sábado, 30 de maio de 2009

ACEGE EM COIMBRA


No próximo dia 24 de Junho almoço-debate no salão da Sé Velha com Pedro Vaz Serra :

EMPREENDEDORISMO, NECESSIDADE OU VOCAÇÃO?

Endereço para informações ou inscrição: acegecoimbra@gmail.com

NÃO HÁ ALMOÇOS GRÁTIS


É bem verdade: cá se fazem, cá se pagam. Quanto a mim, fico muito mais descansado depois desta 1ª página do Expresso.

VISTO DE FORA

Não me vou aborrecer com a semelhança de nome, porque a autora me merece toda a consideração (vá-se lá saber porquê).




Do jornal "i" de hoje, página 11.

BPN

Tenho resistido a comentar o que se passa no BPN. No entanto, o candidato Vital Moreira resolveu colocar esta questão no centro do debate das eleições europeias. Acho que fez mal. Nem percebo o que tem a ver com as europeias, logo ele que que tinha dito que nestas eleições se deveriam discutir assuntos europeus. Por outro lado, o problema do BPN só é nacional e político em vez de assunto puramente de Justiça porque o Estado resolveu nacionalizá-lo.
A primeira pergunta é: porquê? A que propósito é que os meus impostos vão suportar os desmandos daqueles senhores?
A segunda pergunta decorre desta e é simples: dois mil milhões de euros?
A terceira pergunta ao candidato é porque é que prefere a companhia intelectual e política de José Lello a Maria de Belém Roseira.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Chopin - marcha fúnebre

Bonito, mas triste, em memória de quem parte sem aviso prévio

A QUE PROPÓSITO?

Alguém que me explique. A que propósito é que o Dr. Manuel Dias Loureiro, ex-Conselheiro de Estado pede ao PGR para ser ouvido rapidamente? Perante a Justiça não é um cidadão como os demais?


quinta-feira, 28 de maio de 2009

DISCUTIR A ENERGIA

O jornal "El Pais" do país vizinho trouxe há dois dias um artigo sobre um alerta do Governo Espanhol relativo à possibilidade de surgimento de uma bolha especulativa associada às tecnologias renováveis. O governo espanhol está convencido que determinadas tecnologias fortemente apoiadas como a eólica, "encarecem o recibo da luz, fomentam a especulação e dificultam a circulação da energia na rede eléctrica". A tendência do recurso excessivo às renováveis no actual contexto  "pode por em risco a sustentabilidade do do sistema energético, tanto do ponto de vista económico, como do ponto de vista técnico".
Entre nós assiste-se a um investimento maciço e fortemente apoiado pelo Estado nas renováveis de forma completamente acrítica, sendo praticamente proibido discutir a opção. Seria melhor começar a analisar e discutir bem esses investimentos, para prevenir os riscos já sentidos aqui ao lado, pelo próprio governo socialista de Zapatero, assinale-se.


quarta-feira, 27 de maio de 2009

VERGONHA NACIONAL

Verdadeira vergonha que recai sobre todos nós é a situação da pequenina Alexandra que mandámos para a Rússia para o que todos intuímos. E é vergonha para todos nós, porque não foi uma atitude isolada de alguém irreflectido. Não, foi um acto decidido por um Tribunal de Relação, depois de TODAS as instâncias oficiais se terem ocupado sucessivamente do caso, na estrita observância das leis que temos. É isto que está em causa, para além da criança que supostamente está defendida pelas leis.
E isto é muito mais importante que BPNs, Oliveiras Costas, Dias Loureiros, etc. Estes podem defender-se e fazem-no com armas poderosas. Os pobres indefesos não.

terça-feira, 26 de maio de 2009

YES, WE CAN


Mike Murphy escreveu na revista TIME da semana passada (tradução livre):

"...Tal como foi apresentado, o Orçamento de Obama é uma obra de arte, se o objectivo é de forma encapotada, praticar o mesmo tipo de políticas disfarçadas contra as quais fez campanha. À classe média prometem-se uma avalanche de triliões de dólares de despesa e ainda (como lhe chama o Presidente), um corte de impostos para 95%das famílias trabalhadoras...A conta das despesas é apresentada aos mesmos de sempre: em primeiro lugar, às futuras gerações de americanos que arcarão com o triplo da dívida; depois, aos 2% de americanos que têm um rendimento anual superior a 250.000 dólares e que já pagam cerca de 50% de impostos. Para não mencionar os credores chineses que possuem pilhas de notas de dólares e que, com a desvalorização da moeda, ficam com muito menos dinheiro."

