segunda-feira, 30 de junho de 2008

JARDINS URBANOS E RSE


Coimbra sempre foi conhecida por ser uma cidade com muitos espaços verdes e jardins.
Jardins públicos e privados. Infelizmente, as últimas décadas têm-se traduzido numa perda contínua desses espaços privados, à medida que antigas edificações rodeadas de jardins vão sendo progressivamente substituídas por novos edifícios muitas vezes em banda contínua. Quando se deixa algum espaço até ao passeio, este é invariavelmente pavimentado e impermeabilizado para estacionamento automóvel, o mesmo sucedendo aos logradouros posteriores. E assim se vai perdendo uma das facetas mais marcantes do urbanismo característico de Coimbra até à década de 70 do século XX e a cidade se vai tornando, em termos urbanísticos, idêntica a todas as outras.
Os numerosos espaços públicos ajardinados que nos últimos anos têm sido construídos vêm de alguma forma compensar aquela perda de vegetação que existia espalhada por toda a Cidade, permitindo que Coimbra mantenha aquele seu ar verde tão característico.
Estes espaços ajardinados, maiores e mais pequenos, são extremamente importantes para o equilíbrio ambiental e igualmente para que a vivência urbana se torne mais agradável para os habitantes e visitantes da Cidade.
Se os grandes espaços ajardinados estão normalmente arranjados e agradáveis para a sua fruição, já os pequenos espaços e mesmo ajardinamentos de menores dimensões um pouco dispersos pela Cidade não são objecto de cuidados tão permanentes, porque isso é absolutamente impossível para os serviços municipais.
Algumas cidades europeias recorreram ao patrocínio de entidades privadas para conseguirem uma adequada e permanente manutenção deste tipo de pequenos jardins que por vezes ocupam uns simples recantos entre prédios e ruas.
É assim que nessas cidades se podem observar jardins que ostentam placas que nos informam que esta ou aquela empresa que normalmente tem instalações mesmo ao lado ou nas proximidades, se encarregou da sua manutenção para usufruto dos seus concidadãos. Encontram-se mesmo situações em que áreas públicas anteriormente pavimentadas para poupar na manutenção foram objecto de ajardinamento e sujeitas a este tipo de patrocínio, disso beneficiando todos, enquanto o ambiente agradece.
Para as empresas que aceitam assumir esta pequena despesa trata-se de uma autêntica acção de responsabilidade social. Para a autarquia é evidentemente uma forma de melhor gerir os seus recursos, enquanto atinge os seus objectivos.
Para a comunidade urbana, para além dos objectivos ecológicos e de agradabilidade para as pessoas, consegue-se obter algo importantíssimo que é uma política de proximidade entre pessoas, entre pessoas e empresas e entre todos e os seus representantes eleitos.

Publicado no Diário de Coimbra em 30 de Junho de 2008

domingo, 29 de junho de 2008

sábado, 28 de junho de 2008

MOZART

Outro belíssimo concerto é este para fagote, com o seu som um pouco estranho.

MOZART



Entre os numerosos concertos para instrumentos de sopro e orquestra de Mozart há alguns que me acompanham regularmente há muitos anos.
Um deles é este nº 1 para trompa, que é sempre uma delícia ouvir.


sexta-feira, 27 de junho de 2008

ESTAGFLAÇÃO

Este palavrão não aparece em nenhum dicionário, nem é reconhecido no corrector do Word.
É resultante da mistura de estagnação e de inflação.
Traduz a conjugação do pior de dois mundos: a simultaneidade de situação de estagnação económica e correspondente alta taxa de desemprego, com alta taxa de inflação.
A palavra foi introduzida no “economês” nos anos 70 quando o preço do petróleo subiu de repente em simultâneo com a existência de uma situação de inflação elevada.
A gravidade desta situação consiste em:
- Para se combater a estagnação económica, aquece-se a economia para aumentar a produção, através de taxas de juro mais baixas.
- Já para se combater a inflação muito alta faz-se exactamente o contrário.
Por aqui se vê que a solução para situações deste tipo não é propriamente simples.
Portugal parece estar neste momento numa situação com as características descritas, que ainda pode piorar com a prevista continuação da subida dos preços do petróleo e dos alimentos.
Estamos integrados na União Europeia que define as taxas de juro para todos Por outro lado estamos amarrados (e bem) à limitação do défice das contas públicas. Acresce que os países maiores da União não têm o nosso problema de desemprego e estagnação económica e as soluções para os seus próprios problemas não coincidem com as nossas.
Alguém sabe de que forma os nossos responsáveis estão a encarar a questão?

quinta-feira, 26 de junho de 2008

GLOBALIZAÇÃO

Uma das facetas da globalização é a livre circulação de bens por todo o mundo. Significa isso que praticamente desapareceram as quotas, pelo que a Europa em particular ficou aberta a todos os produtos que China e a Índia (entre outros) decidirem ou conseguirem produzir, aos seus próprios preços.
Para se perceber o que estou a dizer, mostro um pequeno exemplo. Uma fábrica de sapatos na Índia produz sapatos de vários tipos, entre os quais sapatos de luxo, vendidos a preços correspondentes. As sapatarias da marca, espalhadas pela Índia, têm o aspecto impecável que se pode ver nesta fotografia:

Entretanto, as unidades de produção da marca (entre nós fábricas) são como segue:

Chamo a atenção para dois ou três aspectos entre outros, mas estes são visíveis na foto:
- O trabalho é feito manualmente, praticamente sem recurso a máquinas;
- Muitos dos trabalhadores são crianças;
- Para poupar espaço, há dois níveis de trabalho: uns trabalham sobre as bancas, enquanto outros estão sentados no chão debaixo das mesmas bancadas.

