jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
BOM ANO NOVO
O tempo pode referir-se a um fenómeno climático. Hoje em dia é mesmo um dos problemas mais discutidos, devido ao chamado aquecimento global. A História da Terra já assistiu a períodos de gelo global, a épocas de grandes calores e a curtas eras de temperaturas relativamente amenas como a actual, que permitiu à Humanidade desenvolver-se e criar a sua própria civilização.
Outra concepção de tempo refere-se à duração de acontecimentos que se mede por períodos de tempo.
Pode dizer-se que a capacidade de “medir” o tempo, isto é, medir períodos de tempo é a base da civilização humana, desde o início da astronomia até à física quântica de hoje.
Ao longo da História, foram sendo adoptadas várias bases para nos orientarmos no tempo, tendo surgindo vários calendários para divisão do ano, que corresponde a uma translação da Terra à volta do Sol. O calendário gregoriano em vigor desde o século XVI, com o ano de 365 dias e os meses de 30 e 31 dias acrescidos do sistema dos anos bissextos, deu-nos uma base estável para nos entendermos todos sem uma grande acumulação de erros.
Durante muito tempo acreditou-se que o tempo era infinito isto é, que tinha existido desde sempre, permitindo que a realidade pudesse ser representada de forma simples através de três dimensões físicas e o tempo, que seria a quarta dimensão.
Depois, Einstein revolucionou tudo com a sua “Relatividade Geral”. Hoje acredita-se que houve um momento inicial para tudo, ao qual se chamou “Big Bang”, estando o universo em expansão e devendo em consequência prever-se igualmente um fim para tudo.
Aquela noção do tempo absoluto em que acreditaram tanto Aristóteles como Newton, foi igualmente colocada na prateleira.
A nova noção de espaço e tempo trazida por Einstein implica que o espaço-tempo não é rectilíneo e sim curvo, tendo nós uma ideia tão errada da realidade como aquela que Galileu desmontou e que era verdade “absoluta” desde Aristóteles.
De qualquer modo, a convenção do calendário gregoriano ainda nos serve perfeitamente para o dia a dia. Aquele calendário, na sua continuidade, diz-nos que hoje é o último dia do ano de 2007, sendo amanhã o primeiro dia do ano de 2008.
A base anual serve para fechar contas e fazer relatórios de actividades a todos os níveis, desde o individual ao das empresas e até do Estado. Serve também para abrir novas contas e iniciar projectos, o que é muito mais importante.
A todos os leitores e ao Diário de Coimbra “que tão amavelmente me acolhe nas suas páginas”, um bom ano de 2008.
Publicado no DC em 31 Dezembro 2007
domingo, 30 de dezembro de 2007
E DEPOIS DO INVERNO
INVERNO
Esta interpretação de Nigel Kennedy reconciliou-me com o Vivaldi das QUATRO ESTAÇÕES que já não podia ouvir por causa da charopada das versões para elevador.
FINALMENTE
Saúdo a atitude mais corajosa que vejo em Portugal desde há muito tempo.
Enorme desafio aos poderes instalados.
GOVERNADOR CIVIL
A Lusa dá-nos a resposta:
Coimbra, 30 Dez (Lusa) - Três condutores com excesso de álcool foram detidos hoje de madrugada em Coimbra, no âmbito de uma operação realizada pela PSP na zona urbana.
Na operação foram fiscalizados 300 condutores, tendo sido detectadas sete infracções muito graves de excesso de velocidade, revela a PSP de Coimbra em comunicado divulgado hoje.
Foram também assinaladas 12 infracções graves de excesso de velocidade.
A operação "Natal em Segurança 2007" decorreu entre as 00:30 e as 04:30, envolveu um total de 57 elementos policiais e foi acompanhada pelo governador civil de Coimbra.
Foram utilizadas 14 viaturas policiais, de onde se destacam um posto móvel, uma viatura equipada com um radar estático e outra com um radar dinâmico, adianta a nota da Polícia de Segurança Pública.
O uso de telemóvel durante a condução, a falta de inspecção periódica e pneus em situação irregular, foram outras infracções encontradas.
