terça-feira, 30 de junho de 2009

O nosso canguru


Como a Economist viu a última cimeira de líderes europeus que designaram Durão Barroso para um segundo mandato, sem deixarem, no entanto de lhe atirar umas pedras.

Diana Krall

Sabe bem ouvir (e ver, já agora), para descansar um pouco e recuperar forças:

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O SOCIALISMO REAL CAIU HÁ 20 ANOS



Está a passar relativamente despercebida a efeméride de um dos acontecimentos mais significativos do nosso tempo.

Foi em 1989 que uma das experiências sociais mais profundas e duradouras dos últimos séculos teve o seu fim simbólico, com a queda do Muro de Berlim em 9 de Novembro desse ano.

Terminava, assim, de forma inglória uma aventura que marcou de forma indelével quase todo um século da humanidade. E foi o povo anónimo que tomando nas mãos o seu futuro acabou com um sistema que tinha levado o mundo à beira do precipício do holocausto nuclear durante a Guerra Fria.

Não vale a pena analisar aqui as causas que no século XIX levaram ao surgimento e desenvolvimento do chamado Socialismo Real no início do século XX, nem sequer descrever a tragédia humanitária que constituiu enquanto existiu. A sua História ainda é suficientemente recente para todos nos lembrarmos disso. Por outro lado, ao desaparecer aquilo a que Churchill chamou de “cortina de ferro”, não há também qualquer razão para que persistam as posições de anti-comunismo. As aberrações comunistas que ainda subsistem, como Cuba e a Coreia do Norte, não têm qualquer relevância e apenas mostram, mais uma vez, como as ditaduras são incapazes de entender a passagem da História, e só subsistem como sistemas de poder pessoal.

A queda do Muro de Berlim foi o acontecimento que simbolizou as transformações do mundo comunista que terminaram na sua extinção. Curiosamente, foi o início dos trabalhos do Congresso dos Representantes do Povo em Moscovo, em 25 de Maio de 1989 que veio a determinar a implosão comunista.

Quando o líder soviético Mikhail Gorbachev abriu a porta às críticas, a liberdade entrou pelo Congresso em torrentes de tal forma violentas que o regime soviético acabou por ser destruído pelo seu interior.

O equilíbrio mundial instável e perigoso que existia no mundo pela existência de dois blocos ficou assim destruído, pelo súbito desaparecimento de um deles.

Em termos políticos, a nação líder do anterior bloco ocidental, os EUA, ficou notoriamente desorientada pelo desaparecimento do contraponto a nível mundial.

Em termos económicos, o mundo viu surgir um novo mercado gigantesco, muito desorganizado, mas que rapidamente evoluiu e deu origem a uma nova situação de liberdade de comércio e de trocas financeiras conhecido por globalização.

As ondas de choque tremendas de há vinte anos ainda hoje se sentem pelo mundo inteiro. Os desequilíbrios que então existiam estão, porém, notoriamente atenuados, havendo centenas de milhões de pessoas com acesso a níveis de vida e uma liberdade que eram impensáveis.

Não se pode deixar de considerar que a actual crise económica e financeira é igualmente uma consequência do que então sucedeu. A adaptação das estruturas de regulação económica internacional que foram pensadas para um contexto mundial completamente diferente não foi feita. Em consequência, o próprio sistema económico reagiu à euforia e artificialidade criada no mundo financeiro impondo uma correcção que se está a fazer com grande sacrifício por toda a parte.

A efeméride do desaparecimento do Socialismo Real merece bem ser recordada, ficando o ano de 1989 como crucial para toda a humanidade, pelas consequências que teve, está a ter e terá ainda por muito tempo.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A resposta do mercado

Do JN:  "As acções da PT seguem a subir 0,72 por cento para 6,69 euros, depois de o Governo ter anunciado que comunicou à administração da operadora que vai inviabilizar a compra de 30 por cento da Media Capital.