Como resultado, estes sapatos de luxo saem ao custo unitário de 7 (sete) euros.

De acordo com algumas teses, o mercado global virá a conseguir um equilíbrio, mais cedo ou mais tarde, quando os custos de mão de obra e de segurança social nestes países emergentes vier a comparar-se com os nossos custos equivalentes. Desconfio que até lá as nossa economias, exceptuando as claramente desenvolvidas como da Alemanha vão passar por tremendas dificuldades que as nossas populações vão sentir da pior maneira, o que poderá trazer graves desequilíbrios sociais.
Entretanto, os líderes políticos europeus fazem o possível por esconder estes problemas que eles próprios criaram ao abrir as fronteiras de forma abrupta e sem defender os interesses das suas próprias economias.
Não digo que os países emergentes da Ásia não tenham direito ao seu próprio desenvolvimento e ao acesso aos mercados globais. A maneira desastrada como foi feita a abertura é que correspondeu praticamente a um ditar de pena de morte aos nossos produtores, por não terem sido estabelecidos esquemas de compensação pelos custos de contexto baixíssimos nesses países.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

PENA DE MORTE

À atenção dos desvelados defensores dos direitos humanos que temos e que, já se sabe, são obrigatoriamente de esquerda, tal como o é o regime que promove estas "festas" e que é herdeiro directo do tão celebrado maoismo:

Pequim, 25 Jun (Lusa) - A China executou três traficantes de droga e condenou à morte pelo menos mais sete, informou hoje a imprensa estatal chinesa, na véspera do Dia Internacional contra a Droga e o Tráfico Ilegal.

As penas de morte foram apenas algumas das sentenças atribuídas em 20 casos judiciais diferentes por tribunais das províncias situadas entre Xangai, no leste do país, e Shenzhen, no sul, referiu a agência noticiosa estatal Nova China.

"Como o número e a escala de casos de tráfico de droga têm aumentado nos últimos anos, o tribunal mostrou a sua força para travar" estes crimes, afirmou Zhang Zhijie, juiz delegado do Segundo Tribunal Intermédio do Povo de Xangai.

Zhang fez as declarações depois do seu tribunal ter decidido três penas de morte, incluindo uma para um homem desempregado apanhado com 3,5 quilogramas de droga, segundo a Nova China.

Entre os três homens executados na província de Fujian, sudeste do país, encontrava-se um traficante de droga de Taiwan, identificado como Tseng Fu-wen.

Outras duas condenações à morte foram decididas pelo tribunal de Shenzhen na segunda-feira.

A Nova China não deu pormenores acerca do tipo de drogas envolvidos nos casos.

A China costuma agendar as execuções de traficantes de droga para as vésperas do dia 26 de Junho, Dia Internacional contra a Droga, para demonstrar a sua determinação no combate aos crimes relacionados com narcóticos.

A pena de morte na China pode ser aplicada aos crimes que representam "perigos sérios" para a ordem pública e social, como tráfico de droga, homicídio, violações, roubos e atentados bombistas.

Pequim tem sido alvo de fortes críticas pela frequente utilização da pena de morte, sobretudo por parte dos grupos internacionais de defesa dos Direitos Humanos.

A China é o país do mundo onde mais se aplica a pena de morte, com cerca de 8.000 condenações por ano, segundo dados dos tribunais, mas o governo não divulga o número oficial por considerá-lo segredo de Estado.

De acordo com dados da Amnistia Internacional, a China executou 1.010 réus em 2006, sendo o país com mais condenações à pena capital, mas um delegado do Congresso Nacional do Povo (órgão legislativo chinês) foi citado em 2004 pela imprensa estatal afirmando que cerca de 10.000 pessoas eram executadas por ano na China.

As autoridades chinesas já referiram várias vezes que a pena de morte vai continuar a existir, assinalando o apoio da população como uma das razões para manter este tipo de castigo.

(Da Agência Lusa em 25 de Junho de 2008)

terça-feira, 24 de junho de 2008

UNIÃO OU DESUNIÃO?



O resultado negativo do referendo irlandês à proposta do “Tratado de Lisboa” está a provocar ondas de choque de grande impacto no seio da Comissão e nos países de maior dimensão da União Europeia, para além de Portugal, mas esse compreende-se por causa da designação do Tratado.

As razões dos irlandeses para o seu voto maioritário são de ponderar, concordemos ou não com eles.

