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sábado, 13 de dezembro de 2008
POLÍTICA E FUTEBOL (de novo)
Sem ter nada contra o senhor em concreto, será que estes responsáveis políticos ainda não perceberam que misturar política e futebol dá mau resultado, mais cedo ou mais tarde?
California Dreaming
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Pérolas ministeriais
Quem achar que tem consulta marcada há mais de dois meses, use o telefone.
Achar?
Eu acho que tenho 54 anos, será mesmo?
Eu acho que estamos em 2008, será mesmo?
Eu acho que hoje é sexta-feira, será mesmo?
Eu achava que para ser ministro, deveria haver exigências mínimas, estarei enganado?
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
DESÍGNIOS
Esta auto-estrada parece que vai custar 440 milhões de euros, não se sabendo qual o retorno.
Lembro que o Euro 2004 foi justificado como "desígnio nacional". Até hoje ninguém mostrou os números concretos do Euro para o país. E até há para aí uns tipos (sempre os mesmos, aliás) a falar num Mundial de futebol e ninguém vai preso.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
E NINGUÉM REPARA?
Uns ministros fazem os disparates diários que se podem observar, outros desapareceram para parte incerta como Mário Lino e aquele senhor da Cultura que ninguém conhece.
A "Educação" é o que se vê, a Justiça e a Economia idem.
Estamos em depressão, seja ela técnica ou não, como é bem visível para toda a gente.
Ninguém sabe muito bem quem paga os "magalhães", nem sequer se são os mesmos que andam de sessão de apresentação em sessão de apresentação.
Entretanto, os jornais e as televisões continuam a tratar o PSD como se fosse o responsável de tudo o que acontece. Ele é Dias Loureiro, ele é Oliveira e Costa, ele é Cadilhe, ele é Paulo Rangel, ele é Guilherme Silva, ele é Santana Lopes, ele é Marco António, ele é Menezes, ele é Marcelo.
Enfim, ele é Manuela Ferreira Leite que trata os deputados como crianças de colégio.
O leitor não acha que há aqui uma desfocagem de alvo, relativamente ao que verdadeiramente interessa aos portugueses e relativamente à visibilidade da realidade? Não lhe passa pela cabeça que por cada bronca com pessoal do PSD (e, note-se, não os estou a desculpar) há pelo menos uma outra abafada com pessoal do PS?
Entretanto o tempo vai passando e qualquer dia estamos em eleições, tendo passado a ideia de que das duas uma: ou o PSD é responsável por grande parte das "chatices", ou não é credível para governar.
Depois é fácil levar as pessoas a votar onde logo de seguida se arrependerão, mas será tarde demais.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Imperador da Língua Portuguesa
Está prestes a terminar o ano em que se comemoram os 400 anos do nascimento do Padre António Vieira.
Dada a vida e obra do padre jesuíta, as comemorações brasileiras foram muito mais significativas que as portuguesas, já que no país irmão se releva a sua acção em prol da cultura e dignidade dos índios brasileiros num tempo em que tal atitude era excepção à regra.
Na nossa Cidade, as poucas acções comemorativas havidas, embora de elevada qualidade e indiscutível interesse, não saíram dos muros da Universidade, razão por que a população em geral não terá dado por elas. Coimbra esteve representada nas Comemorações através do Prof. Doutor Aníbal Pinto de Castro na Comissão Científica e de dois Centros da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra na lista das Instituições Associadas, mas não houve exposições, conferências para o público em geral ou mesmo concursos escolares como se verificou um pouco por todo o país.
Não quero crer que a circunstância de a passagem do Padre António Vieira por Coimbra por volta de 1663 não ter sido muito feliz, ainda hoje se reflicta no tratamento da Cidade à sua memória. De facto, foi nessa altura que depois de anos de perseguição infrutífera a Inquisição o conseguiu encarcerar em Coimbra e o obrigou a responder às acusações que lhe vinha fazendo havia muito tempo.
A acção do Padre António Vieira e da Companhia de Jesus em defesa dos índios do Brasil e a sua luta persistente contra a escravatura valeram-lhe os ódios dos colonos do Brasil e da maior parte da nobreza. A proposta que fez a D. João IV, inusitada para a época, de serem abolidas as distinções entre cristãos novos e cristãos velhos veio ajudar a que o Santo Ofício se juntasse aos seus inimigos e perseguidores.
Para além de toda a polémica que rodeou a sua vida, há no entanto algo perene que nos legou e que leva a que muitos o considerem o “Imperador da Língua Portuguesa”, que são os seus muitos escritos.
Muitos deles contêm ensinamentos que ainda hoje são actuais e cujo conhecimento nos poderia ajudar na nossa vida.
Dos seus brilhantes sermões, um há de que não resisto a citar um breve trecho, que se chama “Sermão do Bom Ladrão”:
"Levarem os reis consigo ao Paraíso ladrões não só não é companhia indecente, mas acção tão gloriosa e verdadeiramente real, que com ela coroou e provou o mesmo Cristo a verdade do seu reinado, tanto que admitiu na cruz o título de rei. Mas o que vemos praticar em todos os reinos do mundo é tanto pelo contrário que, em vez de os reis levarem consigo os ladrões ao Paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno."
Publicado no Diário de Coimbra em 8 de Dezembro de 2008