jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
terça-feira, 31 de março de 2009
Educação sexual
Índice de partos verificados por 1.000 raparigas entre os 15 e os 19 anos, no chamado mundo desenvolvido:
1º lugar: Estados Unidos da América: 42,5
2º lugar: Reino Unido: 26,7
3º lugar: Portugal: 16,8
Curiosamente este problema. que é gravíssimo, tem passado ao lado das preocupações do Ministério da Educação e das Associações de Pais. Porque será?
segunda-feira, 30 de março de 2009
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
Na realidade, o processo de escolha dos candidatos a deputados da Assembleia da República decorre inteiramente no interior dos partidos, em função de quem foi ganhando as eleições internas para os diversos órgãos. Depois, as listas propostas aos eleitores em cada distrito são fechadas e bloqueadas, e contêm apenas os nomes dos partidos e respectivas siglas, sem que haja indicação dos nomes dos candidatos propostos. Desta forma, os eleitores não têm possibilidade de concretizar preferências, por exemplo pela eventual eliminação de alguns nomes, ou, muito pelo contrário, pela escolha explícita de outros. A proximidade relativa entre eleitos e eleitores é assim esbatida pela votação em listas sobre o conteúdo das quais não há qualquer influência.
Por outro lado, os deputados eleitos passam a fazer parte do grupo parlamentar do seu partido. Estes grupos têm, como bem sabemos, um regulamento, no qual se definem, entre outras coisas, as regras de participação nos debates parlamentares. A consequência desta regra é que as próprias votações parlamentares acabam por ser, em regra, feitas por partidos, evitando-se mesmo a contagem nominal dos deputados. Só em raras excepções é dada liberdade de uso da palavra, e mesmo de voto. Significa isto que na Assembleia da República existem partidos com determinada percentagem de representatividade definida pelos resultados eleitorais, e não deputados directamente responsabilizáveis pelos eleitores.
É, pois, absolutamente verdadeira a asserção de que os deputados representam na realidade os seus partidos, e não os eleitores. Que consequências tirar deste desvio?
Temos uma Assembleia da República que não é mais do que a casa dos partidos com representação parlamentar, e não a casa da Democracia. Se os partidos são essenciais para a democracia, é porém certo que não a esgotam.
Outra consequência directa é o surgimento de um grande número de deputados com fraca qualidade que se movimentam exclusivamente no interior dos partidos, sabendo que nunca terão que prestar contas públicas da sua prestação parlamentar.
Outra consequência, também negativa, é o afastamento cada vez maior entre deputados e eleitores, generalizando-se a sensação de que os eleitos funcionam em circuito fechado, não atendendo aos reais problemas dos portugueses. Não é preciso mais para se concluir que uma reforma política profunda que aproxime os eleitores dos seus representantes e limite o papel das direcções partidárias é cada vez mais necessária.
Publicado no Diário de Coimbra em 30 de Março de 2009
domingo, 29 de março de 2009
Estimativas eleitorais
Marktest, 17-21 Março:
PS: 36,7% (38,2%)
PSD: 28,4% (28,8%)
BE: 12,6% (14,0%)
CDS-PP: 9,4% (4,1%)
CDU: 8,9% (10,6%)
Nesta semana o CDS terá recolhido sozinho os votos perdidos pelos outros partidos, incluindo PSD.
sábado, 28 de março de 2009
sexta-feira, 27 de março de 2009
quinta-feira, 26 de março de 2009
Magellan desease
Pelos vistos o ministério da Educação desconfia que alguém anda a dar ao "computador" Magalhães um fim diferente do previsto, isto é, andarão a ser vendidos na candonga, imagina-se que ao desbarato. Nada que não se tivesse previsto em devido tempo. Quando começou a distribuição dos Magalhães à borla ou a baixo preço (subsidiado sabe-se lá por quem), logo disse que gostava de saber quantas máquinas continuariam com o mesmo dono daí a quatro meses. Meu dito, meu feito. Vem agora o ministério descobrir a nova figura do "bufo magalhães" , desafiando quem souber de casos destes às autoridades, sejam elas quem forem...Já não há pachorra para as histórias relacionadas com esta história( escolha do fabricante, Chavez, Cabo Verde, etc.)
