As respostas destemperadas e nervosas da actual Direcção do PSD a críticas que vários militantes relevantes têm feito revelam a estranha pulsão suicidária que tomou conta do partido.
No meu entender, tudo começou quando Durão Barroso resolveu trocar o cargo para que tinha sido escolhido pelos portugueses por um excelente lugar na União Europeia. Os portugueses não perceberam e ficaram desconfiados. Quando descobriram que tinha escolhido Santana Lopes como seu herdeiro no lugar de Primeiro Ministro, aí o copo encheu. Bastaram uns poucos meses desse governo para o copo transbordar e o PSD perder toda a credibilidade que tinha junto dos portugueses. Está aí a razão da maioria absoluta de José Sócrates e parece que toda a gente vê isto, excepto o PSD (ou parte dele).
O caminho do PSD para recuperar a credibilidade perdida passou a ser muito estreito e muito íngreme.
Infelizmente, parece haver muita a gente apostada em fazer exactamente o contrário do que deveria ser feito.
Agora aparece uma mudança de marketing para "mostrar um novo PSD". Alguém pensará que é por aqui que passa a reconciliação dos portugueses com o PSD?
Os Estatutos do PSD aprovados em 2006 dizem, no seu Artigo 4º, que "o símbolo do partido é formado por três setas, de cor preta, vermelha e branca, que representam os valores fundamentais da Social-Democracia: a liberdade, a igualdade e a solidariedade". O mesmo artigo acrescenta que " O PPD/PSD adopta como sua a cor de laranja".
Para resposta aos técnicos de marketing e seus clientes pelos vistos absolutamente ignorantes dos estatutos do partido que dirigem, penso que recordar os Estatutos basta como resposta.
Para aqueles militantes que também já cansam com críticas sistemáticas sem daí tirar quaisquer conclusões, lembro que o Artigo 15º dos mesmos Estatutos prevê que o "Congresso Nacional reúne ordinariamente de dois em dois anos e, em sessão extraordinária, a requerimento do Conselho Nacional ou de 2.500 militantes".
Leram bem: 2.500 militantes.
Será preciso aguardar que o PSD fique em cacos para que alguém assuma as suas responsabilidades? Penso que nessa altura será tarde demais para que os portugueses lhe dêem a responsabilidade de os governar.
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