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sexta-feira, 10 de setembro de 2010
RTP de todos nós
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
RTP
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Jarno Saarinen
O piloto de motos japonês Shoya Tomizawa com dezanove anos, morreu ontem num acidente no Grande Prémio de San Marino.
Já quase ninguém se lembra, mas em 20 de Maio de 1973 houve um terrível acidente numa corrida de motos, em que morreram dois pilotos: Jarno Saarinen e Renzo Pasolini. Nesse acidente ficaram feridos mais doze pilotos.
Saarinen foi um dos maiores pilotos de motos de sempre e quem inventou a maneira de virar com o corpo fora da mota e o joelho a raspar o pavimento. Antes dele nunca ninguém tinha feito tal coisa.
Aqui fica a lembrança e fotos.
O QUE É ISTO?
TRÂNSITO LOCAL: EM COIMBRA NÃO, P.F.
domingo, 29 de agosto de 2010
HUMANIDADE E BOM SENSO
Vários países europeus estão a proceder à deportação de ciganos para a Roménia e para a Bulgária, de onde são oriundos. À frente está a França, que expulsa ciganos aos milhares, obtendo o seu"acordo" com 300€ por cada adulto e 100€ por cada criança.
A forma como os actuais líderes europeus olham para os cidadãos está bem à vista desde a entrada da Roménia e da Bulgária na União Europeia. De facto, a União Europeia decidiu pagar anualmente quatro mil milhões de euros à Roménia para impedir a saída dos seus ciganos para os outros países da UE. Isto é, para dar o seu acordo à entrada de países no seu seio, a UE definiu condições contra uma determinada etnia. A simples existência deste acordo diz muito sobre a actual União Europeia, que se farta de bradar que tem uma política social avançada, que é uma Europa dos cidadãos, etc. etc. Vê-se. A própria Convenção Europeia dos Direitos Humanos está a ser violada, dado que proíbe as expulsões colectivas de estrangeiros.
Aqui reside, quanto a mim, o maior problema. Os ciganos estão a ser objecto de tratamento colectivo, e não a ser tratados como indivíduos. Se uma determinada pessoa comete um crime, é lógico que deve sofrer uma condenação, que poderá incluir a deportação, se for caso disso. Coisa muito diferente é condenar comunidades inteiras com base da diferença étnica e impedir um direito de todos os cidadãos europeus que é o da livre circulação.
O argumento francês principal é o da segurança, como é hábito. Ouvi-o aliás ser repetido por um euro-deputado português que disse compreender perfeitamente a atitude francesa, porque a segurança é fundamental e dentro daquelas comunidades há pessoas que se portam mal. Claro que o facto de Sarkozy ser responsável pela segurança há 7 anos, primeiro como ministro e depois como presidente, e de sondagens recentes indicarem que 70% dos franceses se sentem inseguros justificará este novo surto de deportação: há que recuperar apoio eleitoral. Curiosamente, parece que muitos franceses ainda se lembram de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", e Sarkozy terá dado um tiro no próprio pé.
Apetece lembrar duas ou três coisas. A primeira é uma citação de Benjamin Franklin: "quem prescinde da liberdade em nome da segurança não merece nem uma nem a outra, e acaba normalmente sem as duas". A outra é que ainda não passaram cem anos desde que muita gente aceitou atitudes de perseguição com base na raça, porque muitas das pessoas que lhe pertenciam não se portariam bem e vestiam diferente ou eram feias. Deu numa das vergonhas que para sempre mancharão a humanidade, com milhões de judeus mortos e uma barbaridade indescritível. As seguranças a que muitas vezes damos importância escondem afinal verdades feias e desgraças de outros que muitas vezes não estão à nossa vista.
A questão tomou tal dimensão que o próprio Papa Bento XVI fez questão de tomar posição em língua francesa contra este repatriamento em massa, apelando ao acolhimento dos homens de todas as origens.