Mais nada
«O anúncio da RTP à principal rádio do Estado, a Antena 1, tinha uma mensagem claramente política, sendo absolutamente evidente o seu ponto de partida contra manifestações antigoverno. Está tudo tão errado neste caso que é difícil resumir todos os erros. O horror começa na agência publicitária BBDO. Para criar um anúncio de promoção da rádio de “proximidade”, inventou um diálogo entre um imaginário ouvinte, o “Rui”, com uma nada imaginária Eduarda (Maio), subdirectora de Informação da Antena 1 e uma das principais vozes desta estação do Estado na qualidade de “jornalista”. O anúncio é político. O “Rui” está no carro, no meio do trânsito; Maio diz que a emissão passará dentro em pouco para o debate da tarde no parlamento. A cena passa-se às 11h23, o que torna o anúncio errado em termos da sua própria realidade (não tem havido manifestações de manhã). Maio dirige-se ao “Rui” dizendo-lhe para não seguir por certa rua, cortada por causa duma manifestação. O “Rui” não sabia. Subentenda-se: ele é o cidadão que não liga a “politiquices”, só quer ir trabalhar (enfim, às 11 e meia da manhã), é para quem o governo trabalha, enquanto a manifestação está “contra” o Rui, contra quem trabalha. O “Rui” pergunta: “E desta vez é contra quê?” Nota-se no texto um a priori contrário a manifestações de oposição ao poder instalado, pois não sendo obrigatório que as manifestações sejam “contra”, o texto posto na boca do “Rui” e de Maio aponta para aí. Isto é, autores e intérpretes assumem uma posição contra as manifestações e, por arrasto, a favor do governo, o alvo das manifestações “contra”. Mais grave é a resposta de Maio: “pelos vistos é contra si”. Acrescentando depois: “contra quem quer chegar a horas”. Isto é, a jornalista Eduarda Maio, subdirectora de Informação da Antena 1, declara que manifestações contra o governo são contra os cidadãos. O texto em off também é incrível, dado que, depois deste diálogo opinativo, fala dele como indicador de que a Antena 1 dá a “actualidade” informativa. A gravidade deste anúncio é enorme, residindo em especial no facto de o anunciante ser uma estação pública, paga pelos contribuintes e dependendo do governo. O anúncio é não só anticonstitucional no seu teor contra as manifestações, como disseram os provedores da rádio e TV da RTP, como, pior ainda, é a favor do governo. O anúncio é protagonizado por uma jornalista que é, para cúmulo, uma das responsáveis da estação. É gravíssimo que Eduarda Maio tenha dado voz a este anúncio, aceitando o seu teor. A sua desculpa posterior (limitou-se “à leitura em estúdio de alguns textos”!) é vergonhosa. O anúncio é eticamente inaceitável para qualquer jornalista e, em especial, duma estação pública. O reclame foi visto e aprovado pelos responsáveis da rádio e da TV, ninguém levantou qualquer problema ao conteúdo do anúncio, pelo contrário, todos aprovaram um anúncio claramente político, contra manifestações e de tom favorável ao governo. É inacreditável e inaceitável o comportamento da BBDO, de Eduarda Maio, da direcção de Informação, da direcção de Programas da RDP, da RTP no conjunto. Marina Ramos, ex-jornalista e agora porta-voz da RTP, limitou-se a dizer que o anúncio promovia um género de programas e que foi aprovado. Parece que estamos numa ditadura, em que as pessoas fingem que não pensam, engolem, e apresentam-se como não responsáveis pelos seus actos. Só depois de os provedores, Paquete de Oliveira e Adelino Gomes, proferirem um comentário devastador para o anúncio, a Administração da RTP o mandou retirar de antena. Segundo li, Eduarda Maio ainda veio acusar o Público de “manipulação” (!) por ter ilustrado uma notícia sobre o caso com uma foto do lançamento do seu livro panegírico de inesquecível título, “O Menino de Ouro do PS”. Como se fosse possível dissociar a Eduarda Maio que é responsável numa estação do Estado (e do Governo) da Eduarda Maio que faz um anúncio contra os adversários do governo e da Eduarda Maio que fez um livro de pura propaganda do chefe do governo. O mais grave de tudo? Isto ter sido possível num regime democrático e ter como protagonistas jornalistas, ex-jornalistas, publicitários que deveriam ser cuidadosos e dirigentes empresariais que costumam ter cuidado com as matérias políticas. E foi possível devido ao ambiente de sufoco das liberdades, de acção continuada e extensíssima de uma central de propaganda do governo, e à cumplicidade, anestesia, medo ou complacência da classe jornalística nos media dos Estado. Só após quatro anos de um governo inimigo da imprensa livre e fautor da mais massiva propaganda do pós 25 de Abril, um anúncio destes pôde chegar à TV do Estado. Uma coisa assim não acontecia desde 1975. É uma lição sobre o ponto a que pode chegar, numa democracia, a propaganda e a “engenharia das almas” do tipo fascista.»
