Há para aí muitos comentadores a mostrarem-se admirados porque a Esquerda adoptou também a política de controlo orçamental que antigamente era de Direita.
Quanto a isto tenho a dizer que aquela afirmação é falsa. A Esquerda apenas percebeu que o controlo orçamental não é de direita nem de esquerda. Foi tornado necessário pela pertença à União Europeia e ao Euro.
A questão está toda no meio de apresentar o n.º necessário a Bruxelas. O que está a acontecer é que as reduções estão a ser obtidas com recurso a cativações enormes, isto é, a cortes na despesa corrente dos ministérios colocando em causa a saúde, a educação e mesmo a segurança e ainda com um investimento público historicamente baixo. Mesmo assim, a despesa do Estado não diminuiu, antes subiu.
Por outro lado, nestes 3 anos não foi feita nem uma reforma estrutural que possa significar maior eficiência do Estado, nem crescimento decente da economia portuguesa.
Significa isto que:
- em primeiro lugar, o Governo e os partidos que o apoiam sabem que têm que cumprir os critérios orçamentais e adopta as políticas restritivas no funcionamento do Estado e não no funcionalismo;
- sem segundo lugar, a União Europeia fecha os olhos ao processo de chegar ao nº final, apenas interessando este;
-em terceiro lugar, o futuro está a ser condicionado por uma governação à vista, sem qualquer ideia estratégica para o país.
Tudo isto é sobejamente conhecido da classe política. No entanto, os partidos apoiantes do Governo engolem tudo o que é contrário ao que sempre disseram e o maior partido da oposição faz de morto, aguardando calmamente que, algum dia, o PS perca as eleições.
Pior não pode ser.
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