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sexta-feira, 16 de novembro de 2007
CARNE DE VACA
Há notícias que parecem vir do fundo dos tempos.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Sociedade estressada e perigosa
As circunstâncias em que ocorreu o recente trágico acidente com um autocarro na A-23 suscitaram, e bem, iniciativas várias das autoridades que detêm responsabilidades a nível da segurança rodoviária.
Este acidente envolve no entanto outros factores que devem merecer a nossa atenção, porque, embora mais notório que o habitual pelo elevado número de vítimas mortais que provocou, poderá não ser um caso isolado, antes um sintoma de problemas graves que extravasam a segurança rodoviária.
Foi referido na comunicação social que no automóvel ligeiro envolvido no acidente que se verificou eram quase oito horas da noite, seguiam quatro pessoas, professores e professoras, que regressavam a casa após o trabalho na escola.
A actual organização social portuguesa promove a necessidade de deslocação diária de muitas pessoas entre a residência e o local de trabalho, com utilização de automóvel. Essas deslocações são frequentemente demasiado longas e obrigam a um dispêndio de energia que provoca cansaço e até sono permanente nas pessoas.
O desaparecimento do mercado de arrendamento e a sistemática compra de casa por casais novos por recurso a crédito bancário criou uma rigidez na sociedade com consequências a diversos níveis. Uma delas é precisamente a necessidade de se efectuarem viagens cada vez mais longas casa/trabalho por parte de ambos os membros do casal, que normalmente até trabalham em locais diferentes.
Por outro lado, as condições de trabalho dos dias de hoje exigem muito mais horas diárias de trabalho do que era normal até há uns anos. Todos sabemos que na prática, em muitas profissões, os horários de trabalho são coisa que já era.
A conjugação destes factores, associada com a vontade de dar algum apoio aos filhos no final do dia, ainda que escasso, cria uma instabilidade psicológica generalizada que dá origem, aliás, a um consumo excessivo de ansiolíticos e anti depressivos que é dos mais elevados da Europa.
Eu sei que dar solução a estes problemas não é fácil, já que resultam de uma deficiente organização da nossa sociedade que tende a abandonar a família como seu núcleo central.
Mas é preciso, pelo menos, tomar consciência desta desestruturação social e começar a virar o rumo para uma organização social que, fundamentalmente a nível laboral, crie condições para que os pais e mães não tenham que se deslocar diariamente largas dezenas de quilómetros e que tenham calma e disponibilidade de tempo para os filhos.
Publicado no DC em 12 Novembro 2007
sábado, 10 de novembro de 2007
A CARTA
Mostra claramente como as agências de marketing tendem a substituir-se aos políticos, quando se lhes dá essa oportunidade.
O "ABRUPTO" fez serviço público ao publicar esta carta.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
LIDERANÇAS
Santana Lopes vai a líder do PSD e primeiro-ministro. Pode não se gostar, mas não se faz oposição interna a um líder no Governo, por princípio.
Marques Mendes é eleito líder do PSD. Pode não se gostar, mas não se faz oposição interna à liderança escolhida pelo partido, por princípio.
Menezes é eleito líder do PSD. Pode não se gostar, mas não se faz oposição interna à liderança escolhida pelo partido, por princípio.
Santana Lopes é eleito líder da bancada parlamentar pelos seus pares. Toda a gente é livre de manifestar a sua oposição a um erro clamoroso de casting e de indiferença por uma rejeição eleitoral absolutamente ostensiva do povo deste país.
DUELO?
"Duelos em que um protagonista tem 30 balas e os outros cinco é desequilibrado"
Nunca ninguém ensinou a este senhor que para um duelo só interessa uma bala, A PRIMEIRA ?
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Memórias de três guerras
Por estes dias, e por motivos diferentes, estamos a ser confrontados com as memórias de três guerras.
Neste mês de Novembro passam exactamente duzentos anos sobre a primeira invasão francesa comandada pelo general Junot. As consequências para Portugal da chamada “guerra peninsular” foram imensas. A saída da Família Real para o Brasil iria dar origem à independência daquele país e às guerras fratricidas que se seguiram entre D. Pedro e D. Miguel, cujas sequelas ainda hoje são perceptíveis na sociedade portuguesa.
As lutas com os franceses no território nacional caracterizaram-se por um grau de violência e de destruição e pilhagem do nosso património absolutamente indescritível. Em pequeno, lembro-me de ouvir descrições destas lutas aos velhos da beira baixa que as tinham ouvido aos seus avós, que eram de tal forma arrepiantes que seria difícil acreditar que pessoas normalmente pacíficas fossem capazes de cometer tais actos.
As recordações da guerra civil espanhola vieram ao de cima com uma iniciativa de Zapatero chamada “Lei da Memória Histórica”. Mais valia que essa memória fosse deixada a dormir por muitos e bons anos. De facto, ao abrir mais um conflito com a Igreja Católica pela sua ligação ao regime Franquista, Zapatero não podia ignorar que nas guerras civis nunca se sabe muito bem quem começa o quê, sendo certo que, ainda antes da guerra civil, a República levou a que muitos padres e freiras fossem assassinados e muitas igrejas destruídas. A violência daquela guerra civil, de parte a parte, deveria levar a que o bom senso que presidiu à transição espanhola para a democracia fosse mantido.
Já a série de documentários que a RTP está a apresentar sobre as guerras de independência em Angola, Moçambique e Guiné parece-me vir em boa altura.
Os intervenientes directos que prestam depoimentos usam ainda muito de auto-justificação dos seus actos. Mas é vantajoso tomar-se conhecimento daquilo que se passou na realidade de uma forma que até agora me parece feita de uma forma abrangente e não parcelar ou sectária o que, convenhamos, não é tarefa fácil.
Também esta guerra se revestiu de uma particular violência de parte a parte, como temos visto na série, de uma forma por vezes altamente perturbante, pelos actos praticados por pessoas de quem tal não seria de esperar.
As consequências do fim desta guerra, particularmente a vinda de centenas de milhares de pessoas de África com a sua absorção quase instantânea estão ainda por analisar e conhecer
domingo, 4 de novembro de 2007
CORRUPÇÃO
Uma parte dos corruptos quebra as regras para obter vantagens materiais indevidas.
Mas é com os que o fazem para obter outras vantagens que é preciso ter mais cuidado, até por não haver Ministério Público para os acusar.