O melhor do mundo
quarta-feira, 25 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
PÚBLICO E PRIVADO
Na apresentação das contas da GALP, o CEO da empresa voltou a afirmar que nunca esquece que o principal dever de um gestor é “criar valor ao accionista”.
Uma determinada interpretação desta afirmação foi uma das razões que levou ao desastre financeiro e económico a que assistimos hoje no mundo inteiro.
Penso ser inquestionável que as empresas são a base do actual desenvolvimento do nosso mundo. Ao seu funcionamento se deve a qualidade de vida e conforto a que um número cada vez maior de pessoas se foi habituando nas últimas décadas.
Mas a criação de valor pelas empresas vai muito mais longe do que a distribuição anual de dividendos pelos respectivos accionistas e prémios aos gestores. As empresas não existem só por si, como entidades abstractas e autónomas. Para além dos detentores do capital, existem os seus trabalhadores com as respectivas famílias, os seus fornecedores a montante e os seus clientes a jusante.
Para outras, existe ainda o bem público que lhes é autorizado utilizar, como sucede com as concessionárias de serviço público.
Numerosas empresas utilizam o subsolo das nossas ruas para lá instalarem as suas infra-estruturas. É isso que lhes permite funcionar e levar os seus produtos ou serviços aos lares de todos nós, e pelos quais todos pagamos.
Estão nesta situação as distribuidoras de gás natural (caso da GALP), de electricidade, de comunicações, de água, etc.
Sucede que, como qualquer pessoa pode observar directamente, muitas concessionárias procedem às suas obras na via pública sem qualquer consideração por esse bem que todos pagamos com os nossos impostos. Provavelmente aquele princípio de “criar valor ao accionista” acima de tudo leva a poupar o mais possível, inclusivamente onde a sua responsabilidade devia ser maior. Nem se compreende que na execução dessas empreitadas sejam abertas valas que não são tapadas de imediato, ficando com dezenas ou centenas de metros por pavimentar durante os fins-de-semana, libertando pó e sujidade até para dentro das casas. Não se imagina, aliás, que isto possa acontecer nalgumas cidades como Madrid, Londres ou Nova Iorque, por exemplo.
Algum processo tem de haver que impeça estas situações e obrigue na prática as empresas concessionárias a garantir a devida e imediata reposição dos pavimentos das ruas que foram pagos por todos nós. Não deverão ser as Autarquias a arcar com despesas que afinal significam melhores resultados das concessionárias obtidos artificialmente por apropriação indevida do que é de todos.
Publicado no Diário de Coimbra em 23 de Março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
PONTO VERNAL
Nos tempos do império romano, o ano começava mesmo por esta altura, em 1 de Março. As festas de Ano Novo eram conhecidas como as "marças", altura em que havia grandes festejos populares e se renovava o fogo sagrado do altar de Vesta, como preparação do equinócio da Primavera. Em 153 antes de Cristo, o início do ano passou para o dia 1 de Janeiro, basicamente por razões burocráticas da organização do império romano, assim se mantendo até hoje.
Como curiosidade, refira-se que há quem diga que a maçonaria ainda hoje mantém o dia 1 de Março como data de início do ano maçónico, mas não posso garantir, por ser sociedade ainda hoje um tanto secreta, ou "discreta" como às vezes se diz.
De qualquer forma, trata-se de convenções.
O que não é convenção é a efeméride astronómica do equinócio da primavera que traduz um dos dois momentos em que a eclíptica se cruza com o equador celeste.
No nosso hemisfério norte, o Sol passa nesta altura a estar acima do equador celeste. Essa intersecção chama-se em astronomia ponto vernal e é a origem das coordenadas que determinam a localização de todos os astros (ascenção recta e declinação), sendo por isso o ponto mais importante de todos em astronomia.
Não se pense que é um ponto fixo. De facto, devido à precessão dos equinócios, vai avançando sobre o equador celeste, tal como um prato vai rodando sobre a mesa. Quando foi definido, chamou-se ponto de Áries porque nessa altura estava nessa constelação; por causa da precessão, encontra-se hoje em Peixes (o que aliás baralha toda a historieta dos astrólogos).
Espero que toda esta conversa sirva para suscitar curiosidade pelo conhecimento da Astronomia, que é uma ciência bem interessante e passível de conhecimento a diversos níveis, sempre interessantes.
