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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Dueto: Papageno Papagena -Jaki Jurgec in Katarina Perger
Parlamento aprovou projecto que classifica mefedrona como droga - Política - PUBLICO.PT
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Fidel Castro adverte que mundo avança para abismo - Internacional - Notícia - VEJA.com
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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Novos boicotes para os indignados
Quando é que o grupinho dos indignados se lembra que há outras empresas que fizeram o mesmo que Jerónimo Martins? Quando é que começa o boicote a empresas como a Mota Engil (este até concordava se fosse o estado a decretá-lo), a Galp, a SONAECOM - quem tem Optimus é já deitar o cartão fora - ou a Caixa Geral de Depósitos (esta não era do Estado?). Apenas peço que não façam boicote à PT, porque isso iria prejudicar o Canal Benfica ou os blogues da Sapo. De resto, não tenham receio. Boicotem todas as empresas que fizeram operações financeiras semelhantes às da Jerónimo Martins.
PS: E não se esqueçam de boicotar também o Continente.
Análise interessante e com substrato
Algum tempo atrás, um conhecido político explicava que qualquer partido político necessitaria, na sua perspectiva, de manter boas relações com os principais lobbies – referindo-se expressamente a entidades mencionadas no “Breve manifesto” de 1995, da autoria do Dr. Carlos Candal. De outra forma, na mesma perspectiva, a influência que os lobbies têm na comunicação social tornaria inútil qualquer ação por parte do partido em questão – gerar-se-ia de imediato um coro de criticas, orquestradas por vários maestros.
Trata-se de uma variação importante relativamente ao texto de 1995 acima citado. Naquele texto, é dito que os lobbies infiltraram os partidos políticos e a comunicação social. Mas na perspectiva em análise, são os partidos que procuram ativamente o apoio dos lobbies. Tal apoio poderia ser conseguido, por exemplo, nomeando para a direção de um dado partido membros dos lobbies – permitindo assim que cada lobby tenha uma noção exata do que se passa “lá dentro”, e possa exercer influência. Igualmente importante poderá ser, na mesma perspetiva, a nomeação para cargos importantes de conhecidos membros dos lobbies. Esse tipo de medidas poderia, na perspectiva acima indicada, gerar a “boa imprensa” de que os partidos carecem para obter resultados políticos favoráveis.
Numa perspectiva de “Darwinismo político” (que me perdoe C. Darwin), a presença dos lobbies dentro dos partidos e mesmo apoiados pelos partidos, numa simbiose harmoniosa em que “uma mão lava a outra” seria vantajosa, ou mesmo indispensável, para os partidos obterem resultados eleitorais.
Como já vimos em textos anteriores, nem todos os membros dos lobbies são indivíduos medianos. Contudo, quando um indivíduo mediano aparece nomeado para uma posição de destaque, ainda que com estatuto de “independente” (no sentido de não-filiado) devemos pensar na possibilidade de ser membro de um qualquer lobby. O velho conceito “cherchez la femme” ou ainda a sua variante “cherchez l’argent” poderá agora ser substituído por um “cherchez le lobby” (se me for permitida uma expressão galo-britânica). Parte significativa dos “independentes” da nossa praça seriam, na verdade, membros de lobbies.
Pelo caminho, fica a noção de igualdade de oportunidades no acesso à res publica. Devemos satisfazer-nos com este estado de coisas? Ou devemos, pelo contrário, defender a transparência como forma de controlar os lobbies? A escolha é, para mim, bastante clara.
José Pedro Lopes Nunes
Análise interessante e com substrato
Algum tempo atrás, um conhecido político explicava que qualquer partido político necessitaria, na sua perspectiva, de manter boas relações com os principais lobbies – referindo-se expressamente a entidades mencionadas no “Breve manifesto” de 1995, da autoria do Dr. Carlos Candal. De outra forma, na mesma perspectiva, a influência que os lobbies têm na comunicação social tornaria inútil qualquer ação por parte do partido em questão – gerar-se-ia de imediato um coro de criticas, orquestradas por vários maestros.
Trata-se de uma variação importante relativamente ao texto de 1995 acima citado. Naquele texto, é dito que os lobbies infiltraram os partidos políticos e a comunicação social. Mas na perspectiva em análise, são os partidos que procuram ativamente o apoio dos lobbies. Tal apoio poderia ser conseguido, por exemplo, nomeando para a direção de um dado partido membros dos lobbies – permitindo assim que cada lobby tenha uma noção exata do que se passa “lá dentro”, e possa exercer influência. Igualmente importante poderá ser, na mesma perspetiva, a nomeação para cargos importantes de conhecidos membros dos lobbies. Esse tipo de medidas poderia, na perspectiva acima indicada, gerar a “boa imprensa” de que os partidos carecem para obter resultados políticos favoráveis.
Numa perspectiva de “Darwinismo político” (que me perdoe C. Darwin), a presença dos lobbies dentro dos partidos e mesmo apoiados pelos partidos, numa simbiose harmoniosa em que “uma mão lava a outra” seria vantajosa, ou mesmo indispensável, para os partidos obterem resultados eleitorais.
