quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

GiGI

Esta canção, assuma-se ou não, faz parte do património afectivo de toda uma geração: a minha.
Desafio os visitantes a cantarem-na em coro com os amigos.

LA FEMME EST L'AVENIR DE L'HOMME

Eu sei que não está na moda, longe disso.
Mas de França também já veio música muito boa: Jean Ferrat

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

DIÁLOGO

Neste dia de remodelação, saúdo vivamente o súbito regresso em força da palavra diálogo à política portuguesa. Desde a partida do saudoso Eng. Guterres que não ouvia esta palavra tantas vezes num só dia. A mudança é radical e significativa.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

ORTODRÓMIAS E LOXODRÓMIAS

Ao contrário das viagens terrestres, em que o caminho a percorrer se encontra bem delineado por caminhos ou estradas, nas viagens marítimas e aéreas de longas distâncias exige-se a utilização de métodos que recorrem a cálculos astronómicos.
Nessas viagens é necessário conhecer as coordenadas do ponto de partida e do ponto de destino e escolher um itinerário.
Como a Terra é esférica, o itinerário tem que ser adaptado a essa circunstância, havendo dois tipos de trajecto a escolher: derrota ortodrómica e derrota loxodrómica (derrota é nome marítimo de percurso).
Uma ortodrómia utiliza o troço de um círculo máximo que passa pelos dois pontos, à superfície da Terra. É um trajecto que minimiza assim a distância a percorrer entre os dois pontos.
No entanto, como as cartas que se utilizam na navegação são planas, sendo a de Mercator a mais utilizada, aquele trajecto aparece como uma curva nestas cartas.
Para navegar, é necessário seguir um rumo, pelo que a ortodrómia é muito difícil de seguir, exigindo que se estivesse permanentemente a mudar o rumo.
O processo alternativo mais fácil é traçar uma recta entre os dois pontos na carta plana, traçando uma loxodrómia e definindo assim um rumo constante com um azimute fixo marcado na girobússula.
Só que o que na planta parece o trajecto mais direito, significa um trajecto que em grande parte dos casos é muito mais longo. Pode-se fazer uma mistura, adoptando um conjunto de loxodrómias que se aproximem mais da ortodrómia.
A nossa vida não é uma esfera, mais se assemelhando a uma viagem com altos e baixos. Mas também neste caso a maneira de chegar a um objectivo não é muitas vezes aquela que à primeira vista parece a mais direita, já que os sistemas de coordenadas em que nos movemos fazem parecer simples o sistema terrestre já de si bem complexo.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

D CARLOS



Cumprem-se esta semana (dia 1 de Fevereiro) cem anos sobre o Regicídio em que foram assassinados o Rei D. Carlos e o Príncipe Herdeiro D. Luís Filipe.

Apesar de não haver acções oficiais associadas a este importante acontecimento da nossa História, verifica-se que a sociedade civil não o esqueceu, multiplicando-se a publicação de livros e de artigos e ensaios em jornais e revistas com análises sobre o sucedido e o seu significado.

A figura de D. Carlos foi sendo objecto de diferentes apreciações ao longo destes cem anos. Logo após o Regicídio era comum uma perspectiva muito negativa assente sobretudo na necessidade de os republicanos daquela época desculpabilizarem os autores materiais e morais do assassinato. Uns anos depois houve uma alteração radical, passando a ser oficial observar a figura de D. Carlos sob um ponto de vista nacionalista.

Hoje em dia já é possível uma certa distanciação e proceder a uma análise mais objectiva. D. Carlos surge assim como um homem um pouco solitário, porque praticamente não tinha família directa em Portugal, estando os seus parentes nas casas reais da Europa de então. Era um homem de educação liberal, culto, afável, com talento artístico, que simultaneamente gostava dos prazeres da vida, mas com grandes preocupações com a governação do país, dentro dos poderes que a Constituição lhe concedia.

As condições políticas do seu tempo não lhe foram favoráveis, dadas as características do sistema de rotatividade entre os partidos Regenerador e Progressista que se havia instalado.

