segunda-feira, 16 de junho de 2008

O FUTURO ESTÁ AÍ


Que o mundo está a atravessar uma fase particularmente difícil parece ser uma verdade incontornável.

Ao aquecimento global provocado pela poluição exagerada vem adicionar-se a crise energética, consequência do súbito aumento dos preços dos combustíveis.

Não se sabe verdadeiramente se este aumento é ditado pelas leis do mercado e pela subida do consumo em países emergentes ou por pura especulação internacional no comércio dos combustíveis. O que interessa para todos nós é que este aumento vai provavelmente continuar e, acima de tudo, que os preços nunca mais vão descer.

Esta situação vem colocar várias e importantes questões sobre mudanças de estilos de vida, sobre o financiamento dos orçamentos nacionais e sobre estratégias nacionais de políticas energéticas. O futuro está-nos a entrar em casa sem bater à porta nem pedir licença.

Há países que vão claramente à frente nestas matérias e é necessário seguir o caminho mostrado com a maior rapidez.

Na Alemanha, por exemplo, (ver Revista TIME de 28/4/08) os edifícios do Parlamento em Berlim foram adaptados para utilizar o mais possível a luz e a circulação de ar naturais. A electricidade e o aquecimento são fornecidos por geradores de biofuel localizados no piso térreo. O calor em excesso é armazenado em grandes caves para aquecer os edifícios durante o Inverno, usando o sistema inverso para arrefecer os edifícios no Verão. O sistema ainda está a ser aperfeiçoado para que no fim deste ano os edifícios do Reichstag usem apenas energia renovável.

A Alemanha instituiu um programa para responder às alterações climáticas, a chamada “feed-in law” que prevê subsídios aos cidadãos e empresas que produzam a sua própria energia por fontes renováveis, possibilitando a venda do excesso produzido à rede nacional. Isto sem indicar acções específicas, possibilitando aos cidadãos escolher a sua própria fonte de energia.

O resultado tem sido brutal: desde 1990, as emissões de gás na Alemanha desceram mais de 18% sem prejudicar a sua capacidade industrial.

Tendo Portugal condições climáticas excepcionais, podíamos seguir os bons exemplos, com vantagens adicionais.

Em termos locais, edifícios públicos como por exemplo instalações municipais, hospitalares e escolares de diversos níveis incluindo as universitárias, tinham toda a vantagem em adoptar sistemas de energia renovável, usando mesmo verbas do QREN para o efeito. Faz todo o sentido que a Universidade coloque ao dispor dos diversos organismos toda a capacidade de conhecimento que possui nesta área.

Por outro lado, o Governo deveria optar rapidamente por subsidiar todas as instalações de sistema de produção de energia renovável, o que incompreensivelmente não sucede hoje em dia. Trata-se de uma despesa que é um verdadeiro investimento, sendo muito mais reprodutiva em termos económicos do que muitas das obras públicas que andam a ser preparadas, como é o caso de novas auto-estradas numa época de combustíveis caríssimos.

Publicado no Diário de Coimbra em 16 de Junho de 2008

domingo, 15 de junho de 2008

LE MANS 2008



De novo um AUDI a vencer em Le Mans.
Ao fim de 24 horas este carro acabou à frente de todos os outros.
Os primeiros carros são todos a diesel, o que quer dizer muito àcerca da evolução tecnológica automóvel.
Não falta muito para serem híbridos e depois a hidrogénio.

sábado, 14 de junho de 2008

ABRIR OS OLHOS

O Governo vai receber uma douta comissão de representantes de Coimbra que vai apresentar a necessidade de abrir o aeroporto da base aérea de Monte Real ao tráfego civil.
Verificou-se que com a decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa em Alcochete e não na OTA, o território nacional passa a ter um "vazio" em termos de infraestruturas aeroportuárias na região centro.
Ainda bem que agora se chegou a esta conclusão.
Aquando da decisão governamental de Alcochete, escrevi o seguinte em comentário a essa decisão no Diário de Coimbra em 14 de Janeiro:
"Se é evidente que a OTA seria muito mais vantajosa para os habitantes da região Centro que vão apanhar avião a Lisboa do que Alcochete, o essencial é que o novo aeroporto internacional de Lisboa seja o que melhor serve o país em termos estratégicos nacionais. Por outro lado, devemos ter consciência de que a localização na Ota traria muito maior pressão da região metropolitana de Lisboa sobre a região Centro, o que talvez nos traga algumas vantagens".
Na altura, o politicamente correcto entre nós (zona centro) era protestar contra a decisão do Governo. Parece-me que agora chegou a altura de se abrir os olhos: antes tarde que nunca.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

VIDA DE MÃE

Através do blogue Alântico (ver ali em baixo à direita), tomei conhecimento desta interpretação fantástica que todas as mães amigas reconhecerão como um pouco (ou muito) a sua vida. Para elas um abraço.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O BURRO DO ESPANHOL

Nem eu sei bem porquê, a actual situação económica do país faz-me lembrar a velha história do burro do espanhol que o queria habituar a deixar de comer para poupar: quando teve êxito, o coitado do burro morreu.

