quinta-feira, 31 de julho de 2008

CAVACO

Cavaco Silva demonstrou que pode haver diferença fundamental relativamente à falta de rigor e de carácter que domina a nossa vida política há demasiados anos. Claro que o facto de todos os deputados da AR, incluindo os do PSD terem aprovado aquela barbaridade jurídica ajuda à manifestação de independência de Cavaco.
Mesmo assim, hoje pela primeira vez na vida, senti-me cavaquista.
Haja Deus.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

QUADRILHA

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 29 de julho de 2008

REGRESSO AOS CLASSICOS

Concerto nº5 de Beethoven (Imperador) tocado por Maurizio Pollini com a Filarmónica de Viena dirigida por Karl Bohm.

PONTE RAINHA SANTA ISABEL




Vinda do nada, apareceu a necessidade de responsabilizar alguém pelo atraso e pelo brutal valor de trabalhos a mais ocorridos aquando da construção da Ponte Rainha Santa Isabel inaugurada há quatro anos.
Assim de repente ocorrem-me dois ou três nomes óbvios, mas vamos aguardar no que isto vai dar.
Dois ou três aspectos são para já óbvios.
Em primeiro lugar já apareceu quem "lembrasse" que Manuela Ferreira Leite produziu o decreto que autorizou a ultrapassagem dos valores legais para trabalhos a mais existentes à altura. Como a ponte tinha que ser feita antes do Euro e os problemas foram herdados pelo governo de Durão Barroso, é um pouco como querer matar o mensageiro das más notícias.
Em segundo lugar, é no mínimo curioso que o projectista da ponte de Coimbra tenha agora sido novamente escolhido para projectista de uma ponte de grande relevância como é a terceira travessia de Lisboa, sendo conveniente limpar a sua imagem gravemente lesada com os problemas do projecto da Ponte Rainha Santa Isabel e talvez encontrar um bode expiatório conveniente, talvez mesmo a empresa construtora que até já não é portuguesa e cujo negócio nesta coisa são números.
Depois, vai entrar em vigor dentro de dias a nova legislação de contratação de obras públicas e serviços que permite apenas 5% de trabalhos a mais (no balanço de trabalhos a mais e a menos, sem referir se da mesma espécie), mas que curiosamente, ou talvez não, pode ir até 50% na soma de trabalhos a mais e erros e omissões.
Vamos ver em que dão os jogos de espelhos que nos vão ser oferecidos com esta questão e que ninguém nos tente tomar por parvos.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

NOITES BRANCAS EM COIMBRA


Já por diversas vezes aqui abordei a problemática do comércio dito tradicional, que exerce a sua actividade no centro da Cidade, a chamada Baixa de Coimbra.
É frequentemente apresentado o contraponto com o comércio dos centros comerciais, sendo certo que um e outro tipo de comércio tem vantagens e inconvenientes para os compradores que são, ao fim e ao cabo, quem decide a escolha dos locais das suas compras.
Uma das desvantagens comparativas do comércio de rua é o seu horário de abertura. Outras são as acessibilidades nomeadamente o estacionamento, a animação e ainda o chamado “mix” de oferta comercial.
Com o objectivo de demonstrar que é possível diminuir ou mesmo eliminar estas desvantagens, a APBC (Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra) organizou mais uma vez aquilo a que chamou “Noite Branca” na última sexta-feira do passado mês de Junho, naquela que foi já a terceira edição da iniciativa. A “Noite Branca” consistiu numa alteração dos horários dos estabelecimentos comerciais aderentes que tiveram as suas portas abertas entre as 21 e as 24 horas. Em simultâneo, houve animação de rua que não esteve circunscrita a locais fixos, antes percorreu as ruas principais da Baixa. A animação de rua abrangeu diversos tipos de actividades culturais com actuações de grupos de fados, grupos de folclore, teatro de rua, danças de rua, grupo de jazz e um quarteto de flautas do Conservatório de Música de Coimbra.
Largas dezenas de lojas aderiram à iniciativa, um pouco por toda a Baixa. Os visitantes contaram-se por milhares. As lojas aderentes, na sua maioria, reconheceram que as vendas foram excelentes nessa noite, traduzindo-se a iniciativa num sucesso do ponto de vista comercial. Uma das áreas comerciais que mais beneficiou foi a restauração da Baixa que serviu muito mais jantares do que é habitual. Este aspecto aliás, não deverá ser esquecido em futuras edições de “Noites Brancas” que poderiam e deveriam ser mais frequentes.
Ficou provado que o comércio tradicional pode ter futuro, desde que consiga ultrapassar algumas limitações próprias e desvantagens artificiais que muitas vezes lhe são impostas, por vezes com as melhores intenções, como as limitações de acessibilidades. Provou-se ainda que o associativismo dos comerciantes é crucial para ultrapassar algumas dificuldades pontuais.
Mas se uma “Noite Branca” pode mostrar o caminho, não resolve os problemas existentes, sendo necessário e urgente encarar questões como a flexibilização dos horários de segunda-feira a sábado, a capacidade de atrair e manter formas de animação com carácter de permanência, ampliar os acordos já existentes com os parques de estacionamento da Baixa, dar a conhecer melhor os transportes públicos que já hoje servem o “canal” e, eventualmente, estudar e aumentar as zonas com acesso a táxis.
Apesar de tudo isto, esta “Noite Branca” foi realmente um sucesso, estando de parabéns os organizadores, designadamente a “Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra” que, com grande esforço conseguiram ultrapassar algumas grandes dificuldades (que as houve) e mostrar à Cidade e aos comerciantes da Baixa um caminho de sucesso que é possível trilhar.

