segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

NOITES FRIAS E LÍMPIDAS


As noites à volta da recente passagem do ano foram atípicas e algo estranhas dadas as altas temperaturas que se verificaram. E, sinceramente, foi com uma sensação algo desagradável que se desfrutou de um calor que até seria bem-vindo, caso estivéssemos noutra época do ano e não praticamente no solstício de Inverno.

Felizmente, tudo parece ter-se recomposto e veio o frio, com alguma chuva e mesmo neve nas regiões mais altas. O que também nos devolveu o céu nocturno de Inverno com a sua extraordinária limpidez, permitindo observar os astros de uma forma muito própria. Foi assim que foi possível, há três noites, poucas horas depois do pôr-do-sol, ver uma lua estreita deitada languidamente enquanto cresce para daqui a uns dias se apresentar então completamente cheia. Na sua companhia próxima surgia o longínquo e misterioso planeta Júpiter brilhando como nem sempre é possível observar. Aquele planeta gasoso gigantesco que dizem ser uma estrela falhada, demasiado pequeno para conseguir proporcionar as condições físicas para iniciar o processo de fusão nuclear, mas tão grande que tem o seu próprio sistema de planetas à sua volta; satélites esses que já foram objecto de estudo por Galileu no século XVI, observados por Kepler dando origem às Leis com o seu nome e levando ainda à quase imediata formulação da Lei da Gravitação Universal por Newton.

A observação dos movimentos do Sol e da Lua, bem como dos outros astros visíveis no céu nocturno, como já escrevi antes, serviu para a Humanidade, desde tempos imemoriais ir percebendo os ritmos da passagem dos momentos astronómicos importantes e a relação com as suas actividades essenciais, como protecção e alimentação. Pessoalmente, ainda tive uma relação directa com a Astronomia, dado que fiz o serviço militar obrigatório na Armada Portuguesa, como oficial da Reserva Naval, classe Marinha. O que implicou estudar a Astronomia necessária para «tirar o ponto», isto é, determinar a localização exacta do navio por métodos de observação astronómica, já que na altura o GPS ainda não era genericamente acessível e era pouco fiável em termos de precisão. Sumariamente, a Latitude era determinada utilizando o Sextante nos crepúsculos da manhã e da tarde enquanto já se viam estrelas mas o horizonte também ainda era visível, ou pelo Sol, ao meio-dia. Já a Longitude era calculada pela diferença horária dada pela leitura do Cronómetro a bordo. Na realidade, procedimentos com séculos, remontando parte deles aos descobrimentos náuticos portugueses.

Penso que, pelo menos para quem nalguma altura da vida, como é o caso, passou por algum estudo de Astronomia, ainda que com intuitos puramente práticos e imediatos, algum interesse pela matéria nunca desaparecerá totalmente. Tal como uma enorme curiosidade por tudo o que tem a ver com a exploração espacial e o conhecimento do Universo.

O lançamento, com sucesso, do telescópio espacial «James Webb» no dia de Natal foi um momento entusiasmante para quem segue a exploração espacial, por diversos motivos. Em primeiro lugar, por ser o resultado de dezenas de anos de trabalho por parte de milhares de técnicos e cientistas de diversos países, num esforço financeiro e de colaboração notável. Depois pelo produto em si mesmo, um telescópio potentíssimo, a funcionar na banda dos infra-vermelhos que alcançará locais do Universo inatingíveis pela tecnologia do Hubble lançado em 1990, para tentar ver o que se passou há quase 14 mil milhões de anos, pouco tempo depois do «big bang». Por fim, pela tecnologia que foi necessário desenvolver para o «embrulhar» no foguetão que o transportou para o espaço, abrindo-se a telecomando terrestre para as suas dimensões de um campo de ténis, até se vir a posicionar no seu destino chamado «Lagrange 2» com o Sol, a Terra e a Lua simultaneamente por trás do escudo protector, a uma distância de 1,5 milhões de kms da Terra.


