quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Até que enfim.

Defesa: "Tal como existem hoje, as Forças Armadas não são sustentáveis" -- Aguiar-Branco

Portugueses de primeira e portugueses de segunda.

Caso Isaltino: juíza declara que não houve prescrição mas “por ora” não manda prender o autarca: A juíza Carla Cardador, do Tribunal de Oeiras, considerou anteontem que não se verificou qualquer prescrição no caso Isaltino Morais e que o acórdão que condenou o autarca a dois anos de prisão transitou em julgado já no dia 28 de Setembro. Apesar disso, a magistrada resolveu, “por ora”, não mandar prender o arguido.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O estádio de Braga custou mais de cem milhões para 30.000 espectadores, note-se. O do Benfica foi mais caro, mas para o DOBRO de espectadores.

Um erro que custou milhões:

Oito milhões de euros depois Braga desiste de piscina olímpica



A CM de Braga endividou-se para construir um estádio novo para o clube da terra. Não foi caso único, mas Braga não construiu um estádio qualquer. Não. A autarquia liderada por Mesquita Machado optou por fazer um dos estádios mais caros de todos os do Euro 2004 (penso que apenas o do SLB foi mais caro). Mas com esse investimento, a autarquia acabou por ficar com graves problemas financeiros (como tantas outras). Mesmo assim, os seus responsáveis pensaram que podiam continuar a gastar como se nada se passasse. E começaram a construir um complexo de piscinas ao lado do estádio. Mas o dinheiro acabou. E oito milhões de euros depois, concluíram que não podem continuar com essa obra. E alguém irá assumir a responsabilidade por esses oito milhões já gastos? O vice presidente da câmara, Vítor Sousa, disse que: "mais vale assumirmos o erro do que continuar a enveredar por ele" Terá a sua razão. Mas quem irá ressarcir o erário público pelo erro que custou oito milhões? Os próprios autarcas socialistas de Braga? Uma questão que interessava ver respondida.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Há invernos e invernos.

A.Vivaldi - La Notte (Allegro)

Leiam o Umberto Eco

O PCP a dar beijos no bigode de Hitler:

É esta a malta que representa "os trabalhadores portugueses".

E o Verão que nunca mais chega.

Joyce Di Donato - Da due venti (Vivaldi, Ercole sul Termodonte)

Se recebemos recados de Belém, é justo mandar recados de volta

Se recebemos recados de Belém, é justo mandar recados de volta:

Amiguinho, o poder executivo não é em Belém. Para isso é preciso concorrer para S. Bento. Eu sei que começa tudo por B, mas ainda não é bem a mesma coisa.

A BANCA NA ECONOMIA E NA SOCIEDADE, HOJE


Um dos aspetos mais curiosos e menos falados da atual crise internacional tem a ver com o comportamento dos responsáveis dos bancos que, desde sempre, constituem uma classe à parte na sociedade em geral e económica em particular: os banqueiros. Longe de afirmar que os Bancos são os únicos responsáveis pela situação em que nos encontramos no ocidente, e sem embarcar nas teses da vulgata marxista sobre o assunto, parece-me no entanto estar à vista de todos que nos últimos quatro anos os bancos têm sido genericamente um problema em toda esta situação e não a solução. Nos Estados Unidos houve a falência do Lehman Brothers, mas os restantes bancos de grande (ou mesmo enorme) dimensão, foram alvo de uma gigantesca operação de resgate por parte das autoridades federais, que colocaram as rotativas a imprimir dólares a grande velocidade para fazer face à situação. Já na Europa, com medo da inflação, seguiu-se política diferente, tendo-se montado uma operação complexa entre os Estados, o BCE e os bancos em estes se puseram a defender as dívidas públicas ganhando dinheiro com isso, mas à custa da sua própria capacidade de financiamento do resto da economia, com as consequências que estão à vista de todos.
Há muito boa gente que pensa que se aos banqueiros fossem aplicadas as regras do mercado de exigir mais equidade e prémio do mérito que são aplicadas a toda a restante economia, nenhum deles estaria ainda hoje à frente das suas instituições bancárias. Ao contrário, o que se vê é que, apesar de tudo, os dirigentes supremos dos bancos continuam calma e placidamente a dirigir as suas operações financeiras e a receber prémios de milhões de euros ao fim do ano. Soube-se há poucas semanas que um banqueiro português a presidir a um banco inglês, se recusou a receber o seu prémio anual de milhões de euros, por o achar injusto, já que esteve incapacitado por doença durante uns meses; ficou bem a António Horta Osório, mas se não tivesse tido essa atitude, nenhum de nós saberia do valor daquele bónus, para além do seu ordenado de presidente do Lloyds Banking Group.
De facto, em geral a atuação dos bancos pautou-se por deficiente análise de riscos de operações e incapacidade de gerir operações complexas que escondiam grandes quantidades dos chamados “ativos tóxicos”. O resultado, em vez da falência desses bancos como acontece com qualquer empresa normal que se mete em negócios disparatados e como castigo por má gestão, foi o que se vê: governos a executar operações de salvamento desses bancos que, como bem se sabe, acabam sempre por ser pagas pelos cidadãos através dos seus impostos e, não menos importante, introduzindo fatores artificiais no bom e são funcionamento da economia.
A crise, porque é muito profunda, está aí para durar ainda muito tempo. Infelizmente. Como se tem visto nas últimas semanas, o clima social não está muito calmo, com o surgimento de afirmações infelizes donde menos se esperaria, bem como reações as mais das vezes destemperadas e desajustadas. Mas as questões de fundo permanecem e a discussão do papel da banca na economia e da necessidade de mais equidade não é só necessária, mas mesmo urgente.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 30 de Janeiro de 2012