Às 11:15, as acções da PT seguiam em alta ligeira, valendo 6.69 euros, o valor mais alto desde o início de Setembro de 2008."


quinta-feira, 25 de junho de 2009

NO MOMENTO CERTO

Muito bem Cavaco Silva ao comentar o "negócio" da compra da TVI pela PT, exigindo ética e transparência: no momento certo e em público, pela primeira vez.
Neste momento é de relembrar igualmente a reacção violenta de Jorge Sampaio quando se soube de determinada "fundação" no tempo de Guterres.


quarta-feira, 24 de junho de 2009

MÁS NOTÍCIAS

As notícias da OCDE (via DN) de hoje são mesmo más:

Portugal ainda não atingiu o pior da crise, diz OCDE.
As previsões da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) indicam que a economia portuguesa ainda não bateu no fundo. Esta organização prevê que Portugal sofra uma queda de 4,5% neste ano e continue a derrapar em 2010: decréscimo de 0,5%. Número que levarão o desemprego a atingir valores recorde e um forte impacto nas contas do Estado.

De alguma forma o país precisa de reagir a isto, sem as habituais conversas de pau.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Evangelho do dia

(Mt 7, 6.12-14) Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, não vão eles calcá-las aos pés e voltar-se para vos despedaçarem. Tudo quanto quiserdes que os homens vos façam fazei-o também a eles, pois nisto consiste a Lei e os Profetas. Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que leva à perdição e muitos são os que seguem por eles. Como é estreita a porta e apertado o caminho que conduz à vida e como são poucos aqueles que os encontram!»

Tenham um bom dia.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O FUTURO DA ECONOMIA DE COIMBRA

Como escrevi neste espaço na semana passada, a competição entre as cidades é hoje muito importante. O aprofundamento da integração no espaço comunitário leva a que a identificação das populações se faça cada vez mais com as cidades em que residem e trabalham. Daí a grande importância da identidade, que se relaciona com a História cultural das cidades e com a sua afirmação económica.
Nas últimas duas ou três décadas do século passado, Coimbra viu desaparecer grande parte do seu tecido industrial. Não vou aqui desenvolver as razões por que tal sucedeu, mas foi um facto, e é hoje irreversível. O importante é perceber as linhas de evolução económica, e ajudar a criar as condições para que a cidade seja mais produtora de riqueza do que consumidora, e se afirme na constelação das cidades.
No decorrer do corrente ano, a ACEGE teve a oportunidade de promover a realização de conferências por responsáveis de empresas e organismos públicos de reconhecido sucesso. Em particular, ouviram-se responsáveis de novas empresas como a Bluepharma, a ISA e a Crioestaminal, que explicaram como montaram projectos empresariais que, com determinação, capacidade técnica e inovação tecnológica, se vieram a afirmar internacionalmente em áreas de grande competitividade. E, como estas, surgiram várias outras, que são exemplos de grande capacidade tecnológica e empresarial como a Critical Software, só para citar a mais conhecida.
Em termos estratégicos de evolução económica, isto significa que Coimbra está a mudar rapidamente, o que exige vontades dotadas de visão, para que a mudança se consolide e se expanda.
A criação de um cluster económico ainda informal na base das tecnologias da informação e da investigação universitária em diversas áreas começa a ser visível em Coimbra, e é necessário que continue a ter apoio.
Ao contrário do que muitas vezes se lê na comunicação social, a Universidade de Coimbra está hoje no patamar superior no que respeita às novas tecnologias, existindo uma forte ligação descomplexada entre a investigação que se pratica nos seus laboratórios e o mundo empresarial.
O Instituto Pedro Nunes tem tido um papel crucial nessa área, com a sua incubadora de novas empresas. O novo parque tecnológico vem criar condições físicas óptimas para a implantação de novas empresas, expansão das existentes e atracção de investimentos externos na área da inovação.
A existência de laboratórios tecnológicos virados para o apoio a actividades económicas – como é o caso do Itecons, que resultou de parcerias entre a Universidade, a economia real e o próprio município – é fundamental. A sua actividade dá solução local a questões técnicas complexas que anteriormente só se podiam resolver em Lisboa ou no Porto, criando valor enquanto desenvolve novas soluções e apoia tecnicamente uma actividade económica importante como é a construção civil.
Muito há ainda a fazer para recuperar a pujança económica que Coimbra teve no passado. Uma coisa é certa, porém: há caminhos já abertos, e a existência de uma nova classe empresarial fortemente ligada à investigação com espírito empreendedor e sucesso na sua actividade é mais uma demonstração do que é Coimbra no seu melhor.