Os Físicos ensinam-nos que toda a matéria sólida tem origem nas fornalhas das estrelas, pelo que nós próprios somos produto das estrelas. No íntimo dos núcleos de todos os átomos haverá algo que só os extraordinários desenvolvimentos da Física Quântica podem explicar. O telescópio «James Webb» irá olhar para o interior mais profundo do Universo tentando encontrar explicações para o início de tudo, provavelmente para aí descobrir que aquilo de que os núcleos dos átomos são constituídos esteve presente nesse início, com consequências para o modo como vemos o Universo, o Espaço e o Tempo. Resta-nos aguardar, na certeza de que este será mais um gigantesco passo para a Humanidade.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 10 de Janeiro de 2022

Foto da Lua e Júpiter da autoria de Manuel Moura. As outras foram recolhidas na Internet

 

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

ANO VELHO MORTO, ANO NOVO POSTO


 Quando o Homem pôde sair das cavernas e começar a cultivar plantas para se alimentar além da carne dos animais que caçava, depressa percebeu as vantagens de prever as variações regulares da meteorologia ao longo do tempo. O que o levou a observar os astros, em primeiro lugar o Sol, mas também outras estrelas.

Foi assim que os egípcios, já há uns seis mil anos, estabeleceram um calendário baseado nos movimentos do Sol, com doze meses de 30 dias cada um, a que no fim do ano adicionavam cinco dias em homenagem às cinco divindades mais importantes, assim se somando 365 dias. A precisão conseguida pelos egípcios é notável, ainda mais pela correcção de mais um quarto de dia, introduzida umas centenas de anos antes de Cristo pela observação da estrela Sirius, bem visível naquela região do globo terrestre.

Por sua parte, os romanos tinham um calendário muito complexo que a tradição atribuía ao próprio Rómulo, fundador de Roma. Júlio César decidiu, em 46 AC, eliminar as grandes discrepâncias que nessa altura se verificavam relativamente à realidade observável adoptando um novo calendário que passou assim passou a ser conhecido como Juliano. O modelo seguido foi o do calendário egípcio, com doze meses alternadamente com 30 e 31 dias, com excepção de Fevereiro com 29 dias, mas mais um dia a cada quatro anos, surgindo o conceito de ano bissexto. Assim definido, o calendário juliano tinha já uma aproximação média da duração do ano bastante acentuada relativamente à realidade hoje conhecida pela ciência.

Contudo, a pequena diferença relativamente ao ano solar, ao fim de séculos de acumulação veio de novo a provocar uma discrepância de vários dias entre o Equinócio da Primavera e a data que lhe deveria corresponder: 21 de Março. A discussão sobre as alterações a efectuar no calendário durou uns trezentos anos, tendo sido finalmente adoptado um novo calendário em 1582 pelo Papa Gregório XIII, pelo que ficou conhecido como Calendário Gregoriano que é o que dura até os dias de hoje, na maioria dos países. Os anos bissextos só são assim considerados se forem divisíveis por 400, anulando-se assim o atraso de três dias em cada quatrocentos anos.

Se os calendários têm que estar ajustados às leis da Natureza estudadas pela Física e pela Astronomia, já o início da nossa Era - Era cristã é puramente convencional, tendo sido definida no início do sec. VII com início na data no nascimento de Jesus Cristo calculada por um obscuro monge chamado Dionísio que viveu no sec. VI. Assim, veio a ser definida a data de 25 de Dezembro do ano 753 da fundação de Roma, data essa que os estudos posteriores vieram a verificar não ter nada a ver com a realidade, mas tendo a vantagem de coincidir com antigas festas pagãs, assim lhes dando continuidade já cristianizadas. A contagem dos anos pela Era cristã acabou por ser adoptada por todo o mundo, incluindo os países muçulmanos, tendo mesmo as tentativas históricas de a substituir por eras com outros referenciais sido votadas ao fracasso, como aconteceu na Revolução Francesa.


