segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

NO FIM OU NO PRINCÍPIO?

Passadas as festividades do Natal, aproxima-se o fim deste ano de 2011. Ano de grandes perplexidades, de grandes sustos e ansiedades e de maiores expectativas porque, felizmente, a esperança é a última a morrer.
Portugal passou a primeira metade do ano em claro plano inclinado descendente, em todos os aspectos para que se olhe. Depois de dois anos de aflição financeira, chegou-se em Maio de 2011, àquele ponto final em que o Estado não tinha pura e simplesmente dinheiro para pagar aos seus funcionários, pelo que se chamou finalmente a Troika que nos acompanhará inevitavelmente nos próximos anos. Com ela chegou igualmente o dinheiro necessário para Portugal respirar, mas também a obrigação de mudar de vida.
Vieram depois as eleições. Quem nos trouxe até este ponto aflitivo foi evidentemente corrido da governação pelos votos dos portugueses. A seguir começou a aplicação das directivas da Troika, e que duras são elas. Se todos os portugueses estão a pagar mais impostos, todos os que de alguma forma dependem do Estado começaram além disso a sentir redução de rendimentos, com cortes nos subsídios de Natal este ano e anulação de 13º e 14º meses, pelo menos em 2012.
Toda a máquina do Estado está a sofrer uma reavaliação, com redução de benefícios e aumento dos custos de acesso aos serviços proporcionados pelo Estado. Acabaram as SCUTS e chegou o princípio do utilizador-pagador.
Isto é, enquanto aumenta as receitas, o Estado procede igualmente a uma redução das suas despesas. O objectivo é cumprir os objectivos de défice público muito exigentes constantes do memorando de entendimento negociado pelo anterior Governo com a Troika. Em paralelo, o Estado sai da economia, vendendo as suas participações em empresas que se habituaram a ter grandes resultados por operarem em sectores muito protegidos, como a EDP e a REN. O facto de serem empresas chinesas a comprar não nos deve surpreender: estão a fazer isso em todo o mundo. Na verdade é uma forma muito mais correcta de trazer os capitais chineses para cá do que pedinchar vergonhosamente que comprem dívida nossa, como sucedeu no início do ano.
Nada disto vai ser fácil. Os portugueses toleraram durante demasiados anos governantes que lhes diziam o que qualquer pessoa gosta de ouvir, mas que foram paulatinamente afastando o país das médias económicas e financeiras da restante Europa, criando uma situação insustentável que nos colocou à mercê do primeiro abanão internacional que surgisse. Logo por azar, o abanão que surgiu foi um autêntico. Não vale a pena acusar os actuais governantes da situação existente e de serem apaixonados da austeridade. Eles são apenas aqueles a quem o destino encarregou de serem os portadores das más notícias.
Há que pensar no futuro e tratar de que o Portugal dos nossos netos venha a ser melhor do que o que estamos a entregar hoje aos nossos filhos. Assumamos claramente que as últimas dezenas de anos trouxeram um enorme desenvolvimento ao país em muitas áreas; mas em simultâneo cresceu entre nós uma sensação de facilitismo trazida pelo súbito dinheiro barato após a entrada no euro que levou ao abandono de actividades económicas sustentáveis a longo prazo, trocadas pelo lucro fácil e rápido.
É em plena consciência das dificuldades que nos esperam que desejo aos meus leitores um Ano de 2012 que vos traga tudo aquilo de que de facto necessitam.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 26 de Dezembro de 2011

domingo, 25 de dezembro de 2011

O CAPITAL INVISÍVEL

O CAPITAL INVISÍVEL:
«Na nossa vida colectiva a degradação dos laços de confiança ao longo dos anos teve graves consequências na qualidade da nossa democracia, no nosso desempenho económico e na nossa solidariedade comunitária. A confiança é um activo público, é um capital invisível, é um bem comum, determinante para o desenvolvimento social, para a coesão e para a equidade. São os laços de confiança que formam a rede que nos segura a todos numa mesma sociedade.»