MCS
Lusa/fim
“ESPAÇO DE TEMPO”
Esta é uma expressão vulgar que me habituei a considerar como representativa de ignorância por parte de quem a emprega.
Na física clássica, o espaço é definido por três eixos ou apenas dois se considerarmos um plano. Para além disto, havia o tempo que definia o momento do acontecimento, independentemente da localização geométrica, mas que se lhe podia associar para o definir completamente.
Após a teoria da relatividade, a distância passou a ser definida em função do tempo e da velocidade da luz, isto é, o metro passou a ser definido como a distância percorrida pela luz em 0,000000003335640952 segundos medidos por um relógio de césio. Este valor corresponde à distância entre duas marcas numa barra de platina guardada em Paris, que é a definição que aprendemos na escola primária.
Curiosamente, vista desta forma, a expressão “espaço de tempo” já não parece tão ignorante, o que mostra que estamos sempre a aprender.
Para saber mais sobre o Tempo, aconselho vivamente a “BREVE HISTÓRIA DO TEMPO” de Stephen W. Hawking.
Tempus fugit
sábado, 29 de dezembro de 2007
MILLENNIUM BCP - 3
Não ao BCP, a quem desejo sinceramente que sobreviva, mas à chamada "economia liberal" em Portugal.
MILLENNIUM BCP-2
Coitado, nem se apercebe que quantas mais vezes as televisões passarem as suas declarações de satisfação pela nomeação do Eng. Faria de Oliveira para a CGD menos votos tem o PSD.
E mais não digo.
O POVO PASSOU A MANDAR
Após uma visita à exposição do Ermitage em Lisboa, uma criança com cerca de 8/10 anos, reproduz aquilo que ouviu da especialista que guiou o seu grupo na visita à exposição.
E o que disse sobre o "Imperador" NicolauII?
Que tinha sido morto com toda a sua família pelos bolcheviques, o que não tinha sido bom, mas no fim foi o povo que ficou a mandar.
Mais uma vez a relativização introduzida pelo "mas".
Claro que ninguém disse à criancinha que os bolcheviques eram comunistas.
E certamente também ninguém lhe disse que, tendo o povo passado a mandar, além de NicolauII e família foram mortas dezenas de milhões de pessoas em nome desse mesmo povo.
Mas isto, se calhar, sou eu que continuo a ser anti comunista primário...
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
NATAL
Se há momento da nossa vida colectiva actual em que se torna evidente o choque entre a tradição cristã e o actual relativismo racionalista é o Natal.
Todos nós sabemos a origem das festividades relacionadas com o Natal, que é o nascimento de Jesus Cristo, o que significa que esta é uma das celebrações sociais mais vincadamente cristãs.
Também são sobejamente conhecidos os lugares comuns relacionados com o Natal que enchem páginas de revistas e jornais, nomeadamente de entrevistas de “gente bonita”, afirmando uns que o Natal é todos os dias, outros que o Natal é quando um homem quiser, outros ainda que as crianças são o melhor do mundo, etc. São apenas frases feitas sem qualquer significado.
Por outro lado, basta andar na rua para se ser bombardeado com músicas a metro e luzes e mais luzinhas a brilhar, que aliás já nem reproduzem qualquer símbolo natalício, tentando apenas criar um ambiente supostamente propício a fazer compras.
Isto é, a sociedade laica contemporânea pegou num dos principais símbolos da tradição cristã e adaptou-o aos seus interesses e preocupações imediatas. Esta atitude perde tanto para o espírito cristão original do Natal, que é talvez uma das melhores provas de que, ao tentar ultrapassar os valores cristãos, a sociedade moderna apenas consegue produzir uma triste caricatura de uma festa familiar cristã que tantas obras de arte perenes produziu ao longo de vinte séculos.
O significado profundo do Natal não consiste nas prendinhas e nas luzes das ruas, mas sim no surgimento de Alguém que trouxe uma Verdade ainda hoje revolucionária ao dizer que todos os seres humanos são iguais perante Deus. É por esta razão que todos somos colectiva e pessoalmente responsáveis perante a pobreza, a exploração dos fracos e a injustiça.
