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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Peter Drucker
Faz este mês cem anos que nasceu Peter Drucker. Todos nós temos algum dos livros dele sobre gestão na biblioteca. Mas será que os lemos bem? E que levamos a sério os seus ensinamentos?
Não sendo nada esquerdista, avisou em 1980 (leram bem, em 1980) "que as empresas iriam pagar um preço por permitirem aos executivos pagamentos excessivos e criarem esquemas de compensações que encorajam os gestores a correr riscos excessivos e a focarem-se em demasia no curto prazo" ( Adi Ignatius, editor da HBR).
A este propósito, ler o último nº da Harvard Business Review quase todo dedicado à obra de Peter Drucker.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Campanha
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Bons conselhos
Nem mais. Até porque "temos duas orelhas e uma boca e devemos usá-las nessa proporção".
Bach: Magnificat
Evangelho do Dia
(Jo 2, 13-22) Estava próxima a Páscoa dos judeus
e Jesus subiu a Jerusalém.
Encontrou no templo
os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas
e os cambistas sentados às bancas.
Fez então um chicote de cordas
e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois;
deitou por terra o dinheiro dos cambistas
e derrubou-lhes as mesas;
e disse aos que vendiam pombas:
«Tirai tudo isto daqui;
não façais da casa de meu Pai casa de comércio».
Os discípulos recordaram-se do que estava escrito:
«Devora-me o zelo pela tua casa».
Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe:
«Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?».
Jesus respondeu-lhes:
«Destruí este templo e em três dias o levantarei».
Disseram os judeus:
«Foram precisos quarenta e seis anos para construir este templo
e Tu vais levantá-lo em três dias?».
Jesus, porém, falava do templo do seu Corpo.
Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos,
os discípulos lembraram-se do que tinha dito
e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.
Em democracia, os melhores também se despedem
Em Portugal, vamo-nos habituando a desconsiderar os cidadãos que trocam as suas actividades profissionais pela dedicação à actividade política. Estou firmemente convencido de esse sentimento é inteiramente injusto, para a maioria dos políticos. Existem, felizmente, inúmeros portugueses que se dedicam à coisa pública com verdadeiro espírito de missão, sacrificando mesmo a sua vida pessoal em nome do que consideram ser a sua obrigação para com a comunidade.
Como se sabe, em democracia o exercício de funções públicas está sempre limitado no tempo, acabando por saída própria ou por perda de eleições, o que acaba sempre por suceder, mais cedo ou mais tarde.
Na sequência das últimas eleições autárquicas, deixou as funções de Vereador da Câmara de Coimbra um cidadão que, por todos os motivos, constitui um exemplo a seguir e que aqui quero saudar e de certa maneira homenagear. Refiro-me ao Engº. João José Gomes Rebelo, que, durante dois mandatos, suspendeu a sua vida para se dedicar de alma e coração a Coimbra, dentro das relevantes funções que lhe foram atribuídas na Câmara Municipal de Coimbra.
Como se costuma dizer, devo agora fazer claramente uma declaração de interesses: sou amigo do João Rebelo desde os tempos da Faculdade, já lá vão mais de três dezenas de anos. Sempre lhe reconheci uma nobreza de carácter caracterizada pela lealdade, verticalidade e absoluta honestidade.
Curiosamente, somos ambos filhos adoptados de Coimbra, vindos da Beira interior, embora em alturas diferentes da vida, já que eu ainda frequentei os dois últimos anos no Liceu D. João III e o João Rebelo fez o liceu em Castelo Branco, embora tivesse nascido em Lisboa.
Esta coincidência terá permitido uma proximidade de visão sobre o mundo e particularmente sobre a Cidade que nos acolheu e que escolhemos para viver.
O João Rebelo passou oito anos na Câmara de Coimbra como Vereador e não se lhe nota qualquer alteração nas características que acima apontei, a que aliás se junta uma grande delicadeza no trato e capacidade de tratar todos os munícipes por igual. Louvo ainda a sua extraordinária capacidade de trabalho, que o levou a exercer as suas funções muito para além dos limites temporais exigíveis a qualquer pessoa, sem nunca dar a entender que o fizesse com sacrifício.
Mesmo nesta sua actividade política, assumiu-se sempre como pessoa por inteiro, não escondendo, por exemplo, as suas opções religiosas, como hoje parece ser moda, antes as assumindo com toda a naturalidade, por serem parte da sua identidade.
É um Homem que, quando chamado a exercer funções políticas, o fez de uma forma perfeitamente exemplar, o que num tempo como o de hoje é da mais inteira justiça realçar.
Deliberadamente, omiti nesta pequena homenagem a qualidade do seu trabalho e a extrema competência com que exerceu estas suas funções na Câmara. Falta-me a capacidade para tal, confesso, e essa avaliação não é o objectivo destas linhas. Será com certeza feita facilmente pelos nossos concidadãos através do simples método da comparação.
Publicado no Diário de Coimbra em 9 de Novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
A crise acabou: a crise vem aí
- Dívida pública em % do PIB em 2009: 77,4%
- Dívida pública em % do PIB em 2010: 84,6%
- Dívida pública em % do PIB em 2011: 91,1%
(Notas: em 2002 era de 55,5%; o Pacto de Estabilidade estabelece 60% como valor máximo)
- Défice das contas públicas em 2009: 8%
- Défice das contas públicas em 2010: 8%
- Défice das contas públicas em 2011: 8,7%
- Crescimento do PIB em 2009: negativo (quanto?, não se sabe)
- Crescimento do PIB em 2010: 0,3%
- Crescimento do PIB em 2011: 1%
(Nota: dos piores valores da UE e de todo o mundo)
O Prof. Ernâni Lopes diz que Portugal está a definhar há anos: como aqueles doentes que não se levantam da cama, não melhoram, nem pioram.
Entretanto, andamos para aí a apresentar candidaturas a organizar campeonatos mundiais de futebol, a construir auto-estradas para lado nenhum, TGV para andarem vazios e novas pontes para Lisboa.
Não há juízo.