Publicado no Diário de Coimbra em 28 de Julho de 2008

domingo, 27 de julho de 2008

SÁ CARNEIRO E A ÂNSIA DE CHEGAR AO PODER

Sérvulo Correia é um distinto jurista, advogado de sucesso e Professor Universitário de Direito de Lisboa, a quem o jornal Sol resolveu dedicar a entrevista de fundo da revista Tabu deste fim-de-semana.
Sendo um figura pública de grande merecimento nacional, percebe-se a oportunidade da entrevista, a qual tem aliás o subtítulo de "advogado do regime".
Sucede porém que na entrevista são abordados determinados aspectos relacionados com a fugaz passagem de Sérvulo Correia pela política que são muito interessantes e fazem mesmo pensar sobre o actual estado do país e, em particular, do PSD.
Recorde-se que Sérvulo Correia foi militante do então PPD desde a primeira hora, tendo abandonado o partido aquando da famosa debandada das famosas "opções inadiáveis" ocorrida em 1978 antes da formação da AD, acontecimento que deixou marcas ainda hoje detectáveis no PSD. Nessa altura 42 deputados eleitos pelo PSD abandonaram o partido, , em choque com o líder do partido Sá Carneiro, sem largarem os seus lugares na Assembleia da República. Boa parte deles vieram a integrar a ASDI, transitando posteriormente para o PS, o que aliás não aconteceu com Sérvulo Correia.
Segundo Sérvulo Correia, enquanto "Sá Carneiro tinha ânsia de chegar ao poder, nós queríamos uma oposição responsável".
E aqui bate o ponto desta entrevista. De facto, Sá Carneiro era visto como irresponsável por muito boa gente que se queria dar bem com o PS e com o PSD , porque queria a todo o custo acabar com a nefasta influência dos militares e colocar Portugal na senda das democracias ocidentais não tuteladas com a maior rapidez possível. Teve que se confrontar na altura com metade do próprio PSD, com os militares e com o próprio Presidente da República de então, Ramalho Eanes.
A análise do que se passou desde então leva Sérvulo Correia a concluir que o tempo lhe deu razão. Eu só posso concluir exactamente o contrário.
No início dos anos oitenta Portugal poderia ter dado o salto, mas acabou por perder tempo e energias que ainda hoje andamos todos a pagar, tais foram os excessos do gonçalvismo, rumo ao socialismo.
Cabe-nos recordar a memória de Sá Carneiro e não aceitar o cinzentismo das "opções inadiáveis" que por aí ainda perduram com outros nomes e que ajudam a impedir que a política seja uma actividade nobre de assumpção clara de alternativas para o doce deslizar para a bancarrota a que todos assistimos.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

ÉDEN

Segundo a revista Sábado, vai ser construída na Austrália uma aldeia para homossexuais que se chamará éden e que custará 26 milhões de euros.
Disporá de 120 apartamentos, campos de ténis, teatro, piscina, spa, ginásio, café, restaurante e centro de negócios.
Não se menciona maternidade, mas se calhar não é necessária...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

