quarta-feira, 20 de maio de 2009

Coimbra
























Uma fotografia diferente da Sé Velha de Coimbra.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Crise ideológica



Segundo os dicionários, a palavra “crise” significa um “momento perigoso e decisivo” ou uma “mudança que sobrevém no curso de uma doença aguda”.

Como tal, é uma situação conjuntural, embora traga dor e sacrifícios no seu interior.

Enquanto duram, as crises económicas exigem cuidados especiais dos responsáveis políticos, com o objectivo de minorar os efeitos nefastos sobre os atingidos que não se podem defender. No entanto, não se pode esquecer que, durante uma crise, o essencial é preparar o futuro, para que a saída se faça a um bom ritmo, deixando para trás os desperdícios que antes existiam.

Claro que, como acontece com qualquer doença, não há curas estáveis sem diagnóstico, isto é, sem conhecimento das razões que levaram ao seu surgimento.

Sobre as causas da presente crise, já muitos especialistas se pronunciaram, devendo aqui ser salientado o livro de Vítor Bento (Perceber a crise para encontrar o caminho) que ajuda a perceber o que se passou, e cuja leitura recomendo vivamente. Há poucas semanas ouvi, no entanto, aquela que considero a maneira mais apelativa de explicar o que se passou.

No 4.º Congresso Nacional da ACEGE, o Prof. Luís Campos e Cunha comparou o sucedido à queda de um avião. Um acontecimento desse calibre nunca se deve a uma causa única, mas sim à acumulação de problemas vários, que, embora graves, só por si não fariam cair o avião. É a ocorrência em simultâneo que determina a inevitabilidade do desastre. Por outro lado, há problemas que tal como as doenças desconhecidas, não são passíveis de ser detectados antes de se manifestarem, pelo que não podem sequer ser prevenidos.

Entre essas causas, apontam-se a fé num crescimento permanente sem fim, a vontade de providenciar casas para todos, os automatismos nas decisões de investimento, o dinheiro fácil e barato durante muito tempo, a venda de produtos financeiros em pacote sem conhecimento real da sua constituição, a falta de regulação da banca de investimentos, a ganância de querer dar lucros imediatos aos accionistas que garantissem bons prémios aos gestores, a falta de ética de muitos responsáveis bancários, económicos e políticos etc.

Claro que há também quem mais uma vez acuse a economia de mercado (sim, o velho capitalismo) ou mesmo a globalização de todos os males. Esquecem que nunca houve no mundo uma tão grande produção de riqueza; nunca tantos milhões de pessoas tiveram acesso ao mínimo indispensável.

Outros tentam apresentar esta crise como uma prova de contradição entre capitalismo e Estado, esquecendo aliás tudo o que a História do século. XX ensina. Como se fosse possível imaginar o sistema capitalista sem Estado, que é essencial desde logo para regular a própria actividade económica. Isto, claro está, para além do necessário exercício das funções de soberania e de assegurar uma redistribuição social das receitas que são geradas pelas empresas da tal economia de mercado.


Publicado no Diário de Coimbra em 18 de Maio 2009

domingo, 17 de maio de 2009

Je sais, Je sais

Jean Gabin ensina-nos algo, quando julgamos já saber tudo da vida.

sábado, 16 de maio de 2009

Espionagem civil

O Diário de Notícias de 14 deste mês trazia a seguinte notícia:

Espionagem
Maçonaria quer serviços secretos

14 Maio 2009

A obediência maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL) pretende criar uma estrutura própria de serviços secretos, que designa por "núcleo interno de intelligence", indicam documentos a que a agência Lusa teve acesso.

A proposta foi apresentada numa reunião da Grande Dieta, órgão que equivale à assembleia geral do GOL a 21 de Março, e aprovada com 57 votos a favor e 21 contra.

O objectivo daquele "núcleo" é, segundo a acta da reunião, cumprir as "funções próprias daqueles organismos [de espionagem] no âmbito da defesa e prevenção", refere a acta da reunião.

A Lusa contactou o GOL, por correio electrónico, para obter do grão-mestre da obediência, António Reis, detalhes da estrutura e os fins práticos a que se destina, mas ainda não obteve qualquer resposta.

Na mesma Dieta foi igualmente aprovada - com 77 votos favoráveis e sete contra - a "contratação de equipas técnicas externas, para fornecimento de serviços de consultadoria e apoio efectivo ao grão-mestre e ao Conselho da Ordem nos domínios da segurança de pessoas, património e informação".

Eu, que não percebo nada destas coisas, gostava que me explicassem se uma situação destas é legal, para além de ética, dado que imagino que a "intelligence" não seja para espiar e recolher informações sobre os elementos da organização.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

CONTAS À VIDA

Às quartas feiras entre as 23.00 e a meia noite, a TVI24 tem o programa "Contas à vida". Com a moderação de António Perez Metelo, dois antigos ministros das Finanças, Jorge Braga de Macedo e Joaquim Pina Moura explicam a economia portuguesa actual e do passado. O brilhantismo de Braga de Macedo é avassalador, deixando pouco espaço aos outros intervenientes e colocando permanentemente Pina Moura na defensiva, mas de uma forma educada e intelectualmente superior. Percebe-se bem porque é que a Esquerda gosta tanto de lhe chamar de "adiantado mental".
Recomendo vivamente o programa.


A PROVA QUE NÃO PROVA NADA

Da imprensa de hoje:

"A Autoridade da Concorrência (AdC) considera que a existência de painéis nas auto-estradas com os preços iguais em várias bombas de marcas concorrentes "não constitui, por si só, uma prova de concertação ilícita entre operadores".

Confrontado pela Lusa com a existência de painéis nas auto-estradas com preços iguais para gasóleo e gasolina sem chumbo/95 em várias marcas, a AdC remeteu a situação para as conclusões do relatório que apresentou em Abril: "um paralelismo de preços de venda ao público não constitui, por si só, uma prova de concertação ilícita entre operadores nos termos da legislação da concorrência"

Claro que eu não acredito em bruxas, mas que as há, há!




quarta-feira, 13 de maio de 2009

As duas crises sobrepostas

Gráfico do Economist da semana passada.
Eduardo Catroga publicou ontem um artigo no novo jornal i sobre os grandes investimentos, em que faz uma análise cuidada da actual situação económica do país.
O artigo começa assim:
Portugal defronta uma crise económica com duas componentes: a estrutural e a conjuntural. A componente estrutural é evidenciada pela "década perdida" em matéria de convergência real (a pior desde a década de1920, em termos relativos), pelo crescimento do endividamento externo (10% do PIB, em 1995; 60% em 2004 e 100% em 2008), pela estagnação do Rendimento Nacional nos últimos anos (onde têm peso crescente os juros pagos aos credores externos) e pela evolução da taxa potencial de crescimento da economia (em declínio acentuado, sendo hoje apenas da ordem de 1%).
 A componente conjuntural da crise é fruto da situação económica e financeira internacional e será ultrapassada quando a economia americana e europeia recuperarem.