segunda-feira, 20 de julho de 2009

PASSOS DA HUMANIDADE



O ano de 1969 encerrou uma década de enormes transformações sociais e de acontecimentos que vieram a marcar impressivamente a História posterior da humanidade, para o bem e para o mal.

Foi a década da guerra do Vietname e respectiva contestação política nos EUA, do desenvolvimento da música popular e do rock com o festival de Woodstock, do surgimento de novos hábitos sociais com a democratização da moda, do aparecimento da pílula e divulgação da sua utilização com novos comportamentos sexuais, das convulsões sociais surgidas com as revoltas da juventude nas universidades americanas e do Maio de 68 em França, da Revolução Cultural chinesa e do recrudescimento da Guerra Fria.

Foi também a década da nossa guerra Colonial e das revoltas estudantis de 62 e de 69, da emigração em massa para a Europa e os “bidonvilles”, da construção da magnífica ponte suspensa em Lisboa, do assassinato de Humberto Delgado, da substituição de Salazar por Marcelo Caetano, da Ala Liberal e da breve Primavera política e dos golos de Eusébio contra a Coreia do Norte no Mundial de 66.

Foi uma década de crescimento económico generalizado como nunca se tinha visto antes na História, mesmo entre nós.

Mas um acontecimento marca esse ano de 1969, pelo seu simbolismo e significado.

Faz hoje precisamente 40 anos que o primeiro homem pisou a Lua. Ainda me lembro de ser quase criança e ficar a ver a televisão a preto e branco para correr a chamar a família quando as imagens surgissem. O comandante da Apolo XI, Neil Armstrong, depois de uma descida perfeita do módulo Eagle sobre o Mar da Tranquilidade, pisou a superfície lunar e proferiu a frase inesquecível: “Um pequeno passo para um homem, mas um grande passo para a humanidade”. Para além das marcas físicas das pegadas e da bandeira cravada no solo, foi esta a frase que marcou o momento para sempre.

Para nós, portugueses, a comparação com os nossos navegadores de há 500 anos é inevitável. Trata-se de feitos de exploradores que foram até onde nunca ninguém tinha ido antes. Mesmo aquele desenvolvimento tecnológico que há 40 anos nos maravilhava, aparece hoje aos nossos olhos tão frágil como as cascas de noz em que viajaram Vasco da Gama e tantos outros. Aqueles sucessos não surgiram por geração espontânea. Os descobrimentos portugueses foram fruto de uma preparação sistemática, desde a plantação das árvores que permitiram a construção das naus até ao desenvolvimento de técnicas de navegação e conhecimentos astronómicos. A Apolo XI foi o resultado de uma manifestação deliberada de vontade do Presidente Kennedy, que em 1962 estabeleceu que até ao fim da década os americanos colocariam um homem na Lua.

Provavelmente. ainda hoje muita gente não acredita que já houve homens a caminhar no solo lunar. Mas tudo isto não faz esquecer a emoção e sensação estranha que foi sair para a rua naquelas noites, olhar para o nosso satélite natural e saber que estavam lá homens a fazer nem eles sabiam bem o quê, para além de trazer umas pedras, mas com a consciência clara de representarem um marco gigantesco na História da Humanidade.


Publicado no Diário de Coimbra em 20 de Julho de 2009


domingo, 19 de julho de 2009

LAGRIMA DE PRETA

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão

sábado, 18 de julho de 2009

OMEGA SPEEDMASTER


Quando nos anos sessenta a NASA pesquisou qual o melhor relógio que existia na altura para equipar os astronautas das missões Apolo, a escolha veio a recair no Omega Speedmaster, criado ainda nos anos 50 ( foi apresentado em 1957).
Para provar que há máquinas impressionantes de qualidade duradoura, o único relógio que até hoje foi usado na Lua ainda hoje é fabricado e vendido, com inteira satisfação dos seus orgulhosos proprietários.
Para celebrar os quarenta anos da Apolo XI, a Omega apresentou um modelo comemorativo, com um selo EAGLE no mostrador e a indicação do momento em que Neil Armstrong pisou a Lua: 02:56 GMT do dia 21 de Julho de 1969.
Aqui fica a foto do modelo e o link para o site especial deste relógio.