ACAMPAR EM COIMBRA



Coimbra tem um novo Parque de Campismo a funcionar desde 2005. Claro que um parque de campismo se destina fundamentalmente a visitantes, pelo que a população da cidade pouco se apercebe da sua existência, a não ser quando passa nas suas proximidades.
Neste último caso, apercebe-se, e bem, pelas grandes dimensões do parque, que ocupa uma área com mais de 7 hectares.
Antes de falar sobre o sucesso actual do Parque de Campismo de Coimbra, convém recordar algo da sua história.
O terreno em que se encontra implantado foi adquirido pela Autarquia para esse mesmo efeito no início da década de oitenta, portanto há bem mais de vinte anos. Por vicissitudes várias, a Autarquia nunca encontrou processo de o construir, o que só veio a ser conseguido, através da sua integração nas contrapartidas do concurso internacional do Eurostadium. Recordam-se ainda as fraquíssimas condições do pequeno parque de campismo que existia ao lado do antigo Estádio Municipal, antes das obras de remodelação e ampliação a que foi submetido. Essas condições originavam todos os anos queixas e mais queixas dos campistas que nos visitavam.
Em contraponto, o actual Parque de Campismo de 4 estrelas tem excelentes condições para albergar com todo o conforto 750 pessoas, entre utentes de tendas, caravanas e bungalows. Dispõe de balneários e instalações sanitárias confortáveis e mais que suficientes, a par de áreas para confecção de refeições e de lavagem de louça e roupa. Para garantir a melhor qualidade dos seus serviços, o parque emprega 35 funcionários a tempo inteiro. Dentro da área do parque, foram plantadas mais de 1500 árvores que começam agora a proporcionar um ambiente mais acolhedor.
Tudo isto tem provocado uma procura do parque, que tem vindo a crescer de forma continuada, com 16 000 dormidas em 2007, prevendo-se para este ano 22 000. Curiosamente, para além dos utentes holandeses e alemães que tradicionalmente utilizam muito o campismo, tem surgido uma maioria de italianos e muitos franceses que assim visitam a nossa cidade, e que, de outra forma, passariam ao nosso lado.
Mas, para além dos turistas que o utilizam, o actual e dinâmico concessionário do parque, escolhido por concurso público, decidiu abri-lo aos habitantes de Coimbra. É assim que qualquer pessoa pode utilizar diversas infraestruturas e equipamentos de que dispõe, colmatando mesmo algumas carências da zona em que encontra implantado. Refiram-se as piscinas exteriores, das quais uma para crianças, o restaurante, o parque infantil, o ginásio, o mini-golfe federado e o circuito de manutenção.
O sucesso do novo parque de campismo significa que Coimbra conseguiu, de forma imaginativa e consequente, ultrapassar uma falha grave que durava há décadas, numa área crucial para o Turismo.

Publicado no Diário de Coimbra em 21 de Julho de 2008

COIMBRA-COLINA DE CAMÕES





Com um concerto de Bernardo sassetti e Mário Laginha, foi hoje inaugurado o novo anfiteatro da Quinta das Lágrimas.
Em Coimbra.
Parabéns a Coimbra e obrigado a José Miguel Júdice

domingo, 20 de julho de 2008

EXPO

Em 1992 a Expo foi em Sevilha, Espanha, mas não em Madrid.
Em 2008 a Expo é em Saragoça, Espanha , mas não em Madrid.
Em 1998 a Expo foi em Portugal, claro, em Lisboa.

Percebe-se porque é que a Regionalização já vem pelo menos vinte anos atrasada? Agora já pouco há a fazer pelo desequilíbrio do nosso território que se exprime ainda pelos enormes desequilíbrios sociais e económicos de Portugal.

ONTEM E SEMPRE: GLENN GOULD E BACH

Glenn Gould plays J.S.Bach:
Piano Concerto No.7 in G minor

sábado, 19 de julho de 2008

NUCLEAR

Após a lembrança da alternativa de energia nuclear por parte do Governador do Banco de Portugal, o Governo teve duas reacções.
O Ministro do Ambiente informou que não produz afirmações sobre taxas de juro, o que foi entendido como uma crítica implícita a Vítor Constâncio. Passou despercebido a muita gente que também o Governador não tem nada a ver com isso, sendo antes uma competência do Banco Central Europeu. Isto é, tiro ao lado.
Por outro lado, o Governo informou que a questão nuclear não consta do programa eleitoral, logo não está em cima da mesa.
Surpreendente: parece que a actual crise energética e não só, também não constava do programa.
Aliás as tragédias não costumam estar previstas nos programas, não sendo por isso que não se devem encontrar respostas.