CAMIONISTAS

A História é dura e muitas vezes irónica.

Não é possível olharmos para a actual acção dos camionistas sem nos lembrarmos do buzinão na ponte que foi o início do fim do chamado cavaquismo.

E não nos podemos também deixar de lembrar da acção do PS nessa altura, nomeadamente de Armando Vara que está hoje calmamente a colher os benefícios dessa acção como vice-presidente do maior banco PRIVADO português.

A inacção do Governo perante esta situação de sufoco só pode radicar na má consciência dessa época. E já agora, na evidência de que para esta actual situação a Oposição não meteu prego nem estopa, ao contrário do que fez o PS em 1994.

terça-feira, 10 de junho de 2008

PATSY CLINE

Como alguns leitores deste blogue já se terão apercebido, tenho trazido para aqui memórias de artistas da canção que têm caído no esquecimento destas emissoras de radio que nos poluem os ouvidos com "artistas" de um dia, portugueses e estrangeiros, autenticamente fabricados pelas produtoras que depois também acabam por construir os alinhamentos dessas estações.
E é assim que, por vezes, saltamos de estação em estação e conseguimos encontrar a mesma música, ao mesmo tempo, em várias delas. E vamos lá não acreditar em bruxas.
Aqui vos deixo uma das vozes mais espantosas de música ligeira do século XX, de que os nossos locutores provavelmente nunca ouviram falar ou consideram "foleira" pela maneira como se vestia.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

RESPONSABILIDADE SOCIAL – BONS EXEMPLOS

A responsabilidade social nas empresas vai fazendo o seu caminho, sendo cada vez maior o número de bons exemplos que se vão encontrando.

Um dos aspectos mais importantes da RSE respeita às relações das empresas com os seus trabalhadores, que se reflectem de imediato na vivência das respectivas famílias.

Ainda há poucos dias foi entregue o Prémio “Empresas Familiarmente Responsáveis”, numa cerimónia em que o Dr. António Bagão Félix foi o conferencista convidado, uns meses depois de ter vindo a Coimbra, a convite da ACEGE, para falar precisamente sobre estas matérias.

As pessoas devem ser hoje consideradas como o maior capital das empresas, deixando de ser apenas o anónimo colectivo “recursos humanos”.

No último encontro da ACEGE em Coimbra, o Dr. António Pinto Leite apresentou entre nós um bom exemplo. Ao pretender preencher uma vaga de lugar de advogado, uma grande sociedade de advogados procurava um homem, porque já tinha nos seus quadros várias advogadas jovens com filhos pequenos ou a caminho de serem mães. Sucedeu que, após a necessária procura e atendendo aos rigorosos critérios de qualidade, apenas foi possível encontrar uma jovem advogada com a competência e especialização adequada para o lugar, pelo que acabou por ser a escolhida. Sendo assim, ficou acordado o período em que a advogada recém-contratada sairia da sociedade em que se encontrava a trabalhar para iniciar as suas funções na nova sociedade. Poucos dias antes da mudança, a advogada pediu no entanto para falar com o responsável da empresa para onde ia trabalhar, informando que entretanto engravidara e que sendo assim, desobrigava a empresa do acordo, dado que poucos meses depois iria entrar de baixa. Qual não foi o seu espanto quando a reacção foi de felicitação pela gravidez, sendo-lhe garantido o lugar através de uma solução provisória até ao seu regresso definitivo. Serve o exemplo para demonstrar que é possível mudar a ideia ainda infelizmente corrente de que as empresas apenas pretendem o trabalho dos seus colaboradores, não os apoiando nas suas necessidades pessoais e familiares.

Outro exemplo foi dado há poucos dias bem perto de nós. A Associação para o Desenvolvimento e Formação Profissional (ADFP) de Miranda do Corvo decidiu atribuir um prémio de 500 euros às suas trabalhadoras que decidam ter filhos. O objectivo apontado é combater a discriminação negativa nas mulheres e promover a natalidade. Daqui um grande abraço ao Dr. Jaime Ramos, presidente da ADFP, e as felicitações pelo apontar de um caminho diferente.

Como se vê, algo está a mudar no mundo do trabalho, esperando-se que os bons exemplos se venham a multiplicar, sendo que também nesta área a Responsabilidade Social das Empresas é importante para um desenvolvimento sustentado da economia.

Publicado no Diário de Coimbra em 9 de Junho de 2008

domingo, 8 de junho de 2008

ACEGE

Em Coimbra, no dia 26 de Junho: JOÃO CÉSAR DAS NEVES: Ética nos Negócios

Em Lisboa, no dia 18 de Junho: MARCELO REBELO DE SOUSA: RSE - A responsabilidade do Estado no potenciar de uma cultura de responsabilidade.

Estão abertas as inscrições.

TOSCA

Aqui se recorda a grande Callas na ária Vissi d'arte no segundo acto da Tosca de Puccini.