segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Quando as elites falham


A actual crise económica e financeira veio colocar a nu muitas fragilidades das sociedades actuais que necessitam de correcção urgente.

Uma dessas fragilidades é a demissão das suas responsabilidades por parte das elites sociais.

Por muito que custe a algumas pessoas reconhecê-lo, as elites são sempre objecto de escrutínio, e o que fazem, bem ou mal, tem consequências na sociedade em geral. É sabido que um bom exemplo vale mais do que mil palavras. Por isso mesmo, quem mais alto sobe, mais responsabilidades adquire perante os concidadãos.

A substituição da realização pessoal completa pelo enriquecimento material a qualquer custo e o mais rápido possível levou a que muitos representantes das elites sociais passassem a considerar todos e quaisquer valores éticos e interesses dos seus concidadãos como simples obstáculos a remover.

Isso é patente no que sucedeu nos grandes bancos ao nível mundial, ou mesmo entre nós. A busca permanente de lucros crescentes por parte dos seus dirigentes levou a uma espiral financeira descontrolada que contaminou toda a economia, e que agora todos os cidadãos têm de pagar com os seus impostos.

Pessoas que eram consideradas como exemplos de sucesso são hoje vistas como incompetente e insensatas, quando não mesmo como ladrões. Os próprios dirigentes que são pagos para controlar as actividades financeiras são hoje considerados, no mínimo, como ineptos ou distraídos.

E as elites falham até nos mais pequenos pormenores do dia a dia, dando exemplos terríveis à sociedade. Nos últimos dias, a imprensa noticiou que umas trinta pessoas foram constituídas arguidas por corrupção, ao tentarem obter uma “Carta de Desportista Náutico”. A referida escola resolveu enviar previamente as questões do exame aos candidatos, que assim obtiveram bons resultados com toda a facilidade. Não estamos a falar de crianças, e sim de cidadãos que pertencem a uma elite, contando-se entre eles um ex-ministro. Uma verdadeira vergonha.

Um dos maiores problemas da nossa sociedade é mesmo a demissão de grande parte das elites. Em vez de participarem na construção de uma sociedade mais livre e mais digna, fecham-se nos seus casulos, usam e abusam das vantagens que detêm, e não cuidam sequer de evitar serem maus exemplos, eles que estão sempre sob observação, queiram-no ou não.

A História está cheia de exemplos em que situações destas deram mau resultado, quando não trágico. O problema está em que estas novas elites não o sabem: provavelmente nem nunca ouviram falar dos brioches de Maria Antonieta.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Cientologia

Num dia destes escrevo aqui sobre esta seita da moda entre os actores de Hollywood.
Entretanto, achei estranho que ninguém tivesse comentado o facto de a "Igreja da Cientologia" não reconhecer a existência de uma doença, neste caso o autismo.
Parece que por isso o filho de Travolta não era tratado. Também devo reconhecer que nunca me pareceu que tivesse muitos miolos (o pai Travolta, claro).
Então aquela gente passa a vida a criticar o obscurantismo da Igreja Católica e segue uma seita que lhes determina as doenças, em vez dos médicos?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

DEFICE 2009

Defice rectificado para 2009: três vírgula nove por centro.
Três vírgula nove por cento? Peço desculpa, mas PORRA!
Vão gozar com outro.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Maioria absoluta

O Dr. Soares veio "ajudar à missa" da necessidade de maioria absoluta. Conversa da treta. O que interessa é para que é que serve a maioria absoluta isto é, que políticas é que pretende aplicar.
Há mesmo políticos que gostam de fazer de nós parvos.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Carta de marinheiro

Não é por ter Carta de Patrão de Alto Mar, mas devo dizer que acho divertidíssimo ver determinado tipo de pessoas usar de "meios estranhos" para obter uma carta de desportista náutico.
Aliás fazem-me lembrar as histórias (verdadeiras) de personagens bem conhecidas dos meios políticos e sociais que antes do Verão compram umas embarcações com recurso a cheques pré-datados, que depois do Verão não conseguem ser descontados, mas claro, os vendedores não vão querer perder aqueles clientes...

Que sera, sera

Podemos não ver o futuro, mas devemos fazer por ele.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cidades e estratégia para a competitividade urbana

Já referi nestas linhas o relatório que o “International Forum on Urban Competitiveness” publica todos os anos, e no qual é apresentado um ranking de cidades de todo o mundo. Baseia-se na competitividade urbana, que traduz a capacidade de cada cidade para criar mais riqueza e mais rapidamente que as outras.
Como todos sabemos, dada a rápida urbanização dos últimos anos, a competitividade verifica-se hoje mais entre as cidades do que entre os próprios países. A liberdade de circulação e a própria globalização da economia levam a que muitos possam hoje escolher a cidade em que querem trabalhar e viver, mais até do que o país.
Aquela organização aponta os pontos concretos em que as cidades melhor classificadas se esforçam por conseguir bons resultados:
«1.Definir estratégias de desenvolvimento e fornecer orientações no planeamento.
2.Promover um ambiente empresarial que apoie pequenas e médias empresas.
3.Apoiar a evolução das indústrias para patamares mais elevados tecnologicamente.
4.Providenciar a oferta de formação contínua aos cidadãos, encorajando o aparecimento de talentos.
5.Prestar atenção à protecção do ambiente e perseguir o desenvolvimento sustentável.
6.Desenhar a “marca” da cidade e promover o marketing da cidade.
7.Desenvolver um governo da cidade virado para o serviço, através de um modelo de gestão empresarial da gestão municipal.
8.Fomentar características especiais da cidade e cultivar culturas diversificadas.»
Como se pode observar, as habituais discussões sobre as estratégias urbanas em Portugal raramente conseguem ultrapassar um ou outro dos pontos acima elencados.
Não existe, normalmente, uma visão integradora e abrangente de todos aqueles aspectos que, no seu conjunto, definem a competitividade urbana das cidades.
No início de um ano de eleições autárquicas, seria bom revestirmo-nos todos de alguma humildade, e observarmos bem o que de melhor se faz no mundo, no que aliás é hoje uma técnica empresarial bem conhecida.


Publicado no Diário de Coimbra em 12 de Janeiro de 2008

domingo, 11 de janeiro de 2009

ACTUS TRAGICUS

Parece-me que já em tempos aqui coloquei esta música. No entanto, dado que anda no meu carro há tantos anos, sucessivamente em cassete e em cd , peço que me desculpem a repetição:

Rita

Sabe sempre bem voltar a ouvir esta Rita Coolidge, nestes dias em que as músicas parecem todas iguais:

ACEGE EM COIMBRA

Ciclo "VALORES E DESAFIOS PARA UM NOVO PARADIGMA NA GESTÃO"
Basílio Simões , da ISA, no dia 21 de Janeiro às 20:00 no Salão da Sé Velha.

Inscrições: acececoimbra@gmail.com