domingo, 24 de maio de 2009

Longo caminho percorrido

O reencontro com colegas de há quarenta anos é uma ocasião especial. Ao contrário dos clubes sociais em que, e bem, existe uma regra que impede a discussão de religiões ou política partidária, ali isso não é necessário. A vontade de estabelecer pontes é tão forte, que supera as diferenças que entretanto se foram estabelecendo. Colegas que entretanto morreram são recordados, colegas que atravessam fases difíceis de doenças mortais são abraçadas com carinho, colegas de que não se gostava lá muito são agora simpáticos, professores esquecidos mostram orgulhosos cadernetas com classificações velhas de 4o anos. Mas todos temos as nossas botas para caminhar, como na canção desses tempos.


AL CAPONE

Esta notícia da TSF faz recordar que a única maneira de meter o Al Capone foi pela fuga aos impostos:
"O Sindicato das Carreiras de Investigação e Fiscalização do SEF denunciou, este domingo, que o dinheiro ilegal realizado em apenas um ano nas casas de alterne de Portugal daria para pagar a nova auto-estrada entre Amarante e Bragança."

sábado, 23 de maio de 2009

BRÁS GARCIA DE MASCARENHAS


Amanhã, dia para rever velhas amizades com quarenta anos, em Oliveira do Hospital.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

A VELHA DEMOCRACIA

Michael Martin demitiu-se de líder da Câmara dos Comuns, depois da revelação das despesas dos deputados britânicos. Além dele, também um ministro e dois Lords já se foram embora. O ciclo da terceira via do socialismo de Tony Blair desfaz-se aos bocados em corrupção e poucas vergonhas ao mais alto nível.  David Cameron exige eleições antecipadas e o primeiro ministro resiste cegamente à realidade. Vamos ver como a mais velha democracia do mundo vai ultrapassar esta crise.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

KAL´s cartoon



O cartoon de KAL no Economist desta semana. Espera-se que por cá não aconteça o mesmo que na Grã-Bretanha. Mas com o que se passa com o BPN e a CGD, não estamos livres de perigo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Normalidade habitual

Tivemos em tempos uma normalidade habitual que cobria casos como esta notícia da TSF com um manto diáfano:


"O Procurador-Geral da República (PGR) deu instruções para que as diligências que impliquem cooperação judiciária internacional no caso Freeport não tenham a intervenção do Eurojust, organismo presidido por Lopes da Mota, alvo de um inquérito por alegadas pressões neste processo."


Coimbra
























Uma fotografia diferente da Sé Velha de Coimbra.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Crise ideológica



Segundo os dicionários, a palavra “crise” significa um “momento perigoso e decisivo” ou uma “mudança que sobrevém no curso de uma doença aguda”.

Como tal, é uma situação conjuntural, embora traga dor e sacrifícios no seu interior.

Enquanto duram, as crises económicas exigem cuidados especiais dos responsáveis políticos, com o objectivo de minorar os efeitos nefastos sobre os atingidos que não se podem defender. No entanto, não se pode esquecer que, durante uma crise, o essencial é preparar o futuro, para que a saída se faça a um bom ritmo, deixando para trás os desperdícios que antes existiam.

Claro que, como acontece com qualquer doença, não há curas estáveis sem diagnóstico, isto é, sem conhecimento das razões que levaram ao seu surgimento.

Sobre as causas da presente crise, já muitos especialistas se pronunciaram, devendo aqui ser salientado o livro de Vítor Bento (Perceber a crise para encontrar o caminho) que ajuda a perceber o que se passou, e cuja leitura recomendo vivamente. Há poucas semanas ouvi, no entanto, aquela que considero a maneira mais apelativa de explicar o que se passou.

No 4.º Congresso Nacional da ACEGE, o Prof. Luís Campos e Cunha comparou o sucedido à queda de um avião. Um acontecimento desse calibre nunca se deve a uma causa única, mas sim à acumulação de problemas vários, que, embora graves, só por si não fariam cair o avião. É a ocorrência em simultâneo que determina a inevitabilidade do desastre. Por outro lado, há problemas que tal como as doenças desconhecidas, não são passíveis de ser detectados antes de se manifestarem, pelo que não podem sequer ser prevenidos.

Entre essas causas, apontam-se a fé num crescimento permanente sem fim, a vontade de providenciar casas para todos, os automatismos nas decisões de investimento, o dinheiro fácil e barato durante muito tempo, a venda de produtos financeiros em pacote sem conhecimento real da sua constituição, a falta de regulação da banca de investimentos, a ganância de querer dar lucros imediatos aos accionistas que garantissem bons prémios aos gestores, a falta de ética de muitos responsáveis bancários, económicos e políticos etc.

Claro que há também quem mais uma vez acuse a economia de mercado (sim, o velho capitalismo) ou mesmo a globalização de todos os males. Esquecem que nunca houve no mundo uma tão grande produção de riqueza; nunca tantos milhões de pessoas tiveram acesso ao mínimo indispensável.

Outros tentam apresentar esta crise como uma prova de contradição entre capitalismo e Estado, esquecendo aliás tudo o que a História do século. XX ensina. Como se fosse possível imaginar o sistema capitalista sem Estado, que é essencial desde logo para regular a própria actividade económica. Isto, claro está, para além do necessário exercício das funções de soberania e de assegurar uma redistribuição social das receitas que são geradas pelas empresas da tal economia de mercado.


Publicado no Diário de Coimbra em 18 de Maio 2009

sábado, 16 de maio de 2009

Espionagem civil

O Diário de Notícias de 14 deste mês trazia a seguinte notícia:

Espionagem
Maçonaria quer serviços secretos

14 Maio 2009

A obediência maçónica Grande Oriente Lusitano (GOL) pretende criar uma estrutura própria de serviços secretos, que designa por "núcleo interno de intelligence", indicam documentos a que a agência Lusa teve acesso.

A proposta foi apresentada numa reunião da Grande Dieta, órgão que equivale à assembleia geral do GOL a 21 de Março, e aprovada com 57 votos a favor e 21 contra.

O objectivo daquele "núcleo" é, segundo a acta da reunião, cumprir as "funções próprias daqueles organismos [de espionagem] no âmbito da defesa e prevenção", refere a acta da reunião.

A Lusa contactou o GOL, por correio electrónico, para obter do grão-mestre da obediência, António Reis, detalhes da estrutura e os fins práticos a que se destina, mas ainda não obteve qualquer resposta.

Na mesma Dieta foi igualmente aprovada - com 77 votos favoráveis e sete contra - a "contratação de equipas técnicas externas, para fornecimento de serviços de consultadoria e apoio efectivo ao grão-mestre e ao Conselho da Ordem nos domínios da segurança de pessoas, património e informação".

Eu, que não percebo nada destas coisas, gostava que me explicassem se uma situação destas é legal, para além de ética, dado que imagino que a "intelligence" não seja para espiar e recolher informações sobre os elementos da organização.