Neste Natal os meus votos vão para que todos nós sejamos capazes de ultrapassar a intolerância e a incapacidade de ver o sofrimento dos nossos semelhantes, principalmente os mais fracos e desprotegidos, como era Jesus Cristo quando nasceu numa gruta em Belém há dois mil anos.
Publicado no DC em 24 Dezembro 2007domingo, 23 de dezembro de 2007
MILLENNIUM BCP
É lamentável e pode ter consequências imprevisíveis.
Espera-se que a actual liderança do PSD veja a importância do que se passa e que vai muito para além dos "acordos não escritos" relativos à liderança da CGD. Aliás, essa questão nem sequer deveria ter vindo a público, muito menos nesta altura.
As intervenções públicas de responsáveis públicos do sector financeiro também não estão a primar pela sensatez.
Aguardemos pelos próximos capítulos, na esperança de que a época que se atravessa ajude a manter alguma reserva e a haver algum respeito pelos valores fundamentais que todos dizemos respeitar, evitando que isto se pareça com a Rússia de Putin.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
MAGNIFICAT
Esta oração encontra-se no Evangelho segundo S. Lucas (1:46-55):
A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante
Me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre.
Glória ao Pai e ao Filho e ao espírito Santo,
como era no princípio, agora e sempre.
Ámen
Entre os vários compositores que escreveram sobre o Magnificat sobressai Johann Sebastian Bach que, como é bem conhecido, compunha para maior glória de Deus.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
ÉTICA E EMPRESAS
Uma das consequências mais notórias e impressivas da globalização é uma maior dificuldade das pequenas e médias empresas se adaptarem a um ambiente económico muito mais exigente do ponto de vista da competitividade do que se verificava há uns anos. De facto, a abertura cada vez maior dos mercados à escala planetária significa competir directamente com empresas com estruturas de custos muito diferentes, dados os diferentes estágios de desenvolvimento dos países onde se localizam, que se traduzem em custos com pessoal, matérias primas e energia muito diferenciados. Significa isto normalmente que os preços de venda dos produtos e serviços são “esmagados” para poderem ser competitivos e permitirem o crescimento das empresas, ou mesmo a sua subsistência.
Nestas condições, coloca-se cada vez com maior premência a questão da ética nos negócios, dado que com muito maior facilidade os empresários se vêm na situação de lançar mão de todos os meios ao alcance para garantir o sucesso das suas empresas. Não se pode ainda esquecer que o insucesso das empresas significa, para além da perda económica, todo um rol de sofrimento para os empresários e seus colaboradores que normalmente vão engrossar a fila dos desempregados.
Nos dias de hoje as pessoas passam cada vez mais tempo nos seus empregos, assistindo-se mesmo a uma transferência do papel central da sociedade que tradicionalmente era da família, para as empresas
Se sempre foi um desafio ser empreendedor, hoje é muito mais difícil, não se compreendendo muito bem a má-vontade contra os empresários que ainda hoje se nota em muitas franjas da sociedade portuguesa, talvez fruto de querelas ideológicas mal resolvidas relacionadas com a falência dos amanhãs que cantam.
De qualquer forma, é a qualidade das empresas e dos seus responsáveis que conta cada vez mais para a construção de um futuro que seja económica e socialmente sustentável.
Por estas razões, a preocupação com a auto-regulação das empresas com vista a promover códigos de conduta e a adopção de códigos de ética para os seus colaboradores desde o gestor de topo ao mais simples colaborador, é importante para que a sua competitividade seja sustentável, garantindo estabilidade e bem-estar para todos.
A este propósito, recomendo aos leitores uma visita ao portal VER: http://www.ver.pt/
domingo, 16 de dezembro de 2007
CLIMA DE SEGURANÇA
RATIFICAR O TRATADO
Que se saiba, o primeiro-ministro ainda não anunciou a sua decisão quanto ao processo de ratificação. Sendo assim, será que o PSD apoia a decisão, qualquer que ela seja?
Será que Ribau Esteves já está a falar do novo primeiro-ministro (do PSD)?
sábado, 15 de dezembro de 2007
JOÃO DOMINGOS BOMTEMPO
Compositor português quase desconhecido, principalmente em Portugal, de forma bastante injusta.
