Mas há caminhos para lá chegar. Um deles passa pela utilização da sua identidade que, no caso da nossa Cidade, é fortíssima e deve ser assumida sem complexos e com a maior confiança e intensidade. Essa identidade advém de uma História antiquíssima, que vem de antes da própria Nacionalidade e que é suficientemente conhecida até aos tempos da cultura moçárabe e do célebre D. Sesnando. A História de Coimbra é um património imaterial que pode e deve enformar toda a acção para a afirmação da nossa Cidade.
O Turismo é a atividade económica mais óbvia que decorre da utilização da História como vantagem comparativa. Mas não se pode ficar por uma recepção simpática dos estrangeiros que nos visitam. Aliar a Cultura ao Turismo é essencial e tal ainda não foi feito entre nós, não se percebendo como uma Autarquia moderna não coloca essas duas preocupações no mesmo pelouro. O turismo cultural é hoje uma actividade económica em expansão em toda a Europa, onde as férias prolongadas praticamente estão em extinção substituídas por viagens de curta/média duração muito mais abertas a um conhecimento aprofundado dos locais que se visitam.
A recuperação dos Centros Históricos é outra pedra de toque na afirmação da identidade das Cidades competitivas. Coimbra está finalmente no bom caminho, através da aprovação dos programas estratégicos das suas áreas de reabilitação urbana e da mais que provável aprovação da candidatura a património mundial reconhecido pela Unesco. Assim os responsáveis autárquicos e universitários o assumam por completo, o que inclui a assunção das verbas previstas para os próximos quinze anos e uma colaboração eficaz sem complexos nem guerrinhas de protagonismos balofos.
A “venda” internacional de Coimbra deve abranger ainda o recente e muito significativo surto de aparecimento e desenvolvimento de empresas de base tecnológica com grande sucesso, saídas da Universidade. Portugal dispõe hoje em dia de um instrumento poderoso e muito competente de atracção de investimentos estrangeiros e de apoio da nossa economia lá fora, que é o AICEP. Uma Cidade como Coimbra não pode deixar de usar e abusar dessa ferramenta, tal como o fazem as empresas para se internacionalizarem.
Coimbra está à porta de um futuro brilhante. Assim os responsáveis dos partidos políticos o percebam e sejam capazes de entrar por essa porta porque, para o bem e para o mal, é por eles que em democracia passam essas opções.
Publicado originalmente no Diário de Coimbra em 10 de Junho de 2013
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