Aqui fica um esquema onde aparecem as coordenadas referidas:
quarta-feira, 18 de março de 2009
THE ENTREPRENEURIAL SOCIETY
Para abrir o apetite, e com a devida vénia, aqui fica o último artigo do relatório com sublinhados em bold meus, que dá o título a este post (e que mistura empreendedorismo com neurónios, não dando para traduzir):
THE ENTREPRENEURIAL SOCIETY
Mar 12th 2009
Better, on the whole, than managed capitalism
THE rise of the entrepreneur, which has been gathering speed over the
past 30 years, is not just about economics. It also reflects profound
changes in attitudes to everything from individual careers to the
social contract. It signals the birth of an entrepreneurial society.
How can policymakers adjust to this change? The first thing they need
to do is shed some common misconceptions about the meaning of
entrepreneurial capitalism. In any discussion of entrepreneurship, the
phrase most frequently invoked is Schumpeter's "creative destruction".
That can be unhelpful, implying that "destruction" and "creation" carry
equal weight and that mankind will be in for a rough time in perpetuity.
Columbia University's Mr Bhide points out that a great deal of creation
is of the non-destructive variety. Rather than displacing existing
products and services, many innovations promote and satisfy new
demands. William Nordhaus, an economist at Yale University, points out
that about 70% of the goods and services consumed in 1991 bore little
relationship to those consumed 100 years earlier. There are worlds of
non-destructive creation yet to be conquered--new cures for diseases,
say, or innovations that will improve the life of elderly people. And
even when the creation does involve some destruction, there is usually
not a lot of it. Most innovations increase productivity and improve the
general standard of living.
IT'S FINE TO BE BRILLIANT
Entrepreneurialism promotes individual creativity as well as economic
dynamism. One of the most chilling chapters in William Whyte's "The
Organisation Man" (1956), a study of corporate America at the height of
managed capitalism, was entitled "The Fight Against Genius". The
thinking at the time was that well-rounded team players would be more
valuable than brilliant men, "and a very brilliant man would probably
be disruptive." Entrepreneurial capitalism has brought the
rehabilitation of the "very brilliant man".
Entrepreneurial capitalism is not as disruptive as many of its
friends--and most of its enemies--imagine. It produces a bigger pie and
allows more people to exercise their creative talents. But it is
disruptive nonetheless. It increases the rate at which companies are
born and die and forces workers to move from one job to another.
Policymakers have to find the right balance between flexibility and
security.
The most urgent need for reform is in continental Europe. Policymakers
in the larger European economies need to learn from the Scandinavian
countries that it is possible to have a safety net without clogging up
the labour market. If people are hard to sack, start-ups find it more
difficult to get off the ground. And high unemployment rates discourage
people from branching out on their own because they might not find
another job if they fail.
America suffers from serious rigidities of its own. The mobility of
American workers is severely restricted by the country's reliance on
employer-provided health insurance, a relic of the second world war.
New firms often have to pay more for their health care because they
have smaller "risk pools" than larger companies. America's health-care
system is bad at controlling costs, imposing a heavy burden on the
whole economy, particularly the newest and most fragile firms.
"Every generation needs a new revolution," Thomas Jefferson wrote
towards the end of his illustrious life. The revolution for the current
generation is the entrepreneurial one. This has spread around the
world, from America and Britain to other countries and from the private
sector to the public one. It is bringing a great deal of disruption in
its wake that is being exaggerated by the current downturn. But it is
doing something remarkable: applying more brainpower, in more countries
and in more creative ways, to raising productivity and solving social
problems. The "gale" that Schumpeter celebrated is blowing us, a little
roughly, into a better place.
terça-feira, 17 de março de 2009
PERGUNTAR NÃO OFENDE
segunda-feira, 16 de março de 2009
CAIS (de partida)
A turbulência do dia-a-dia leva-nos frequentemente a ser cegos para o sofrimento que nos rodeia.
Participamos de vez em quando nesta ou naquela acção caritativa ou apenas de solidariedade, ficando a nossa consciência tranquila, porque supomos que já fizemos a nossa parte. Deixamos de lado o contacto humano, a palavra amiga, porque temos até medo de ouvir as histórias pessoais, preferindo apenas pagar para cumprir a obrigação social. Gostamos muito da Humanidade, mas temos mais problemas em lidar com os homens e mulheres.
Com certeza que todos já passámos por algum vendedor da revista CAIS. Com alguma probabilidade, até já temos o nosso “fornecedor” fixo da revista, como sucede comigo. Desde que trabalho na Baixa, todos os dias encontro o vendedor Giuseppe Cianciola, um italiano que tem sempre uma palavra simpática para todos , nem que seja a comentar o tempo.