O Ministério da Cultura faria bem em publicar a obra deste autor, para o que até nem seria difícil encontrar patrocínio, divulgando a sua obra aos portugueses, nomeadamente nas escolas.
Bomtempo nasceu em Dezembro de 1775, tendo vivido grande parte da sua vida em Paris e
Faleceu em Agosto de 1842.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
HELP
Após o encerramento da cimeira fiquei a aguardar pela comunicação dos resultados.
Como não consegui obter qualquer informação na comunicação social, peço encarecidamente aos leitores deste blogue que me forneçam pistas que me levem a conhecer o que realmente resultou da cimeira. Em termos de informação concreta, estamos perante um autêntico buraco negro.
Recuso-me terminantemente a pensar que o Estado português gastou 10 milhões de euros para organizar uma festa sem qualquer significado para além de ter ocorrido.
Claro que o seguinte texto da BBC já corre na net:
«PERHAPS THERE WEREN'T ANY»
«The Portuguese Prime Minister, Jose Socrates, gave an extraordinary closing speech which spoke about bridges being built, steps forward being taken, and visions being pursued. He went off on such an oratorical flight, in fact, that I became mesmerised by the beauty of the Portuguese language and the elegance of his delivery. I was so bewitched that I didn't register any concrete points in the speech at all. Perhaps there weren't any. But it certainly sounded good.»
Jornalista da BBC, enviado a Lisboa, a propósito do discurso final do senhor presidente em exercício, retirado de “Portugal dos Pequeninos”
Apesar de tudo, quero crer que é mais uma vez o espírito imperialista inglês, o mesmo do mapa cor-de-rosa, que produziu este texto.
OUTRAS REALIDADES
Antes de partir, o líder líbio recebeu um grupo de gestores e empresários que, antes do encontro mostravam uma grande animação entre os quais se destacava Ângelo Correia.
No entanto, pouco após o início do encontro no interior da tenda, dois dos melhores gestores do país, António Mexia e Luís Filipe Pereira saem com o semblante carregado.
Questionados sobre o que se passara lá dentro, Mexia respondeu que se trata de uma realidade diferente, de uma realidade que é preciso conhecer (cito de memória) e mais não disse.
Evidentemente, os gestores viram ou ouviram algo que os chocou violentamente para tomarem a decisão de abandonar imediatamente o local, parando ali mesmo qualquer hipótese de continuar contactos com vista a negócios das suas empresas na Líbia.
Três comentários:
1) Seria interessante divulgar a tal realidade diferente.
2) Só dois gestores se vieram embora. Porque é que os outros ficaram?
3) A restante comunicação social eliminou esta ocorrência das notícias.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
SEMANA DE CARAVAGGIO
Embora essa história também mereça ser conhecida, não se trata aqui da Nossa Senhora de Caravaggio trazida para o nosso quotidiano por Luis Felipe Scolari.
Trata-se sim do pintor Michelangelo Merisi que terá nascido na cidade italiana da Caravaggio em 1571e que ficou conhecido pelo nome dessa cidade onde viveu.
Apesar de ter morrido com 39 anos, deixou uma obra absolutamente extraordinária.
A sua curta vida foi turbulenta, bem à imagem da época em que viveu. É bem a demonstração de que os Artistas estão muito para além da sua própria vida.
AS IGREJAS COMO PATRIMÓNIO CULTURAL
Se o leitor entrar na Igreja de Santa Cruz num qualquer dia da semana às nove da manhã, encontra o templo praticamente cheio para a celebração da Eucaristia.
Para além do facto de a congregação reunida ter como característica acentuada a predominância de cabelos brancos, o que se compreende dada a hora de trabalho, há outros aspectos que saltam à vista.
Em primeiro lugar, o templo encontra-se com a lotação quase completa, o que é muito significativo.
Por outro lado, somos apanhados de chofre pela sensação de que aquela celebração manifesta uma continuidade religiosa com mais de oitocentos anos, o que é impressionante. E apercebemo-nos de que a celebração eucarística é verdadeiramente a função primordial do templo, muito para além das cerimónias que regularmente se lá realizam, por ser monumento e panteão nacional.