A ideia que alguns pretendem passar de que o não irlandês tem a ver com ignorância relativamente ao “Tratado” é simplesmente insuportável. Desde logo porque antidemocrática e arrogante. Depois porque raramente alguns eleitores terão sido tão bombardeados com informação exaustiva sobre aquilo que iam ou não aprovar: nenhum votante irlandês deixou de receber em casa montes de papeis enviados pelo seu Governo com toda a informação possível e apelando ao sim.

Também a posição de que os irlandeses não podiam votar contra o Tratado por terem beneficiado como nenhuns outros dos apoios da União devia ter ficado na gaveta porque estúpida e insultuosa para os irlandeses. Outros países receberam idêntico apoio e não conseguiram melhorar. Basta olhar para nós portugueses para perceber isso. Quem fez pela vida foram os irlandeses que aproveitaram os apoios da melhor maneira e beneficiaram a economia em vez de construírem auto-estradas ao lado umas das outras e TGVs. De certeza que não andam a planear enterrar comboios como agora se quer fazer em Lisboa à custa de todos nós e do progresso da economia nacional.

Já anteriormente os franceses e os holandeses rejeitaram a anterior “Constituição” em 2005 e ninguém pensou em obrigá-los a votar de novo sucessivamente até a aprovarem ou então em correr com eles da União. Não faz sentido pensar nestas hipóteses relativamente aos irlandeses.

Aliás, muito do nosso futuro na União joga-se agora. A forma como a União resolver esta questão com um país pequeno como a Irlanda dará indicações claras de como seremos nós próprios tratados no futuro, quando acharmos que a União não está a tratar devidamente dos nossos interesses.

A União precisa de facto de encontrar processos de funcionamento. No entanto, há muitos especialistas que provam que o caminho proposto não é o único e que, por mais estranho que possa parecer perante a barragem de propaganda da Comissão, a União até tem funcionado de forma bastante razoável a 27 sem existir o Tratado. Isto é tão verdade, que o Tratado até prevê que os novos processos de decisão só entrem em vigor lá apara 2014 e 2017. É claro que há aqui histórias muito mal contadas.

Aliás, os objectivos definidos na cimeira de Laeken há quase sete anos, notoriamente não são atingidos com o texto do “Tratado de Lisboa”. Além de ser difícil de compreender, não clarifica a distribuição de poderes e não simplifica as regras de forma a tornar a União mais transparente e trazê-la para mais perto dos cidadãos.

Em vez de pressionar ilegitimamente os irlandeses, a União deveria considerar o “Tratado de Lisboa” morto, enterrá-lo e seguir em frente, reformando sectorialmente o que precisa de ser reformado para funcionar e propondo uma reorganização geral mais simples e compreensível por todos os cidadãos europeus.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

MOBILIDADE URBANA E AMBIENTE




Coimbra foi pioneira na adopção de troleicarros em Portugal, cuja primeira linha entrou ao serviço em 1947, através de uma ligação a Santa Clara, sendo a passagem do Rio Mondego efectuada ainda pela antiga ponte metálica anterior à actual Ponte de Sta. Clara projectada pelo Eng. Edgar Cardoso.
Os troleicarros são veículos com características especiais que os tornaram desde o princípio do agrado dos habitantes da Cidade. Essas características tornam-nos únicos a nível ambiental, quer no nível de ruído, quer no nível de emissão de carbono para a atmosfera. São tão cómodos e silenciosos que os conimbricenses desde logo carinhosamente os apelidaram de “pantufas”.
A evolução tecnológica veio dotar os troleicarros de sistemas de emergência que lhes permite deslocarem-se em pequenos percursos no caso de falhas de energia e ainda de capacidades de recuperação energética nas situações de não consumo.
As outras cidades portuguesas que ao longo do séc. XX tiveram troleicarros, Porto e Braga, acabaram por abandonar este tipo de veículo de transporte urbano de passageiros.
Assim sendo, Coimbra é hoje a única cidade portuguesa e mesmo da Península Ibérica a oferecer aos cidadãos este tipo de transporte.
Ainda bem, direi eu. De facto, os actuais problemas energéticos vêm reforçar enormemente as vantagens do transporte de tracção eléctrica relativamente aos movidos a diesel.
Mas Coimbra que mantém a sua rede de troleicarros a funcionar há 60 anos, não parou no tempo.
Assim, está desde há pouco tempo a funcionar a nova “linha 60” de troleicarros, unindo a Universidade a Santo António dos Olivais e à Solum, estando ainda prevista a curto prazo a vinda de novos troleicarros para acrescentar aos vinte actualmente existentes.
Significa isto que a Câmara Municipal de Coimbra, dentro do território cuja gestão lhe compete, está na primeira linha no combate aos actuais problemas ambientais e energéticos, enquanto assume o apoio à mobilidade urbana dos seus habitantes e dos muitos milhares que todos os dias cá entram por diversos motivos.
Dado que a energia eléctrica para a rede de tracção ainda é comprada ao fornecedor nacional, incluindo portanto em si um custo ambiental, seria de toda a vantagem encarar a produção municipal de energia eléctrica renovável que permitisse diminuir essa factura ambiental. Esse passo seria ouro sobre azul e colocaria Coimbra na vanguarda mundial desse sector. Existem hoje diversas opções tecnológicas, desde a energia solar, à eólica e ao biogás dos desperdícios florestais, até ao aproveitamento do metano dos esgotos domésticos, não esquecendo a hidráulica já que dentro da Cidade existe um açude no Mondego.
Publicado no Diário de Coimbra em 23 de Junho de 2008

