sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Lembrar o Horror, sempre

Visitar Manuel António Pina, hoje no JN:

Memória da "Shoah" - JN

DESMITOS: A CRISE DE 2008 E A DÍVIDA EXTERNA

Do Blogue Desmitos de Álvaro santos Pereira, que continua a explicar-nos o que se passa, com clareza:

DESMITOS: A CRISE DE 2008 E A DÍVIDA EXTERNA: "É frequente ouvirmos os membros do governo afirmar que as dificuldades actuais foram causadas pela crise financeira internacional de 2008, a..."

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A sério?

A sério que os reguladores também são culpados? E os bancos? Não me digam. E eu a julgar que eram só os malvados dos mercados.

Comissão diz que reguladores e bancos são culpados de uma crise financeira que era “evitável” - Economia - PUBLICO.PT

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Epidemia

Há dias foi um que matou a mãe e a cortou aos bocados. Antes foi o estudante que matou a namorada à facada com ciúmes; agora é este mata o pai, porque o andava a chatear.
Não sou sociólogo, mas que anda por aí muita violência e ódio à solta, lá isso anda.

Rapaz matou pai com catana e caminhou 18 quilómetros para se entregar - Sociedade - PUBLICO.PT

Grande César

A saga continua. O Grande César leva a esquerda açoriana toda atrás de si nesta medida "solidária e justa" paga por todos nós.

Açores alargam compensação remuneratória aos funcionários das autarquias da região - Política - PUBLICO.PT

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

LIBERDADE DE ESCOLHA: uma questão de educação (também)


Uma campanha eleitoral para escolher um Presidente da República não é, definitivamente, o momento adequado para se colocarem questões que interessam mais à governação e definição das respectivas linhas de orientação; Atendendo aos poderes que a Constituição actual atribui ao Presidente da República, interessa muito mais saber do carácter, da serenidade e capacidade de persuasão do Presidente perante a necessária e normal tensão entre Governo e oposições e, portanto, da confiança que transmite aos cidadãos em geral. Essa confiança reflecte-se aliás na imagem de Portugal no estrangeiro, crucial numa altura em que precisamos de credibilidade para nos financiarmos em condições aceitáveis. Claro que isso foi visível na campanha que ontem teve o seu fim previsível, pese embora alguns candidatos se tenham apresentado como não sabendo bem ao que iam, dando a impressão que se prestariam para governar o País (melhor dizendo, para desgovernar).

Um dos assuntos laterais que entraram por esta campanha dentro foi o da Educação, em consequência das novas políticas relativas ao ensino privado e cooperativo com contratos de Associação. E perante a situação criada, foi claramente visível a diferença de reacções dos candidatos, bem como dos diversos sectores da sociedade portuguesa. De facto, se há área em que a diferença ideológica se acentua é na Educação. O Estado português tem, desde há longos anos, uma necessidade enorme de controlar por completo a Educação, com os tristes resultados que todos conhecemos, quer em termos de custos do sistema, quer no que respeita aos resultados obtidos em termos educativos. O centralismo e necessidade de controlar parecem saídos da pena de George Orwell e chega mesmo a parecer que o diligente Winston Smith do Ministério da Verdade anda por aí a proclamar que “A liberdade é a liberdade de dizer que dois e dois são quatro. Uma vez que se reconheça isto, tudo o mais virá por acréscimo”. De facto, generalizou-se a ideia de que Ensino Público é igual a Ensino Estatal, quando a própria Constituição estabelece a diferença. A Liberdade anda completamente arredada desta ideia, supostamente ditada por uma ideia aparentemente generosa de Igualdade. Omite-se propositadamente que isto não é assim na maioria dos países europeus e em muitos outros países do mundo. A Igualdade e a Liberdade devem ser tidas em igual conta, também no sistema educativo. A oferta pública e a oferta privada devem ser equiparadas perante os pais, que têm toda a vantagem na liberdade de escolher a escola que querem para os seus filhos, em função das suas necessidades e dos próprios projectos educativos das escolas, não devendo ser castigados por optarem por escolas privadas. Há diversos sistemas que garantem isso mesmo.

