Depois de uma breve carreira na Câmara de Representantes e no Senado, John Kennedy concorreu à Casa Branca em 1960 pelo Partido Democrático e venceu as eleições por uma margem reduzida contra o republicano Richard Nixon. Estava-se ainda no início da influência da televisão, mas já nessa altura se disse que, se o debate crucial entre os dois candidatos tivesse passado apenas na rádio, Nixon poderia ter ganho, porque não se veria o seu rosto cheio de suor e, acima de tudo, não se veria um Kennedy jovem, bem-parecido e com uma segurança sorridente que atraia imediatamente a simpatia. No entanto, Kennedy era possuidor de de uma formação teórica sólida e uma rara capacidade oratória que lhe possibilitava construir frases que ainda hoje são utilizadas por imensos políticos que citam em vez de inovar. Data dessa altura a sua célebre frase: “não perguntem o que o país pode fazer por vocês, mas sim o que vocês podem fazer pelos EUA”.
Enquanto presidente, teve fracassos e sucessos. Entre aqueles, o maior será certamente o fiasco da invasão da Baía dos Porcos em Cuba. Mas os sucessos ultrapassam certamente os fracassos. Era o tempo do apogeu da Guerra Fria, que acompanhava os grandes sucessos políticos da União Soviética e do pico do seu poderio militar. Apesar de Kennedy e Nikita Krustchov terem chegado a acordo sobre o Tratado para a Proibição da Armas Nucleares em 1961, a União Soviética decidiu instalar bases de mísseis em Cuba, colocando os EUA à mercê directa das suas armas. Kennedy foi de uma firmeza total, tendo Krustchov acabado por ceder, retirando os mísseis e levando-os de volta para a URSS.
Kennedy foi um defensor dos direitos humanos, apoiando decisivamente o combate ao racismo, chaga vergonhosa da sociedade americana de então. Se não esteve presente na manifestação em que Martin Luther King soltou o seu famoso “I have a dream”, recebeu na Casa Branca os seus principais responsáveis logo após a sua realização, prestando-lhes assim a sua homenagem ao mais alto nível.
É inesquecível a deslocação de Kennedy a Berlim, aquando da construção do infame Muro pelo regime comunista da RDA e a sua célebre frase “Eu sou um berlinense”, que acompanhou com uma gigantesca ponte aérea de apoio aos cidadãos aprisionados na parte sitiada da cidade.
Muitos de nós já o esqueceram ou os mais novos até não o saberão, mas no fim dos anos 60 do século passado, houve homens que foram á Lua. Também isso se deve a Kennedy, tendo sido o mote de mais uma das suas frases famosas que ficaram para a História: “escolhemos ir à Lua nesta década, e fazer mais coisas, não por serem fáceis, mas por serem difíceis”.

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