sábado, 21 de junho de 2008

ANOS 60

Como estamos em fim-de-semana, retomo um tema mais ligeiro, recordando alguns dos automóveis mais bonitos alguma vez construídos (para mim, claro).
São todos dos anos 60.
Curiosamente, tinham na altura fama de ser muito rápidos e seguros, o que olhando para
os carros comuns de hoje, se verifica que não era rigorosamente verdade. Um programa que recomendo vivamente para quem gosta destas coisas, o TOP GEAR, transmitido no canal BBC PRIME aos Domingos logo de manhã cedo, fez há poucas semanas um ensaio comparativo interessante e esclarecedor: colocou lado a lado um Jaguar E, um Aston Martin DB5 e um Honda Accord dos dias de hoje. Pois o Honda venceu em todos os testes (velocidade pura, arranque, capacidade de curvar, travões, etc.). Claro que não ganhou na beleza.
Aqui ficam os meus preferidos.

JAGUAR E TYPE


MERCEDES BENZ 280 SL


ISO RIVOLTA 300

Bom fim-de-semana.








quinta-feira, 19 de junho de 2008

TIGER WOODS

Assim se percebe como é que Tiger Woods chegou a este nível de jogo no Golf, como se viu ainda neste fim-de-semana.
O tipo começou aos 2 anos de idade. Faz swing como caminha.
Já não me sinto tão mal.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

A VERDADE DO QUE TEMOS

O jornal Publico trouxe na última sexta-feira um extenso artigo de Medina Carreira sobre o actual estado da economia portuguesa e a sua evolução nas últimas décadas.

Ali se desmontam alguns dos mitos sobre o nosso crescimento económico, particularmente desde os anos sessenta.

As taxas de crescimento médias anuais, nas últimas décadas são as seguintes:

1960-70: 7,5%

1970-80: 4,5%

1980-90: 3,2%

1990-2000: 2,7%

2000-06: 0,9%

O primeiro mito desmontado é o de que o País começou verdadeiramente a desenvolver-se após o 25de Abril. Esta data trouxe-nos outras coisas, bem importantes, mas entre elas não está o crescimento económico.

O segundo mito que desaparece tem a ver com a influência dos governos de diferentes cores partidárias. Na verdade, a comparação dos gráficos da evolução do PIB em Portugal e na Europa, mostra a influência decisiva da evolução da economia europeia sobre a nossa, independentemente do partido que está no Governo.

Entre 1990 e 2005, o PIB subiu entre nós à média anual de 2%, enquanto as despesas sociais cresceram cerca de 6%. A insustentabilidade do sistema está bem à vista.

O empobrecimento lento e contínuo do país também.

Radica aqui a necessidade verdadeiramente decisiva de mudar de política e começar a governar para a economia e não esperar que investimentos públicos maciços em alcatrão e betão venham a produzir “efeitos sensíveis no plano salarial, no nível de emprego, no poder de compra e na base de sustentação de pobreza”, como acentua Medina Carreira.

Os políticos e os comentadores da nossa praça costumam brindar Medina Carreira com o epíteto de “pessimista” ou mesmo “tremendista”. Na realidade, ele apenas apresenta valores concretos, tirando daí as conclusões mais ou menos óbvias. Só que como não dão jeito a alguns (muitos), fica a bradar no deserto para mal de todos nós e fundamentalmente dos que virão depois de nós.

terça-feira, 17 de junho de 2008

AUTOMÓVEIS DE CORRIDA

Reconheço que apesar da idade ainda mantenho o grave defeito de gostar de automóveis de corrida, hoje muito politicamente incorrecto.
Há menos de um mês tirei estas fotografias com o telemóvel a uns carritos que encontrei numa praça pública.

Oops! Parece que este ganhou Le Mans neste fim de semana.

Mas também lá estava este ao lado:


Bem perto, DENTRO DE UMA LOJA, apresentava-se este animal em toda a sua pujança:



LE MANS (de novo)



Esta é a parte do AUDI vencedor que os adversários mais viram: a traseira. Atrás dele lá apareceram 3 Peugeot, mas oh! escândalo dos escândalos, nenhum BMW.

RETRATO DO RENASCIMENTO




Já aqui o escrevi e volto a fazê-lo. O Museu do Prado é dos melhores museus do mundo e o meu preferido em termos de pintura.
Entre 3 de Junho e 7 de Setembro, está patente a exposição "El retrato del Renacimiento" com 126 obras vindas de todo o mundo, pintadas entre 1400 e 1600, com especial atenção à arte retratista, organizada em colaboração com a National Gallery de Londres, outro grande museu a visitar sempre.
O bilhete dá direito a visitar as obras em exposição permanente e ainda a exposição“Goya en tiempos de guerra” que já aqui referi anteriormente.
Tudo isto vale bem uma saltada a Madrid, aqui tão perto.