“Tempus fugit” ou, melhor dito, o tempo voa. Ainda há uns anos imaginava como seria o ano 2000 e a correspondente passagem do século e o ano de 2021 já passou. Terminou com mais uma demonstração do que a Humanidade é capaz de conseguir pela dedicação e esforço colectivo ao enviar um telescópio gigante para lá da Lua para observar os confins do Universo ou, neste caso, do próprio tempo já que o que irá ver já se passou a milhões de anos-luz, pouco depois do início de tudo ou assim se imagina actualmente. Mas o ano de 2021 viu também as ondas de refugiados e a morte de muitos deles, incluindo crianças, sem que se consiga aperceber de qualquer reacção a sério dos países e organismos internacionais para acabar com esta miséria física e moral. O ano de 2021 passou-se todo em situação pandémica. E, se por um lado é impressionante verificar a capacidade de reacção da ciência produzindo vacinas em tempo record e das autoridades em montar sistemas de vacinação generalizada num período historicamente curto, não deixa de ser entristecedor ver como políticos dos mais diversos quadrantes usam a pandemia como instrumento para manterem o poder ou para o tentarem obter.

O ano de 2022 que agora tem início começa praticamente com eleições legislativas. Neste novo ano vamos pois, tentar escolher o melhor possível, na esperança de que Portugal retome o ciclo de verdadeiro crescimento para bem de todos nós, filhos e netos. E esperemos que, finalmente, a pandemia desapareça como tal, permitindo a todos um reatar de relacionamento normal, algo de que já começamos a andar esquecidos.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 3 de Janeiro de 2022

Imagens recolhidas na internet

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

«FELIZ NATAL E BOM ANO NOVO»

 


Uma comissária europeia de que já esqueci o nome e deve ter pouco que fazer propôs recentemente algumas directrizes de linguagem que incluíam a substituição de “Natal” por “Festividades”. A dimensão das críticas levaram a que recuasse e retirasse essas propostas. Para já. O ataque às sociedades liberais em nome de “amanhãs que cantam” com fundamento na falaciosa, ainda que atraente para muita gente, teoria da “apropriação das mais valias” acabou em desastre um pouco por todo o mundo, com massacres, pobreza generalizada e desastres ambientais. Mas os seus antigos defensores, que também pretenderam eliminar o Natal, e os seus sucessores mais modernos continuam com esse ataque, agora mais insidioso, por praticado por dentro. A linguagem do “politicamente correcto” é uma das armas mais poderosas desse ataque.

Por agora, a força simbólica do Natal resistiu a esse ataque. Esse simbolismo desenvolveu-se com grande destaque e de várias maneiras ao longo dos séculos depois do nascimento de Jesus Cristo.

Um desses símbolos é a “Árvore de Natal”. Herdada provavelmente das religiões da antiguidade, incluindo dos romanos e egípcios, a colocação de árvores em templos e casas estaria ligada à prosperidade e fertilidade. No século VIII o bispo S. Bonifácio terá adoptado esse costume assim o transferindo para o cristianismo, mas só no sec. XIX se veio a espalhar por todo o mundo. Outro símbolo é o “Pai Natal” que surgiu na Alemanha inspirado em S. Nicolau, um arcebispo da Turquia conhecido pela sua grande generosidade. A utilização em publicidade no início do sec. XX levou o Pai Natal a todo o lado.

Mas o símbolo maior do Natal é o Presépio. Embora se tenham encontrado algumas pinturas murais representativas do nascimento de Jesus dos séculos III ou IV, o presépio como o conhecemos hoje foi uma criação de S. Francisco de Assis que, em 24 de Dezembro de 1223, criou o primeiro presépio da história do cristianismo teatralizado com figuras reais. Foi numa gruta na floresta de Grécio na Lácio, perto de Assis, que S. Francisco construiu o presépio, incluindo mesmo um boi e um burro, além de um casal seu amigo representando as figuras de Maria e José e um bebé, como Jesus, estabelecendo sem o imaginar então, o retrato da Natividade que duraria séculos, até hoje.


