sexta-feira, 1 de maio de 2009

Gripe A (ou porcina)

A revista TIME desta semana informa que o TAMIFLU não serve para mais de 90% dos casos da gripe que vem do México. Será que os nossos stocks servem realmente para o que dizem?

Financiamento dos partidos

De lamentar a aprovação, por unanimidade com a excepção do deputado António José Seguro, da nova lei de financiamento dos partidos. Tanta conversa e quando chega a hora de mostrar coerência é o espalhanço ao comprido.

1º DE MAIO EM 2009

Finalmente Vital Moreira ganhou os seus galões de não comunista. E foram os comunistas da Inter que lhos ofereceram.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

APPASSIONATA

De vez em quando sabe muito bem voltar a ouvir as obras primas absolutas.
Sviatoslav Richter e a Appassionata de Beethoven:


EDUCAÇÃO

Na sua intervenção na semana passada em Coimbra, Artur Santos Silva salientou um aspecto interessante da educação nos países que têm índices mais elevados de eficácia do sistema educativo, com grandes vantagens na respectiva competitividade nacional. Nesses países, o período considerado crucial na educação consiste nos primeiros quatro anos. Sim, leu bem: NOS PRIMEIROS QUATRO ANOS.
Nesses países, a escolha dos professores responsáveis por esse período é extremamente exigente e o acompanhamento do seu trabalho é feito com grande cuidado. Os professores dos primeiros quatro anos de escolaridade são muito bem considerados na sociedade, mais bem pagos até do que os universitários.
O que se passa por cá? exactamente o contrário. Os alunos saem desses primeiros anos cruciais quase ignorantes, sendo até voz corrente que o primeiro mês do quinto ano é passado a ensinar os meninos e meninas a estar sentados na sala e a comportarem-se com respeito pelo professor e pelos colegas: muitas vezes vêm da antiga primária como uns autênticos selvagenzinhos. Claro que isto não se passa com as crianças que frequentam colégios privados, o que desde logo estabelece desequilíbrios sociais que mais tarde terão grandes consequências sociais.
Em vez de trabalhar esta área, que fazem os nosso governantes? Aprovam a escola obrigatória até aos 18 anos, se bem que possam trabalhar a partir dos 16 anos.
Baralhados? Não tanto. Supostamente esta medida é facil no papel e renderá votos; nem uma voz se opôs na AR.
Tratar dos primeiros anos de escolaridade obrigatória a sério é que não, porque os meninos e meninas têm é que "gostar da escola".

terça-feira, 28 de abril de 2009

ACEGE EM COIMBRA


Em 19 de Maio almoço-debate na Sé Velha com Daniel Taborda, representante da Crioestaminal.
A Crioestaminal é uma empresa de biotecnologia criada em 2003 e é pioneira e líder em Portugal na sua área, que passa por proporcionar aos pais dos recém-nascidos a possibilidade de isolarem e criopreservarem as células estaminais do sangue do cordão umbilical.
É também um bom exemplo de uma empresa ligada à investigação de alto nível e de sucesso empresarial de uma boa ideia, entre nós, que merece ser conhecida.

Aqui fica o link para a Crioestaminal.

Informações por acegecoimbra@gmail.com

TOGETHER THROUGH LIFE

Mais um grande disco de Bob Dylan. Ainda por cima traz um CD com um programa de rádio em que o apresentador é o próprio...Bob Dylan que, além disso, escolhe as músicas: imperdível.
Uma das músicas é o "You´ve got a friend" da Carol King (fiquei logo convencido, claro está):

