terça-feira, 20 de julho de 2021

Homem na Lua

 Faz hoje 52 anos que o primeiro homem pisou a Lua. Coube-me ficar de pé toda a noite até aparecer a emissão de televisão da Lua e chamar o resto da família.

Os heróis da Apollo 11 chamavam-se Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins, só os dois primeiros tendo descido ao nosso satélite natural.




segunda-feira, 19 de julho de 2021

“Seja um dador salvador”

 


Dar sangue é, com toda a certeza, uma das acções mais meritórias que cada um de nós pode fazer ao longo da vida. Trata-se de partilhar algo que nos é absolutamente vital, ainda por cima sem sabermos quem virá a beneficiará dessa partilha. Depois da dádiva, eventualmente, o dador virá a receber um SMS do Hospital a informar que o sangue dado «ajudou hoje a salvar uma vida», gratificação mais que suficiente para justificar o pequeno sacrifício da recolha do sangue.

A dádiva de sangue só não é feita de forma totalmente anónima porque se torna necessário rastrear determinado tipo de doenças que não podem ser transmitidas pelo doador ao receptor, sendo feitas determinadas análises de cujo resultado é depois dado conhecimento ao dador. A segurança em toda a cadeia de doação de sangue é absolutamente necessária, e é uma questão médica e científica, razão pela qual os partidos políticos se deveriam abster de se intrometer no processo.

Por razões de idade, deixei há algum tempo de poder ser dador de sangue, razão pela qual me sinto hoje à vontade para abordar este assunto de forma que inclui a visão pessoal resultante de experiência própria. Aliás, na última vez que dei sangue, já depois de passada a idade tida como limite habitual, senti pela primeira vez que o corpo reagiu de forma negativa com alguma intensidade, assim me provando caso tal ainda fosse necessário, que a idade não perdoa pelo que a nossa actividade deve ter isso em conta e que as regras estabelecidas têm toda a razão de ser.


Durante anos doei sangue nos HUC, sendo testemunha, quer do espírito espantoso de partilha humilde dos doadores desconhecidos que ali encontrava no Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do CHUC, quer de todo o pessoal que ali presta serviço, de um cuidado e mesmo carinho para com os doadores que é digno do maior apreço.

Para rematar esta fase da vida, tive há dias a grata surpresa de ter sido um dos dadores distinguidos com um Certificado de dador de sangue assinado pela própria ministra da Saúde entregue numa sessão que decorreu no auditório dos HUC, num momento cultural e cívico do maior significado. Ali fiquei a saber que o CHUC conta com cerca de 18.000 dadores inscritos que anualmente permitem a obtenção de 14.000 unidades de sangue. É um número elevado, mas por vezes insuficiente para as necessidades do Centro Hospitalar. Razão por que foi lançada uma campanha para promover a dádiva de sangue neste Verão. Não sei a razão, mas nesta época do ano faz-se normalmente sentir mais a necessidade de sangue. Pessoalmente, e como o meu sangue é do tipo dador universal, várias foram as vezes ao longo dos anos em que recebi mensagens do Hospital a solicitar dádiva com urgência por falta de capacidade de resposta momentânea para um ou outro tipo de sangue. O que eu fazia, sempre que possível, lembrando-me das trágicas consequências de uma possível situação de emergência sem haver capacidade de resposta.

A pandemia COVID 19 teve também consequências a nível das dádivas de sangue, pelos mais diversos motivos, de entre os quais o isolamento sanitário de muitas pessoas, incluindo dadores habituais.

Por isso mesmo, o Serviço de Sangue e Medicina Transfusional do CHUC, em articulação com a Associação de Dadores de Sangue de Coimbra, está a promover uma campanha que visa alertar a comunidade para a importância de dar sangue, em particular nesta época estival. Estabelecendo uma feliz associação de ideias com a praia e os necessários nadadores salvadores a campanha recebeu a designação “Neste Verão, seja uma dador salvador”. Como se pode dar sangue a partir dos 18 anos, o objectivo é aliciar os jovens a dar sangue neste Verão. Num tempo em que tanto se fala, e bem, de igualdade e fraternidade, a doação de sangue permite a qualquer pessoa transformar-se em salvador participando nessa grande família de dadores beneméritos de sangue de todo o mundo. E, sim, na verdade todos somos iguais sendo o sangue de todos nós da mesma cor, não havendo ninguém com sangue azul.

Caro leitor, neste Verão dê sangue e seja também um “dador salvador”, pelo menos para compensar a falta do autor desta crónica.

Texto publicado originalmente no Diário de Coimbra em 19 de Julho de 2021

Imagens retiradas da internet

sábado, 17 de julho de 2021

CUBA - o início do fim do regime comunista

 Grande admiração por a maior parte da esquerda não criticar a repressão das manifestações em Cuba. Trata-se apenas da aplicação da velha máxima: é uma ditadura, mas é dos nossos. Nada de especial. O mundo muda, mas não tanto.

quarta-feira, 14 de julho de 2021

A ler


 

A política de destruição da sociedade

 Esta história de o BE mais o PAN quererem que os meninos vão às casas de banho que lhes apetecer na escola é a medida da inteligência dos proponentes e do respeito que têm pelas pessoas concretas.

