soljenitsine fez mais pela liberdade que muitos outros que se consideram a si mesmos verdadeiros arautos da mesma.
A propósito, não consta que após a queda do regime da ex-URSS o escritor tenha constituído uma fundação , nem recebido um monumento nacional do Estado para se instalar.

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