Enfim, assim todos podem, não é verdade? Para fazer mais do mesmo não é preciso Obama para nada, a não ser mesmo para ganhar as eleições.
E nós por cá? Alguém reconhece isto?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

MACHADO DE CASTRO



Machado de Castro, talvez o escultor português mais conhecido, nasceu em Coimbra em Junho de 1731.

Da sua importante obra escultórica, destaca-se a estátua equestre do Rei D. José I, que está no Terreiro do Paço, em Lisboa. Para além de muitas outras obras, a Machado de Castro se devem numerosos presépios barrocos que se podem encontrar por todo o país, sendo de salientar os que estão na Sé Patriarcal de Lisboa de 1776 e na Basílica da Estrela, este último feito em 1782.

Muito justamente, Machado de Castro veio a dar o nome ao Museu de Coimbra que, de entre os museus portugueses, é o que maior colecção de esculturas apresenta.

O Museu Nacional Machado de Castro está instalado desde 1913 no antigo Paço Episcopal que serviu de habitação aos bispos de Coimbra desde o século XII, e que tem anexa a antiquíssima igreja de S. João de Almedina.

Ao longo dos séculos, o conjunto arquitectónico em que se insere foi sofrendo as vicissitudes normais ditadas pela passagem do tempo e evolução das sociedades, desde a primitiva construção do fórum romano no século I da nossa era.

Em vez de fazer um grande aterro, a administração romana optou por construir uma base de suporte para o fórum através de galerias abobadadas em dois níveis, que constituem o criptopórtico. Foi sobre a plataforma assim conseguida que as diversas edificações sucessivamente construídas e arruinadas se foram sucedendo no tempo.

O resultado de toda esta evolução está hoje consubstanciado no Museu Nacional Machado de Castro, que, após um longo encerramento para obras de recuperação de acordo com um magnífico plano do Arq. Gonçalo Byrne, se vai agora abrindo progressivamente à população.

Hoje em dia, e pela primeira vez, já é possível visitar os dois pisos do criptopórtico romano, numa experiência única, atendendo a que não existe mais nenhum daquela dimensão ou condições de conservação.

A Capela do Tesoureiro, executada por João de Ruão, que nos anos 60 do século passado foi trazida para este local vinda do Convento de S. Domingos na Rua da Sofia, está hoje protegida das intempéries e integrada num pavilhão expositivo de grande qualidade.

Desafio os meus concidadãos a visitar e admirar o novo Museu que Coimbra reganhou. A Direcção do Museu, que diga-se, tem hoje à cabeça uma mulher que não precisou de quotas para se afirmar, pretende que este seja um espaço de cultura e de cidadania activa.

Existe mesmo um Grupo de Amigos do Museu que permite a qualquer um de nós participar na vida do Museu.

Perante esta nova realidade que para além de mostrar o passado nos interpela a nós hoje, só podemos dizer que estamos perante um exemplo de COIMBRA NO SEU MELHOR.


Publicado no Diário de Coimbra em 25 de Maio de 2009

domingo, 24 de maio de 2009

Longo caminho percorrido

O reencontro com colegas de há quarenta anos é uma ocasião especial. Ao contrário dos clubes sociais em que, e bem, existe uma regra que impede a discussão de religiões ou política partidária, ali isso não é necessário. A vontade de estabelecer pontes é tão forte, que supera as diferenças que entretanto se foram estabelecendo. Colegas que entretanto morreram são recordados, colegas que atravessam fases difíceis de doenças mortais são abraçadas com carinho, colegas de que não se gostava lá muito são agora simpáticos, professores esquecidos mostram orgulhosos cadernetas com classificações velhas de 4o anos. Mas todos temos as nossas botas para caminhar, como na canção desses tempos.