O que a União Europeia tem a fazer, depois de ter aceitado a entrada da Roménia e da Bulgária, é adoptar planos de integração ao nível da União, e não pagar a países para manterem alguns cidadãos no seu interior, com base em critérios de etnia.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 30 de Agosto de 2010
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Sou mesmo ignorante!
Tratar-se-à de radicais livres?
terça-feira, 24 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Boom Festival
domingo, 22 de agosto de 2010
A SAÚDE TEM PREÇO?
O Doutor Manuel Antunes costuma dizer que a saúde não tem preço, mas custa dinheiro. E tem, claro está, imensa razão. Aliás, a saúde custa mesmo muito dinheiro, já que o Estado gasta por ano cerca de dez mil milhões de euros com o Serviço Nacional de Saúde. Como todo esse dinheiro sai dos nossos impostos, convém que seja bem gasto, e que seja gasto com justiça, isto é, que não deixe de fora os mais desprotegidos.
O Serviço Nacional de Saúde foi uma opção nacional pós 25 de Abril, que entrou na vida dos portugueses como um direito adquirido e inquestionável. Na verdade, permitiu um acesso à saúde digno, à altura dos países mais ricos e avançados do mundo. Os índices relativos à saúde pública foram completamente alterados para melhor, de que a mortalidade infantil é um bom exemplo: em poucos anos, passou de 70 por mil crianças nascidas para os actuais 3.
Sucede, no entanto, que hoje se verificam dois problemas graves: por um lado, o custo da saúde tem vindo a subir de uma forma quase incontrolável pelos mais diversos motivos, entre os quais se contam a sofisticação crescente dos meios auxiliares de diagnóstico e dos próprios tratamentos e o aumento da idade média da população. Por outro lado, cresce o sentimento de que a justiça está a fugir da prestação dos cuidados de saúde, sendo esta melhor para quem tem dinheiro do que para a população carenciada. Isto é, quando deveria ser "tendencialmente gratuita", o que se está a verificar é que tal será impossível de acontecer, pura e simplesmente porque o país não tem posses para o garantir.
Desde há quase dez anos que o SNS tem sido objecto de alterações na sua organização, agravando a tal injustiça social. Exemplos? A opção por parcerias público-privadas, pela chamada "empresarialização" dos hospitais públicos, e o encerramento de unidades do interior, sob a capa de garantia de qualidade da prestação de cuidados de saúde.
Na realidade, o Estado não tem dinheiro para manter o sistema como está, e muito menos para custear os aumentos de despesas previstos. Assim, corta nos custos, muitas vezes de forma sub-reptícia, e quase sempre com maior prejuízo para quem menos pode.
Não há coragem para dizer aos cidadãos que a actual situação não se pode manter. Para dizer que os serviços prestados têm custos, que deverão ser comparticipados de forma diferente por quem tem mais posses e por quem não tem, não no acto da prestação do serviço, mas num relacionamento fiscal entre o cidadão e o SNS. Que o financiamento do SNS deverá ser completamente alterado, talvez à imagem da Segurança Social ou estendendo a toda a população um sistema semelhante à ADSE. Que as parcerias público-privadas deverão acabar, para que se saiba quem paga o quê, devendo os sectores público e privado ser completamente separados. Que a prestação dos serviços de saúde que por qualquer motivo os hospitais públicos não possam garantir em tempo útil sejam convencionados com o sector privado de forma transparente. Que os profissionais de saúde deverão trabalhar o dia inteiro nos hospitais públicos, sendo devidamente pagos, acabando-se de vez com a promiscuidade entre os sectores público e privado.
A actual situação tem custos incomportáveis para o Estado, e dá vantagens injustificadas a um sector que de privado só tem o nome, porque vive pendurado nas ineficiências e desorganização do sector público. Haja coragem para enfrentar este problema, sem demagogias e complexos ideológicos, em nome precisamente dos mais carenciados. Os outros, sabemo-lo bem, têm boas alternativas.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 23 de Agosto de 2010