quarta-feira, 14 de março de 2018

Stephen Hawking

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terça-feira, 13 de março de 2018

segunda-feira, 12 de março de 2018

A ÉTICA NA POLÍTICA




De vez em quando surgem do meio político apelos intensos à ética apresentada um pouco como mãe de todas as soluções para os problemas da sociedade. Ninguém duvida que, de entre todas as actividades sociais, a política tem uma importância à parte por tratar do bem comum, razão por que a preocupação sobre o exercício da mesma deve ser uma constante.
A ética na política é uma questão tão antiga que já Aristóteles, na obra sobre a Ética que dedicou a seu filho Nicómaco se debruçou sobre ela. Perguntava-se o filósofo se um político pode ter sucesso (ganhar eleições) e exercer o poder, qualquer que seja o tipo de poder, e ser simultaneamente “boa pessoa”. Trata-se da eterna questão de os meios justificarem os fins ou, em termos actuais, o bem conhecido “rouba, mas faz”. Já Maquiavel foi direito ao assunto, atacando os moralistas que nos querem fazer crer que os líderes devem ser generosos, agradecidos e fiéis como os que nos dias de hoje nos querem fazer crer que os líderes políticos devem ser, acima de tudo bonzinhos, simpáticos e fazerem o que aqueles que têm acesso aos meios dizem que é bom.
Claro que a ética só pode ser pessoal, a sua definição tem variado ao longo dos tempos e desenvolve-se para cada qual de forma diferente, não podendo ser imposta por alguém que se coloque no alto de um pedestal que imagine conferir-lhe uma superioridade moral sobre os outros cidadãos.
A ética na política surge em dois planos diferenciados, mas que se interpenetram, por os actores serem frequentemente os mesmos, o plano intra-partidário na actuação que leva à conquista do poder dentro dos partidos e no plano mais público através da governação da coisa pública que se segue às eleições. Não podemos imaginar que, quem dentro dos partidos tem a sua “virtude” aristotélica caracterizada de uma determinada maneira vá, posteriormente, alcançar a sua “felicidade” pelo uso do poder, de forma essencialmente diferente.
A corrupção na vida partidária manifesta-se pelo caciquismo da compra de sindicatos de votos, a inscrição de amigos aos magotes cuja única actividade política é irem votar, o pagamento de quotas por atacado, o transporte de militantes aos locais de voto, o controlo visual dos votantes à porta das secções de voto, etc. Este etc. contém ainda outras e mais graves actividades do que as antes descritas que, apesar de tudo, são mais ou menos visíveis para quem quiser ver. Abrange o mundo subterrâneo da montagem e propagação de mentiras sobre os adversários, colocar toupeiras nas listas dos mesmos adversários ou roubar-lhe elementos à lista e outras coisas ainda menos confessáveis que normalmente se encontram nos livros de John Le Carré e não em manuais de ciência política. A juntar a tudo isto só falta mesmo clamar por mais ética.

Existindo actividades destas no interior dos partidos, ninguém se pode admirar que, quando no poder, alguns políticos desenvolvam formas mais ou menos obscuras de relacionamento com o mundo empresarial onde também se movem personagens com idêntica visão do mundo. O caso do antigo Primeiro Ministro Sócrates a contas com a Justiça juntamente com aquele que era até há poucos anos o epítome da finança Ricardo Salgado e os gestores premiados de grandes empresas como os da PT é apenas a parte à vista do grande iceberg que é a corrupção na política em Portugal. E, embora agora dê jeito a muitos não lembrar isso, nenhum daqueles célebres arguidos trabalhou sozinho nas suas áreas da governação, da finança e da economia. Recordo, aliás, como tanta gente se baixava reverentemente à importância e poder desses personagens dignos de um verdadeiro “ancien régime” transportado para o Séc. XXI numa demonstração grotesca de subserviência generalizada ao poder e ao dinheiro, dificilmente aceitáveis numa democracia plena. Não muito longe disto anda também a recente eleição de um presidente de Câmara depois de estar preso durante alguns anos, precisamente por ter sido condenado por corrupção no exercício dessas mesmas funções, em anterior mandato.
Como é evidente, estas situações não se resolvem com apelos à ética que, perante a gravidade do que se passa em Portugal, mais parecem nuvens de fumo e que, ainda por cima, muito facilmente se viram contra os próprios. O que todos precisamos é de uma Justiça independente e forte a todos os níveis, que proteja os simples cidadãos honestos pagantes de impostos dessa calamidade que é a corrupção.

domingo, 11 de março de 2018

11 de Março

Pela primeira vez desde há muito, hoje é 11 de Março e não li nem ouvi nada sobre o 11 de Março de 1975. Ali começou o que era para ser a segunda fase da revolução socialista, logo à cabeça com as desgraçadas das nacionalizações absurdas que aniquilaram a nossa produção industrial para sempre. Terminou em Novembro do mesmo ano, com resultado contrário do que os comunistas esperavam.

sábado, 10 de março de 2018

Hipocrisia

É fácil mandar na casa dos outros.
O Governo vai determinará que passará a ser obrigatório ter pelo menos 40% de mulheres em conselhos de administração e orgãos de fiscalização das empresas.
Muito bem. Decisão do governo com 17% de mulheres, numa Europa em que a média é de de 26%.

