O PSD quer ser o quê? Um partido de poder ou um partido autárquico?
(via Clube das Repúblicas Mortas de Henrique Raposo em 27/09/09)
1. A resposta a esta pergunta foi dada pela própria MFL: o PSD é, neste momento, um partido autárquico, que se preocupa em manter as redes locais de caciques. Mais nada. A declaração de MFL é ainda mais triste por causa disso. No fundo, MFL veio dizer o seguinte: "perdemos as legislativas, mas iremos vencer as autárquicas, logo, estamos bem". Isto, para um partido como o PSD, é dramático. Com este discurso o PSD deixa de ser um partido de poder nacional e passa a ser - oficialmente - uma confederação de caciques.
2. MFL não tem condições para continuar à frente do PSD. As listas foram uma miséria, sobretudo porque desprezou a gente nova. A campanha foi feita sem profissionalismo, e sem qualquer sentido político. MFL tinha muita razão do seu lado. Muita mesmo. Escrevi isso várias vezes. Foi a única com coragem para dizer que "não temos dinheiro", o "endividamento é um sério problema". Mas em política não chega ter razão no papel. É preciso pegar nessa razão e fazer um discurso político que entre na cabeça das pessoas.E MFL sempre desprezou esta parte da democracia. Não chega ter a razão técnica. É preciso falar com as pessoas. Democracia não é uma aula de economia ou de contabilidade.
3. A nova liderança do PSD tem de resolver uma coisa: o PSD é o quê? O PSD representa o quê ideologicamente? O PSD quer ser apenas uma desculpa para a existência de autarcas ou quer ser um partido liberal e reformista, assumindo claramente a defesa da sociedade contra o Estado?
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