Felizmente vai longe o tempo em que a classificação do património artístico e cultural da Igreja como de interesse nacional significava que o bem lhe era sistematicamente retirado e destinado a outros fins, o que não raras vezes significou a sua degradação e perda para sempre.
Ao longo de centenas de anos a Igreja Católica foi a criadora de um vastíssimo espólio cultural, constituído não só pelas igrejas e conventos, mas também por imagens, pinturas, peças de ourivesaria, panos valiosos, etc.
Se a comunidade em geral e o próprio Estado consideram esses bens como um património comum a preservar, o que no fundo é um reconhecimento da importância do cristianismo na constituição da nossa memória, não se deve esquecer o objectivo primordial da sua criação, que é o culto religioso.
Como templos abertos ao culto, as igrejas cristãs são lugares vivos que assim se distinguem dos museus, que servem apenas para conhecer ou visitar o passado.
A Igreja Católica, através da sua estrutura hierárquica, nomeadamente pela Conferência Episcopal, debruça-se com a maior atenção sobre o estudo da conservação e valorização do seu Património Artístico e Cultural.
Entre outras questões, a Conferência Episcopal considerou muito recentemente que “interessa particularmente à Igreja promover a correcta utilização pastoral e cultural do património”, aceitando ainda integrar uma comissão paritária com o Estado “que assegure um diálogo permanente, em ordem a conjugar esforços na defesa e valorização do património artístico da Igreja e a equacionar os problemas surgidos em lugares de interesse comum, como são os templos designados monumentos nacionais".
Como se vê, trata-se de uma questão que está na ordem do dia, existindo boas hipóteses de que esta nova abordagem venha a dar bons frutos, se o Estado acompanhar os esforços da Igreja Católica.
Publicado no DC em 10 Dezembro 2007domingo, 9 de dezembro de 2007
TÊ GÊ VÊ
Normalmente são ideias lançadas que após algum tempo todos "acham" que é necessário concretizar, sem verdadeiros estudos de custo-benefício.
Estão aí Sines e o Alqueva para o provar.
Se o novo aeroporto internacional é entendido como necessário para responder a uma procura estimada, o que dizer do TGV?
Ainda absolutamente ninguém demonstrou a necessidade da linha TGV entre Lisboa e Porto, para além da infra-estrutura ferroviária existente. Acresce a desmesurada ocupação de território que implica, precisamente na zona litoral já tão congestionada.
Percebe-se mais a ligação entre Lisboa e Madrid, embora mesmo neste caso devesse ser suportada exclusivamente pela União e por Espanha, que é a sua grande beneficiária.
Ao contrário da discussão do aeroporto que se centra na localização, no caso do TGV haja alguém que comece a colocar em causa este investimento de forma séria .
sábado, 8 de dezembro de 2007
Cimeira Europa-África
Sabe-se que não é verdade, sendo apenas um desvio para evitar perguntas aborrecidas dos jornalistas, perante a qualidade de muitos dos participantes.
Alguém se lembra da satisfação do presidente da União e do presidente da Comissão há poucas semanas em Lisboa quando Putin literalmente gozou com todos eles na véspera das suas eleições na Rússia? A União rejubilava ao mais alto nível com a aceitação por Putin de formas de garantir a liberdade e justiça das eleições. Depois foi o que se viu.
Será que com África vai ser diferente?
Não acredito.
Aliás o sr Kadhafi já tratou de por tudo em pratos limpos com a sua análise superior da actuação da ONU.
Quanto a este senhor só não percebo porque é que a sua tenda não foi instalada no parque Eduardo VII onde a envolvência me parecia muito mais adequada, além de que o relvado é muito mais confortável que o lajedo.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
A OPERA PERFEITA - 2
Em Itália, 640
Na Alemanha, 231
100 em frança,
91 na Turquia,
Mas em Espanha, já 1003...
SEMANA DE MOZART
para todos uma boa semana.
Concerto nº 21
SOCIAL DEMOCRACIA, SA
Imagina-se que o objectivo estratégico seja ganhar as eleições, para o que os membros do partido deverão comportar-se como empregados bem disciplinados que no caso de sucesso terão os prémios devidos.
Deverão trabalhar como um exército bem disciplinado e em caso algum colocar a estratégia aprovada em causa.
