segunda-feira, 20 de outubro de 2008

DO EXERCÍCIO DO PODER E DA SUA CONQUISTA


É frequente ouvir-se dizer de um político que não presta, porque não é capaz de ganhar eleições a quem quer que seja.

Pelo contrário, outros políticos há cujo único atributo de qualidade parece ser o de ganhar muitas eleições, seja de que maneira for.

Ponto prévio: falar em eleições é, evidentemente, falar em eleições democráticas, onde se pode perder ou ganhar. A democracia não é um sistema perfeito, como todos vamos apreendendo diariamente, mas tudo indica que seja, apesar de tudo, o menos mau de todos.

Em democracia, para se exercer o poder é necessário ganhá-lo antes, o que significa vencer eleições.

O povo, na sua sabedoria, escolhe muitas vezes lideranças para resolver problemas específicos de determinado momento histórico, rejeitando até essas mesmas lideranças quando as circunstâncias passam a ser outras.

O caso de Winston Churchill é bem conhecido e exemplificativo desta afirmação. Durante anos bradou sem sucesso contra os políticos do seu país e do resto da Europa pelas posições de subserviência perante Hitler. Começada a Segunda Guerra Mundial, foi-lhe atribuída a difícil tarefa de dirigir os destinos do seu país, com o célebre lema “we will never surrender” (nunca nos renderemos) e prometendo apenas “sangue, suor e lágrimas”. Com a vitória no final da guerra, foi imediatamente substituído em eleições na governação do país, que entregou a outros a tarefa da reconstrução.

Os momentos históricos de crise exigem dos candidatos capacidade e vontade de afirmar respostas para situações muito mais exigentes do que é normal.

Os grandes líderes manifestam-se precisamente nessas alturas, como foi o caso de Churchill na Segunda Grande Guerra.

A crise que hoje vivemos não é, felizmente, uma situação de guerra. Mas não nos iludamos: a sua gravidade já está a ter consequências na economia mundial e vai ter implicações profundas em muitos aspectos da nossa vida. As suas causas e extensão são ainda desconhecidas na sua totalidade, o que significa que os dirigentes políticos que lhe fazem frente têm que ser verdadeiros líderes, sob pena de consequências ainda mais severas.

Não se pense, contudo, que os momentos de crise devem ser pretexto para a criação de consensos que, no fundo, só interessam a quem está no poder e que limitam as hipóteses do povo escolher o seu caminho.

Para continuar a usar o Reino Unido como exemplo, observemos atentamente a forma, a substância e a capacidade de afirmação de David Cameron perante Gordon Brown, precisamente num momento em que este até sobressaiu pela positiva perante a maioria dos actuais responsáveis governativos europeus.

A do Reino Unido é talvez a democracia mais antiga do mundo e certamente a mais consolidada. Seguramente que aquilo que lá se considera normal e até necessário em termos democráticos, não poderá deixar de ser considerado como tal, também por cá.


Publicado no Diário de Coimbra em 20 de Outubro de 2008

domingo, 19 de outubro de 2008

NUMEROS DE PORTUGAL

NÚMEROS PARA PENSAR
(retirado do documento apresentado por Manuela Ferreira Leite na conferência de imprensa sobre o Orçamento 2009)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

CIRCO

Há por aí uns pessimistas que acham que o mundo está perigoso.
Erro.
O mundo está é transformado é num imenso circo .
Senão, vejamos:
O presidente da empresa encarregada dos estudos e construção do novo aeroporto de Lisboa, ao ser indagado da razão da ausência completa de responsáveis políticos (leia-se ministros e secretários de Estado) na apresentação do lay-out do aeroporto de Alcochete, respondeu: "o meu assignment é fazer acontecer coisas" .
O presidente da Entidade para a Comunicação Social (ERC) que ainda ninguém fora da política entendeu para que serve, achou "estranho" que os gravadores de TODOS os elementos da ERC tenham falhado aquando da gravação das declarações do Director do jornal Público numa célebre prestação de declarações. Nem o dele, da marca Sony, arrancou dessa vez (revista Sábado de 16/X/08).
Soube-se agora que o presidente da república francesa Nicolas Sarkozy teve um caso com a mulher de um actual membro do seu governo, quando era ministro do Interior de Jacques Chirac (revista Sábado de 16/X/08). Viva a França.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

ÉTICA EMPRESARIAL





João César das Neves publicou a "Introdução à Ética Empresarial", com edição da PRINCIPIA.
Quem já teve a oportunidade de o ouvir sobre esta matéria sabe bem a sorte que é ter agora à disposição este volume com muito daquilo que há a saber sobre a Ética Empresarial.
Quer a visão histórica, que nos dá a conhecer a história da evolução dos conceitos ligados à Ética desde a Grécia Antiga, quer a visão concreta da Ética na gestão já nos nossos dias, tudo isso está neste volume.
Recomendo vivamente.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

ORÇAMENTO

O Orçamento Geral do Estado foi entregue hoje ao fim do dia.
Entretanto, desde ontem que a comunicação social discute aspectos concretos do orçamento. Isto é, foram deliberadamente lançados pormenores para fora, que servem para colocar a discussão nos planos que interessam ao Governo.
Isto só significa que o Governo dispõe de uma máquina de comunicação eficaz.
O que impressiona mesmo é a forma, no mínimo acrítica, como toda a imprensa vai atrás do que lhe atiram, bem como a própria oposição.
Triste país este.