segunda-feira, 5 de março de 2018

PSD: NOVA LIDERANÇA




Depois de eleições directas para eleição do novo Presidente do Partido ganhas pelo Dr. Rui Rio e da realização do Congresso o PSD tem, finalmente, os seus órgãos estatutários em pleno funcionamento.
Há quem se entretenha a encontrar divisões e mesmo lutas internas decorrentes dos resultados da eleição interna, das escolhas do novo líder para a sua Direcção do Partido e até com as eleições internas dos Deputados eleitos pelo PSD, para a Direcção do seu Grupo Parlamentar. Tudo isso são manifestações de velhas zangas pessoais mal resolvidas, ódios recalcados e até, por vezes, afloramentos de uma deficiente formação democrática que só ficam mal a quem a apresenta, e que não interessam nada para o futuro do PSD e, fundamentalmente, para o futuro de Portugal, esperando-se que o seu destino seja o rápido esquecimento.
Desde o desaparecimento de Francisco Sá Carneiro em Dezembro de 1980, o PSD foi liderado por Francisco Pinto Balsemão, Nuno Rodrigues dos Santos, Carlos Mota Pinto, Rui Machete, Aníbal Cavaco Silva, Fernando Nogueira, Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso, Pedro Santana Lopes, Luís Marques Mendes, Luís Filipe Menezes, Manuela Ferreira Leite, Pedro Passos Coelho e agora Rui Rio. Ao olhar para a lista não podemos deixar de fazer algumas observações. Desde logo, são muitos nomes, tendo a duração média da liderança sido ligeiramente inferior a três anos, o que não pode deixar de ser significativo. De todos eles, apenas Cavaco Silva, Durão Barroso e Passos Coelho foram primeiros-ministros na sequência de vitórias eleitorais e destes, apenas Cavaco Silva e Passos Coelho cumpriram mandatos de forma integral, tendo Cavaco Silva sido também Presidente da República. Dois destes líderes exerceram o cargo de Primeiro-Ministro por herança, digamos assim, que foram Pinto Balsemão e Santana Lopes a que se seguiram pesadas derrotas eleitorais do PSD. Depois, da maioria dos líderes guarda-se apenas uma recordação que se vai esbatendo no tempo, não tendo deixado marcas sensíveis no país, por mais dignos de consideração pessoal e política que tenham sido e foram-no, certamente.
A actual liderança do PSD segue-se à de Passos Coelho que decidiu, por sua própria vontade, afastar-se. Encontra uma situação invulgar na história do PSD e até da nossa Democracia que exige respostas diferentes das experimentadas no passado. De facto, a coligação PSD/CDS foi vencedora nas eleições de 2015, mas um acordo até então inédito entre as esquerdas permitiu ao Partido Socialista formar Governo de forma estável, embora seja minoritário na Assembleia da República.
Rui Rio tem uma larga experiência política, não só como Presidente da Câmara do Porto, mas também como Deputado e ainda como dirigente partidário, já que foi Secretário-geral do PSD ao tempo em que Marcelo Rebelo de Sousa foi Presidente do Partido. Tem as suas próprias características pessoais, que alguns militantes apreciarão mais e outros menos, sendo isso o que menos importa. É o Presidente eleito do PSD e ganhou o direito a definir a estratégia partidária para levar o partido à vitória, único objectivo eleitoral que interessa ao PSD e única maneira de ter oportunidade para concretizar as suas ideias para a governação do país.
Muitas das suas actuais intervenções, designadamente no que respeita a encontrar consensos com o Partido Socialista em áreas importantes para um maior e, fundamentalmente mais sustentado e justo desenvolvimento do país têm grandes probabilidades de serem votadas ao fracasso, atendendo aos actuais acordos do PS à esquerda que lhe oferecem a oportunidade de ocupar todo o aparelho do Estado sózinho, sem ter ganho as eleições. Mas não será por isso que deverão ser deixadas na gaveta. A responsabilidade da sua rejeição será de quem prefere outros caminhos e não de quem manifesta disponibilidade para encontros que não signifiquem caminhos juntos ao estilo “bloco central”, mas capacidade de olhar estrategicamente para o futuro comum e não a simples gestão do dia-a-dia, aproveitando circunstâncias externas momentaneamente favoráveis.
O PSD corre, no entanto, riscos evidentes ao tentar alcançar acordos com o PS para áreas políticas em que considera isso necessário, mas que poderão não ser sentidos como prioritários por muitos eleitores. São os de aparecer como colaborante com um Governo de quem é oposição e que não precisa disso para nada, ou então de dar a entender que é candidato a substituir de alguma maneira o BE e o PCP em acordos governamentais, ainda que tal não corresponda à realidade. Essa é uma ideia que, por um lado irritará inevitavelmente um vasto eleitorado que, ao fim de quatro anos do actual governo não poderá deixar de associar o PS àqueles dois partidos e, por outro, frustrará a natural ambição eleitoral de vitória dos militantes e simpatizantes do PSD. E, se há alguma coisa que a Democracia exige, é que haja oposição forte e consistente na afirmação das suas alternativas políticas.