domingo, 24 de dezembro de 2017

Uma história de Natal



Ao fim da viagem, os magos chegaram finalmente a Belém da Judeia. Tinha sido uma viagem longa a que tinham decidido fazer aqueles que, vindos de locais díspares da Europa, da Ásia e de África, se tinham encontrado enquanto seguiam a estrela que acreditavam ser o sinal divino que os guiaria até ao rei dos judeus, o Messias, que tinha nascido em Belém. Chamavam-lhes reis, talvez mais por respeito pela sua imponência e manifestação exterior de riqueza; magos seriam, pelos seus grandes conhecimentos dos movimentos dos astros, conhecimento esse muito importante para a organização da vida humana e não por praticarem magia. Para a História ficaram os nomes de três, Gaspar, Baltazar e Melchior, eventualmente os mais importantes, mas seriam talvez mais, algumas dezenas, não há certezas sobre isso. Segundo a tradição, Gaspar e Melchior seriam brancos e o outro, Baltazar, negro. A ordem em que seguiam seria indiferente, mas de pelo menos um menino eu sei que no seu Presépio colocava sempre Baltazar no meio, para não se sentir tratado de forma diferente, caso em que seria o último.
Sabendo que tão distintos visitantes haviam chegado ao seu reino, o rei Herodes deu-lhes as boas vindas, ficando assim a saber do nascimento do “rei dos judeus” que os magos tinham vindo venerar, pedindo-lhes que, no regresso, o visitassem de novo com novas do recém-nascido, para que ele próprio o pudesse ir visitar. Herodes tinha sido nomeado rei dos judeus pelos romanos uns 40 anos antes, depois de Pompeu ter conquistado Jerusalém e ficou receoso de que o seu poder fosse ameaçado pela chegada ao mundo de Jesus Cristo, o messias. O rei Herodes ficou famoso na História por ter realizado importantes obras em Jerusalém, reconstruindo o Templo de Salomão que até àquela altura já havia destruído por diversas vezes, em diversas conquistas de Jerusalém pelos povos mais diversos, desde egípcios a jebusitas, assírios, babilónios e romanos, passando por Alexandre o Grande, numa contínua espiral de violência que continua nos dias de hoje.
Os reis magos encontraram o menino que procuravam embrulhado em panos e deitado numa manjedoura num estábulo, já que os seus pais vindos da Nazaré a Belém para proceder ao recenseamento ditado pelos romanos não tinham encontrado lugar na estalagem. Imagem que ficaria marcada na tradição cristã a que, doze séculos mais tarde, um ecologista radical amante da simplicidade e dos animais chamado Francisco juntaria dois animais, uma vaca e um jumento, fixando o presépio como ainda hoje o conhecemos.
Os reis magos prostraram-se em adoração perante o menino e fizeram as suas oferendas: ouro, incenso e mirra, simbolizando o que na altura havia de mais valioso. Ao regressarem já não passaram pelo palácio de Herodes que ficou assim sem saber o paradeiro do menino que receava lhe viesse a retirar o poder. E reagiu da forma mais violenta, mandando matar os primogénitos de todas as famílias em Belém com menos de dois anos.
O Pai do menino, que sabia bem não ser o seu pai biológico como hoje se diz tomou porém, fosse prevenido por um daqueles anjos que naquele tempo andavam pela Terra a ajudar as pessoas ou por alguém simplesmente condoído pela sorte que esperaria aquele menino, a decisão de levar a família para bem longe de Herodes. E assim aqueles refugiados fugiram da Judeia e se foram abrigar no Egipto, de onde apenas regressaram à sua terra, Nazaré, após o desaparecimento do rei. Herodes é uma personagem histórica que acabou por ter o papel fundamental de datar todos os acontecimentos relacionados com o nascimento daquele Menino Jesus que, ao contrário do que ele receava seria rei, mas não do reino que era o dele.
