Na sua intervenção na semana passada em Coimbra, Artur Santos Silva salientou um aspecto interessante da educação nos países que têm índices mais elevados de eficácia do sistema educativo, com grandes vantagens na respectiva competitividade nacional. Nesses países, o período considerado crucial na educação consiste nos primeiros quatro anos. Sim, leu bem: NOS PRIMEIROS QUATRO ANOS.
Nesses países, a escolha dos professores responsáveis por esse período é extremamente exigente e o acompanhamento do seu trabalho é feito com grande cuidado. Os professores dos primeiros quatro anos de escolaridade são muito bem considerados na sociedade, mais bem pagos até do que os universitários.
O que se passa por cá? exactamente o contrário. Os alunos saem desses primeiros anos cruciais quase ignorantes, sendo até voz corrente que o primeiro mês do quinto ano é passado a ensinar os meninos e meninas a estar sentados na sala e a comportarem-se com respeito pelo professor e pelos colegas: muitas vezes vêm da antiga primária como uns autênticos selvagenzinhos. Claro que isto não se passa com as crianças que frequentam colégios privados, o que desde logo estabelece desequilíbrios sociais que mais tarde terão grandes consequências sociais.
Em vez de trabalhar esta área, que fazem os nosso governantes? Aprovam a escola obrigatória até aos 18 anos, se bem que possam trabalhar a partir dos 16 anos.
Baralhados? Não tanto. Supostamente esta medida é facil no papel e renderá votos; nem uma voz se opôs na AR.
Tratar dos primeiros anos de escolaridade obrigatória a sério é que não, porque os meninos e meninas têm é que "gostar da escola".
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