AL CAPONE

Esta notícia da TSF faz recordar que a única maneira de meter o Al Capone foi pela fuga aos impostos:
"O Sindicato das Carreiras de Investigação e Fiscalização do SEF denunciou, este domingo, que o dinheiro ilegal realizado em apenas um ano nas casas de alterne de Portugal daria para pagar a nova auto-estrada entre Amarante e Bragança."

sábado, 23 de maio de 2009

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A VELHA DEMOCRACIA

Michael Martin demitiu-se de líder da Câmara dos Comuns, depois da revelação das despesas dos deputados britânicos. Além dele, também um ministro e dois Lords já se foram embora. O ciclo da terceira via do socialismo de Tony Blair desfaz-se aos bocados em corrupção e poucas vergonhas ao mais alto nível.  David Cameron exige eleições antecipadas e o primeiro ministro resiste cegamente à realidade. Vamos ver como a mais velha democracia do mundo vai ultrapassar esta crise.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

KAL´s cartoon



O cartoon de KAL no Economist desta semana. Espera-se que por cá não aconteça o mesmo que na Grã-Bretanha. Mas com o que se passa com o BPN e a CGD, não estamos livres de perigo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Normalidade habitual

Tivemos em tempos uma normalidade habitual que cobria casos como esta notícia da TSF com um manto diáfano:


"O Procurador-Geral da República (PGR) deu instruções para que as diligências que impliquem cooperação judiciária internacional no caso Freeport não tenham a intervenção do Eurojust, organismo presidido por Lopes da Mota, alvo de um inquérito por alegadas pressões neste processo."


Coimbra
























Uma fotografia diferente da Sé Velha de Coimbra.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Crise ideológica



Segundo os dicionários, a palavra “crise” significa um “momento perigoso e decisivo” ou uma “mudança que sobrevém no curso de uma doença aguda”.

Como tal, é uma situação conjuntural, embora traga dor e sacrifícios no seu interior.

Enquanto duram, as crises económicas exigem cuidados especiais dos responsáveis políticos, com o objectivo de minorar os efeitos nefastos sobre os atingidos que não se podem defender. No entanto, não se pode esquecer que, durante uma crise, o essencial é preparar o futuro, para que a saída se faça a um bom ritmo, deixando para trás os desperdícios que antes existiam.

Claro que, como acontece com qualquer doença, não há curas estáveis sem diagnóstico, isto é, sem conhecimento das razões que levaram ao seu surgimento.

Sobre as causas da presente crise, já muitos especialistas se pronunciaram, devendo aqui ser salientado o livro de Vítor Bento (Perceber a crise para encontrar o caminho) que ajuda a perceber o que se passou, e cuja leitura recomendo vivamente. Há poucas semanas ouvi, no entanto, aquela que considero a maneira mais apelativa de explicar o que se passou.

No 4.º Congresso Nacional da ACEGE, o Prof. Luís Campos e Cunha comparou o sucedido à queda de um avião. Um acontecimento desse calibre nunca se deve a uma causa única, mas sim à acumulação de problemas vários, que, embora graves, só por si não fariam cair o avião. É a ocorrência em simultâneo que determina a inevitabilidade do desastre. Por outro lado, há problemas que tal como as doenças desconhecidas, não são passíveis de ser detectados antes de se manifestarem, pelo que não podem sequer ser prevenidos.

Entre essas causas, apontam-se a fé num crescimento permanente sem fim, a vontade de providenciar casas para todos, os automatismos nas decisões de investimento, o dinheiro fácil e barato durante muito tempo, a venda de produtos financeiros em pacote sem conhecimento real da sua constituição, a falta de regulação da banca de investimentos, a ganância de querer dar lucros imediatos aos accionistas que garantissem bons prémios aos gestores, a falta de ética de muitos responsáveis bancários, económicos e políticos etc.

Claro que há também quem mais uma vez acuse a economia de mercado (sim, o velho capitalismo) ou mesmo a globalização de todos os males. Esquecem que nunca houve no mundo uma tão grande produção de riqueza; nunca tantos milhões de pessoas tiveram acesso ao mínimo indispensável.

