sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

ESTATUTO DOS AÇORES

Pronto, aconteceu.
O aborto jurídico foi confirmado pela Assembleia da República.
A posição tomada pelo PSD foi deprimente. Os senhores Deputados foram obrigados pela Direcção do Grupo Parlamentar a abster-se, tendo havido uns 16 que emitiram declaração de voto, manifestando-se discordantes do sentido do voto a que foram OBRIGADOS.
A própria Direcção do Grupo Parlamentar manifestou a sua opinião contrária ao Estatuto, enquanto OBRIGAVA os senhores deputados a abster-se. E estes aceitaram as ordens como cordeirinhos, enquanto a única reacção de alguns foi a declaração de voto.
Por outro lado, a mesmíssima Direcção autorizou dois Deputados a votarem a favor do Estatuto, o que permitiu que fosse aprovado por dois terços, embora tal não fosse necessário. a cereja em cima do bolo.
Absolutamente lamentável: todos saem mal na fotografia. Pelos vistos com medo de uma cisão do Dr. Mota Amaral, o que não passa de uma anedota de mau gosto.
Para ter amigos destes, mais vale o Presidente ter inimigos.
Por outro lado, quem não é capaz de fazer política a sério devia, isso sim, abster-se disso e ir dar aulas na Universidade ou fazer outra coisa qualquer que não tenha consequências negativas para a comuidade.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

UMA QUESTÃO DE ESTATUTO

Para que fique registado, espero que os e as responsáveis do PSD aproveitem bem esta noite para pensarem na figura que estão prestes a fazer quanto ao Estatuto dos Açores e decidam ainda ficar do lado da legalidade e do Presidente da República e que, já agora, se borrifem para o Dr. Mota Amaral que não tem nada para oferecer a este país.
Tenho dito

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ONTEM E ANTEONTEM

Bowie meets Crosby:

O PAU E A CENOURA

O ministro das Finanças ameaça os Bancos de lhes retirar os avales se não começarem a emprestar dinheiro "às pessoas e às empresas" como agora se diz.
Não sou financeiro, mas suspeito que nestes dias que correm os problemas dos bancos têm mais a ver com a sua própria sustentabilidade do que com solidariedades com o Governo.
Os bancos são privados e não têm nada que receber ordens dos governos, que já têm a CGD para isso.
Claro que o facto de garantir condições de subsistência aos bancos, é uma tentação para tentar ir mais além e mandar neles. No entanto, os bancos têm que pensar no dia a dia, e nos próximos anos, devendo mesmo evitar a facilidade de crédito que existiu nos últimos anos. Por outro lado, as garantias do Estado vão ser pagas e bem pagas, pelo que esta espécie de chantagem não faz sentido nenhum.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Credibilidade

Santana Lopes vai mesmo ser candidato à Câmara de Lisboa pelo PSD.
Até me parece que pode ter um bom resultado e mesmo ganhar.
Mas a escolha destrói a ideia de credibilidade e coerência, cruciais em qualquer altura, mas principalmente em crise total instalada.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

SITUAÇÃO MUITO DIFÍCIL



O reconhecimento da dificuldade da situação económica do país já saiu dos gabinetes de especialistas e começa a ser do conhecimento generalizado da população, embora ainda nem todos tenham tomado inteira consciência do que nos espera nos próximos anos.

Fala-se muito das dificuldades que surgirão em 2009 porque essas são fáceis de prognosticar, bastando olhar para o que se passa lá fora. Mas não podemos pensar que os sacrifícios durarão um ano. As medidas que no nosso país se estão a preparar, à semelhança dos outros países da União Europeia, consistem muito em atirar com dinheiro para cima dos actuais problemas, dinheiro esse que irá ser reposto a seguir pelos impostos de todos.

Isto é, a acrescer à nossa falta de produtividade e elevadíssimos níveis de endividamento irão somar-se de novo os custos de recuperação do défice que vai de novo disparar pelo lado da despesa, sem qualquer possibilidade de a compensar pelo lado dos impostos cujo nível é já insuportável.

É perfeitamente defensável sustentar que a gravidade da actual situação poderia ser minorada, caso as políticas anteriores tivessem sido diferentes.

Como é um facto assente que esta crise veio lá de fora e, com maior ou menor gravidade, atinge todas as economias ocidentais e mesmo as que estão ou estavam em desenvolvimento.

Em consequência, Governo e Oposição, designadamente o seu principal partido o PSD, têm obrigatoriamente que encontrar uma plataforma comum na definição daquilo que de um ponto de vista patriótico é prioritário fazer de imediato para combater a crise e que deverá ser assumido pelos dois partidos. Em termos mais prosaicos, aquilo que tem que ser feito tem muita força e está a ser feito na UE por governos de direita e de esquerda.

O tronco principal das acções imediatas deve estar fora da luta política partidária. Esta deverá centrar-se na definição dos caminhos futuros da desejável recuperação económica e social que deverá seguir-se a esta crise.

Em termos estritamente políticos, o Governo e o PS deverão estar preparados para assumir esta posição, porque a gravidade da crise poderá descambar facilmente numa situação social totalmente descontrolada.

Por seu turno, o PSD deverá rapidamente trilhar este caminho, que é o único que dará aos portugueses a sensação de confiança e de segurança que, perante as dificuldades e insegurança generalizadas, serão certamente a base da escolha política nas eleições do próximo ano.

A incapacidade de os nossos líderes se entenderem minimamente numa crise com estas dimensões levará certamente a que os portugueses se entreguem a propostas extremistas, que pouco de bom trarão para o nosso futuro.


Publicado no Diário de Coimbra em 15 de Dezembro de 2008

domingo, 14 de dezembro de 2008

O PRD DE SÓCRATES?

Em 1985, a constituição do PRD foi decisiva para a conquista das duas maiorias absolutas de Cavaco Silva. O seu aparecimento retirou votos a todos os outros partidos, pela influência de Ramalho Eanes, mas foi principalmente o PS que contribuiu para os cerca de 17% obtidos pelo PRD na sua primeira ida às urnas. A consequência principal veio depois, ao ter sido cortado o vínculo afectivo de grande parte dos votantes socialistas que se viraram para o PRD e que nas eleições seguintes passaram em grande parte para o PSD. O PRD serviu de "quarto intermédio" e depois desapareceu.
Um novo partido de Manuel Alegre não terá grande futuro. Mas no início, poderá satisfazer grande parte dos votantes socialistas que não se revêm na actual governação e que depois ficarão psicologicamente "libertos" para irem para votarem noutro partido.
Até pode ser que boa parte deles vá para a esquerda, mas na sua maioria poderão regressar à casa PSD, já sem se sentirem "traidores".

Mary Travers

Pode ser que alguém se lembre vagamente disto

ANOS 60

Do fundo dos anos 60 e quase completamente esquecido:

sábado, 13 de dezembro de 2008

POLÍTICA E FUTEBOL (de novo)

Pelos vistos, o PSD vai propor Hermínio Loureiro como candidato a uma Câmara Municipal.
Sem ter nada contra o senhor em concreto, será que estes responsáveis políticos ainda não perceberam que misturar política e futebol dá mau resultado, mais cedo ou mais tarde?