Ao celebrar um nascimento, como se costuma dizer, o Natal são sobretudo as crianças. Todos teremos memórias mais ou menos coincidentes dos natais da nossa primeira infância, que não andarão longe de largos encontros familiares e da alegria dos presentes, então bastante simples, no sapato deixado na noite da Consoada junto do presépio, ou na peúga junto da lareira. Lembro-me bem da partida que alguém me fazia colocando de noite o rei mago negro atrás dos outros dois, para eu de manhã o recolocar no meio. Fundamentalmente, o carinho de que todos nós éramos rodeados manteve-se para sempre na nossa memória pessoal como dos momentos de maior felicidade da infância. Lembranças de infância hoje dificilmente transmissíveis aos nossos filhos e, sobretudo, netos. Mas o Natal continua a ser delas, as crianças. Porque temos que tratar delas com o maior carinho possível, sabendo que um dia as suas memórias dos Natais de criança poderão fazer a diferença na forma de ver o mundo e os outros. Algo que a tal sra. Comissária europeia parece não perceber.

E, se as crianças sempre foram preciosas, hoje em Portugal são-no muito mais, não só por cada uma delas por si, mas também estatisticamente porque representam um futuro ameaçado. O inverno demográfico que atravessamos piora a cada ano que passa e a pandemia só veio piorar a situação. Estima-se que no ano que agora acaba, terão nascido menos de 80.000 crianças em Portugal numa média inferior a 800 bebés por mês, o número mais baixo de sempre. Desde há onze anos que nascem em Portugal menos de 100.000 crianças, sucessivamente a descer, tendo o nosso país um dos índices de fecundidade mais baixos da Europa, com o valor de 1,4 crianças por mulher fértil, sabendo-se que o equilíbrio se estabelece nos 2,1. Em simultâneo com um aumento do número de mortos, em particular devido ao COVID-19, esta descida do número de nascimentos significa que o saldo natural que já era negativo, está a agravar-se sendo a diferença entre nascimentos e mortes cada vez maior. Em época eleitoral, bom seria que os partidos dedicassem alguma atenção a este problema gravíssimo para o nosso futuro colectivo, mas até agora não vi que algum lhe dedicasse espaço.

Escrevo esta crónica um dia antes do Natal de 2021, mas vai ser lida na página do Diário de Coimbra no dia 27. Isto é, ainda posso em verdade desejar a todos os leitores um Feliz Natal, o que aproveito para fazer, ao mesmo tempo que exprimo votos de um bom ano de 2022, com saúde e vendo os desejos particulares tornarem-se realidade.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 27 de Dezembro de 2021

Imagens recolhidas na internet

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

UMA MULHER REBELDE

 


Há poucos dias recebi de um estimado amigo um mail contendo um pequeno texto sobre a vida de uma mulher portuguesa que, devo confessar, me era totalmente desconhecida. E fiquei tão impressionado que fui procurar mais informações sobre o assunto o que me permitiu, não apenas confirmar tudo o que naquele mail era referido, mas ainda conhecer um pouco melhor a vida de D. Maria Adelaide de Bragança, que é dela que se trata.

De seu nome completo Maria Adelaide Manuela Amélia Micaela Rafaela de Bragança, nasceu em Saint-Jean-de-Luz, França, em 31 de Janeiro de 1912, e teve como padrinhos a rainha D. Amélia e o rei D. Manuel II que se encontrava já no exílio. sendo a última neta do rei D. Miguel, exilado na Áustria, tal como os seus descendentes, pela “Lei do Banimento” depois de perder a guerra civil com os liberais liderados pelo seu irmão D. Pedro.