Pedro Passos Coelho, 25.12.11

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

"Não estamos sós"

Nota ignóbil e mentirosa do PC do B em louvor à ditadura da Coreia do Norte é um acinte aos democratas brasileiros

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

Portugal And Other European Pigs

December 7, 2010 - 1:14 PM | by: Greg Burke
I can’t imagine any country likes being called a pig. But that’s the case with Portugal, Ireland, Greece and Spain. Put together, those countries spell P-I-G-S, and some people claim there are actually two i’s in this particular pig, and that it should include Italy. The Italians, of course, insist they aren’t part of the club.
It’s the somewhat-less-than-exclusive collection of European nations that share a common currency, the Euro, and are in the most trouble economically. Greece and Ireland have already been forced to take bailouts to help pay their debts, and Portugal is under pressure to do so as well.
I just spent the last few days in Portugal with cameraman Mal James, and while the situation does not look dire, it is pretty serious. The government, which is balking at taking a bailout, has implemented austerity measures that will cut the salaries of civil servants, and cut some pensions as well. Then are increases in taxes, which include the Value Added Tax, or VAT, going up to 23 percent.
That’s a lot of tax to pay on something you’re purchasing, and certainly won’t help stimulate the economy. That’s why Portugal is stuck in a pretty tough spot; as it tries to bring government spending under control and increase revenues, it’s going to kill demand. In fact, GDP is expected to fall next year.
While the Euro has been good for Portugal overall, the price to pay has been pretty high – and the Portuguese are still paying it.
We interviewed the Minister of Labor, Maria Helena Andre’, and she told us her suggestion for young people looking for work here was to be “open and flexible.”
She admits that this includes emigrating, as the Portuguese have been doing for decades.
We talked to one woman who says she’s thinking about going to Angola, a former Portuguese colony in Africa. Angola is wealthy by African standards, but that must mean the situation is pretty bad in Portugal if someone with a European Union passport is looking for work in Africa.
Despite all of its problems, Portugal is a beautiful country with friendly people, and I still don’t think it deserves to be called a pig.


Read more: http://liveshots.blogs.foxnews.com/2010/12/07/portugal-and-other-european-pigs/#ixzz1hHgH6NR6




http://liveshots.blogs.foxnews.com/2010/12/07/portugal-and-other-european-pigs/#ixzz1h7LJCpKJ

Para mais tarde recordar...

Para mais tarde recordar...:

Obrigado, José Sócrates

Obrigado José Sócrates.
Devemos-lhe mais esta.

Portugal tem uma "democracia com falhas" - Política - PUBLICO.PT

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ex-gestores da Ferrostaal condenados por suborno em Munique - Sociedade - PUBLICO

Na Alemanha há corruptores; em Portugal não há corrompidos.
Os cidadãos alemães acharão isso normal?

Ex-gestores da Ferrostaal condenados por suborno em Munique - Sociedade - PUBLICO.PT

Santo Ofício

Acabou há um par de anos, mas continua vivo na cabeça de muita gente que nem dá por isso. Outros têm notoriamente saudade desse tempo.

Sonhar o sonho impossível!

Paul Simon & LadySmith Black Mambazo 1

Paul Simon & Miriam Makeba

Centro histórico de Lima passa do caos a bairro da moda em 20 anos - Celebridades - Notícia - VEJA.com

Centro histórico de Lima passa do caos a bairro da moda em 20 anos - Celebridades - Notícia - VEJA.com

Vá lá, não foi para o Godinho

Tentativa de venda de comboio histórico da CP suscita escândalo e boicote na Europa - Local - PUBLICO.PT

Fantástico.

Sobre o falecimento de Kim Jong-II

Face a várias solicitações de diferentes órgãos de comunicação social sobre o falecimento de Kim Jong-Il, o PCP divulga a seguinte informação:
O PCP reafirma nesta ocasião a sua posição de respeito e solidariedade para com a soberania da República Democrática Popular da Coreia – RDPC, o direito que lhe assiste a determinar o seu rumo próprio de desenvolvimento em condições de paz e não ingerência nos seus assuntos internos, e o objectivo da reunificação pacífica da nação coreana.
Lembrando a posição há muito expressa face a fenómenos e práticas da realidade política coreana com as quais não se identifica, o PCP reafirma a solidariedade para com o povo coreano perante as pressões, agressões e tentativas de desestabilização do imperialismo, a que, desde a Guerra da Coreia no início dos anos 50, o povo coreano e a RDPC têm estado permanentemente sujeitos e, ao mesmo tempo, a mais firme rejeição da agenda intervencionista do imperialismo, designadamente dos EUA, na península coreana e região da Ásia-Pacífico.
O PCP expressou as suas condolências ao povo coreano e à direcção do Partido do Trabalho da Coreia pelo falecimento do seu dirigente Kim Jong-Il.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A monarquia comunista

Kim Jong-un é o 'grande sucessor' de Kim Jong-il, segundo 'KCNA':


