quarta-feira, 1 de outubro de 2008

UM SISTEMA

Multiplicam-se os sinais do bom funcionamento de um certo “sistema”:

1. Há poucos dias soube-se que um ex-presidente do INFARMED foi trabalhar para a APIFARMA, tendo garantido uma licença sem vencimento no organismo do Estado de onde é originário. Na sequência foi tornado público que há profissionais do INFARMED que colaboram regularmente com a APIFARMA, sempre dentro da Lei, claro.

2. Agora são os examinadores de carta de condução que são simultaneamente instrutores de escolas de condução. Pelos vistos, também neste caso a Lei está a ser cumprida.

3. A história da atribuição de casas pela Câmara de Lisboa ao longo das últimas décadas é absolutamente extraordinária. Ele é artistas, escritores, motoristas, directores,(jornalistas?)etc. Pelos vistos são mais de 3.000 casas (Três mil) construídas com os nossos impostos e atribuídas sem concurso com rendas de poucas dezenas de euros. E pelos vistos, nenhuma presidência está imune, a não ser a actual que se calhar não teve tempo para isso antes de tudo isto vir ao de cima, provavelmente para ser usado como arma de arremesso contra Santana Lopes. Claro que isto não é corrupção e sim abuso de poder, mas anda lá perto.

Como a Assembleia da República recusou há alguns meses que o enriquecimento súbito de políticos e agentes do Estado seja investigado no âmbito do combate à corrupção, temos que este país se parece cada vez mais com uma “jangada de pedra” a afastar-se da Europa rumo a paragens mais consentâneas com hábitos de vida pouco transparentes.

Talvez tudo isto tenha a ver com a classificação de Portugal no ranking de corrupção no mundo, onde ocupamos o lugar de 32º menos corrupto, com absolutamente nenhum país europeu abaixo de nós, tendo caído 4 lugares no último ano.

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