Mas o interesse de Maria Adelaide de Bragança que poderia ser apenas mais uma princesa não advém das circunstâncias do seu nascimento aristocrático mas pela sua vida, designadamente pelas suas opções sociais e políticas e atitudes difíceis e corajosas que tomou em conformidade com aquelas.

Num tempo em que parece não poder haver heróis que não sejam saídos da Marvel é refrescante recordar uma verdadeira heroína, humana e real, ainda por cima portuguesa. Saindo dos parâmetros hoje habituais, já que não era uma vítima ou explorada nem nada do género, e sendo hoje em dia praticamente desconhecida, bem merece ser reconhecida como tal.

De facto, Adelaide de Bragança, pelas suas acções, foi condenada à morte por duas vezes pelo regime nazi durante a Segunda Guerra Mundial.

Ao trabalhar como enfermeira na Áustria, país onde vivia, deu assistência aos feridos da guerra mas, paralelamente, integrou uma rede de resistência contra a Gestapo, que ajudava pessoas perseguidas pelos nazis, incluindo judeus, espiões, pára-quedistas aliados e outras pessoas em perigo. As SS conseguiram apanhá-la, sendo condenada à morte. Nessa altura valeu-lhe ser quem era familiarmente, tendo o governo de Salazar intercedido diplomaticamente por ela, como cidadã portuguesa, junto do governo alemão, conseguindo a sua libertação e deportação.

Refugiou-se então na Suíça junto do seu irmão Duarte Nuno de Bragança. Mas não abandonou a sua actividade anti-nazi colaborando de novo com a resistência na Áustria sob o nome de código “Mafalda” e estabelecendo a ligação entre a Inglaterra e Claus von Stauffenberg, autor principal do atentado falhado contra Hitler em 20 de Julho de 1944, que ficou conhecido como a Operação Valquíria. Apanhada novamente pelos nazis na sequência do atentado, é novamente condenada à morte. Foi salva no último momento pelo exército soviético, no momento da conquista de Viena.

Depois da guerra casou com o jovem estudante de Medicina Nicolaas van Uden, tendo o casal vivido em Portugal depois de van Uden ter terminado o curso em Viena. Contudo esse curso não foi reconhecido no nosso país, pelo que o marido de Maria Adelaide foi trabalhar no que é hoje o Instituto Gulbenkian de Ciência então a começar. Já Maria Adelaide continuou a sua actividade em prol dos necessitados da zona onde viviam, a Caparica, onde cresceram os seus seis filhos.

Teve uma vida longa, já que faleceu em 24 de Fevereiro de 2012, pouco tempo depois de o Estado português ter reconhecido o seu mérito pessoal atribuindo-lhe precisamente o grau de grande-oficial da Ordem do Mérito por ocasião da celebração dos seus cem anos de vida.

A sua vida foi a prova de que se é verdadeiramente aristocrata através da vida e não pelo nascimento: em vez de se ficar calmamente no palácio a ser servida, serviu os outros da melhor forma de que foi capaz, arriscando a própria vida, não em jogos ou desportos perigosos como tantos fazem, mas afrontando corajosamente o mal absoluto.


Sobre a sua vida Raquel Ochoa escreveu “A Infanta Rebelde”, dela dizendo a autora ser “Um exemplo de vida pela estatura moral”. Já Maria Adelaide de Bragança dizia mais simplesmente que “foi uma reacção natural com algo com que não concordava. Era-lhe impossível viver num mundo assim.”

Quem, como é o caso do autor destas linhas, é republicano assumido, não pode deixar de considerar que a nobreza é algo que define o carácter de uma pessoa, independentemente do seu nascimento. Maria Adelaide de Bragança é a prova de que as duas circunstâncias não são incompatíveis. Tendo pela força do destino nascido na mais alta aristocracia, a sua vida foi de uma nobreza inexcedível pelo que fez dela por vontade própria.

Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 20 de Dezembro de 2021

Imagens retiradas da internet