segunda-feira, 6 de abril de 2009

E DEPOIS DA CRISE?

As notícias sobre a actual crise não deixam de piorar a cada dia que passa. Ora, é também certo que, mais cedo ou mais tarde, ela irá passar. Assim, a resposta dos responsáveis governamentais não pode ficar só no plano das respostas imediatas às situações de emergência social. Pode, sim, ter em consideração que qualquer crise é também uma oportunidade.
Quando esta terminar, grande parte da economia estará destruída. Com toda a certeza, haverá porém outra parte que, tendo levantado a cabeça, avançará para o mundo pós-crise com elevada velocidade e pujança, liberta das muitas teias e gorduras excessivas que antes lhe tolhiam os movimentos.
É no momento actual que se devem definir, com conhecimento de causa, quais os sectores estratégicos da economia que depois da crise poderão emergir com sucesso e capacidade para transmitir à nossa economia a produtividade que faça de Portugal um país competitivo. Para tal, é necessária visão estratégica, para além da capacidade de apagar fogos.
Ajudar empresas ou mesmo sectores de forma avulsa equivalerá muito provavelmente a atirar dinheiro ao mar, embora possa calar algumas queixas, durante algum tempo. As pessoas atingidas pela crise necessitam de apoio e devem ser protegidas nesta fase difícil; as empresas sem viabilidade económica não.
Entre os sectores estratégicos que claramente deverão ser tidos em conta, apontam-se as actividades ligadas ao mar (não esquecer o famoso hiper-cluster do mar, defendido há anos por Ernâni Lopes), as ligadas ao turismo de qualidade, particularmente o da terceira idade, a reabilitação urbana, o património histórico único e a área ambiental. Como envolvente geral de actuação deverá estar, necessariamente, a INOVAÇÃO.
Em particular, a reabilitação dos centros urbanos degradados terá a vantagem de reanimar uma actividade económica crucial para o país que é a construção civil, reorientando-a para uma opção mais sustentável. Em consonância, deveria, aliás, aproveitar-se a estagnação da promoção imobiliária para alterar a Lei dos Solos com vista a eliminar definitivamente o crescimento desordenado das povoações.
Em suma, espera-se que haja visão para detectar as oportunidades escondidas pela falsa prosperidade dos últimos anos, e colocar a economia nacional na rota certa para o momento chave da recuperação.

Publicado no Diário de Coimbra em 6 de Abril de 2009

As minhas canções

A canção de Solveig por Lucia Popp (em Peer Gynt de Grieg):

sexta-feira, 3 de abril de 2009

KAL' Cartoon (ECONOMIST)

A LEI É A ÉTICA DA REPÚBLICA?

Vai para aí grande algazarra na sequência da nomeação de Domingos Névoa para uma empresa pública.
Muitos dos políticos que aparecem escandalizados sempre tiveram na ponta da língua a máxima: "A LEI É A ÉTICA DA REPÚBLICA" (relembro aqui Mário Soares, Jaime Gama, Pina Moura e Manuel Alegre, entre muitos outros).
Que se saiba, não há lei que impeça Domingos Névoa de ser nomeado seja para onde for.
Sempre defendi, ao contrário daquelas pessoas, que a Lei não chega. Nem saúdo a súbita mudança de opinião porque desconfio que releva de hipocrisia e auto-defesa política.

Bons conselhos

Citando Warren Buffett:

"É PREFERÍVEL ESTAR MAIS OU MENOS CERTO DO QUE ERRADO COM PRECISÃO"

As minhas canções

Suzanne: aqui pelo Leonard Cohen com a Judy Collins

quarta-feira, 1 de abril de 2009

VERDADE OU MENTIRA?



A revista Fortune tem trazido nos últimos meses o anúncio aqui reproduzido.
Trata-se de promoção institucional junto de um público internacional bem específico. Só não valia a pena introduzir uma frase publicitária que é mentira: a maior estação fotovoltaica do mundo não é portuguesa. Assinale-se, igualmente, que este anúncio é pago com verbas do QREN.