Como já vimos em textos anteriores, nem todos os membros dos lobbies são indivíduos medianos. Contudo, quando um indivíduo mediano aparece nomeado para uma posição de destaque, ainda que com estatuto de “independente” (no sentido de não-filiado) devemos pensar na possibilidade de ser membro de um qualquer lobby. O velho conceito “cherchez la femme” ou ainda a sua variante “cherchez l’argent” poderá agora ser substituído por um “cherchez le lobby” (se me for permitida uma expressão galo-britânica). Parte significativa dos “independentes” da nossa praça seriam, na verdade, membros de lobbies.
Pelo caminho, fica a noção de igualdade de oportunidades no acesso à res publica. Devemos satisfazer-nos com este estado de coisas? Ou devemos, pelo contrário, defender a transparência como forma de controlar os lobbies? A escolha é, para mim, bastante clara.
José Pedro Lopes Nunes
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
BOM ANO
A tradição recomenda que no início de um novo ano se deseje aos amigos que seja um bom ano. É isso que hoje faço com gosto aos leitores do Diário de Coimbra.
A passagem dos anos pode parecer uma simples convenção, mas na realidade reflecte uma íntima ligação do Homem à Natureza, já que um ano ou aproximadamente 365 dias é a duração de uma translação do nosso planeta Terra à volta da nossa estrela, o Sol. E o início do ano muito próximo do solistício de Inverno é também muito significativo, porque a partir daqui os dias começam a crescer, criando a sensação de renascimento. Nos nossos dias, o progresso tecnológico e social parece afastar-nos daquilo que verdadeiramente somos, mais parecendo que muitos de nós nos consideramos quase como deuses, quando na verdade todos fazemos parte de um sistema complexo que dominamos muito menos do que julgamos.
O início deste ano de 2012 vem encontrar os portugueses numa situação muito difícil e causadora de perplexidades, ansiedades e sacrifícios pesados para muitos.
Muitas vezes caímos na tentação de falar daquilo que, por demasiado afastado de nós, pouco podemos mudar. Claro que a opinião pública conta e muito, mas na realidade as eurobonds, as taxas do BCE, o comportamento dos mercados, a própria actividade dos bancos, estão muito longe de serem infuenciados pelo que localmente se diz ou escreve.
Já o mesmo não se dirá de tudo aquilo que está mais perto de nós e é por isso que a chamada administração local é tão importante.
Coimbra é uma cidade muito especial e não só por ser a nossa Cidade. É-o pela sua História riquíssima, intimamente ligada à História de Portugal desde o seu início, mas também pelo seu presente que é o que existe na realidade e prepara o futuro que assim dependerá dos que cá estão hoje, isto é, nós mesmos, o que nos responsabiliza perante as gerações futuras. É comum dizer-se, principalmente nos salões do poder em Lisboa, que de cada vez que se fala bem de alguém de Coimbra aparecem logo não sei quantos conimbricenses a criticar e dizer mal. Provavelmente, há razão nisto e é pena. Coimbra está numa encruzilhada da História. O país chama-se cada vez mais Lisboa, Porto e província. A desertificação do interior e mesmo de boa parte do litoral acompanha a metropolização crescente das áreas de Lisboa e do Porto, triste sinal de terceiro-mundismo.
Coimbra é a única cidade média da nossa Região que pode sobreviver a esta desagregação territorial do país. Para isso precisa de todos nós, sejamos de esquerda, de direita, professores, operários, empresários, médicos, enfermeiros ou engenheiros.
Há projectos em andamento, em preparação ou em estudo, cruciais para o futuro de Coimbra e da sua identidade. O Convento de S. Francisco trará vantagens comparativas à Cidade, mas precisa urgentemente de “software” para além do “hardware” que é o edificado: a definição de um modelo de exploração que não seja oneroso ao município é urgente. O Metro Mondego traduz-se hoje numa indefinição que dura já há mais de uma ano e se traduz em transportes rodoviários insuportáveis para os cidadãos de Miranda e da Lousã que os utilizam diariamente, para além das consequências no trânsito urbano de Coimbra; acresce a “ferida” aberta na Baixa que carece de solução urgente, sendo que Coimbra já propôs solução, ainda sem resposta. A Estação Velha continua a ser uma vergonha para a Cidade. Se toda a gente reconhece que Coimbra é uma “marca” turística com um valor enorme, que se promova o turismo cultural que hoje em dia tem tanta pujança e importância económica por essa Europa fora. O parque tecnológico “Coimbra i Parque” está aí em andamento, potenciando uma ligação crucial entre o conhecimento, a inovação e a economia real. A candidatura a Património Mundial da Unesco é uma oportunidade para unir os conimbricenses em torno de algo que pode, não só reconhecer Coimbra e a sua Universidade como um valor a nível mundial, mas também potenciar a renovação urbana de todo um Centro Histórico valiosíssimo e abandonado durante tantas décadas a políticas urbanísticas erradas ditas “de crescimento”.
Tanto mas tanto, tanto a fazer.
Estimado leitor conimbricense: votos de que a crise que atravessamos sirva para nos unir no essencial como cidadãos e, como se costuma dizer, constitua uma oportunidade para definir uma Coimbra que se afirme como a capital regional que sempre foi, pela sua Cultura, Economia, capacidade de atracção dos melhores e de produção do melhor.
Bom ano.