segunda-feira, 27 de abril de 2009

D. AFONSO HENRIQUES E COIMBRA



Passam este ano 900 anos sobre a data provável do nascimento de D. Afonso Henriques, fundador da nacionalidade e primeiro Rei de Portugal, que terá ocorrido em 1109.
Sobre o local de nascimento do nosso primeiro Rei não há certezas absolutas. Daí haver comemorações pelo mesmo facto em cidades tão distintas como Guimarães e Viseu, reivindicando cada uma delas o mesmo acontecimento. Curiosamente, há também autores que defendem ter D. Afonso Henriques nascido em Coimbra.
Muito sinceramente interessa-me pouco se nasceu em Coimbra, Guimarães ou Viseu, dado não haver provas concludentes sobre esse facto. Ninguém escolhe o local onde nasce.
Já a escolha da sua capital pelo primeiro Rei de uma nova nação, traduz um acto de vontade consciente e isso é que verdadeiramente importa. Coimbra foi escolhida pelo nosso primeiro Rei para capital do novo reino e sobre isso não há quaisquer dúvidas. Foi também em Coimbra que nasceu a maioria dos reis da primeira dinastia. E também é certo que D. Afonso Henriques, bem como o seu filho D. Sancho, segundo Rei de Portugal, têm os seus restos mortais depositados no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, fundado pelo próprio D. Afonso I em 1131. Pela importância e significado destes factos, o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra é hoje, e muito bem, classificado de Panteão Nacional.
Coimbra não precisa de se pôr em bicos de pés para participar em comemorações locais do nascimento de D. Afonso Henriques, colaborando em rivalidades paroquiais com outras cidades.
As comemorações dos 900 anos do nascimento de D. Afonso Henriques em Coimbra estão orientadas para os alunos das escolas do concelho com conferências e exposições, para além do cerimonial com que todos os anos se homenageia D. Afonso I em Santa Cruz com a participação do Exército, que será em 23 de Maio.
No entanto, dado que as celebrações são sempre efémeras, penso que faria todo o sentido aproveitar a oportunidade para se criar, em Coimbra, um Centro de Interpretação da Primeira Dinastia, como aliás já foi publicamente sugerido por José Miguel Júdice, numa ideia que deveria merecer todo o carinho da Cidade.
O conhecimento da nossa História, particularmente dos seus primórdios, é essencial para a consolidação do colectivo como Nação, particularmente nestes tempos de integração numa estrutura multinacional. Isso não se consegue hoje com um museu estático, mas sim com uma estrutura multifacetada que autorize perspectivas diversas sobre a História, como é um centro interpretativo.
Por outro lado, a relação de Coimbra com os primeiros anos da existência de Portugal é suficientemente íntima para justificar que se localize na nossa cidade. Não nos devemos esquecer que os acontecimentos que deram origem ao próprio mito de Pedro e Inês se deram em Coimbra, durante aquele período da nossa História.
Um Centro Interpretativo da Primeira Dinastia em Coimbra proporcionaria uma ligação produtiva das pedras dos nossos inúmeros monumentos ao conhecimento já existente e a produzir, e alavancaria fortemente a actividade turística da Cidade.

Publicado no Diário de Coimbra em 27 de Abril de 2009

sexta-feira, 24 de abril de 2009

BACH e mais BACH

Do programa "Dias da música em Belém" de 2009, com Bach:

"No dia 11 de Março de 1829, a Sing-Akademie de Berlim, dirigida por Felix Mendelssohn, interpretava a Paixão segundo São Mateus de Johann Sebastian Bach, evento que veio a desencadear um vasto movimento de difusão e redescoberta da música do compositor. Foi a partir de 1829 que a música de Bach se tornou popular, para nunca mais deixar de o ser."


LIBERDADES

À hora de almoço vi um apresentador da RTP (suponho que se chama Jorge Gabriel) todo cheio de si a elogiar os militares de Abril por lhe terem dado a "liberdade de fazer o que me apetecer".
Ora bem. Isto é tudo aquilo que não deveria ser possível ouvir de um apresentador numa televisão que recebe dinheiro de impostos por serviço público. Eu sei que é apenas um apresentador de programas de entretenimento. Mas. por isso mesmo, é visto e ouvido diariamente por muitos milhares de pessoas, até porque um tipo simpático e divertido. Alguém lá da casa lhe deveria explicar que liberdade para "fazer o que lhe apetecer" não existe, porque os outros também têm direito a uma liberdade igualzinha à dele. Se aquilo que ele disse fosse verdade, alguém o poderia atirar de uma ponte abaixo se lhe apetecesse, por exemplo, para não imaginar algo pior.
Este tipo de aligeiramento da linguagem em pessoas que são vistas por muita gente e que por isso mesmo muita gente tende a tomar como exemplo é insuportável e tem evidentemente consequências nefastas na nossa sociedade. Se o Jorge Gabriel diz isto, porque é que as crianças que o vêm não hão-de pensar que é verdade e levar isso à letra?
Eu sei que muita gente me responderá que é apenas o Jorge Gabriel e que estou a dar importância a algo que não vale nada. Lamento, mas é esse tipo de complacência que atira todo o país para baixo, ao desresponsabilizar e infantilizar toda a atitude social.
E já agora, é exactamente o oposto do que supostamente o 25 de Abril nos trouxe, isto é uma cidadania inteira.