E não, não é por a Natividade se renovar todos anos que nos impressiona. É porque, infelizmente, os motivos que a tornam numa excepção amorosa e indicadora de caminhos a seguir se mantêm hoje como há 2.000 ou mesmo mais anos. As diversas formas de violência, incluindo a religiosa, mas também o racismo, a xenofobia, a exploração infame e, acima de tudo, a não aceitação do Outro como ele é, exigem um Natal que não seja uma festa comercial e de hipocrisia, mas sim o natal dos simples e bondosos de há dois mil anos. E é desta forma que, no dia 25 de Dezembro de 2017, desejo Feliz Natal a toda a família do Diário de Coimbra, desde quem o faz a quem o lê.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

AUTOEUROPA



Na sequência dos esforços para trazer investimento externo para Portugal do então Primeiro Ministro Cavaco Silva e do seu Ministro da Indústria Mira Amaral, a fábrica Autoeuropa, então uma joint-venture da VW e da FORD, entrou em funcionamento em Maio de 1995, produzindo os modelos Sharan (VW) e Galaxy (Ford). Quatro anos depois, a Autoeuropa já produzia meio milhão de veículos num só ano atingindo o milhão poucos anos depois, em 2003.
Trata-se do maior investimento estrangeiro de sempre, em Portugal. A fábrica, instalada em Palmela, ocupou uma área de cerca de dois milhões de metros quadrados e o valor do investimento foi de 1.970 milhões de euros, incluindo o custo do desenvolvimento dos modelos monovolume com que começou a laborar. A fábrica é uma das mais modernas da Europa, com padrões ambientais e de segurança que respeitam as normas mais exigentes, tendo quatro zonas principais: prensagem, construção de carroçarias, pintura e linha de montagem. Junto da fábrica nasceu um parque industrial onde se instalaram alguns dos seus fornecedores. A sua importância na economia nacional é enorme: neste momento tem mais de 3.000 pessoas empregadas, assegura 10% das exportações e representa, por si só, 1% do PIB nacional. Isto directamente, porque a montante deu origem a muitas empresas que lhe fornecem materiais e equipamentos; algumas dessas empresas começaram a produzir para a Autoeuropa, especializaram-se, e hoje são elas próprias exportadoras.
Depois da Autoeuropa, Portugal nunca mais conseguiu atrair algum investimento estrangeiro que se pudesse comparar a este. Hoje temos consciência de que se aproveitou uma janela de oportunidade provavelmente irrepetível. O momento da formação da “joint venture” entre a VW e a Ford para a construção da Autoeuropa ocorreu em 1991, tendo a decisão sido tomada pouco tempo antes.
O fim das ditaduras comunistas que se seguiu à queda do muro de Berlim em Novembro de 1989 e a implosão da União Soviética em Dezembro de 1991 veio alterar todo o quadro político europeu. A Alemanha Oriental e a República Federal da Alemanha assinaram o “Tratado de Reunificação” em 31 de Agosto de 1990 e a reunificação tornou-se oficial em 3 de Outubro desse ano. Os países que pertenciam ao Pacto de Varsóvia ficaram livres para escolherem o seu destino e viraram-se para a União Europeia. O centro da Europa deslocou-se irreversivelmente para Leste, a Alemanha, agora reunificada, tornou-se maior, mais importante do ponto de vista económico e reatou as históricas relações com os países vizinhos “do outro lado”. Em consequência, Portugal ficou mais periférico, com menos capacidade para competir economicamente com os parceiros da União, viu ruírem os seus sonhos de crescimento económico através da industrialização e vira-se hoje para o turismo como atividade económica relevante dentro das exportações, restando-nos a Autoeuropa, em termos de indústria transformadora pesada.