Publicado no Diário de Coimbra em 22 de Junho de 2009

quarta-feira, 17 de junho de 2009

MUDANÇA

Como se sabe, todo o mundo é composto de mudança.
Título do jornal "i" de hoje: PS vai pedir ao PSD proposta de novo nome para provedor de Justiça .
E esta hem?


terça-feira, 16 de junho de 2009

Evangelho do Dia

(Mt 5, 43-48) Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A IMPORTÂNCIA DAS CIDADES



Pensar estruturadamente as estratégias de desenvolvimento do país não é tarefa fácil, mas é essencial para se encontrarem saídas para a situação complicada em que nos encontramos. Por isso, não se podem deixar de ter em conta as propostas de quem, possuindo uma competência excepcional, analisa a realidade nacional em profundidade há anos, com acesso a metodologias adequadas e dirigindo equipas pluridisciplinares de grande qualidade.

Refiro-me ao Doutor Ernâni Lopes, que em vários fóruns e publicações tem vindo a propor caminhos e atitudes perante as dificuldades da nossa organização económica, como fez recentemente numa entrevista à revista Visão. Também há alguns meses tivemos a honra de o ouvir em Coimbra num encontro da ACEGE, durante o qual partilhou com os presentes a sua visão do país e os resultados dos trabalhos que vem desenvolvendo, designadamente no âmbito da SaeR.

Não pretendo aqui descrever o estado da nossa economia, que o Doutor Ernâni Lopes classifica de doente, ou as razões deste estado de coisas. Parece-me mais importante apresentar as linhas estratégicas indicadas pelo Doutor Ernâni Lopes para a solução dos nossos problemas, até porque são muito concretas. Em resumo, aponta cinco conjuntos de sectores económicos a desenvolver; são eles: (1) Turismo, (2) Ambiente, (3) Cidades, (4) Serviços de valor acrescentado, (5) Hipercluster da economia do mar.

Destes domínios, destaco um, porque se reveste de um interesse muito particular relacionado com capacidades decisórias locais, que é o das Cidades.

A visão das cidades desenvolvida pelo Doutor Ernâni Lopes tem pouco a ver com a visão tradicional. Isto é, vai muito além da atitude habitual de gerir cidades pelo ordenamento físico do espaço urbano. Como a urbanização das sociedades é crescente, acompanhando a desertificação do interior, as cidades têm um papel cada vez mais importante. A competição entre regiões e mesmo entre países é progressivamente substituída pela competição entre as cidades que concorrem entre si na atracção de recursos. Relembro aqui os critérios “International Forum on Urban Competitiveness”, que aqui apontei há uns meses, e que são: produto total, produto per capita, produto por unidade de área geográfica, produtividade laboral, número de empresas multinacionais instaladas, número de patentes, preços, taxa de crescimento económico e taxa de emprego.

É assim que as cidades passam a ser vistas como produtoras de riqueza e não como simples consumidoras. Essa produção de riqueza faz-se normalmente através de bens e serviços, que deverão garantir o maior valor acrescentado possível.

O papel dos gestores das cidades passa, pois, a ser fundamentalmente o de proporcionar condições vantajosas para os agentes económicos em termos de competitividade externa.

domingo, 14 de junho de 2009

Orquestra Clássica do Centro


No dia 17 (quarta-feira), não deixe de aparecer.

Lonely at the top


















Deve ser lido o artigo desta semana da Economist sobre o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso. Olhando de fora, descobrem-se-lhe defeitos, mas também grandes qualidades. E na realidade, não houve mais nenhum político português nas últimas dezenas de anos que tenha merecido páginas inteiras da imprensa internacional (não apenas esta).