Outros tentam apresentar esta crise como uma prova de contradição entre capitalismo e Estado, esquecendo aliás tudo o que a História do século. XX ensina. Como se fosse possível imaginar o sistema capitalista sem Estado, que é essencial desde logo para regular a própria actividade económica. Isto, claro está, para além do necessário exercício das funções de soberania e de assegurar uma redistribuição social das receitas que são geradas pelas empresas da tal economia de mercado.


Publicado no Diário de Coimbra em 18 de Maio 2009

sábado, 16 de maio de 2009

Espionagem civil

O Diário de Notícias de 14 deste mês trazia a seguinte notícia:

Espionagem
Maçonaria quer serviços secretos

14 Maio 2009

A obediência maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL) pretende criar uma estrutura própria de serviços secretos, que designa por "núcleo interno de intelligence", indicam documentos a que a agência Lusa teve acesso.

A proposta foi apresentada numa reunião da Grande Dieta, órgão que equivale à assembleia geral do GOL a 21 de Março, e aprovada com 57 votos a favor e 21 contra.

O objectivo daquele "núcleo" é, segundo a acta da reunião, cumprir as "funções próprias daqueles organismos [de espionagem] no âmbito da defesa e prevenção", refere a acta da reunião.

A Lusa contactou o GOL, por correio electrónico, para obter do grão-mestre da obediência, António Reis, detalhes da estrutura e os fins práticos a que se destina, mas ainda não obteve qualquer resposta.

Na mesma Dieta foi igualmente aprovada - com 77 votos favoráveis e sete contra - a "contratação de equipas técnicas externas, para fornecimento de serviços de consultadoria e apoio efectivo ao grão-mestre e ao Conselho da Ordem nos domínios da segurança de pessoas, património e informação".

Eu, que não percebo nada destas coisas, gostava que me explicassem se uma situação destas é legal, para além de ética, dado que imagino que a "intelligence" não seja para espiar e recolher informações sobre os elementos da organização.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

CONTAS À VIDA

Às quartas feiras entre as 23.00 e a meia noite, a TVI24 tem o programa "Contas à vida". Com a moderação de António Perez Metelo, dois antigos ministros das Finanças, Jorge Braga de Macedo e Joaquim Pina Moura explicam a economia portuguesa actual e do passado. O brilhantismo de Braga de Macedo é avassalador, deixando pouco espaço aos outros intervenientes e colocando permanentemente Pina Moura na defensiva, mas de uma forma educada e intelectualmente superior. Percebe-se bem porque é que a Esquerda gosta tanto de lhe chamar de "adiantado mental".
Recomendo vivamente o programa.


A PROVA QUE NÃO PROVA NADA

Da imprensa de hoje:

"A Autoridade da Concorrência (AdC) considera que a existência de painéis nas auto-estradas com os preços iguais em várias bombas de marcas concorrentes "não constitui, por si só, uma prova de concertação ilícita entre operadores".

Confrontado pela Lusa com a existência de painéis nas auto-estradas com preços iguais para gasóleo e gasolina sem chumbo/95 em várias marcas, a AdC remeteu a situação para as conclusões do relatório que apresentou em Abril: "um paralelismo de preços de venda ao público não constitui, por si só, uma prova de concertação ilícita entre operadores nos termos da legislação da concorrência"

Claro que eu não acredito em bruxas, mas que as há, há!




quarta-feira, 13 de maio de 2009

As duas crises sobrepostas

Gráfico do Economist da semana passada.
Eduardo Catroga publicou ontem um artigo no novo jornal i sobre os grandes investimentos, em que faz uma análise cuidada da actual situação económica do país.
O artigo começa assim:
Portugal defronta uma crise económica com duas componentes: a estrutural e a conjuntural. A componente estrutural é evidenciada pela "década perdida" em matéria de convergência real (a pior desde a década de1920, em termos relativos), pelo crescimento do endividamento externo (10% do PIB, em 1995; 60% em 2004 e 100% em 2008), pela estagnação do Rendimento Nacional nos últimos anos (onde têm peso crescente os juros pagos aos credores externos) e pela evolução da taxa potencial de crescimento da economia (em declínio acentuado, sendo hoje apenas da ordem de 1%).
 A componente conjuntural da crise é fruto da situação económica e financeira internacional e será ultrapassada quando a economia americana e europeia recuperarem.



