terça-feira, 23 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

MAGNIFICAT

O Evangelho do dia de hoje é o Magificat, um belíssimo poema do Novo Testamento:
(Lc 1, 46-56)
Naquele tempo, Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.

Para o Magificat, Bach escreveu esta peça magnífica:






O imposto escondido



É sabido que os inimigos da Democracia usam muitas vezes o tema da corrupção para denegrir e atacar essa mesma democracia.
De facto, nas democracias liberais as sociedades são, por princípio, livres e abertas. Existem assim condições para que os esquemas de suborno e tráfego de interesses e influências sejam praticados com mais à vontade do que em sistemas ditatoriais em que as polícias tudo controlam e vigiam, enquanto normalmente fecham os olhos aos amigos do poder.
Mas é precisamente por as democracias terem como princípio básico a igualdade de oportunidades que devem combater a corrupção que desvirtua essa igualdade. Desvirtua, porque altera decisões gerando vantagens ilegítimas. E além de imoral, a corrupção é um imposto escondido suportado pelos cidadãos honestos, já que o valor da corrupção se reflecte em acréscimos de custos no acesso a bens e serviços.
Um determinado nível de corrupção existirá sempre, porque as pessoas não são perfeitas.
Mas as sociedades livres não podem permitir o grau de laxismo por parte do Estado que deixa que a corrupção atinja níveis insustentáveis para a sua própria continuidade.
Claro que a corrupção será tão mais eficazmente combatida, quanto maior for a exigência ética da sociedade e quanto melhor e mais justo for o clima económico. A degradação de qualquer um destes factores propicia o aumento da corrupção. Em alturas de dificuldade económica, é ainda mais premente aplicar a outra alternativa contra a corrupção, ou seja, aplicar a solução política e judicial última: as pessoas têm que perceber que, além de ilegítima, a corrupção dá cadeia, seja em que nível for. Como em tudo na vida, não adianta pregar bons princípios: o fundamental é dar bons exemplos e os exemplos têm que vir de cima.
Entre nós, infelizmente, a situação tem vindo a piorar. Há pouco mais de uma semana foi publicado o relatório anual da “Transparency International”, ou Índice de Percepções da Corrupção. Portugal aparece nesse índice no lugar nº 32, quando em 2007 ocupava o nº 28 e em 2006 o nº 26.
Não é nada que nos deva surpreender. Na realidade, todos nós nos apercebemos de que algo está errado na nossa organização política e social que permite a ocorrência de casos verdadeiramente escandalosos que são cada vez mais vistos como comuns.
Além de um imposto escondido, a corrupção é um veneno que de forma insidiosa vai minando os alicerces da nossa sociedade.

Publicado no Diário de Coimbra em 22 de Dezembro de 2008

domingo, 21 de dezembro de 2008

TURBILHÃO CENTRAL



A OMEGA continua no seu caminho de recuperação de um lugar entre as marcas relojoeiras de topo, ainda que os modelos de entrada sejam relativamente abordáveis.
Os novos modelos trazem todos certificado COSC de cronómetro e grande parte deles trazem já o "escape co-axial" que lhes confere grande estabilidade de movimento e durabilidade acrescida, já que praticamente dispensam lubrificação.
O novo modelo de turbilhão central com escape co-axial é absolutamente extraordinário.
Como a gaiola do turbilhão está colocada no centro do relógio, não é possível colocar eixo de ponteiros, pelo que na realidade estes também não existem.
O que existe são dois discos finíssimos de safira, um para as horas e outro para os minutos, onde estão gravados os desenhos dourados dos respectivos ponteiros.
Estes discos são movidos por uma engrenagem localizada na sua periferia.
Tudo isto, mecânico.
Relógio mais estranho, na realidade, não deve haver. No entanto, é uma peça de beleza inexcedível.

Canção de Solveig

Outra grande canção, por Lucia Popp (Canção de Solveig de Peer Gynt - Grieg):

PACO DE LUCIA

Os fins de semana também servem para ouvir de novo velhas músicas que nos estão no ouvido e que há muito não ouvimos.
É o caso desta, tocada por um trio absolutamente espantoso que chegou a editar um álbum que nunca mais encontrei.
No entanto, o you tube consegue a proeza de nos dar todas aquelas músicas que julgávamos perdidas.

PACO DE LUCIA , John McLaughlin , AL DI MEOLA:

sábado, 20 de dezembro de 2008

PAÍS SEM CRÉDITO

Se a notícia que hoje faz manchete na capa do Expresso é verdadeira, então a situação do país é ainda muito pior e mais perigosa do que se receava.
O facto de a Caixa Geral de Depósitos não conseguir financiar-se lá fora, apesar de inteiramente de capital público e apesar da garantia do Estado português, só pode traduzir-se na falta de credibilidade externa do país, que gera falta de confiança para nos emprestarem dinheiro.
Agora percebo bem o aspecto claramente angustiado dos membros do Governo quando há oito dias apresentaram o plano anti-crise.
Isto não está mesmo nada fácil.

Esta vida de marinheiro

Brel:

Fim de semana

"A mulher é o futuro do homem"
Passado, presente e futuro, acrescentarei eu.
Jean Ferrat:

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

ESTATUTO DOS AÇORES

Pronto, aconteceu.
O aborto jurídico foi confirmado pela Assembleia da República.
A posição tomada pelo PSD foi deprimente. Os senhores Deputados foram obrigados pela Direcção do Grupo Parlamentar a abster-se, tendo havido uns 16 que emitiram declaração de voto, manifestando-se discordantes do sentido do voto a que foram OBRIGADOS.
A própria Direcção do Grupo Parlamentar manifestou a sua opinião contrária ao Estatuto, enquanto OBRIGAVA os senhores deputados a abster-se. E estes aceitaram as ordens como cordeirinhos, enquanto a única reacção de alguns foi a declaração de voto.
Por outro lado, a mesmíssima Direcção autorizou dois Deputados a votarem a favor do Estatuto, o que permitiu que fosse aprovado por dois terços, embora tal não fosse necessário. a cereja em cima do bolo.
Absolutamente lamentável: todos saem mal na fotografia. Pelos vistos com medo de uma cisão do Dr. Mota Amaral, o que não passa de uma anedota de mau gosto.
Para ter amigos destes, mais vale o Presidente ter inimigos.
Por outro lado, quem não é capaz de fazer política a sério devia, isso sim, abster-se disso e ir dar aulas na Universidade ou fazer outra coisa qualquer que não tenha consequências negativas para a comuidade.