Ver aqui o vídeo da exposição

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O FUTURO ESTÁ AÍ


Que o mundo está a atravessar uma fase particularmente difícil parece ser uma verdade incontornável.

Ao aquecimento global provocado pela poluição exagerada vem adicionar-se a crise energética, consequência do súbito aumento dos preços dos combustíveis.

Não se sabe verdadeiramente se este aumento é ditado pelas leis do mercado e pela subida do consumo em países emergentes ou por pura especulação internacional no comércio dos combustíveis. O que interessa para todos nós é que este aumento vai provavelmente continuar e, acima de tudo, que os preços nunca mais vão descer.

Esta situação vem colocar várias e importantes questões sobre mudanças de estilos de vida, sobre o financiamento dos orçamentos nacionais e sobre estratégias nacionais de políticas energéticas. O futuro está-nos a entrar em casa sem bater à porta nem pedir licença.

Há países que vão claramente à frente nestas matérias e é necessário seguir o caminho mostrado com a maior rapidez.

Na Alemanha, por exemplo, (ver Revista TIME de 28/4/08) os edifícios do Parlamento em Berlim foram adaptados para utilizar o mais possível a luz e a circulação de ar naturais. A electricidade e o aquecimento são fornecidos por geradores de biofuel localizados no piso térreo. O calor em excesso é armazenado em grandes caves para aquecer os edifícios durante o Inverno, usando o sistema inverso para arrefecer os edifícios no Verão. O sistema ainda está a ser aperfeiçoado para que no fim deste ano os edifícios do Reichstag usem apenas energia renovável.

A Alemanha instituiu um programa para responder às alterações climáticas, a chamada “feed-in law” que prevê subsídios aos cidadãos e empresas que produzam a sua própria energia por fontes renováveis, possibilitando a venda do excesso produzido à rede nacional. Isto sem indicar acções específicas, possibilitando aos cidadãos escolher a sua própria fonte de energia.

O resultado tem sido brutal: desde 1990, as emissões de gás na Alemanha desceram mais de 18% sem prejudicar a sua capacidade industrial.

Tendo Portugal condições climáticas excepcionais, podíamos seguir os bons exemplos, com vantagens adicionais.

Em termos locais, edifícios públicos como por exemplo instalações municipais, hospitalares e escolares de diversos níveis incluindo as universitárias, tinham toda a vantagem em adoptar sistemas de energia renovável, usando mesmo verbas do QREN para o efeito. Faz todo o sentido que a Universidade coloque ao dispor dos diversos organismos toda a capacidade de conhecimento que possui nesta área.

Por outro lado, o Governo deveria optar rapidamente por subsidiar todas as instalações de sistema de produção de energia renovável, o que incompreensivelmente não sucede hoje em dia. Trata-se de uma despesa que é um verdadeiro investimento, sendo muito mais reprodutiva em termos económicos do que muitas das obras públicas que andam a ser preparadas, como é o caso de novas auto-estradas numa época de combustíveis caríssimos.

Publicado no Diário de Coimbra em 16 de Junho de 2008

domingo, 15 de junho de 2008

LE MANS 2008



De novo um AUDI a vencer em Le Mans.
Ao fim de 24 horas este carro acabou à frente de todos os outros.
Os primeiros carros são todos a diesel, o que quer dizer muito àcerca da evolução tecnológica automóvel.
Não falta muito para serem híbridos e depois a hidrogénio.

sábado, 14 de junho de 2008

ABRIR OS OLHOS

O Governo vai receber uma douta comissão de representantes de Coimbra que vai apresentar a necessidade de abrir o aeroporto da base aérea de Monte Real ao tráfego civil.
Verificou-se que com a decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa em Alcochete e não na OTA, o território nacional passa a ter um "vazio" em termos de infraestruturas aeroportuárias na região centro.
Ainda bem que agora se chegou a esta conclusão.
Aquando da decisão governamental de Alcochete, escrevi o seguinte em comentário a essa decisão no Diário de Coimbra em 14 de Janeiro:
"Se é evidente que a OTA seria muito mais vantajosa para os habitantes da região Centro que vão apanhar avião a Lisboa do que Alcochete, o essencial é que o novo aeroporto internacional de Lisboa seja o que melhor serve o país em termos estratégicos nacionais. Por outro lado, devemos ter consciência de que a localização na Ota traria muito maior pressão da região metropolitana de Lisboa sobre a região Centro, o que talvez nos traga algumas vantagens".
Na altura, o politicamente correcto entre nós (zona centro) era protestar contra a decisão do Governo. Parece-me que agora chegou a altura de se abrir os olhos: antes tarde que nunca.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

VIDA DE MÃE

Através do blogue Alântico (ver ali em baixo à direita), tomei conhecimento desta interpretação fantástica que todas as mães amigas reconhecerão como um pouco (ou muito) a sua vida. Para elas um abraço.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O BURRO DO ESPANHOL

Nem eu sei bem porquê, a actual situação económica do país faz-me lembrar a velha história do burro do espanhol que o queria habituar a deixar de comer para poupar: quando teve êxito, o coitado do burro morreu.

