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sexta-feira, 14 de março de 2008
PARABENS AO GOVERNO
Só posso concordar e dar os parabéns ao Governo pela medida relativa aos cães de raças perigosas.
Espero, contudo, que a fiscalização da medida seja feita com rigor e que nestes primeiros tempos sejam procurados e apanhados os cães que forçosamente vão ser abandonados pelos donos que não os podem legalizar.
quarta-feira, 12 de março de 2008
2500
No meu entender, tudo começou quando Durão Barroso resolveu trocar o cargo para que tinha sido escolhido pelos portugueses por um excelente lugar na União Europeia. Os portugueses não perceberam e ficaram desconfiados. Quando descobriram que tinha escolhido Santana Lopes como seu herdeiro no lugar de Primeiro Ministro, aí o copo encheu. Bastaram uns poucos meses desse governo para o copo transbordar e o PSD perder toda a credibilidade que tinha junto dos portugueses. Está aí a razão da maioria absoluta de José Sócrates e parece que toda a gente vê isto, excepto o PSD (ou parte dele).
O caminho do PSD para recuperar a credibilidade perdida passou a ser muito estreito e muito íngreme.
Infelizmente, parece haver muita a gente apostada em fazer exactamente o contrário do que deveria ser feito.
Agora aparece uma mudança de marketing para "mostrar um novo PSD". Alguém pensará que é por aqui que passa a reconciliação dos portugueses com o PSD?
Os Estatutos do PSD aprovados em 2006 dizem, no seu Artigo 4º, que "o símbolo do partido é formado por três setas, de cor preta, vermelha e branca, que representam os valores fundamentais da Social-Democracia: a liberdade, a igualdade e a solidariedade". O mesmo artigo acrescenta que " O PPD/PSD adopta como sua a cor de laranja".
Para resposta aos técnicos de marketing e seus clientes pelos vistos absolutamente ignorantes dos estatutos do partido que dirigem, penso que recordar os Estatutos basta como resposta.
Para aqueles militantes que também já cansam com críticas sistemáticas sem daí tirar quaisquer conclusões, lembro que o Artigo 15º dos mesmos Estatutos prevê que o "Congresso Nacional reúne ordinariamente de dois em dois anos e, em sessão extraordinária, a requerimento do Conselho Nacional ou de 2.500 militantes".
Leram bem: 2.500 militantes.
Será preciso aguardar que o PSD fique em cacos para que alguém assuma as suas responsabilidades? Penso que nessa altura será tarde demais para que os portugueses lhe dêem a responsabilidade de os governar.
segunda-feira, 10 de março de 2008
UMA ENORME RESPONSABILIDADE
A situação política actual do país caracteriza-se por um ambiente de alguma degradação social e uma generalizada preocupação perante um conjunto de problemas graves para os quais não há uma percepção de saída clara.
No sector da Justiça, crucial para que a sociedade se sinta segura, têm vindo a aparecer a nu divergências graves entre instituições que deveriam agir em consonância. As questões ultimamente verificadas ente o Ministério Público e a Polícia Judiciária, mais evidentes no caso do Porto, não serão o problema, mas sim sintomas claros de um mau estar profundo que, associado ao arrastar de mega processos, contribui para a falta de confiança na Justiça que grassa pela sociedade portuguesa.
A crise actual do sector da Educação demonstra como a necessidade imperiosa de corrigir defeitos acumulados no sector durante décadas só pode ter sucesso se levada a cabo com os agentes no terreno, que são obviamente os professores. Temos o sistema educativo que mais gasta na Europa e que é simultaneamente o que apresenta piores resultados; significa isto que a actual situação é insustentável, em nome das gerações futuras e do próprio desenvolvimento de Portugal.
A situação de crise da área da Saúde que continua latente apesar da substituição do ministro, exige acções firmes e decididas, em nome da saúde dos portugueses e da transparência de gastos públicos. Até agora só se mexeu no interface, isto é, na organização dos serviços abertos ao público. Não se mexeu a fundo na organização interna, como por exemplo nos horários dos médicos, nem nas famosas horas extraordinárias, que só por si permitiriam colocar os hospitais a trabalhar em pleno durante todo o dia. Será que a empresarialização da saúde é a maneira de responder a estas questões de uma forma lateral? Porque não encarar os problemas de frente?
Nas Finanças têm sido obtidos bons resultados no que respeita ao controlo do défice das contas públicas. Mas a coberto de uma carga fiscal que asfixia a economia e os portugueses em geral. Na economia, o rendimento dos portugueses é hoje inferior a 75% do valor médio europeu, abaixo de Malta e da Eslovénia e sempre a descer.
Perante toda esta situação coloca-se uma questão política óbvia. A Democracia pressupõe e os portugueses exigem uma oposição que corporize uma alternativa sólida e consistente que permita uma escolha de caminhos consciente e verdadeira.
É esta a responsabilidade tremenda que se põe neste momento ao PSD.
Não é mais possível aguardar placidamente que a degradação social leve os portugueses a optar por uma alternativa, qualquer que ela seja. Os últimos anos têm exigido tantos sacrifícios aos portugueses e foram de alguma forma tão traumáticos que os eleitores não quererão correr o mínimo risco de deitar a perder o que foi conseguido.
Toda a acção de oposição e afirmação de propostas para o país por parte do PSD deverá percorrer este caminho muito estreito de responsabilidade e credibilidade para ser bem recebida pelos portugueses.
domingo, 9 de março de 2008
JESUITAS NA NET
sexta-feira, 7 de março de 2008
AMANHÃ SOMOS TODOS PROFESSORES
O objectivo será prever a dimensão da manifestação para bem organizar o trânsito da capital no sábado.