Por outro lado, os republicanos e a carbonária fizeram o possível e o impossível para o denegrir, a fim de eliminar a Monarquia, até acabarem no seu assassinato e do seu filho herdeiro da Coroa, apenas falhando a morte do filho mais novo.

D. Carlos é hoje uma figura que surge naturalmente com as suas qualidades e os seus defeitos, liberto de muitas infâmias, invejas e até de uma certa má-consciência histórica de quem justificou a eliminação da Monarquia por este processo. Monarquia essa que era de tradição constitucional e liberal. Em seu lugar surgiu uma República jacobina e violentamente anti-clerical que, mercê da total incapacidade dos seus responsáveis em governar decentemente o país, cavou os alicerces da Ditadura Militar e do longo regime não democrático e anti-liberal do Estado Novo que só veio a terminar em 1974. Esta é a história do século XX que o Regicídio nos deixou em herança.

Lembrar D. Carlos hoje é, para além de justamente honrar a sua memória, perceber melhor todo o século XX português.

Publicado no DC em 28 Janeiro 2008

domingo, 27 de janeiro de 2008

Ainda os relógios mecânicos - o TURBILHÃO




No topo das chamadas "complicações" em relojoaria, encontra-se o TURBILHÃO.
Esta tecnologia foi inventada em 1801 pela casa BREGUET, num tempo em que os relógios ainda eram fixos, estando permanentemente na posição vertical, portanto sujeitos a que a gravidade terrestre afectasse o movimento do "escape", introduzindo variações indesejáveis com influência negativa na precisão da máquina.
O TURBILHÃO consiste numa cápsula móvel que contém o "escape" e o "balanço" que assim rodam em conjunto, efectuando normalmente uma rotação completa em cada minuto, compensando assim as variações.
Hoje em dia, os relógios andam nos nossos pulsos, mudando constantemente de posição, pelo que o turbilhão não seria necessário para compensar a gravidade, sendo uma curiosidade e, acima de tudo, um desafio para os construtores.
O turbilhão aparece normalmente colocado às 12 horas ou às seis horas, havendo um modelo, fabricado pela OMEGA com o turbilhão no centro dos ponteiros, o que em minha opinião não resulta muito bem. A Jaeger leCoultre apresentou há pouco tempo um modelo com um turbilhão esférico, que roda sobre dois eixos, parecendo flutuar livremente no espaço de uma forma absolutamente extraordinária.
O efeito do turbilhão a rodar perante os nossos olhos tem no entanto um efeito quase mágico, pelo que as grandes marcas (muito poucas têm a capacidade técnica para produzir esta maravilha de miniaturização) apresentam modelos muito exclusivos com esta função.

Aqui fica um exemplo da BLANCPAIN :




O modelo da OMEGA:













Um brinde

Para os amigos (e amigas) da minha geração que me acompanham nesta viagem bloguítica, aqui fica um brinde, com a SUZANNE do Leonard Cohen, mas numa versão ainda melhor, pelo toque feminino da Judy Collins - aquela da "suite Judy blue eyes"dos Crosby, Stills, Nash & Young, se é que se recordam.

sábado, 26 de janeiro de 2008

PIENSA EN MI






Luz Casal na praia ao fim da tarde, em pleno Inverno, com Sol.

OBRIGADO À VIDA





Este sem abrigo que dorme ao relento em pleno Dezembro de 2007 na Baixa de Coimbra no rebate da montra de um banco é a nossa vergonha colectiva.
Ainda há poucos anos praticamente não havia sem-abrigos em Coimbra. Hoje são largas dezenas. O que é que a nossa geração está a fazer ao país para gerar cada vez mais e mais grave exclusão social?
O espantoso "gracias a la vida " de Mercedes Sosa faz-nos pensar seriamente no que temos que agradecer ao que a vida nos trouxe, mas também nas nossas responsabilidades colectivas.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

CLARABOIA 2


Esta clarabóia passa despercebida, porque está num edifício situado na Baixa, onde as ruas são estreitas e os prédios relativamente altos. Desta forma, só se vê de longe.
Tem características peculiares que a tornam muito interessante. Repare-se na outra clarabóia mais pequena ao lado, com uma esfera vermelha de vidro no cimo.