SOMOS PORTUGAL E NÃO IBÉRIA (e não é por acaso)

Se há pergunta que se pode fazer a qualquer pessoa para obter uma resposta fácil e imediata é sobre a sua data de nascimento. De facto, toda a evolução da nossa vida tem esse momento como ponto de referência principal. É a partir dele que nos tornamos independentes da Mãe, ao princípio a precisar de muita ajuda, mas assumindo depois a plenitude da vida e mesmo da continuidade futura da espécie, a verdadeira máquina do tempo, como se costuma dizer.
Os países precisam também de simbolismos que encerrem em si elementos suficientemente fortes para unir diferentes gerações ao longo de centenas de anos e as diferentes sensibilidades existentes em cada momento.
A Independência de um país é, seguramente, o traço de união mais forte dos seus cidadãos e que assegura a sua própria identidade social e política no mundo cada vez mais globalizado que tende a esbater diferenças essenciais para a própria diversidade da humanidade. O seu simbolismo reflecte a memória histórica do país e fornece a base para que colectivamente se possam ultrapassar momentos de dificuldades e grandes clivagens.
Portugal tem no dia 1 de Dezembro a memória de um facto concreto que foi a Restauração da Independência em 1640, depois de 60 anos de dominação espanhola. Não foi fácil, obrigou a decisões pessoais e colectivas corajosas e a enfrentar um adversário muito mais forte, durante dezenas de anos. Levou a derramamento de sangue e muitos sacrifícios, mas os portugueses conseguiram o feito notável de assegurar a sua independência e continuarem a ser a única nação ibérica fora do domínio de Madrid, definindo o seu próprio destino. Portugal assegurou então a sua independência sem a ajuda de ninguém exterior, antes pelo contrário. E Portugal estava em estado de quase falência, na maior das pobrezas, após anos de exploração filipina que nos levou couro e cabelo, como se costuma dizer. Se a Revolução foi feita por conjurados nobres, o povo aderiu de imediato a ela, por todo o país. O imposto especial criado na altura para pagar a guerra com Madrid, a chamada “décima militar”, foi aceite sem discussão. Só esta união permitiu resistir à extraordinária força da maior potência do mundo de então, governada pelos Habsburgo.
Muitos momentos terá Portugal na sua longa História que mereçam destaque. Mas este é único pelo seu significado patriótico profundo, sem clivagens ideológicas, nem de regimes e suficientemente ancorado para dizer respeito a todos nós, independentemente de sensibilidades políticas. É por isso que o seu simbolismo é mais forte que qualquer um dos outros feriados ligados quase todos eles a momentos de fundação de regimes políticos e não do próprio país. Mesmo o dia de Portugal celebrado a 10 de Junho é completamente artificial, não estando ligado a qualquer facto histórico positivo que nos una. A celebração da morte de Camões em 1580 remete precisamente para os momentos fatídicos em que perdemos a independência para Espanha e coincide com um dos períodos mais negros da História de Portugal.
Como todos sabemos, atravessamos momentos de grandes dificuldades que obrigam a um aumento da produtividade nacional e à diminuição dos dias em que não se trabalha.
Mas todos sabemos também que, quando se destrói o simbólico, se perdem para sempre referências que unem. E não se pode perder a perspectiva do que é essencial e do que é acessório em cada momento. Cada um defenderá a manutenção dos feriados que lhe dizem mais na sua perspectiva pessoal, seja política, religiosa, ou outra mais restrita. Mas se há feriado que representa Portugal com maior e mais profundo simbolismo, sem remeter para patriotismos estéreis ou referências ideológicas particulares, é o Primeiro de Dezembro. Não o deitemos para o caixote do lixo da História, por causa de uma situação conjuntural.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 19 de Dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Baixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte

Jorge Bento tem razão e desconfio que tinha vontade de dizer ainda mais; esta história das "comunidades intermunicipais" não serve para grande coisa e é um artificialismo. A Região Centro tem que se afirmar e Coimbra também. É urgente. O Turismo será a área em que isso é mais evidente. "Centro" todos o têm; não é nada mais que uma designação, não é marca vendável, por mais que se gaste dinheiro a promovê-la.


Baixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte: “articulação estratégica” para afirmar a regiãoBaixo Mondego quer “concertação” com Pinhal Interior Norte “Porque os problemas não têm fronteiras, as respostas também não podem ter”, afirma Jorge Bento, defendendo uma “articulação estratégica” para afirmar a região

A ler com atenção

Portugal nunca esteve tão perto do esquecimento:


Há muito que assistimos a uma governação europeia contra-natura, num afastamento exponencial da nossa essência. A Europa deixou de se erguer sobre alicerces culturais - alicerces que deram origem à nossa sociedade, a uma sociedade democrática de igualdade de direitos -, erguendo-se sobre uma factura económica (de restaurante fast-food!). Hoje, assistimos a uma crise sem precedentes em todo mundo. Uma crise económico-financeira, ou uma crise cultural e de valores? Ou será a primeira consequência da segunda?



Portugal não é excepção à regra. Aliás nunca o foi. Portugal falhou e tem continuamente falhado no apoio às artes. Para além da falta de apoio à grande massa de artistas e à falta de estratégias de promoção e educação das artes, Portugal brinda-nos recentemente com a extinção do Ministério da Cultura - um ligeiro “déjà vu” salazarista -, substituindo-o por uma Secretaria...



Portugal nunca esteve tão perto do esquecimento.



Nesta matéria, a França é um exemplo bastante diferente de Portugal. A sua capital, Paris, cidade mais visitada do mundo, recebendo anualmente mais de 27 milhões de visitantes (quase o dobro da população portuguesa), tem uma projecção mundial sem precedentes. Facto este, que não se deve somente a situar-se no coração da Europa, facilmente ligado a Londres, Bruxelas, Madrid ou Genebra, graças, entre outros, ao TGV, mas porque apostou também na sua maior força de expansão: a sua origem, a cultura.



Aliado à reabilitação e manutenção de edifícios seculares, com uma arquitectura rica e diversificada, um conjunto de museus únicos e uma gastronomia de renome internacional, a França aposta em força na educação e no apoio das artes. Esta diferença de política cultural permite que ostente ainda o lugar de país mais visitado do mundo - gerando uma das mais elevadas receitas no turismo - e seja, consequentemente, um dos oito países mais poderosos do mundo.



Em Portugal, sem um abrigo artístico português, muitos foram aqueles que repetiram a nossa História e lançaram-se à descoberta de novos mundos. Sem apoios e cicatrizados por um Portugal artisticamente castrador, vários artistas decidiram apostar nas suas raízes, na sua cultura, e hastearam "lá fora" a bandeira de Portugal ao mais alto nível. Defenderam e imortalizaram séculos da nossa cultura, tornando-se assim, os Reais Embaixadores de Portugal.



A todos eles, em meu nome, e em nome de todos os portugueses: Muito Obrigado!



[Ricardo Vieira, em Paris, França]

Vergonha

Vergonha:

Num país onde muita gente faz contas à carne que pode comprar, aos medicamentos de que pode (?) prescindir, onde se angustia pelo emprego que se perdeu ou pode vir a perder, os deputados entretêm-se desta maneira. Não faço qualquer distinção entre partidos: a vergonha é igualmente distribuída pelos intervenientes. Desde o irresponsável que fez as declarações ao político que ainda acha que a ocasião é para brincar sobre outras figuras, todos merecem desprezo, pela imensa falta de respeito que demonstram, enclausurados na sua vidinha de corte. Custa-me aderir ao discurso do "eles são uns palhaços", mas há dias em que a tentação é grande demais. E há mesmo dias em que "eles" merecem o nosso desprezo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

E despediram-no, claro.

Uma pérola:

Bernard Connoly, antigo alto-funcionário da Comissão Europeia, afastado por se opor ao projecto do Euro, esteve em Portugal em 1997 – exacto: 1997 – para um ciclo de conferências que decorreu em Serralves. Encontrei agora a sua comunicação (no livro “O desafio europeu, passado, presente e futuro”, da Principia) e a sua leitura é muito instrutiva.


Depois de explicar por que criticou o projecto da moeda única, Connoly faz algumas curiosas previsões:


“As condições monetárias serão estabelecidas de feição para a França e a Alemanha, o que quer dizer que as taxas de juro do euro em 1999 não serão de todo suficientemente altas para as necessidades da economia de Portugal, para dar um exemplo. Isto significa que a convergência da taxa de juro andará muito em baixo para a periferia, o que vai levar a um 1998 que, à primeira vista, vai parecer o paraíso [lembram-se do ano da Expo? Pois foi 1998…]. Haverá um forte crescimento, as taxas de juro vão descer, ainda não haverá nenhuma inflação, o volume de negócios e de consumo será muito grande, haverá uma explosão da bolsa de valores e do mercado imobiliário. Estou a dizer que o mercado imobiliário vai explodir em Portugal e em Espanha. E digo, se tiverem senso-comum, peçam empréstimos, hipotequem-se até às orelhas, mas na condição de poderem saldar as dívidas rapidamente nos anos 2000/2001. É nessa altura que vão surgir os problemas [lembram-se do pântano de Guterres?]”.