Ao menos desta vez podemos agradecer sensibilizados a preocupação e o cuidado de quem não consegue prevenir a delinquência, a criminalidade e o encharcamento da sociedade em drogas.
Pode-se considerar que os professores têm mais ou menos razão, mas perante esta actuação policial, outros valores mais altos se levantam, pelo que amanhã somos todos professores
REGRESSO DO CACIQUISMO ?
É o regresso às chapeladas e ao caciquismo puro e duro. Eu sei bem o que significam estas alterações, porque já senti os seus efeitos na pele.
Espera-se que o bom senso e a formação política dos elementos do Conselho Nacional que vai apreciar estas propostas não permitam este andar para trás relativamente a medidas positivas que custaram tanto a aprovar
quinta-feira, 6 de março de 2008
CHOCANTE
Esta história da solidariedade “internacionalista” para com uns tipos que não passam de bandidos como são os elementos das FARC da Colômbia já está a passar das marcas.
Que um líder anedótico e fora do tempo como Chávez que faz lembrar o Otelo de 75 ande por lá a propagandear a sua revolução bolivariana e que dê centenas de milhões de dólares às Farc é perfeitamente natural e está na linha dos Alcazares e Tapiocas do Tintin. Não deixa aliás de ser patético ter sido uma chamada do próprio Chávez para o nº 2 das FARC a denunciar a localização deste último, permitindo a acção das forças armadas colombianas.
Mas que haja por cá quem desculpe as acções de narcotraficantes e fabricantes de reféns profissionais só porque se chamam a si mesmos “Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia” como fez hoje o PCP é, não só ridículo, mas demonstrativo de que há de facto quem não aprenda nada com a História.
terça-feira, 4 de março de 2008
La ci darem la mano
DI STEFANO
A "minha" versão da TOSCA de Puccini junta Di Stefano como Mario Cavaradossi, Tito Gobbi como Scarpia e Maria Callas como Floria Tosca. O regente foi Victor de Sabata.
Aconselho vivamente a audição destas interpretações que são o testemunho de uma época de ópera que, por várias razões, acabou para sempre. Particularmente a interpretação e a voz de Di Stefano não têm nada a ver com os tenores de hoje em dia.
Aqui fica uma pequena homenagem (ouvir bem alto):
segunda-feira, 3 de março de 2008
(IN)SEGURANÇA SOCIAL
A atitude de caça cega ao dinheiro dos contribuintes, passando por cima de todas as regras e do respeito que deveriam merecer como tal já não é, pelos vistos, exclusiva da máquina fiscal. Também a Segurança Social parecer ter enveredado pelos mesmos caminhos.
O Banco Alimentar Contra a Fome de Coimbra é uma IPSS reconhecida como Pessoa Colectiva de Utilidade Pública.
Ao longo dos anos, tem tido a acção de recolha e distribuição de alimentos que é de todos conhecida.
Mas outra acção menos conhecida tem sido a distribuição de produtos alimentares excedentes da União Europeia. Esses alimentos são entregues a nível nacional à Segurança Social, com o objectivo de os distribuir pelos carenciados. Como a Segurança Social não dispõe de capacidade de armazenamento própria, nem estruturas que lhe permitam fazer chegar esses alimentos a quem mais precisa deles, tem solicitado aos Bancos Alimentares Contra a Fome apoio para atingir esses fins. Apoio esse que o Banco Alimentar Contra a Fome de Coimbra não tem regateado, tendo em atenção os fins da sua acção. Esta colaboração tem sido prestada, não obstante a Segurança Social não pagar nada por isso e ainda exigir uma série de papelada de controlo de que devia ser ela própria a tratar.
Acresce que os sucessivos pedidos de apoio que o Banco Alimentar tem solicitado à Segurança Social ao longo dos anos têm tido como resposta a mais absoluta indiferença.
Pois bem, mesmo tendo em conta todo este passado, o Banco Alimentar Contra a Fome de Coimbra foi há pouco tempo surpreendido com um informação da instituição bancária com que trabalha, segundo a qual a sua conta havia sido penhorada por ordem da Segurança Social. Pasme-se: a Segurança Social nem sequer teve o cuidado, ou memo a deferência perante quem com ela colabora da forma descrita, de previamente avisar ou sequer tentar resolver de comum acordo qualquer eventual falta que tivesse encontrado, atitude que aliás devia ser regra com qualquer contribuinte.
Perante o sucedido, o Banco Alimentar reclamou de imediato, solicitando em simultâneo a emissão de uma Declaração de Situação Contributiva. Com a reclamação foram apresentadas provas do pagamento das contribuições já antigas supostamente em dívida, cujo pagamento havia tido um atraso de poucos dias.
Após a recepção da declaração, verificou-se que afinal a verba já não era de 3.270,93 € como reclamado anteriormente, mas sim de 677,63 €, sem que o Banco Alimentar fosse informado das razões da alteração do valor da penhora.
Se esta actuação da Segurança Social, que me abstenho de adjectivar, se verifica com uma instituição como o Banco Alimentar Contra a Fome, imagina-se como será com os contribuintes comuns que, por uma causa ou outra, caem nas listas de faltosos dos computadores da Segurança Social.
Trata-se de uma situação a todos os títulos lamentável e tanto mais inaceitável, quanto os responsáveis da Segurança Social, desde 14 de Janeiro data de início deste imbróglio, ainda não tiveram a decência ou mesmo o bom senso de responder aos pedidos de esclarecimento da Direcção do Banco Alimentar.
Publicado no "Diário de Coimbra" em 3 de Março de 2008