SHARED ITENS

Ali na coluna da direita este blogue tem agora um pequeno quadro onde aparecem os títulos de artigos, notícias ou mesmo comentários de outros blogues que me parecem merecer alguma atenção, independentemente de concordar ou não com o que contêm.
Basta clicar no título escolhido para aceder ao texto completo no sítio original. Pode-se ainda percorrer os títulos na caixa para procurar os que lá foram colocados em momento anterior. É resultado de mais uma possibilidade permitida por um novo serviço do Google, o Google Reader.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

NUCLEAR, SIM OBRIGADO?

O Ministro da Defesa afirmou que "Portugal compreende a necessidade da Índia de encontrar soluções para a enorme procura de energia que existe no país", referindo-se ao apoio português e europeu ao programa nuclear dos indianos.
O Ministro da Defesa tem toda a razão.
Quem é que compreende a tremenda necessidade de energia de Portugal que não é de forma nenhuma compensada pelas alternativas hídrica, eólica e solar?
Não se compreende a posição de esconder a cabeça dos nossos responsáveis políticos nesta questão estratégica absolutamente crucial.

terça-feira, 15 de julho de 2008

IMPOSTOS A AUMENTAR

Lê-se e não se acredita.
O Sr. Ministro da Cultura que substituiu a Sra. Professora Catedrática Doutora Isabel Pires de Lima deu uma entrevista no Expresso em que mostra que descobriu a pólvora. Para além de umas afirmações até interessantes sobre os papeis dos responsáveis políticos pela cultura e dos fazedores de cultura, sai-se com uma extraordinária. Convida os empreiteiros das obras públicas a "oferecerem" 1% do valor das mesmas ao Estado sob a forma de trabalhos a mais à borla na recuperação de imóveis indicados pelo seu Ministério.
A imaginação dos políticos para inventarem novos impostos consegue sempre surpreender.
Depois dos famosos impostos ecologistas por toda a parte sem que a maior parte das pessoas se aperceba deles, vem agora o imposto "voluntário" da cultura.
O Sr. Ministro acha mesmo que daqui para a frente o Estado não vai pagar mais 1% pelas empreitadas de obras públicas?
Santa ingenuidade...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

INGRID EM LIBERDADE



No passado mês de Abril, escrevi neste espaço sobre a situação trágica de Ingrid Betancourt, refém das FARC desde a data do seu rapto em 2002.
Na altura em que foi raptada pelas FARC, Ingrid Betancourt era candidata às eleições presidenciais do seu país, a Colômbia, que foram ganhas por Álvaro Uribe.
Há poucos dias, Ingrid Betancourt foi libertada com mais 14 reféns, numa operação de resgate levada a cabo pelas forças armadas colombianas, considerada um êxito do presidente Álvaro Uribe, quer pelo resultado, quer pela forma como foi levada a cabo, sem qualquer derramamento de sangue.
Prefiro passar ao lado da triste polémica a que esta libertação deu origem, mesmo no nosso país, onde ainda há quem defenda as FARC de forma cega, não ouvindo sequer os seus camaradas ideológicos Saramago ou Fidel Castro.
Também não vale a pena perder muito tempo com a reacção de Hugo Chávez, bem demonstrativa da utilização oportunista que ele fazia da situação de Ingrid Betancourt. O rapto permitia a sua autopromoção, e um aumento das vantagens internacionais para o seu regime. Também neste caso houve silêncios por parte dos “compagnons de route” de Chavez nacionais, que todavia soaram bem mais alto do que muitas gritarias.
O mais importante de toda esta situação é que Ingrid Betancourt está finalmente em liberdade. Como nunca foi uma mulher que se calasse, não será de esperar que se resigne a deixar de tentar influenciar o destino do seu país. O seu regresso será também político.
Álvaro Uribe, após a sua eleição como presidente em 2002, transformou um país que era “terra sem lei” num estado democrático. Esta transformação passou também pela regularização da autoridade estatal. Para tanto foi crucial o desarmamento de muitos grupos paramilitares direitistas que existiam na Colômbia e que, juntamente com as FARC, impunham um permanente estado de guerra civil.
Em simultâneo, perseguiu as FARC a quem infligiu pesadas derrotas, sendo a operação que resultou na libertação de Ingrid Betancourt é um evidente exemplo.
Em resultado destas acções, a Colômbia entrou num caminho de prosperidade económica, sendo um país bem mais seguro do que antes.
No entanto, Álvaro Uribe está no seu segundo mandato presidencial, que só foi conseguido através de uma decisão nesse sentido do Congresso, com posterior ratificação do Supremo Tribunal. Isto é, tem feito um bom trabalho, mas com uma legitimidade no mínimo discutível.
Para já, dele se espera que seja capaz de evitar o caminho de tentar forçar um terceiro mandato através de vias referendárias ou outras de má tradição na América Latina, seguindo exemplos actuais como Hugo Chávez na Venezuela ou Alberto Fujimori no Peru.
É neste contexto que se espera que a nova situação de Ingrid Betancourt venha a abrir novas possibilidades para a Colômbia, curiosamente em consequência de uma acção do próprio Álvaro Uribe.