O mundo está perigoso?

O Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados é de opinião que "O mundo está a ficar perigoso". Volta a questão do copo meio cheio ou meio vazio, conforme a perspectiva.


terça-feira, 12 de maio de 2009

AMVOX3 Tourbillon GMT


Falando de relógios da Jaeger-LeCoultre, aqui está a última bomba: AMVOX3 Tourbillon GMT.
Como já é sabido, AM são as iniciais de Aston Martin, e este será o relógio adequado para conduzir o carrito, feito em cerâmica e ouro rosa. Têm é que ir a correr comprá-lo, porque só fizeram 300 para todo o mundo.

ATMOS - VIAGEM AO FUTURO



Há um relógio mecânico de mesa que tem tal precisão que não precisa de ser acertado até ao ano 3000. O amigo leitor estará a perguntar; e quem é que lhe dá corda? Bom, não precisa, é a Natureza que lha dá, através das variações da pressão atmosférica.
Aqui fica a preciosidade, inventada há 80 anos pela Jaeger-LeCoultre.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

QUE ENERGIA PARA O FUTURO? (2)



Na crónica da semana passada, apresentei o projecto da cidade de Masdar, que se encontra em construção em Abu Dhabi. Como facilmente se perceberá, a minha intenção não passou por apresentar um modelo para nós aqui em Portugal, mas apenas mostrar a importância da questão energética, hoje tão vital que até os grandes produtores de petróleo a pensam de forma séria.

Do modelo de Masdar, parece-me que há vários aspectos a reter: primeiro, a poupança nos consumos de energia; depois, a obrigatoriedade de os edifícios públicos produzirem pelo menos a energia que consomem; a reutilização da água é também muito importante, bem como o controlo efectivo do seu consumo; por fim, a organização de um sistema de transportes públicos realmente eficaz, que permite prescindir do uso de meios de transporte privados.

Claro que o aspecto mais impressivo deste exemplo de Masdar é a utilização exclusiva de energia dita “renovável”, isto é, sem recurso à queima de combustíveis fósseis.


Entre nós (dados de 2007), a energia primária consumida tem as seguintes origens: 69% de petróleo e gás natural; 11,3% de carvão; 3,5% de hídricas; 1,4% de eólica, geotérmica e solares; a biomassa, os biocombustíveis e resíduos produzem 12,3%; finalmente, 2,5% constituem o saldo de transferências eléctricas.

Como se vê, apesar do enorme investimento em eólica, com grandes apoios do Estado nos últimos dez anos, o papel das chamadas novas energias renováveis continua muito reduzido. A fatia de energia proveniente das barragens poderia ser bem maior se não se tivesse abandonado a construção da barragem de Foz Côa em 1995, facto que atrasou ainda os novos projectos hidroeléctricos previstos.

É também crucial salientar que, nos últimos dez anos, a factura energética líquida paga por Portugal aumentou 440%, tendo a componente importada de energia primária diminuído apenas de 85% para 83% no mesmo período.

A estratégia energética a adoptar por Portugal nas próximas décadas será, muito provavelmente, o factor essencial para a definição da nossa competitividade económica, diminuindo a excessiva dependência externa que hoje se verifica.

Em tempo de preparação de programas eleitorais, devemos ter a maior atenção às diversas propostas neste domínio. Os critérios passarão inevitavelmente por reforçar a biomassa, a hidroeléctrica e a eólica. O nuclear terá que ser obrigatoriamente encarado de frente. Não podemos esconder o facto de que boa parte da energia eléctrica que somos obrigados a importar tem essa origem. Não podemos pensar que o petróleo durará para sempre (e barato), e muito menos podemos esconder a cabeça na areia no que diz respeito ao nuclear, se queremos ser competitivos.

De qualquer forma, os portugueses precisam que lhes seja claramente dito quais são as alternativas em jogo, e qual a influência de cada uma delas na resposta à necessidade de aumento da competitividade nacional.


Publicado no Diário de Coimbra em 11 de Maio de 2009