CAMIONISTAS

A História é dura e muitas vezes irónica.

Não é possível olharmos para a actual acção dos camionistas sem nos lembrarmos do buzinão na ponte que foi o início do fim do chamado cavaquismo.

E não nos podemos também deixar de lembrar da acção do PS nessa altura, nomeadamente de Armando Vara que está hoje calmamente a colher os benefícios dessa acção como vice-presidente do maior banco PRIVADO português.

A inacção do Governo perante esta situação de sufoco só pode radicar na má consciência dessa época. E já agora, na evidência de que para esta actual situação a Oposição não meteu prego nem estopa, ao contrário do que fez o PS em 1994.

terça-feira, 10 de junho de 2008

PATSY CLINE

Como alguns leitores deste blogue já se terão apercebido, tenho trazido para aqui memórias de artistas da canção que têm caído no esquecimento destas emissoras de radio que nos poluem os ouvidos com "artistas" de um dia, portugueses e estrangeiros, autenticamente fabricados pelas produtoras que depois também acabam por construir os alinhamentos dessas estações.
E é assim que, por vezes, saltamos de estação em estação e conseguimos encontrar a mesma música, ao mesmo tempo, em várias delas. E vamos lá não acreditar em bruxas.
Aqui vos deixo uma das vozes mais espantosas de música ligeira do século XX, de que os nossos locutores provavelmente nunca ouviram falar ou consideram "foleira" pela maneira como se vestia.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

RESPONSABILIDADE SOCIAL – BONS EXEMPLOS

A responsabilidade social nas empresas vai fazendo o seu caminho, sendo cada vez maior o número de bons exemplos que se vão encontrando.

Um dos aspectos mais importantes da RSE respeita às relações das empresas com os seus trabalhadores, que se reflectem de imediato na vivência das respectivas famílias.

Ainda há poucos dias foi entregue o Prémio “Empresas Familiarmente Responsáveis”, numa cerimónia em que o Dr. António Bagão Félix foi o conferencista convidado, uns meses depois de ter vindo a Coimbra, a convite da ACEGE, para falar precisamente sobre estas matérias.

As pessoas devem ser hoje consideradas como o maior capital das empresas, deixando de ser apenas o anónimo colectivo “recursos humanos”.

No último encontro da ACEGE em Coimbra, o Dr. António Pinto Leite apresentou entre nós um bom exemplo. Ao pretender preencher uma vaga de lugar de advogado, uma grande sociedade de advogados procurava um homem, porque já tinha nos seus quadros várias advogadas jovens com filhos pequenos ou a caminho de serem mães. Sucedeu que, após a necessária procura e atendendo aos rigorosos critérios de qualidade, apenas foi possível encontrar uma jovem advogada com a competência e especialização adequada para o lugar, pelo que acabou por ser a escolhida. Sendo assim, ficou acordado o período em que a advogada recém-contratada sairia da sociedade em que se encontrava a trabalhar para iniciar as suas funções na nova sociedade. Poucos dias antes da mudança, a advogada pediu no entanto para falar com o responsável da empresa para onde ia trabalhar, informando que entretanto engravidara e que sendo assim, desobrigava a empresa do acordo, dado que poucos meses depois iria entrar de baixa. Qual não foi o seu espanto quando a reacção foi de felicitação pela gravidez, sendo-lhe garantido o lugar através de uma solução provisória até ao seu regresso definitivo. Serve o exemplo para demonstrar que é possível mudar a ideia ainda infelizmente corrente de que as empresas apenas pretendem o trabalho dos seus colaboradores, não os apoiando nas suas necessidades pessoais e familiares.

Outro exemplo foi dado há poucos dias bem perto de nós. A Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP) de Miranda do Corvo decidiu atribuir um prémio de 500 euros às suas trabalhadoras que decidam ter filhos. O objectivo apontado é combater a discriminação negativa nas mulheres e promover a natalidade. Daqui um grande abraço ao Dr. Jaime Ramos, presidente da ADFP, e as felicitações pelo apontar de um caminho diferente.

Como se vê, algo está a mudar no mundo do trabalho, esperando-se que os bons exemplos se venham a multiplicar, sendo que também nesta área a Responsabilidade Social das Empresas é importante para um desenvolvimento sustentado da economia.

Publicado no Diário de Coimbra em 9 de Junho de 2008

domingo, 8 de junho de 2008

ACEGE

Em Coimbra, no dia 26 de Junho: JOÃO CÉSAR DAS NEVES: Ética nos Negócios

Em Lisboa, no dia 18 de Junho: MARCELO REBELO DE SOUSA: RSE - A responsabilidade do Estado no potenciar de uma cultura de responsabilidade.

Estão abertas as inscrições.

TOSCA

Aqui se recorda a grande Callas na ária Vissi d'arte no segundo acto da Tosca de Puccini.