Publicado no Diário de Coimbra em 14 de Julho de 2008

domingo, 13 de julho de 2008

FOZ COA

Com o petróleo a chegar aos 200 dolares, é preciso dizer:
AS GRAVURAS SABEM NADAR.
Barragem de Foz Coa: construam-me, porra!

FRANK e JOBIM

Quando Frank Sinatra e António Carlos Jobim se econtraram, gravaram e legaram-nos esta notável interpretação da Garota de Ipanema muito jazzy:



Tenham um bom Domingo, se possível na praia.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

ROBIN HOOD

Numa altura em que se discutia a necessidade ou possibilidade de descida do Imposto sobre Produtos Petrolíferos, eis que da cartola da imaginação política sai mais um imposto: o Imposto Bobin dos Bosques. O Governo entendeu por bem inspirar-se no Sr. Berlusconi e deu numa de "tirar aos ricos para dar aos pobres".
Parece que a ideia é "sacar" às malvadas petrolíferas um quarto dos lucros indevidos que possam vir a ter com a gestão de stocks e subidas acentuadas do preço do crude entre os momentos da compra e da utilização da matéria prima: a tal especulação.
Das duas uma: ou se trata apenas de uma antecipação do imposto sobre os resultados das empresas, ou efectivamente o Governo acaba por ir aos bolsos dos accionistas da petrolíferas.
Espero sinceramente que se verifique a primeira hipótese, porque no caso da segunda já se sabe muito bem quem vai pagar o aumento de impostos: todos nós que temos que abastecer os depósitos das nossas viaturas com os combustíveis sobre cujos preços se vai repercutir o novo imposto e que disto não haja qualquer dúvida.
O que me fez mais impressão nem foi o Governo arranjar mais umas receitas de impostos. O que verdadeiramente me impressionou foi que nem um Deputado denunciasse mais este aumento de impostos.

OBRIGADO

Carros eléctricos:

TRINTA POR CENTO VEZES ZERO É IGUAL A ZERO

Veja aqui e aqui

Será que nem no Governo nem na Oposição há alguém acordado?

terça-feira, 8 de julho de 2008

QUESTÕES DO MUNDO DE HOJE


A capa do Economist (link em baixo à direita) desta semana é um autêntico quebra-cabeças das questões do nosso mundo de hoje.
O desafio é descobrir as referências de pelo menos 50% das legendas da Torre de Babel.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

