segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cidades e estratégia para a competitividade urbana

Já referi nestas linhas o relatório que o “International Forum on Urban Competitiveness” publica todos os anos, e no qual é apresentado um ranking de cidades de todo o mundo. Baseia-se na competitividade urbana, que traduz a capacidade de cada cidade para criar mais riqueza e mais rapidamente que as outras.
Como todos sabemos, dada a rápida urbanização dos últimos anos, a competitividade verifica-se hoje mais entre as cidades do que entre os próprios países. A liberdade de circulação e a própria globalização da economia levam a que muitos possam hoje escolher a cidade em que querem trabalhar e viver, mais até do que o país.
Aquela organização aponta os pontos concretos em que as cidades melhor classificadas se esforçam por conseguir bons resultados:
«1.Definir estratégias de desenvolvimento e fornecer orientações no planeamento.
2.Promover um ambiente empresarial que apoie pequenas e médias empresas.
3.Apoiar a evolução das indústrias para patamares mais elevados tecnologicamente.
4.Providenciar a oferta de formação contínua aos cidadãos, encorajando o aparecimento de talentos.
5.Prestar atenção à protecção do ambiente e perseguir o desenvolvimento sustentável.
6.Desenhar a “marca” da cidade e promover o marketing da cidade.
7.Desenvolver um governo da cidade virado para o serviço, através de um modelo de gestão empresarial da gestão municipal.
8.Fomentar características especiais da cidade e cultivar culturas diversificadas.»
Como se pode observar, as habituais discussões sobre as estratégias urbanas em Portugal raramente conseguem ultrapassar um ou outro dos pontos acima elencados.
Não existe, normalmente, uma visão integradora e abrangente de todos aqueles aspectos que, no seu conjunto, definem a competitividade urbana das cidades.
No início de um ano de eleições autárquicas, seria bom revestirmo-nos todos de alguma humildade, e observarmos bem o que de melhor se faz no mundo, no que aliás é hoje uma técnica empresarial bem conhecida.


Publicado no Diário de Coimbra em 12 de Janeiro de 2008

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