"OBSERVAR"

Imprescindível a leitura do artigo de António Barreto de hoje no Público, sobre os "Observatórios" que o Estado inventou para tudo e mais alguma coisa e que na realidade não servem para nada: "simplex" com eles.
O artigo termina assim:
"Para quê criar observatórios dependentes do Governo? Para que servem as Inspecções e as Direcções-Gerais? Por que não contratar entidades independentes, exteriores à Administração Pública, privadas ou estrangeiras? Já agora, comparem-se os prazos e os custos de obras públicas com grandes empreendimentos privados, a Ponte do Carregado, por exemplo, ou os grandes centros comerciais. O resultado é uma vergonha para a Administração Pública."

quarta-feira, 10 de junho de 2009

10 DE JUNHO

A minha pátria é a língua portuguesa

CAMÕES

Descalça vai para a fonte

Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.

SOPHIA

Pudesse Eu

Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!


O rio da minha aldeia

Fernando Pessoa (poemas de Alberto Caeiro):

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,

Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

FERNANDO PESOA

Liberdade


Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

BRASILEIRINHO

Maria Betânia ao vivo: Tarde em Itapoã

segunda-feira, 8 de junho de 2009

IMPRESSIONANTE

Impressionante o relato, feito na primeira pessoa, das torturas e assassinatos generalizados perpetrados pelo Partido Comunista do Cambodja (Khmer Rouge) ainda não há tantos anos assim, que vem na Revista Veja:

Guardas do Khmer Rouge matavam bebês de prisioneiros para evitar que, no futuro, eles buscassem vingança pela morte de seus pais, confirmou nesta segunda-feira o carcereiro-chefe do Tuol Sleng, o centro de tortura mais conhecido do regime. Kaing Guek Eav, conhecido como o "camarada Duch", é o primeiro de cinco proeminentes membros do partido a falar diante de um tribunal pelos crimes cometidos entre 1975 e 1979 a mando de Pol Pot no Camboja .

Duch, acusado por crimes contra a humanidade, crimes de guerra, assassinato e tortura, admitiu a responsabilidade pela morte dos bebês. "Quando crianças chegavam ao centro, eu mandava matá-las porque nós tínhamos medo que essas crianças se vingassem", disse o ex-carcereiro, hoje com 66 anos, segundo a agência de notícias Reuters. "Eu tinha que implementar a política do Partido Comunista", acrescentou.

Durante o testemunho, Dutch afirmou que a execução era feita por seus subordinados. Segundo ele, os guardas batiam os bebês contra árvores para matá-los. Ele negou a acusação da promotoria de que crianças eram jogadas de janelas do terceiro andar, o que, de acordo com Duch, provocaria pânico entre os prisioneiros. Estima-se que mais de 14.000 pessoas, entre elas mulheres e crianças, tenham morrido no local, situado em Phnom Penh.


PARABÉNS

Parabéns a, por esta ordem:

Portugal
Ferreira Leite
Paulo Rangel
Durão Barroso
Cavaco Silva

SONDAGENS

Sondagens, para que vos quero.
O Sol da passada sexta-feira referia, na sequência das indicações dessa "ciência exacta" que são as sondagens, que "Partidos no Governo serão penalizados... mas o PS português foge à regra".
Fiem-se nestes sociólogos tipo ISCTE, fiem-se...

NADAR EM COIMBRA, HOJE



No cumprimento da sua vocação informativa os jornais dão-nos conhecimento da realidade que frequentemente passa ao lado dos grandes títulos que chamam a atenção. Basta que sejam lidos para além da primeira página. É assim que, há poucos dias, o Diário de Coimbra nos deu conhecimento dos resultados de mais um torneio de natação que decorreu no Complexo Olímpico de Piscinas em Coimbra. Ficámos a saber que o balanço do II Meeting Cidade de Coimbra/XXI Torneio Internacional da Queima das Fitas - que contou com a participação de numerosa comitiva de atletas estrangeiros - se saldou por 24 recordes nacionais, 5 tempos de acesso para o Campeonato do Mundo em Roma, 17 tempos mínimos para o Campeonato da Europa de Juniores em Praga, dois mínimos para os Jogos Olímpicos da Juventude em Singapura, para além de muitos outros resultados relevantes ao nível regional e de categorias.

Aproveito para fazer alguns comentários.