http://www.omegawatches.com/minisites/speedmaster/generic/minisite.html

sexta-feira, 17 de julho de 2009

BOM CONSELHO


Ouça um bom conselho

Eu lhe dou de graça

Inútil dormir que a dor não passa

Espere sentado


Ou você se cansa

Está provado, quem espera sempre alcança

Venha meu amigo


Deixe esse regaço

Brinque com meu fogo

Venha se queimar

Faça como eu digo


Faça como eu faço

Aja duas vezes antes de pensar

Corro atrás do tempo


Vim de não sei onde

Devagar é que não se vai ao longe

Eu semeio o vento na minha cidade


Vou p’ra rua e bebo a tempestade…

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ACORDO COLIGATÓRIO

Procurei no dicionário e não encontrei. Presumo que seja acordo para coligação de um partido com uma pessoa. Não está mal alembrado, não senhor. Mas continua a soar mal ao ouvido. Pode ser que os lisboetas gostem do termo, mas desconfio...

Com açucar, com afecto

Maria Bethânia

É o amor (viva o Verão)

GRIPES



Serviço público gratuito: descubra as diferenças entre a gripe A e a gripe habitual.

Conhecimento

Do Evangelho do dia, para aqueles que têm a arrogância de pretender saber tudo:

(Mt 11, 25-27) Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

PATRIMÓNIO EM COIMBRA




Através do seu Departamento de Cultura, a Câmara Municipal de Coimbra acaba de publicar um livro sobre o “PATRIMÓNIO EDIFICADO COM INTERESSE CULTURAL” do concelho de Coimbra.
O volume, de quase 600 páginas, dá a conhecer o património edificado culturalmente relevante do concelho, esteja ou não classificado.
Em cada uma das 31 freguesias do concelho, foi feito um levantamento exaustivo que deu origem a uma ficha para cada edificação, contendo fotografias, descrição sumária e estado de conservação, entre outros elementos interessantes.
No total, são 406 as edificações apresentadas, sendo a respectiva localização facilitada através de um mapa digital contido num pequeno CD incluído no livro: desde singelas capelas, cruzeiros ou fontes a magníficas obras como o Aqueduto de S. Sebastião ou o Museu Machado de Castro; desde edificações tão antigas como o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha à modernidade exemplar do Conjunto de Edifícios da Associação Académica de Coimbra, Teatro Académico de Gil Vicente e Cantinas da Universidade; desde as construções mais afastadas do centro da cidade como a Capela de Nossa Senhora da Alegria em Almalaguês ao ponto central da cidade, como é a Sé Velha.
São centenas de edificações que, na sua grande maioria, passam despercebidas aos simples cidadãos não-especialistas nesta área, como é o meu caso. Torna-se agora possível ter acesso sistematizado ao rico património do Concelho de Coimbra, muito para além dos grandes monumentos que são conhecidos de todos.
O facto de esta publicação abranger tanto o património classificado como o não-classificado é muito relevante. Mostra que existe muito património que, embora não estando classificado, deverá merecer a nossa atenção e cuidado na sua correcta integração no mundo contemporâneo. Isto sem fazer cair sobre os respectivos proprietários um peso que frequentemente leva a encargos insustentáveis como as situações de abandono demonstram infelizmente demasiadas vezes. Não é todos os dias que vemos um Município preocupar-se com o conhecimento rigoroso de todo o património e, ainda menos, publicar essa informação sistematizada para conhecimento de todos os cidadãos. Na realidade, se a publicação é importante, ainda o é mais a atitude perante o património revelada pela decisão de fazer o levantamento sistemático e de fazer esse trabalho em estreita ligação com o planeamento urbanístico.
Está de parabéns a Câmara Municipal por esta publicação, bem como o seu Departamento de Cultura pelo trabalho e carinho colocado no levantamento e classificação de um património tantas vezes esquecido. Com satisfação, podemos mais uma vez dizer que estamos perante Coimbra no seu melhor.
Publicado no Diário de Coimbra em 13 de Julho de 2009