Aqui relembro Dostoievski





segunda-feira, 12 de julho de 2021

São as pessoas, caramba!

 



As eleições autárquicas foram marcadas para o dia 26 de Setembro, faltando, portanto, escassas onze semanas para a sua realização. Mas qualquer cidadão atento se aperceberia facilmente, sem ter que acompanhar as notícias, de que as eleições estariam para breve bastando olhar à sua volta e verificar a azáfama inabitual que vai por essas ruas, com pavimentações, plantações de flores, limpezas, etc. etc. Nada que nos possa hoje em dia escandalizar nem sequer chocar, habituados que fomos sendo a estas situações ao longo dos anos. O comentário que mais se ouve é: «quem dera que houvesse eleições todos os anos», significando o desejo de que o excepcional se tornasse normal, tal como o vemos em tantas cidades por essa Europa fora, e não só.

Constitucionalmente, as autarquias locais «são pessoas colectivas territoriais dotadas de órgãos representativos, que visam a prossecução de interesses próprios das populações respectivas». E ainda, «as autarquias locais são as freguesias, os municípios e as regiões administrativas». Deste princípio geral decorrem várias consequências. Desde logo, a verificação de que a Constituição não é aqui cumprida, porque nunca se criaram as regiões administrativas; neste caso há um arremedo de democracia, dado que desde há pouco tempo as CCDR’s têm órgãos executivos saídos de ditas “eleições” de autarcas das freguesias e municípios que, em concreto, foram escolhidos em conjunto pelo PS e pelo PSD e ainda por nomeação governamental. Depois, são de facto as autarquias locais que devem tratar dos interesses das suas populações, o que é facilitado pela proximidade entre eleitos e cidadãos em geral. Por isso mesmo a abstenção nas eleições autárquicas, por exemplo em Coimbra, pouco tem variado ao longo dos anos, ao contrário do que se está a verificar nas outras eleições, quer parlamentares, quer presidenciais.

Já no que respeita às autarquias locais existentes, as próxim


as eleições serão já as 13ªs, tendo as primeiras ocorrido em 1976, lembrando-me perfeitamente em quem votei na altura para presidente da Câmara no acaso logo numa mulher, o que nunca mais pude fazer. As populações estão, por isso, completamente habituadas à sua realização, ao seu significado e importância.

Se nas primeiras décadas da Democracia as autarquias tiveram um papel decisivo na criação de boas redes de infra-estruturas decisivas para a qualidade de vida local, a partir de certa altura, em particular com os fundos europeus, passou-se para uma nova fase. Foi quando começaram a surgir equipamentos, tantas vezes redundantes, como pavilhões desportivos e piscinas excedentários para a população a que se destina e causadores de despesas correntes supérfluas. Como funcionamos por modas e muitos autarcas não querem ficar atrás dos vizinhos, estamos agora na fase das ciclovias e passadiços de madeira, num claro e evidente exagero face a equipamentos que fazem sentido até certo ponto, mas que depois se tornam ridículos quando vemos municípios a anunciar centenas de quilómetros de passadiços nos seus territórios. E a necessária reabilitação urbana das cidades transformou-se em obras, as mais das vezes supérfluas, em que apenas os espaços públicos são reabilitados, gastando-se tanto dinheiro nisso que só falta mesmo forrar algumas ruas a folha de ouro.

E chego ao ponto que acho essencial para as próximas eleições autárquicas, não esquecendo Coimbra. É chegada a altura, e já vamos mesmo um pouco tarde, de passar do hardware para o software ou, em português corrente, deixar as políticas de betão e passar às pessoas. As consequências das políticas que têm sido seguidas estão à vista de todos nós e é necessário, urgente mesmo, cortar definitivamente com esse caminho. Têm que ser encontradas soluções para o marasmo improdutivo que vai grassando pela nossa sociedade e é pela actuação das autarquias locais que isso começa.

Em Coimbra é necessário apoiar com todas as forças as vantagens existentes e que fazem a diferença relativamente às outras cidades: saúde e ensino superior, em ambos os casos sem esquecer a investigação científica e respectiva ligação ao mundo empresarial. A Cultura deverá ser pedra de toque através da promoção do conhecimento histórico da Cidade desde as suas origens, não só para desenvolver amor-próprio mas para encontrar as vantagens competitivas que podem advir de uma História de milhares de anos à beira do Rio que definiu a sua localização e as características próprias da população da sua bacia hidrográfica com importância histórica decisiva.

E ninguém pode ficar indiferente ao elevado número de pessoas com idade para trabalhar que mendigam pelas nossas ruas para poderem comer porque não encontram trabalho ou mesmo por aqueles que dormem à noite nos recantos dos prédios, enquanto o número da carros de luxo na ruas cresce de forma nunca antes vista.

A inteligência tem que ser posta à disposição do bem-comum tendo sempre em mente que o objectivo mais importante da política, onde devem desaguar todos os outros, são as pessoas.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 12 de Julho de 2021

Imagens recolhidas na internet

TAKE ANOTHER PLANE

 O tal plano de reestruturação da TAP do ministro Pedro Santos de há 7 meses ainda não foi aprovado em Bruxelas? Deve ser o tal directório franco-alemão que ainda não sabe que foi demitido pelo Dr. António Costa. Há que avisá-los com urgência.