Infelizmente, a Autoeuropa anda desde há meses nas notícias por más razões. O que era uma boa notícia está a transformar-se rapidamente numa bomba ao retardador que pode mesmo vir a acabar, a prazo, com a Autoeuropa. Tendo a fábrica portuguesa conseguido ser a escolha da VW para o fabrico de um novo modelo, o T-Roc, foi feito um investimento de quase 700 milhões de euros para instalação de uma nova multiplataforma multimodal. Mas a paz sindical existente na Autoeuropa desde o seu início, com acordos alcançados ao longo dos anos entre a Administração e a Comissão de Trabalhadores foi quebrada. Assistiu-se mesmo a uma greve em Agosto deste ano e é patente uma guerra sindical teleguiada pela Intersindical de recusa de novas condições laborais perfeitamente legais que, segundo a Administração, são necessárias para garantir a produção prevista do novo modelo. Nos últimos meses, vários acordos conseguidos entre Administração e Comissão de Trabalhadores foram rejeitados em plenários de trabalhadores, com orientação evidente dos sindicatos/Intersindical que, até há pouco, nunca haviam conseguido destruir a paz sindical de trinta anos da empresa.
A situação é grave e perigosa para os próprios colaboradores da Autoeuropa e para o país. Sabe-se que o grande investimento feito há pouco tempo na fábrica condiciona as alternativas da VW alemã, mas há outras fábricas do grupo a quererem produzir o novo modelo e com capacidade de o fazer a médio prazo. A deslocalização da produção dos modelos da Autoeuropa para outro país seria uma tragédia económica que se repercutiria em cascata por outros sectores da economia. Para além do sinal negativo que daria a possíveis investidores internacionais. É por isso que a situação na Autoeuropa tem de ser acompanhada com o máximo cuidado pelas autoridades nacionais. Até porque já conhecemos o exemplo da saída da Opel do Carregado em 2006, alguns dos protagonistas são os mesmos e já demonstraram não se preocupar minimamente com o desenvolvimento económico do país.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Portugal e a defesa comum europeia



Pelo início do processo parecia que ia correr mal e ainda hoje não se percebe porquê. De forma algo surpreendente, no dia 13 de Novembro Portugal não participou na reunião em que 23 países da União Europeia assinaram um documento que lançou as bases para que, finalmente, a União venha a ter uma Defesa comum: a denominada Cooperação Estruturada Permanente (CEP). Portugal foi um dos quatro países que ficaram de fora, o que levantou as maiores dúvidas e perplexidades quanto à posição portuguesa sobre a futura Defesa e Segurança da Europa. Esta iniciativa é estratégica para a Europa e tardavam a surgir as decisões para dar início à chamada PESCO (cooperação reforçada na área da segurança e defesa da União Europeia). Este processo que agora se anuncia deverá demorar pelo menos uns dez anos a ser uma realidade prática e terá reflexos muito importantes na organização das Forças Armadas dos países europeus, por exemplo nos equipamentos militares ou na cibersegurança, cada vez mais importante. Acresce que, se Portugal é membro da NATO, também o são 22 dos países europeus do grupo da CEP, pelo que não é essa condição que impediria a não participação do nosso país na nova estrutura europeia. Aliás, genericamente, a futura CEP é vista pela União Europeia como uma força complementar à NATO, que não pretende substituir na defesa coletiva dos seus membros, mantendo-se como uma estrutura de defesa mais alargada a nível internacional. Dos países em falta, tirando o Reino Unido em processo de auto exclusão da União, além de Portugal e da Irlanda que já confirmou ir aderir à CPE, ficam a Dinamarca que logo na sua entrada para a União informou que nunca participaria em políticas militares comuns e Malta, também por motivos históricos ditados por tratados assinados em tempos idos.