FUTEBOL

Continua a manipulação interminável à volta da selecção de futebol e do campeonato europeu.
Tenciono ver os jogos da selecção portuguesa na televisão e vibrarei com certeza com os golos que marcar. Claro que não vou ao ponto de me deslocar à Suíça para ver os jogos, nem sequer o faria se me oferecessem bilhete e as deslocações. Já me fizeram ofertas dessas e recusei, o que aliás foi motivo de grande espanto por parte do simpático ofertante, por ser a primeira vez que alguém recusou oferta de bilhete para jogo de futebol importante.
Deve ser por isso que consigo observar o que se passa com alguma distanciação e estou absolutamente chocado com a anestesia geral que está a ser dada aos portugueses, embora compreenda que até dê jeito a muita gente. Esperem só pelo acordar, sem passar pelo recobro.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

That's No Way to Say Goodbye

A educação musical da nossa geração não pode ser assim tão má quando tivemos a oportunidade de ouvir gente desta: Judy Collins e Leonard Cohen.

MY SWEET LORD

Com a devida vénia, aqui fica o texto de um mail amigo recebido há pouco:
Este show foi uma homenagem a George Harrison, dois anos após a sua
morte. No violão, Eric Clapton, no outro violão o filho de Harrison
(que aliás é a reencarnação do pai), no piano Paul McCartney, na 1ª
bateria Ringo Star, na segunda Phill Collins, na guitarra, Tom Petty
no órgão e vocal Billy Preston. Talvez esteja enganado, mas acho que
na outra guitarra está o Peter Frampton... Este é o pessoal de outra
geração. Sem piercings na língua, tatuagens nos braços e gritos no
palco! Duas palavras: simplesmente extraordinário! Este é para ser
guardado a sete chaves!

FUGAS (e não são as de Bach)

Tenho a vaga sensação de que o primeiro ministro poderá estar a preparar-se para provocar eleições antecipadas para o mais breve possível. Aliás esta estratégia teria resultado em cheio aqui há um mês. Agora com parte do próprio PS a dar o salto e com o PSD a arrumar-se a situação já está mais complicada. Mesmo assim é capaz de ser a única saída com alguma probabilidade de êxito para o PS. A alternativa de sair "à la Guterres" será sempre muito pior.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

COMBUSTÍVEIS EM PORTUGAL

A Autoridade da Concorrência apresentou o seu relatório, no qual concluiu não ter encontrado indícios de abuso de posição dominante ou cartelização entre os principais operadores do mercado de combustíveis em Portugal. Perante esta brilhante conclusão o inefável ministro da Economia decidiu a adopção de medidas em que teoricamente obriga a GALP a informar sobre a formação de preços, sem optar por uma obrigação de abertura do mercado a infra-estruturas logísticas, que continuam por completo nas mãos da GALP.
Convém lembrar que a GALP já não pertence ao Estado, estando nas mãos de privados, sendo que na privatização o Estado entregou o monopólio prático da refinação, armazenagem e distribuição dos combustíveis.
Convém também saber que os maiores accionistas que actualmente mandam efectivamente na GALP são Américo Amorim e a Sonangol que são assim quem mais lucra com a política de preços de combustíveis em Portugal. Não haveria qualquer problema nisso, se de facto a GALP não tivesse o monopólio de boa parte do negócio dos combustíveis em Portugal.
Nem será de admirar que de um ano para o outro o Comendador Américo Amorim tenha passado de 2º homem mais rico de Portugal atrás do Eng. Belmiro de Azevedo, para nº 1 quatro vezes mais rico que o nº 2 que é o anterior nº1 . De acordo com a FORBES, o Comendador Américo Amorim é hoje o 132º homem mais rico do mundo muito devendo para isso aos excelentes resultados da GALP, enquanto o Eng. Belmiro de Azevedo ocupa o relativamente mais modesto lugar nº 605 da mesma lista, não constando contudo que esteja mais pobre.

terça-feira, 3 de junho de 2008

PAULOS GRANDES

Passam este ano 35 anos sobre a morte de três dos maiores artistas do século XX, todos de língua espanhola, chamados Pablo e desaparecidos em 1973: o pintor espanhol Pablo Picasso, o escritor chileno Pablo Neruda e o músico espanhol catalão Pablo Casals.

Apenas desaparecidos fisicamente, porque os artistas não morrem, ficando como faróis da história da Humanidade.

De Picasso, aqui recordo as “Demoiselles d’Avignon”.

De Neruda um pequeno poema de amor:

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

De Casals, a suite nº 1 para violoncelo de Bach




segunda-feira, 2 de junho de 2008

Leila abatida a tiro

Infelizmente, hoje mesmo o Diário de Notícias traz esta notícia.

ASCO E REVOLTA


Num destes dias, ao verificar a caixa de correio electrónico logo de manhã cedo, abri um e-mail com um anexo que me causou intensa repulsa.

O tal anexo não era mais do que a “reportagem” completa da lapidação de uma rapariga por um grupo de homens num qualquer país islâmico. A cena passou-se há pouco tempo, tendo sido filmada com o telemóvel por um dos participantes no acto. Aliás, entre os eufóricos participantes, era possível reparar na intensidade com que se empurravam, de maneira a poder assistir em primeiro plano às cenas mais “excitantes”.