O papel do Estado deveria ser o de garantir o acesso de todos os alunos ao melhor ensino possível e não o de determinar currículos iguais a todas as escolas, localizem-se elas onde se localizarem e tenham alunos vindos de que bases sociais venham. Na prática, o actual sistema promove a segregação social e deficiências de formação e educação aos mais desfavorecidos. O Estado preocupa-se mais em obter estatísticas favoráveis a nível internacional, do que em obter efectiva qualidade de ensino. Vejam-se as “novas oportunidades” e a distribuição massiva de computadores Magalhães que, para admiração geral, se sabe agora gerarem menos capacidade de concentração e diminuição de qualidade na formação a matemáticas. As verdades proclamadas pelas centrais do “ministério da verdade” orweliano estão a desfazer a realidade e a destruir o ensino de qualidade; claro que quem tem dinheiro compra ensino e educação de topo. Isto é, em nome de uma suposta “igualdade de oportunidades”, destrói-se a “liberdade de escolha” e cava-se um fosso cada vez maior entre os filhos de quem tem dinheiro para pagar educação por duas vezes e de quem não tem e é obrigado a seguir os caminhos ditados de forma centralista por esse monstro chamado Ministério de Educação. Como dizem que as crises trazem oportunidades, que se aproveite a actual crise para repensar todo o sistema educativo, para além de se cortar nos custos.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 23 de Janeiro de 20111

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Abraço de Coimbra ao Porto

Por vários motivos tenho uma ligação pessoal especial à Cidade do Porto. O leitor pode comentar que se trata de lugares comuns, mas toda a orografia, a organização urbana e mesmo as características próprias dos velhos edifícios dão ao Porto uma qualidade muito especial. O granito escuro, as características climáticas fazem-nos pensar que estamos, não perto do Mediterrâneo, mas na Europa do Norte. Claro que isso se vai dissipando com a movimentação populacional cada vez mais acentuada dos dias de hoje, mas mesmo a própria gente do Porto ainda hoje tem características muito diferentes do Sul, e não apenas na linguagem. Não foi por acaso que a burguesia do Porto sempre se afirmou de uma forma muito mais acentuada, em contraponto com a proeminência social e mesmo económica da nobreza em Lisboa. Não vão longe os tempos em que o comércio do Porto se fazia de uma forma completamente diferente do resto do país. Era normal que qualquer comerciante ou empregado virasse a loja do avesso para encontrar aquele produto que satisfizesse a vontade do cliente.

Trabalhei no Porto durante algum tempo, já lá vai um bom par de anos. Sei do elevado profissionalismo com que lá se trabalha em geral, bem como da simpatia e companheirismo de colegas de trabalho, ainda que em áreas de elevada competitividade e exigência de rigor.

Certamente que não por acaso, o Porto possui desde há alguns anos a “Casa da Música”, um equipamento cultural verdadeiramente excepcional que diz muito da apetência cultural da cidade, nomeadamente na área da música clássica. Se já antes aquela Cidade tinha um nível cultural elevado, a Casa da Música veio proporcionar condições para ampliar o público da música dita clássica e aprofundar o seu conhecimento e exigência.

“Aqui há atrasado” – como lá se diz, tive a oportunidade de assistir a um Concerto de Reis oferecido à Cidade do Porto que decorreu na Igreja de Santo António dos Congregados.

Nesse concerto foi interpretada a Oratória de Natal op.12 de Camille Saint-Saëns, com a participação de coros e solistas do Porto, do Orfeon Académico de Coimbra e da Orquestra Clássica do Centro com a regência do Maestro Artur Pinho. Foi um espectáculo deslumbrante, pela beleza da peça e pela qualidade da interpretação. Mas um aspecto me chamou a atenção, que não posso deixar de aqui partilhar. Obviamente que havia ali Coimbra no seu melhor, mas sem haver Coimbra. Isto é, a participação dos agrupamentos idos de Coimbra deveu-se apenas ao reconhecimento da sua qualidade. E não por serem de Coimbra. Tanto podiam estar ali eles, como outros agrupamentos de outro lado, e por sua vez a música tocada não tinha nada a ver com Coimbra. O que é extremamente positivo. Os aplausos demorados significaram um reconhecimento da qualidade não contaminado por factores afectivos normalmente ligados à tradição académica como tanta vez sucede com todos nós, o que é de salientar. A modernidade de Coimbra tem que passar por uma afirmação profissional, de qualidade e descomplexada, seja em palcos culturais, seja noutros quaisquer, como o demonstrou o entusiasmo daquele público culto e exigente em que, entre muitos outras, se podiam ver figuras como Margarida Reis e Rui Taveira.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 17 de Janeiro de 2011