O mundo é hoje muito diferente do que era há poucos anos. A União Soviética desapareceu por implosão, o terrorismo islâmico é uma ameaça permanente e os EUA iniciaram, com Trump, um caminho de afastamento da Europa que deverá ser definitivo numa nova ordem mundial em que a China passará a ser uma potência que, dentro de pouco tempo, deverá ser dominante no mundo. A Rússia, que é hoje apenas uma potência regional, está ansiosa por se afirmar para o que usa todos os meios ao dispor, de alguma forma legítimos como os energéticos, ou ilegítimos como se torna cada vez mais evidente, através do que se pode chamar intervenção cibernética abusiva, ou mesmo o apoio a divisionismos nacionalistas. Acima de tudo, tenta enfraquecer a União Europeia que está mesmo ao lado e é uma potência económica com uma capacidade centrípeta muito forte relativamente aos países do antigo Pacto de Varsóvia. Por todas estas razões, a União Europeia precisa de encontrar formas de entendimento para que os países da União garantam, em conjunto, uma voz comum em matéria de capacidade de defesa e segurança. Não se trata de construir um exército europeu, embora haja alguns países que o defendam, mas de encontrar processos comuns de decisão, de partilha de procedimentos e de equipamentos.
Surpreendido negativamente pela ausência de Portugal na assinatura do documento de 13 de Novembro, o Presidente da República considerou que “seria um erro histórico o parlamento não aprovar, por falta de diálogo, um projeto de apoio à adesão de Portugal ao mecanismo de defesa comum europeia”. Referia-se às diferentes posições dos partidos “europeístas” da Assembleia da República que parecia irem desembocar numa falta de consenso sobre esta matéria. Claro que do PCP e do BE não viria nenhuma posição construtiva percebendo-se, por detrás de pacifismos serôdios, as velhas lutas contra a União Europeia e, em particular, contra o aprofundamento do relacionamento entre os países europeus que cada vez torna mais difícil o regresso a uma Europa sem União.
A recusa de um futuro exército europeu era precisamente uma das condições que o PSD e o CDS exigiam ao PS que ficasse inscrita na deliberação da Assembleia da República com vista à formalização da adesão de Portugal à PESCO no Conselho Europeu que se realiza hoje, 11 de Dezembro. Além desta condição aqueles partidos exigiram ainda que a decisão da AR incluísse a rejeição da especialização das Forças Armadas e que a cooperação permanente seja complementar à participação na NATO e não conflitual. Apesar de alguma discussão que, a bem da verdade, não foi nada esclarecedora, o PS aceitou incluir estas condições e, na quinta-feira passada, foram aprovadas as resoluções propostas pelo PSD, pelo PS e pelo CDS recomendando a adesão de Portugal à CPE da União Europeia, sendo rejeitadas as resoluções contrária propostas pelo BE e pelo PCP.
Como se costuma dizer, tudo está bem quando acaba bem. Mas houve neste processo algumas situações lamentáveis em plena Assembleia da República que, por envolverem questões de soberania e, por isso mesmo, da máxima importância para o país, se espera não constituam sintomas de ligeireza e falta de convicções dos principais responsáveis da área da Defesa.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Belmiro de Azevedo





A vida política ocupou de tal forma o espaço público em Portugal, que a vida económica parece ter sido relegada para um plano inferior de importância para todos nós. Tal situação é, em grande parte, consequência das dificuldades económicas do país que nos últimos 40 anos se traduziram, designadamente, em três pedidos de ajuda financeira ao exterior. Como é evidente, essas situações não foram causadas pela economia portuguesa e sim pela política, isto é, pelas asneiras, incompetência e vai-se agora sabendo, mesmo pela corrupção que grassa entre a classe política até ao mais alto nível.
O Estado, apesar da grande carga fiscal a que obriga os portugueses e as empresas, tem tido a capacidade de gastar mal o dinheiro dos impostos e essencialmente de o desperdiçar de forma muitas vezes inacreditável até para o senso comum, acabando por reflectir sobre todos o custo das suas más opções.