Connoly prossegue traçando o retrato do que se passaria na Europa nos anos seguintes, prevendo que algures depois de 2001 ocorrerá uma crise grandes dimensões, que levaria à suspensão do pacto de estabilidade. Nessa altura, que previu que chegasse mais cedo do que chegou…


“Vai haver uma crise de confiança dos mercados financeiros no euro e as pessoas vão perceber que não se podem proteger do desmembramento do euro com marcos alemães denominados euros. Um euro é um euro, é um euro, é um euro. A única maneira de uma pessoa se proteger nessas circunstâncias é adquirir genuinamente valores exteriores, as moedas de países exteriores à área. Por outras palavras, o euro vai estar sob severa pressão dos mercados financeiros”.


Quando se chegasse a este ponto, Connoly previa que os políticos pudessem reagir de três maneiras: assumindo o erro do euro, o que ele achava impossível acontecer; continuarem a lutar para tentarem encontrar qualquer solução, o que deveria acontecer durante algum tempo; finalmente…


“A terceira opção é a que será escolhida. Vai ser usada a desculpa da pressão do mercado financeiro no euro. ‘Meu Deus, esses especuladores terríveis, esses americanos, esses judeus [aqui ele enganou-se…], esses sabe Deus quem, estão a tentar destruir a nossa Europa. Temos de impedir que façam isso, só há uma maneira de o fazermos: temos de nos fortalecer ainda mais, temos de ter um governo económico que crie um sistema monetário que espelhe realmente o sistema dos Estados Unidos’”.


Para quem assumiu que o que estava a fazer era apenas “uma previsão” e que falava em 1997, digamos que talvez pudéssemos começar a consultá-lo sobre os números do Euromilhões…



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Paroles, paroles, paroles...

Nissan suspende investimento de 156 milhões em Aveiro: A Nissan vai suspender a fábrica de baterias em Aveiro para os seus carros eléctricos, um dos últimos investimentos estrangeiros anunciados pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Notícias de hoje da Angemerkozilandia

Bolsa de Frankfurt: DAX-30 fecha em baixa de 3,36%


O que é uma "comissão de utentes"?