O filme, que tem a duração de pouco mais de dois minutos, mostra o início da lapidação, em que a rapariga ainda está em aparente bom estado, continua com o apedrejamento com ela já caída no chão, com o arrancar de roupas, até às cenas finais em que um dos energúmenos lhe bate sucessivamente na cabeça com um tijolo, até acabar de a esmagar, conseguindo pelo caminho partir o tijolo ao meio.

Tudo isto é acompanhado de grande gritaria, risos nervosos e o que se supõe ser insultos à desgraçada que, para mal dela, teve a desdita de nascer e viver em 2008 num país que observa a “sharia” ou lei muçulmana. Repare-se: nem sequer digo que teve o azar de dar um beijo ou de amar alguém num país que observa aquela “lei”. Do que se trata é mesmo do azar de nascer e viver numa sociedade baseada naquele código, em pleno século XXI.

É escusado argumentar com acções da nossa civilização ocidental e cristã passadas há centenas de anos, na infrutífera tarefa de desculpabilização ou mesmo compreensão de semelhantes actos. Não nos dias de hoje, no mundo de hoje.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada em 1948 porque os países vencedores da Segunda Guerra Mundial compreenderam que há barbaridades que são total e liminarmente inaceitáveis entre os humanos. Embora a Declaração não tenha força de lei, é absolutamente necessário que a comunidade internacional reconheça que os seres humanos têm dignidade moral enquanto pessoas, criando instrumentos que obriguem todos os países a aceitar os mínimos definidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O respeito pelas culturas diferentes, que é necessário, não pode incluir a aceitação de actos destes ou ainda de outros, como a mutilação genital feminina. Há limites ao relativismo cultural.

Num tempo em que as alterações económicas mundiais ocupam as preocupações gerais da população, apenas entrecortadas com as notícias do mundo do futebol, a divulgação de imagens como as deste pequeno vídeo não pode deixar de nos revoltar e obrigar a trazer para o primeiro plano as preocupações com as violações constantes e por vezes extremas dos direitos humanos.

Publicado no Diário de Coimbra em 2 de Junho de 2008

domingo, 1 de junho de 2008

FUTEBOL

Resisto sempre a comentar assuntos relacionados com futebol.
Mas o que se passou hoje ultrapassou tudo o que me parece admissível.
Desde a manhã até praticamente à noite, das várias vezes que fui ver os canais generalistas de televisão, em todas elas lá estava a selecção nacional em todas as situações que se possa imaginar. A pé, de autocarro, no palácio de Belém, etc. e sempre com um senhor Madail à frente.
Eu até gosto, e muito, de ver um bom jogo de futebol, mas o que se passa é demencial e isto tem que ser dito.
Cheguei a ouvir alguém dizer que o Presidente da República teve a honra de ser o último a despedir-se da selecção ao sair para a Suíça...
As expectativas criadas são tão altas que a desilusão da primeira derrota vai ser muito difícil de gerir e irá somar-se à situação de depressão já existente.
Não seria muito mais prudente desejar-lhes simplesmente boa viagem e prestar-lhes homenagem quando regressarem se a sua prestação no campeonato for um êxito? Ao fim e ao cabo trata-se apenas de uma equipa de futebol e não de exército que parte para uma batalha.

PSD: a hora de Ferreira Leite


Perante a escassez da vitória de Manuela Ferreira Leite e o resultado para mim inesperado de Santana Lopes, o futuro do PSD não ficou claro, estando dependente de várias condicionantes para que se possa afirmar vitoriosamente perante a governação socialista.
Santana Lopes já se colocou na posição de oposição interna, mais uma vez provando que apenas se preocupa com o seu próprio futuro político, pouco lhe interessando o sucesso do próprio partido e até o futuro do país se não for ele a mandar.
Já Passos Coelho manifestou-se disponível para colaborar com a nova liderança, como lhe competia na sua opção por uma posição responsável e de futuro.
O conjunto das votações em Ferreira Leite e Passos Coelho permitirá que o PSD se afirme de uma forma suficientemente sustentada e forte. Para que tal suceda, será necessário que Ferreira Leite tenha a vontade e seja capaz de suscitar uma plataforma de entendimento e colaboração com Passos Coelho que permita um encontro no essencial sem deixar de respeitar as diferenças que obviamente existem.
Claro que Santana Lopes está fora de tudo isto, esperando apenas que tudo corra mal para apanhar os cacos. Só que se isso suceder, tenho a impressão que já nem cacos haverá para apanhar.
Está tudo nas mãos de Manuela Ferreira Leite. Como ex-mandatário de Passos Coelho em Coimbra felicito a vencedora desta eleição, tendo a noção clara de que as campanhas terminam no momento da votação, sendo obrigação estrita de qualquer militante, a partir desse momento, disponibilizar-se para colaborar nas soluções escolhidas em votações livres e democráticas não esquecendo, no entanto, que quem ganha as eleições é que deve governar e definir as escolhas até às eleições seguintes.