Primeiro, este encontro desfaz o mito da “Queima das bebedeiras”. Se algumas acontecem entre os largos milhares que celebram esta grande festa de juventude originária da nossa Universidade, e que muitas outras agora imitam, as bebedeiras não constituem, de forma nenhuma, o centro da Queima das Fitas.

Segundo, os atletas não se cansaram de elogiar as condições das instalações que serviram de palco ao torneio. É conveniente recordar que até há poucos anos o concelho de Coimbra era, de entre os concelhos do distrito, aquele que dispunha de menor área de piscina por habitante. Essa situação foi completamente ultrapassada. Coimbra dispõe hoje, de um número de piscinas públicas que a colocam na linha da frente do país nessa área desportiva. Para além da quantidade, existe ainda a qualidade. Todos nos recordamos que Coimbra não possuía uma piscina olímpica, e que as antigas piscinas não possuíam condições de comodidade ou segurança mínima para a prática da modalidade. Não é à toa que atletas de nível mundial que agora nos visitaram consideraram o Complexo Olímpico de Piscinas de Coimbra como estando à altura do melhor que há na Europa.

Coimbra já foi, em tempos, um alfobre de nadadores, tendo dado origem a grandes campeões; a degradação das instalações desportivas alterou esta realidade. Hoje, assistimos a um novo boom. O elevado número de recordes regionais a que se assistiu neste meeting, com os nossos nadadores a serem “puxados” pelos campeões internacionais, é indicativo de que Coimbra poderá reocupar um lugar cimeiro na natação nacional.

Como os mais modernaços de entre nós gostam de dizer, para correr software avançado, é necessário que o hardware tenha capacidade para tal.

Esta é a situação actual da natação entre nós, que indiscutivelmente significa COIMBRA NO SEU MELHOR.


Publicado no Diário de Coimbra em 8 de Junho de 2009

sábado, 6 de junho de 2009

Reflectir

Como hoje é oficialmente dia de reflexão, aqui vai uma música para ajudar. Que a qualidade do resultado da reflexão seja equivalente à música, para que amanhã à noite se ouçam violinos e trompetes.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Via verde em Coimbra

De uma petição que corre na Internet:
Sabiam que o centro Via Verde da Mealhada foi deslocalizado para a Marinha das Ondas?
Sabiam que em nenhuma das saídas de Coimbra na A1 existe um centro Via Verde?
PARA MUDAR UMA SIMPLES PILHA DO IDENTIFICADOR DA VIA VERDE OS HABITANTES DE COIMBRA E ARREDORES TÊM OBRIGATORIAMENTE DE SE DESLOCAR A AVEIRO OU LEIRIA, O QUE IMPLICA REALIZAR UMA VIAGEM DE MAIS DE 100 KM (IDA E VOLTA).
No entanto, abriram novas lojas Via Verde em Lisboa, a acrescer às várias que lá havia...

Se não concorda com a forma como Coimbra tem sido destratada nos últimos tempos com a deslocalização de diversos serviços para outros pontos do país;
Se também se sente prejudicado com esta medida da Via Verde;
Se concorda que Coimbra também merece um Centro/Loja Via Verde;

Então PROTESTE, vamos fazer a Administração da Via Verde sentir que Coimbra está viva e percebe o que lhe vão fazendo.
Por um serviço Via Verde eficaz e digno em Coimbra, subscreva esta petição!
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2009N90

Esta é mais uma, a isolar Coimbra a partir de Lisboa.

Vigilância da costa portuguesa

Tenho seguido este assunto com alguma atenção, embora não seja fácil pela opacidade de que se tem revestido.
Agora, aparece esta notícia na imprensa de hoje (Diário de Notícias):