http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5395990.html

ASAE encerra "Gilty" e detém empresário Olivier - Portugal - DN

ASAE encerra "Gilty" e detém empresário Olivier - Portugal - DN

O REI VAI NU

Como acontecia todas as quintas-feiras desde que herdara o trono, el-rei avançou para a sala de despacho com a maior das satisfações. Se havia algo que lhe agradava no exercício das suas funções era o encontro com os secretários do reino que lhe traziam as pastas com propostas e assuntos tão bem tratados que bastava colocar a sua assinatura para que as acções se tornassem realidade. E eram todos tão simpáticos! Nunca deixavam de o cumprimentar com a maior das reverências, sublinhando como el-rei estava esplendoroso e bem vestido nesse dia, sublinhando como isso era motivo de orgulho e satisfação para todos os seus súbditos; até o cumprimentavam sempre pelo brilho das suas intervenções, pela grande cultura que manifestava e pela inteligência com que administrava os negócios do reino.
E aquela quinta-feira não foi excepção. Os assuntos eram muitos e variados e todos motivo de satisfação pelo que significavam de melhoria para a vida dos súbditos e claro, pela boa imagem que dele transmitiriam.
No fim do despacho, após a retirada dos secretários, foi com a melhor das disposições que recebeu os cumprimentos daquele seu primo companheiro de brincadeiras quando eram crianças e que há tanto tempo não via. Depois do abraço comovido, o primo disse-lhe: “Majestade, com a amizade fraterna que nos liga, não posso deixar de vos transmitir uma grande preocupação que me assaltou o espírito enquanto vós despacháveis com os vossos secretários. Eu sei que vós fazeis grande confiança neles, até porque já serviram fielmente o Senhor vosso Pai e antecessor. Mas devo dizer-vos que me pareceu excessiva a reverência com que vos tratam e apresentam as matérias para despacho. Pelo menos num desses assuntos, pareceu-me que alguns deles estarão directamente interessados na solução apresentada a V. Majestade e que existe no Reino quem seja muito mais capaz de promover a realização dos objectivos pretendidos e garantidamente com muito maior satisfação dos vossos súbditos. Permiti-me ainda abusar da v. bondade em me ouvir e dizer-vos que me pareceis demasiado crente nos elogios tão artificiais dos vossos secretários que cheiram a bajulice interesseira à distância, o que vos poderá vir a colocar numa situação falsa perante os vossos súbditos.”
Surpreendido, o Rei virou-se para o primo e retorquiu-lhe que já não era criança como nos tempos em que brincavam todo o dia e que tinha inteira confiança nos secretários que já haviam servido fielmente seu Pai, que conheciam bem o reino e os procedimentos da governação e que certamente só queriam o bem do seu Rei. Passou-lhe o braço pelo ombro e acrescentou que não se preocupasse, passando ambos para a sala de banquetes onde o presenteou com uma magnífica refeição ao som dos seus músicos.
Claro que o leitor já adivinhou o fim da história que aqui revisitei. Passados poucos anos sobre este episódio, o Rei passeava todo orgulhoso de si na rua com um séquito a acompanhá-lo, imaginando que as vestes que usava eram magníficas, porque assim lho garantiam os seus secretários. Até que uma criança na sua simplicidade gritou: o Rei vai nu! Só nessa altura, perante o gozo e chacota de todos o Rei caiu em si cheio de vergonha, lembrando-se então, tarde demais, do aviso que o seu primo velho companheiro de brincadeiras, afinal o único verdadeiramente fiel e verdadeiro, lhe tinha dado.
Moral da história? Nenhuma, caro leitor. Apenas a verificação de que todos os dias e em todos os sítios continuamos a assistir à representação desta velha história que de infantil não tem nada.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 12 de Dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011

The Pogues and Kirsty MacColl - Fairytale of New York

Longa vida a Manuel de Oliveira

Hoje, que faz 103 anos, Manuel de Oliveira respondeu a uma série de perguntas de Fátima Campos Ferreira, quase todas idiotas a armar em intelectual.
À pergunta (profunda) sobre o que esperava alcançar com as corridas de automóveis, respondeu MO: chegar primeiro. Ora bem!

Improvável, mas espectacular

Tr~es grandes senhoras

Dean Martin & Nancy Sinatra - Things

Andy Williams - Moon River (Year 1961)

Perceber Sarkozy?

Leituras:

«Fui para dentro e jantei. Para França, foi uma refeição a valer, mas, depois de Espanha, parecia cuidadosamente racionada. Bebi uma garrafa de vinho, para acompanhar. Era Château-Margaux. Sabia bem beber devagar e saborear o vinho e bebê-lo a sós. Uma garrafa de vinho faz muita companhia. (...) Era confortável estar num país onde era tão fácil tornar felizes as pessoas. Nunca se sabe se um criado espanhol nos agradece. Em França, tudo assenta numa tão clara base financeira. É o mais simples dos países para viver. Ninguém complica as coisas pelo facto de se travar de amizade connosco por qualquer razão obscura. Se a gente quer que gostem de nós basta gastar um dinheirito.»


Ernest Hemingway, Fiesta


Editorial Verbo, 1972. Colecção Livros RTP, nº 92.


(Tradução de Jorge de Sena)

Ruptura/FER sai do Bloco - Renascença

Sai a esquerda da esquerda à esquerda. Confusos? Não vale a pena

Ruptura/FER sai do Bloco - Renascença

Uma criança em Paris - Opinião - DN

Uma criança em Paris - Opinião - DN

Seguro acusa Governo de conduzir país para a pobreza (vídeo)

Há os apaixonados pela austeridade e há os apaixonados pela dívida e que, ainda por cima, não têm qualquer intenção de pagar.

Seguro acusa Governo de conduzir país para a pobreza (vídeo): Secretário-geral do PS considera que o Executivo de Passos Coelho "é apaixonado pela austeridade" e não manifesta vontade para liderar um processo de mudança conjunta.

Mais um ditador "out"

Noriega chega ao Panamá para cumprir mais 20 anos de prisão: O ex-ditador militar do Panamá Manuel Noriega foi este domingo extraditado de Paris para o país natal, onde o aguarda uma pena de prisão de 20 anos, pela morte e desaparecimento de opositores ao seu regime, após já duas décadas de encarceramento cumpridas nos Estados Unidos e em França.