A política já não terá nada a ver com isto, porque a discussão de projectos para o país passa a ser uma coisa muito complicada, que só atrapalha as opções definidas pela agência de marketing que, essa sim, sabe bem aquilo que o povo quer ouvir.
Pois se até a Tatcher descobriu há muitos anos que nenhum partido ganha eleições, os governos é que as perdem, para quê discutir opções, políticas e coisas aborrecidas para o comum dos cidadãos?
Algumas destas pessoas trazem sempre na boca o nome de Sá Carneiro.
Algum de nós, que ainda se lembra dele, o imagina a pactuar com este estilo de fazer "política"?
NO!
O povo venezuelano evitou, in extremis e POR AGORA, como o próprio Chávez fez questão de sublinhar, o "socialismo bolivariano do século XXI".
Vamos esperar pelos próximos capítulos, mas não auguro nada de bom, porque esta gente de esquerda não tem bom perder.
Não se pode esquecer que Chávez é um "putchista" de raiz, tendo protagonizado um golpe militar em 1992 contra o presidente Carlos Andrés Perez. Mais tarde veio a ganhar eleições, mas apenas porque teve essa possibilidade após ter sido amnistiado e libertado por Rafael Caldera Rodríguez.
O referendo que agora perdeu não era mais do que uma nova tentativa de golpe de estado à boa maneira sul-africana.
O que verdadeiramente impressiona é a facilidade com que certa esquerda embandeira em arco com indivíduos destes, como se viu há poucos dias em Portugal.
UNIVERSIDADE DE COIMBRA A PATRIMÓNIO MUNDIAL
Encontra-se em fase avançada a preparação da candidatura da Universidade de Coimbra a Património Mundial.
A Universidade de Coimbra foi incluída na Lista Indicativa de bens portugueses depositada junto da Unesco em 2004 pela Comissão Nacional. Este era o primeiro passo essencial para que a candidatura pudesse avançar. Dessa lista fazem parte, além da Universidade de Coimbra, a Arrábida, a Baixa Pombalina de Lisboa, a Cerca dos carmelitas Descalços (Buçaco), a Costa Sudoeste, as Fortificações de Elvas, o Palácio, Convento e Tapada de Mafra e ainda o Sítio de Marvão.
Desta lista, sendo optimista, apenas uma ou duas candidaturas, no máximo, poderão almejar obter sucesso final, que se consubstanciará na classificação como Património Mundial. É conveniente referir que a Lista Indicativa mundial inclui 159 países com um total de mais de 1400 indicações que, é de sublinhar, ainda não passaram à fase de candidatura.
Perante a concorrência, é fácil concluir que se existe verdadeira vontade nacional em apoiar esta candidatura, é absolutamente necessário juntar esforços para que seja coroada de êxito.
A candidatura abrange dois aspectos: o material e o imaterial.
Se para o imaterial bastará relevar o significado da História da Universidade de Coimbra a nível de Portugal, da Europa e do Mundo, cuja continuidade ao longo de centenas de anos levou a que a Universidade de Coimbra ainda hoje seja internacionalmente considerada com sendo a melhor de Portugal, já o aspecto material exige a maior atenção.
A parte material da candidatura inclui, não só as edificações da Alta à volta do Paço das Escolas, mas também a Rua da Sofia com os colégios seiscentistas.
À volta da área proposta pela candidatura está a zona de protecção, muito extensa, que abrange toda a Alta, a Baixa, a zona da Praça da República e da Av. Sá da Bandeira, bem como a Sereia.
As entidades que detêm jurisdição territorial sobre estas vastas zonas já manifestaram publicamente a vontade de participarem neste esforço, integrando na sua acção as intenções e objectivos da candidatura. O esforço financeiro para a reabilitação desta vasta área é, no entanto tão elevado, que só com a comparticipação comunitária é possível encará-lo como possível, a curto prazo.
Eis porque, para além da Universidade de Coimbra e da Cidade como um todo para o que tem estar unida em torno desta candidatura, é necessário que seja tida em conta nos programas de regeneração urbana a apoiar pelo Programa Operacional do Centro.
Publicado no DC em 3 Dezembro 2007