CULTURA VIVA



Como todos os conimbricenses sabem muito bem, a nossa Cidade tem historicamente uma relação algo tensa com a Cultura.
Por um lado, à sombra da Universidade e do seu conhecimento, muita gente acha que só por isso Coimbra é automaticamente uma cidade de Cultura. E paralelamente desdenha-se muito facilmente das manifestações culturais mais ligadas às raízes populares.
Por outro lado, acções culturais de carácter digamos assim um pouco mais elitista por obrigarem a alguma formação cultural para a sua fruição plena ficam por vezes às moscas, incluindo as cadeiras reservadas às “entidades oficiais” e convidados institucionais.
São reflexos da velha cidade de “doutores”e “futricas” que infelizmente ainda se vão por vezes manifestando.
Contra este velho e ultrapassado maniqueísmo da nossa cidade foi dado há poucas semanas um passo significativo, pelo que tenho todo o gosto em salientá-lo nestas minhas breves linhas semanais.
De facto, esse é um dos significados do Protocolo de cedência do Pavilhão de Portugal à Orquestra Clássica do Centro.
A música, nomeadamente a dita clássica, é uma das expressões culturais que mais elevam o génio humano e que de forma mais eficaz contribuem para aproximar pessoas de diferentes condições e origens.
A existência da Orquestra Clássica do Centro em Coimbra é importantíssima para colocar o nível cultural da Cidade num patamar superior e para cortar transversalmente as velhas estratificações que referi acima. É igualmente fundamental para ajudar a criar uma cultura musical na juventude da nossa terra onde a construção de um Conservatório tem encontrado tantas dificuldades.
Muitas cidades da Europa e do resto do mundo se têm afirmado a nível internacional pelas suas orquestras e pela promoção dos mais variados festivais musicais. Para que isso aconteça é necessário preparar bases que não podem deixar de passar pela existência de muitos e bons músicos e de um ambiente cultural propício.
A entrega do Pavilhão de Portugal à Orquestra Clássica do Centro pela Câmara Municipal é um passo nessa direcção pelo que não pode deixar de se salientar e aplaudir. É a manifestação do cuidado colocado pela actual Câmara na promoção da Cultura, numa das áreas que reconhecidamente mais pode beneficiar as populações a longo prazo, em especial as camadas jovens.
Os programas já apresentados pela OCC para os próximos meses, aproveitando a estrutura física que agora lhe foi entregue são a demonstração daquilo que acima escrevi.
Faço votos para que o verdadeiro herói da divulgação da cultura musical que é o Maestro Virgílio Caseiro bem como a Dra. Emília Martins sejam bem sucedidos nesta nova fase da “sua” Orquestra e que a Cidade e toda a Região Centro venham a reconhecer o seu trabalho, fornecendo muitos e assíduos espectadores para os espectáculos e restantes iniciativas que vão acontecer (ver aqui).

Publicado no Diário de Coimbra em 7 de Julho de 2008

sábado, 5 de julho de 2008

INTERLÚDIO

Porque há coisas muito mais importantes, este site vai estar em baixa intensidade durante cerca de uma semana.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

NOSTALGIA

Há dois carros americanos do fim dos anos sessenta, quase desconhecidos por cá e que me dizem muito por motivos sentimentais e de cuja condução tenho muitas saudades:
Um é o Oldsmobille Toronado de 1968 que é um verdadeiro clássico e talvez o automóvel mais potente que se fabricava então nos EUA, a par do Cadillac ElDorado com o qual partilhava o motor V8 com 6 litros de cilindrada:


O outro é o Buick Riviera de 1970, um must de design da época:

quinta-feira, 3 de julho de 2008

BOAS NOTÍCIAS

Não tão boas notícias: o petróleo chegou ontem aos 144$ e consta que vai continuar a subir. Lá se vai a descida de 1,2 cêntimos do IVA.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

HAJA DEUS




Segundo as últimas notícias, Ingrid Betancourt foi lbertada (ver meu post de 21.04.08)
A ser verdade, haja Deus e ponto final.

WHEN HARRY MET SALLY



Transformou-se num filme de culto, enquanto a Meg Ryan passava a ser a namoradinha da América e Billy Crystal uma vedeta de Hollywood.
Aqui fica a cena memorável passada no Katz Delicatessen de New York onde posso assegurar que se come uma excelente sandwich de pastrami que precisa de uma boa Miller a acompanhar.
Está actualmente a passar no canal Hollywood da TV Cabo.

OS MENINOS

Enquanto o PSD teve o seu "menino guerreiro" o PS tem o seu "menino de ouro", ou cada um tem os meninos que merece?
O que se passa?

terça-feira, 1 de julho de 2008

ESTAGFLAÇÃO 2

Do jornal Público de hoje:

a) “Euribor passa os cinco por cento e agrava crédito à habitação. Juros já estão em máximos de 8 anos”
b) “Inflação na zona euro atinge quatro por cento e bate recorde dos últimos 16 anos”. “José Luis Zapatero teme, justamente, que novas subidas das taxas de referência do banco central minem os esforços de relançamento económico…”
c) “Petróleo bate recordes, petrolíferas dizem que não há especulação”. Os responsáveis das petrolíferas garantem que “ a ideia de que é a especulação que está a fazer subir os preços é um mito” e que “a oferta não está a responder adequadamente à crescente procura”.

Da revista FORTUNE desta semana:

"Stagflation is back"
"The world is running short on energy, food and water. The answer: a massive dose of technology"