Tenho seguido este assunto com alguma atenção, embora não seja fácil pela opacidade de que se tem revestido.
Agora, aparece esta notícia na imprensa de hoje (Diário de Notícias):
O júri do Ministério da Administração Interna (MAI) do concurso para adjudicar o Sistema Integrado de Vigilância, Comando e Controlo (SIVICC) decidiu que a empresa espanhola Indra é a que está em melhores condições para instalar toda a rede de radares da costa portuguesa. O relatório final preliminar - o definitivo só dentro de dez dias, que é o prazo de contestação das outras duas concorrentes - foi concluído na passada sexta-feira, prazo prometido pelo secretário de Estado adjunto e da Administração Interna, José Magalhães, que coordena o processo.
Um argumento de peso foi o facto de Espanha, já em fase de negociações finais, ter puxado de uma 'carta' forte: a oferta, sem qualquer despesa para Portugal, da ligação e interconexão com o sistema SIVE - a rede de radares espanhola -, ficando a execução da promessa "apenas dependente dos acordos correspondentes com este Estado". A "cartada" política deitou por terra os concorrentes de peso da Thales, de França, e da Globaleda, dos Açores. Nenhuma das empresas quis comentar, mas não afastam a possibilidade de contestar a decisão. A oferta gratuita, ao alcance apenas da empresa espanhola, que nunca foi considerada anteriormente, pode ser interpretada como uma violação do princípio da concorrência, pois só um dos concorrentes a pode apresentar.
A agravar a situação está o facto de fazerem depender essa proposta de futuro acordo entre os Governos, dando uma dimensão política, igualmente inatingível para as outras empresas.
O Estado Espanhol não olha a meios para defender os interesses das empresas espanholas, colocando mesmo a soberania à sua disposição.
Isto é verdadeiramente escandaloso e continua a confusão que tem sido este processo. Só um pequeno exemplo: a torre que vai acolher este equipamento à entrada da Barra do Porto de Aveiro está terminada há para aí uns dois anos. Pois bem, a energia eléctrica da mesma é fornecida por um gerador eléctrico alugado em permanente funcionamento em vez de se fazer a ligação definitiva à rede e pelos vistos ninguém se importa com a despesa.
Sem comentários:
Enviar um comentário