terça-feira, 18 de agosto de 2020

QUESTÕES DE CONSCIÊNCIA

 Não há consciência mais tranquila do que aquele que está convenientemente adormecida. 

 

 


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

AS INVASÕES FRANCESAS TOCAM-NOS

 

Em boa hora a CIM Coimbra (Comunidade Inter-Municipal Região de Coimbra) decidiu criar um mapa-roteiro sobre as Invasões Francesas na Região de Coimbra.

As três Invasões Francesas incluídas na chamada Guerra Peninsular ocorreram entre 1807 e 1811 e tiveram, para além dos aspectos militares, sociais e económicos, consequências políticas em Portugal que foram muito para além deles e determinaram em grande medida o país que somos hoje. As mais imediatas foram a independência do Brasil e as lutas liberais que ocuparam as primeiras dezenas de anos do século XIX.

Na nossa região, em particular na 3ª Invasão, as manobras militares tocaram seriamente locais que nos são familiares, permitindo o mapa-roteiro agora editado seguir com algum detalhe o que se passou. A 3ª Invasão passou duas vezes pela nossa região, a primeira na vinda de Espanha com destino a Lisboa e a segunda na retirada das forças francesas do chamado «Exército de Portugal», comandado pelo Marechal Massena a quem Napoleão chamava «filho querido da vitória» atendendo ao seu prestígio militar.

O «Bloqueio Continental» ditado pela França a Inglaterra, não seguido por Portugal em nome da antiga aliança com este país, colocou Portugal na posição de alvo de invasão por Napoleão que não se podia permitir a utilização do porto de Lisboa pelos navios mercantis ingleses. Assim, Napoleão decidiu invadir o nosso país em 1807, tendo mesmo previsto a divisão de Portugal em três partes pelo Tratado de Fontainebleau, sendo o norte do país entregue à rainha da Etrúria, o centro com Lisboa a França e o sul designado por «principado dos Algarves» ao primeiro-ministro espanhol Manuel de Godoy.

Depois do fracasso das duas primeiras invasões, Napoleão decidiu-se finalmente pelo envio do grande «Exército de Portugal» que entrou em Portugal por Almeida, tomada em 27 de Agosto de 1810 após uma explosão gigantesca do paiol da praça-forte, na sequência de um bombardeamento constante, que provocou a morte de cerca de 800 soldados e 500 civis.

Depois de Almeida, Massena decidiu avançar para Lisboa, com passagem por Coimbra. Como caminho escolheu ir pelo norte da cidade, onde o exército aliado (português e inglês) comandado por Wellinton lhe deu luta na Serra do Buçaco. A batalha ocorrida em 27 de Setembro saldou-se por uma vitória aliada, tendo os franceses sofrido a baixa de cerca de 5.000 homens, contra 1.250 do lado aliado. 

Perante o sucedido, Massena rodeou a serra pelo norte e entrou na estrada real por onde seguiu para Coimbra, supondo que Wellington lhe daria luta pela posse da cidade o que, para grande surpresa sua, não sucedeu, tendo os exércitos aliados seguido para sul a grande velocidade. A maioria da população de Coimbra fugiu para sul a pé, de carroça, de todas as maneiras possíveis. Antes de seguirem para sul, as tropas portuguesas e inglesas tinham sido implacáveis no cumprimento da ordem de abandono dos lares e destruição de todos os bens alimentares que os franceses pudessem aproveitar. Ao entrarem em Coimbra os soldados de Junot devastaram a cidade e pilharam tudo o que encontraram, incluindo peças valiosas da Universidade. Como é sabido, Massena seguiu depois para Lisboa, apenas para ter a surpresa de encontrar pela frente as Linhas de Torres que Wellington tinha mandado erigir em absoluto segredo. Não tendo capacidade militar para as ultrapassar, desvia para Santarém onde fica até se decidir finalmente pela retirada, iniciada em 5 de Março de 1811.

Na retirada, os exércitos franceses passaram novamente pela nossa região, provocando mais desgraças e sofrimento numa população já martirizada. Coimbra tinha sido libertada dos franceses em 7 de Outubro, para desgraça dos milhares de doentes e feridos franceses que lá tinham sido deixados para trás e que foram vítimas da vingança dos males que tinham feito às populações civis. Houve diversos recontros entre a retaguarda francesa e os seus perseguidores aliados em Pombal, na Redinha, Miranda do Corvo que foi incendiada e outros locais. Em Foz de Arouce quando franceses e ingleses se encontraram face a face fugiram em desordem para, ultrapassado o susto, voltarem para recolher envergonhadamente as armas abandonadas e seguir sem dispararem um único tiro. Massena dirigiu os seus exércitos até à Guarda, sempre perseguido pelas tropas aliadas e acabou por seguir para Espanha, tendo a invasão terminado no dia 11 de Abril.

