Há precisamente uma
ano, dei aqui nota de um facto excepcional para Portugal, mas muito mais ainda
para Coimbra. Portugal tinha acabado de ser admitido como 14º país e 5º membro
da Europa na Aliança M8 que é o mais importante fórum de reflexão na área da
saúde a nível mundial. Além de Portugal, os países europeus que fazem parte da
Aliança M8 são a França, a Inglaterra, a Alemanha e a Suíça. Escrevi nessa
crónica de há um ano que “a Aliança M8
constitui uma rede de excelência de Centros Médicos de Saúde Académicos,
Universidades e Academias Nacionais, a partir da qual se organiza anualmente a
Cimeira Mundial da Saúde, onde se analisam e discutem os cuidados de saúde”.
A instituição
portuguesa aceite na Aliança M8 é o consórcio “Coimbra Health” formado pelo
Centro Hospitalar de Coimbra (CHUC) e pela Universidade de Coimbra. Entre as
outras instituições representadas estão a Bloomberg Escola de Saúde Pública
John Hopkins dos EUA, o Imperial College do Reino Unido, a Sorbonne de França
ou a Universidade de São Paulo do Brasil, o que diz bem da importância da
participação neste fórum para as instituições de Coimbra.
A Aliança M8
promove anualmente a realização das Cimeiras Mundiais da Saúde em Berlim, cidade
sede da associação, mas organiza também as Conferências Intercalares da Cimeira
Mundial da Saúde em outras cidades por todo o mundo. Na assembleia geral da
Aliança M8 realizada no início desse mês, a cidade escolhida para a realização
da Conferência Intercalar em Abril de 2018 foi Coimbra.
Desta forma,
Coimbra receberá em Abril de 2018 cerca de 700 especialistas do mundo inteiro
que debaterão o tema “Medicina de Fronteira”. Mais uma vez se deverá salientar
o papel nesta decisão do Dr. José Martins Nunes, profundo conhecedor dos
meandros da política da saúde a nível internacional, a cujo trabalho
diplomático persistente se deveu primordialmente a inclusão do consórcio de
Coimbra na Aliança M8.
Como normalmente
sucede nestes encontros internacionais de grande relevância, para além dos
conferencistas há todo um elevado número de pessoas da organização, de apoio
técnico aos conferencistas e de jornalistas, para além dos acompanhantes
pessoais que se deslocam à cidade onde se realiza o evento. Coimbra receberá
assim, durante vários dias, um número de visitantes muito superior aos
previstos 700 conferencistas.
Para além do
impacte de notoriedade mundial para a nossa Cidade, relacionado com a Ciência e
com uma área de relevância social, económica e política como é a Saúde, é
evidente a importância económica do evento para Coimbra, quer na área da
hotelaria, quer na restauração e demais actividades ligadas com o turismo, para
além do comércio em geral.
Claro que a
existência do Centro de Congressos do Convento de S. Francisco é crucial para
que um encontro destes seja possível em Coimbra, ficando assim demonstrada a
justeza das várias decisões, ao longo dos anos, que permitiram a construção
deste equipamento.
O sucesso da
conferência em Abril de 2018 está evidentemente garantido pela organização.
Diferente será que esse sucesso se traduza igualmente para a Cidade e para os
seus diversos actores económicos que acima referi. Para que tal suceda não
basta informar que o evento se irá realizar. Não será, mesmo, de se deixar de
encarar a formação de uma equipa de projecto que, em ligação com os
CHUC/Universidade, construa um programa em diálogo com as entidades culturais da
Cidade e una os representantes das diversas actividades económicas que podem
tirar dividendos económicos com o evento, catalisando as potencialidades
existentes. Abril de 2018 é já ali, daqui a um ano e meio.
A autarquia possui
as infraestruturas físicas que possibilitam a realização do encontro
internacional. Mas, para além disso, sabendo-se embora que a organização do
mesmo não está a seu cargo, pode e talvez deva fazer com que toda a Cidade
fique a ganhar com a Conferência Intercalar da Cimeira Mundial da Saúde de
Coimbra em Abril de 2018.