O júri do Ministério da Administração Interna (MAI) do concurso para adjudicar o Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC) decidiu que a empresa espanhola Indra é a que está em melhores condições para instalar toda a rede de radares da costa portuguesa. O relatório final preliminar - o definitivo só dentro de dez dias, que é o prazo de contestação das outras duas concorrentes - foi concluído na passada sexta-feira, prazo prometido pelo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, José Magalhães, que coordena o processo.
Um argumento de peso foi o facto de Espanha, já em fase de negociações finais, ter puxado de uma 'carta' forte: a oferta, sem qualquer despesa para Portugal, da ligação e interconexão com o sistema SIVE - a rede de radares espanhola -, ficando a execução da promessa "apenas dependente dos acordos correspondentes com este Estado". A "cartada" política deitou por terra os concorrentes de peso da Thales, de França, e da Globaleda, dos Açores. Nenhuma das empresas quis comentar, mas não afastam a possibilidade de contestar a decisão. A oferta gratuita, ao alcance apenas da empresa espanhola, que nunca foi considerada anteriormente, pode ser interpretada como uma violação do princípio da concorrência, pois só um dos concorrentes a pode apresentar.
A agravar a situação está o facto de fazerem depender essa proposta de futuro acordo entre os Governos, dando uma dimensão política, igualmente inatingível para as outras empresas.

O Estado Espanhol não olha a meios para defender os interesses das empresas espanholas, colocando mesmo a soberania à sua disposição.
Isto é verdadeiramente escandaloso e continua a confusão que tem sido este processo. Só um pequeno exemplo: a torre que vai acolher este equipamento à entrada da Barra do Porto de Aveiro está terminada há para aí uns dois anos. Pois bem, a energia eléctrica da mesma é fornecida por um gerador eléctrico alugado em permanente funcionamento em vez de se fazer a ligação definitiva à rede e pelos vistos ninguém se importa com a despesa.

KAL´s cartoon


Da Economist desta semana

quinta-feira, 4 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

EURODEPUTADOS


Para quem ainda não tem conhecimento dos vencimentos dos eurodeputados, aprovados há pouco tempo, aqui ficam:
- Salário anual de 92.000 euros;
- Generosa pensão "não-contributiva" , isto é, financiada exclusivamente por impostos;
- Verba anual de 50.424 euros para constituição de gabinete de apoio, exista ou não;
- Ajudas de custo diárias de 298 euros;
- Despesas de deslocação de centenas de euros por semana, sem exigência de apresentação de recibos.

De assinalar que em Março último, quase 70% dos eurodeputados votaram que as despesas futuras dos eurodeputados se manterão secretas.

GPS



Quando andei a navegar pela Marinha há uns trinta anos, a localização do navio ainda era feita pelos métodos tradicionais e antigos, utilizando conhecimentos de astronomia (tirar o ponto) ao nascer do dia, ao por do sol e ao meio-dia com recurso ao sextante.
Só nessa época começaram a ser colocados nos navios uns aparelhos que davam as coordenadas: longitude e latitude. Era o aparecimento, nessa altura ainda com utilização exclusivamente militar, dos GPS.
GPS significa "Ground Position System" e é uma tecnologia hoje amplamente difundida nos automóveis e em actividades ao ar livre, como montanhismo.
O GPS funciona pela captação de sinais rádio enviados por uma rede de 24 satélites que estacionam a uma altitude de cerca de 19.000 Km e que por triangulação permite uma localização com uma precisão de menos de 10 metros.
Algumas curiosidades sobre o GPS (da revista TIME):
-O primeiro satélite do sistema GPS foi lançado em 1978;
- Em 1983 o Presidente Ronald Reagan anunciou que o sistema, até aí exclusivamente militar, seria disponibilizado à navegação civil;
- Em 2000 os militares deixaram de confundir os sinais disponibilizados ao mundo civil, prática até aí seguida, por razões de segurança; isso permitiu aumentar de forma drástica a precisão dos aparelhos que usamos e difundir a sua utilização.
Dado que os GPS trazem hoje incluídos mapas e tecnologia de localização, os mapas de papel são cada vez mais desnecessários, dado que aqueles aparelhos trazem a localização de restaurantes, hotéis, hospitais e mesmo de zonas de velocidade controlada por radar.
Os aparelhos que usamos hoje em dia juntam duas funções: localização geográfica e informação de mapas associados à localização. Se a localização é precisa, já a informação acessória pode variar, por alteração de sinalização de trânsito, deficiência de informação dada, etc. Isto é, aconselha-se os automobilistas a utilizar esta ferramenta de forma sensata e como mera informação, nunca como ordem a seguir cegamente, o que pode trazer problemas e ser mesmo perigoso.