É sempre interessante partilhar com os leitores as mossas impressões sobre a nossa História colectiva, mas mais ainda quando algo que nos toca pessoalmente tem a ver com ela. Na brutal explosão de Almeida em 27 de Agosto de 1810 um irmão do meu trisavô, de nome Francisco Morgado, foi atingido nas pernas ficando gravemente ferido. Conseguiu mandar recado para a família sobre o seu estado, tendo sido recolhido por familiares, com as dificuldades que se imaginam. Ao chegar ao alto da serra vendo a sua aldeia do Bodelhão, hoje chamada de S. Francisco de Assis, exclamou que não queria morrer sem a voltar a ver. Com as pernas gangrenadas veio a falecer em 2 de Dezembro de 1810. A sua espada foi recolhida como relíquia e, passando de mão em mão, acabou por me ser oferecida pela minha Avó, pelo que as Invasões Francesas sempre tiveram um lugar especial no meu imaginário.

 

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 17 de Agosto de 2020

CONTAS À MODA DO.....GOVERNO SOCIALISTA QUE TEMOS

 Pois parece que as obras do Hospital Militar de Belém para acolher os doentes Covid custaram 2,6 milhões de euros, em vez dos 750 mil previstos. É o que dá entregar obras por ajuste directo a empresas amigas: multiplica o custo por 3,5 e sempre dá para uns trocos....

 

 


Problemas de Portugal

 De acordo com o  Plano de Recuperação, os problemas de Portugal resultam das «vulnerabilidades do modelo de desenvolvimento económico e social vigente nomeadamente o erro estratégico inerente à visão neoliberal do mundo que minimiza o papel do Estado e exalta o mercado».

Penso que está tudo dito. Estes socialistas fazem a festa, deitam os foguetes e vão buscar as canas. O resultado é a desgraça que se vê, de que a vinda da troica faz parte. Mas lá está. a culpa é do neo-liberalismo. Arre gaita!

EUTANÁSIA: PESSOAS E ANIMAIS

 Já para os animais, não se aplica. Mas será que estamos todos a ficar malucos?



sábado, 15 de agosto de 2020

Barbaridades ministeriais

 Pois, a sra como sec. Estado do Turismo era excelente.

Depois aplicou-se-lhe o princípio de Peter e demonstrou-se que os mortos de Pedrógão já estão esquecidos. Tal como o fim ministerial da d. Constança

 

 

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Venda do Novo Banco - não esquecer, nem permitir mentiras

 

Do Jornal de Negócios:
 
«...31 de março de 2017, António Costa ladeado por Mário Centeno dá uma conferência de imprensa a manifestar-se confiante na solução encontrada de venda ao fundo Lone Star. Foi com esta comunicação que se encerrou um dossier que durava desde 2014, desde uma resolução bancária do antigo Banco Espírito Santo, imposta pela U.E. num modelo que não voltou a repetir, depois do governo de Passos Coelho ter negado o apoio da CGD ao BES. A Lone Star é considerada uma gestora de fundos “abutres”, ou “sucateiros”, que investe maioritariamente em ativos, dívida ou empresas, complicados ou em stress. Desmantela os ativos, ou parte deles, geralmente vendendo-os a outros fundos “sucateiros”.
Esperar que a Lone Star se comportasse de forma diferente no Novo Banco seria uma ingenuidade, e nem António Costa ou Centeno são ingénuos, nem mal informados. Se a isso juntarmos um livro de cheques em branco no valor de 3,9 mil milhões de euros, do chamado Mecanismo de Capital Contingente MCC, para eventuais imparidades em vendas, temos um convite a que o NB o fosse gastar todo na limpeza, eventualmente com a ajuda de outros fundos “amigos”, dentro do que é a sua prática normal. Este mau regime de incentivos, sancionado por Costa e Centeno, permite que se façam más vendas de ativos porque as perdas são para o MCC cobrir, até o limite considerado, não afetando o banco ou o acionista maioritário. E uma venda a desconto, suspeita para alguns, pode ser uma excelente venda, ao melhor preço possível, ou uma venda incompetente, nunca se poderá saber em concreto para ativos deste tipo. Dolo ou conluio é que dificilmente se conseguirá provar. Resta a fé na ética e nas boas práticas da gestão. Certo que a auditoria dirá isso mesmo e de qualquer forma, se o Fundo de Resolução aprovou as vendas dos ativos, é um negócio simples entre privados onde o Estado e a falsa indignação política não têm lugar face aos contornos da venda.
Resumindo, o Governo PS, com apoio formal e orçamental do BE e PCP, aprovou a venda a um fundo “sucateiro” com práticas necrófagas, normais para ele e legais, com licença para gastar até 3,9 mil milhões. Vamos lá todos abafar este caso e fingirmo-nos todos ofendidos. Alguém em 2046 que pague e limpe…»

https://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/mao-visivel/paulo-carmona/detalhe/onde-estao-os-incentivos