O que sustenta toda a máquina pública é o dinheiro gerado pelas empresas privadas, sejam pequenas, médias ou grandes. Tudo o resto, incluindo o chamado sector empresarial do Estado, vive exactamente do produto gerado por essas empresas. Isto é muito diferente de afirmar que o Estado não deva existir, antes pelo contrário. O Estado tem funções essenciais de soberania e de solidariedade e reequilíbrio social para com os seus cidadãos que necessitam de apoio, como a Saúde, a Educação e a Justiça. Os seus agentes têm é que respeitar o dinheiro dos impostos como resultado do esforço de muitos portugueses e não como um manancial de meios financeiros colocados à sua disposição para desperdiçar a seu belo prazer.
Tudo isto conhecia o Eng. Belmiro de Azevedo, que agora nos deixou, muito bem. Grande empreendedor, um dos maiores em Portugal, grande construtor de valor, nada o aborrecia mais do que ver certos políticos destruir o que ele, como muitos portugueses a outros níveis, constroem no dia-a dia das suas empresas. Como sempre se recusou a depender do Estado, fosse como fosse, dizia em público o que muitos calam, por de alguma forma terem que negociar com esse mesmo Estado.
O sem procedimento como investidor pautava-se pela independência, mas também por uma extrema exigência de rigor e competência em toda a cadeia de construção de valor, desde a decisão de investimento na base de estudos económico-financeiros rigorosos, até à exploração final dos estabelecimentos comerciais e industriais, passando pela fase da construção. Ao contrário do que sucede nos investimentos do Estado, na SONAE qualquer obra deve ser objecto de estudo minucioso nas suas alternativas até se encontrar a solução mais eficaz ao seu objectivo, gastando-se na fase do projecto aquele tempo que não se pode depois gastar na obra não cumprindo prazos. Tempo e dinheiro, já que as obras não podem custar mais do que o orçamentado. E a sua ordem de recusa de pedidos de corrupção para facilitar algum investimento ia de cima até abaixo no grupo.
A SONAE começou pelas fábricas de contraplacado de madeira e laminados, numa dimensão reduzida, ainda nos anos 70. Com Belmiro de Azevedo transformou-se no grupo gigantesco que é hoje, empregando mais de 40.000 pessoas. As lojas de distribuição, com o Continente à cabeça, mudaram para sempre o panorama do comércio em Portugal. Lembro-me bem das queixas que se ouviam sobre o papel dos distribuidores acusados de retirarem a maior fatia do valor dos produtos, em detrimento quer dos produtores, quer dos comerciantes. Ao alterar a cadeia, associando a venda à compra directa aos produtores, contribuiu de forma decisiva para baixar a inflação e impor profissionalismo na própria agricultura e pecuária do país.
Os hipermercados e centros comerciais tornaram-se na imagem de marca do grupo SONAE, tendo-lhe dado músculo financeiro para crescer em muitas outras áreas de negócio, desde o comércio às telecomunicações e à própria comunicação social, com o jornal Público. Mas há um ou dois aspectos da vida do grupo SONAE curiosamente pouco referidos na comunicação social que dizem muito sobre a visão empresarial do Eng. Belmiro. A sua ligação à indústria nunca se perdeu, antes pelo contrário. Em períodos longos de prejuízos das fábricas de contraplacados e MDF, em vez de se livrar delas, colocava a distribuição a pagar esses prejuízos até voltar o lado positivo do ciclo e aproveitar então para expandir a área industrial pela Europa, onde é hoje um dos grupos fabricantes de relevo. Por outro lado, preveniu o futuro do Grupo, preparando a sua sucessão de forma inteiramente profissional, como sempre fez na vida empresarial. Se hoje está um filho à frente dele, é porque foi considerado o mais capaz entre os gestores do grupo.
Durante toda a sua vida, o Eng. Belmiro nunca deixou de se actualizar no que diz respeito às técnicas de gestão e transformou o próprio Grupo numa grande escola de gestão, mas resistindo às tentações de enveredar pela finança espulativa, não vendendo empresas produtivas para transformar em participações financeiras. Assim contribuiu sempre, ao mais alto nível, para o desenvolvimento económico do país. E o reconhecimento desse valor para o país é, penso eu, a maior homenagem que, merecidamente, se lhe pode prestar.