Como todas as pessoas que vendem a revista Cais, Giuseppe tem uma história de vida triste que não interessa aqui contar; o que importa é que a vida se encarregou de o trazer de Itália até Coimbra. Por cada revista que vender, 70% do preço de capa - 2€ - ficam para ele, entregando o resto à Associação Cais.
Esta Associação de Solidariedade Social sem fins lucrativos, reconhecida como pessoa de utilidade pública, existe desde 1994. A sua missão é contribuir para o melhoramento global das condições de vida de pessoas sem casa/lar, social e economicamente vulneráveis, em situação de privação, exclusão e risco, designadamente aqueles que são conhecidos como Sem-Abrigo.
Ao aceitarem participar no programa da Cais, aquelas pessoas assumem compromissos de comportamento social, difíceis de cumprir para boa parte dos vendedores. A venda da revista Cais torna-se para eles e elas um ponto de partida, uma resposta de transição para a vida activa. Hoje em dia, podem até ser considerados heróis, pela renúncia a um passado e escolha de uma vida com mais dignidade.
Não se pense que, com todo este contexto, a revista Cais é apenas para comprar e deitar fora. Habitualmente, inclui artigos de grande interesse sobre temáticas sociais, culturais e científicas. Todos os anos promove um concurso nacional de fotografia, que tem desde 2006 o BES como mecenas; em 2008, 870 pessoas concorreram, com trabalhos subordinados ao tema “Sons, Odores e sabores”.
Estimado leitor: da próxima vez que encontrar um vendedor ou vendedora da CAIS, tire-se das suas tamanquinhas, e, além de comprar a revista, aproveite a oportunidade para tentar conhecer melhor o ser humano que lha estende. Será ainda mais compensador.
Publicado no Diário de Coimbra em 16 de Março de 2009
sábado, 14 de março de 2009
sexta-feira, 13 de março de 2009
Morte de um jornalista
Entretanto, face às dificuldades profissionais por que passou, concordo bastante com este texto, o que lamento.
quinta-feira, 12 de março de 2009
Banca é O problema
O ex-ministro das Finanças Campos e Cunha foi à televisão explicar por que a resolução da actual crise passa pela banca e não por apoios directos à economia dita real, que equivale a ir atirando dinheiro para cima dos problemas que não desaparecem por isso, sendo apenas adiados. Fê-lo em termos teóricos e também através da apresentação do caso concreto do Japão que andou mais de dez anos em crise profunda de quase depressão, incluindo mesmo deflação, até o Governo se ter decidido a entrar decisivamente na reforma do negócio bancário.
quarta-feira, 11 de março de 2009
CRISE E ESPERANÇA
Foi ontem apresentado em Coimbra o novo livro do Padre jesuíta Vasco Pinto de Magalhães, editado pela Tenacitas: "ONDE HÁ CRISE HÁ ESPERANÇA".
A apresentação esteve a cargo da Cristina Carrington que se saiu excepcionalmente bem da tarefa.
O livro contem um pensamento para cada dia do ano.
O de hoje, 11 de Março, por exemplo, é o seguinte:
"Sentir-se bem não é o mesmo que estar bem! Pode haver bem-estar sem haver paz interior, profunda. Esta depende mais de viver com sentido, de forma construtiva e virada para os outros, do que não ter problemas ou de ter vida fácil. Há o perigo de procurar soluções de superfície que duram um tempo efémero e depois desses momentos ficar pior. Há que pôr-se a caminho, acertando as prioridades, os valores e os compromissos. Daí vem a paz, mesmo na adversidade."
Gostou? Então vá a correr comprar o livro, porque é todo neste estilo e com esta profundidade de análise do quotidiano.
"NÃO": Procura-se
A edição de hoje do jornal "As Beiras" tem um título em grandes parangonas: "Clube dá cartão vermelho a Pedro Vaz Serra".
Chamada assim a atenção, o leitor vai à notícia no interior, onde se lê:
"Recusando tratar-se de um cartão vermelho aos nomes integrados na lista de Pedro Vaz Serra, que lhes merecem todo o apreço e consideração.....". A notícia prossegue depois com críticas à lista de Pedro Vaz Serra (à qual pertenço) por parte de alguns sócios do Clube de Empresários.
Entre quem ler a notícia e quem ler apenas o título da 1ª página, por exemplo quem passa na rua e vê os títulos dos jornais, e quem ler a notícia, a percepção do assunto será, pois, completamente diversa.
No título de capa falta um "não" que não se sabe se está enterrado em Taveiro ou foi dar uma volta a Leiria.