segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

DAVID COM CABEÇA DE GOLIAS (estranho auto-retrato)

CESTO DE FRUTA

SEMANA DE CARAVAGGIO


Embora essa história também mereça ser conhecida, não se trata aqui da Nossa Senhora de Caravaggio trazida para o nosso quotidiano por Luis Felipe Scolari.

Trata-se sim do pintor Michelangelo Merisi que terá nascido na cidade italiana da Caravaggio em 1571e que ficou conhecido pelo nome dessa cidade onde viveu.

Apesar de ter morrido com 39 anos, deixou uma obra absolutamente extraordinária.

A sua curta vida foi turbulenta, bem à imagem da época em que viveu. É bem a demonstração de que os Artistas estão muito para além da sua própria vida.

AS IGREJAS COMO PATRIMÓNIO CULTURAL

Se o leitor entrar na Igreja de Santa Cruz num qualquer dia da semana às nove da manhã, encontra o templo praticamente cheio para a celebração da Eucaristia.

Para além do facto de a congregação reunida ter como característica acentuada a predominância de cabelos brancos, o que se compreende dada a hora de trabalho, há outros aspectos que saltam à vista.

Em primeiro lugar, o templo encontra-se com a lotação quase completa, o que é muito significativo.

Por outro lado, somos apanhados de chofre pela sensação de que aquela celebração manifesta uma continuidade religiosa com mais de oitocentos anos, o que é impressionante. E apercebemo-nos de que a celebração eucarística é verdadeiramente a função primordial do templo, muito para além das cerimónias que regularmente se lá realizam, por ser monumento e panteão nacional.

Felizmente vai longe o tempo em que a classificação do património artístico e cultural da Igreja como de interesse nacional significava que o bem lhe era sistematicamente retirado e destinado a outros fins, o que não raras vezes significou a sua degradação e perda para sempre.

Ao longo de centenas de anos a Igreja Católica foi a criadora de um vastíssimo espólio cultural, constituído não só pelas igrejas e conventos, mas também por imagens, pinturas, peças de ourivesaria, panos valiosos, etc.

Se a comunidade em geral e o próprio Estado consideram esses bens como um património comum a preservar, o que no fundo é um reconhecimento da importância do cristianismo na constituição da nossa memória, não se deve esquecer o objectivo primordial da sua criação, que é o culto religioso.

Como templos abertos ao culto, as igrejas cristãs são lugares vivos que assim se distinguem dos museus, que servem apenas para conhecer ou visitar o passado.

A Igreja Católica, através da sua estrutura hierárquica, nomeadamente pela Conferência Episcopal, debruça-se com a maior atenção sobre o estudo da conservação e valorização do seu Património Artístico e Cultural.

Entre outras questões, a Conferência Episcopal considerou muito recentemente queinteressa particularmente à Igreja promover a correcta utilização pastoral e cultural do património”, aceitando ainda integrar uma comissão paritária com o Estado “que assegure um diálogo permanente, em ordem a conjugar esforços na defesa e valorização do património artístico da Igreja e a equacionar os problemas surgidos em lugares de interesse comum, como são os templos designados monumentos nacionais".

Como se vê, trata-se de uma questão que está na ordem do dia, existindo boas hipóteses de que esta nova abordagem venha a dar bons frutos, se o Estado acompanhar os esforços da Igreja Católica.

Publicado no DC em 10 Dezembro 2007

domingo, 9 de dezembro de 2007

TÊ GÊ VÊ

É nossa sina que os grandes projectos em Portugal raramente correspondam a soluções para resolver necessidades verdadeiramente sentidas pelo país.
Normalmente são ideias lançadas que após algum tempo todos "acham" que é necessário concretizar, sem verdadeiros estudos de custo-benefício.
Estão aí Sines e o Alqueva para o provar.
Se o novo aeroporto internacional é entendido como necessário para responder a uma procura estimada, o que dizer do TGV?
Ainda absolutamente ninguém demonstrou a necessidade da linha TGV entre Lisboa e Porto, para além da infra-estrutura ferroviária existente. Acresce a desmesurada ocupação de território que implica, precisamente na zona litoral já tão congestionada.
Percebe-se mais a ligação entre Lisboa e Madrid, embora mesmo neste caso devesse ser suportada exclusivamente pela União e por Espanha, que é a sua grande beneficiária.
Ao contrário da discussão do aeroporto que se centra na localização, no caso do TGV haja alguém que comece a colocar em causa este investimento de forma séria .

sábado, 8 de dezembro de 2007

Cimeira Europa-África

De repente, parece que o motivo desta reunião são os direitos do homem.
Sabe-se que não é verdade, sendo apenas um desvio para evitar perguntas aborrecidas dos jornalistas, perante a qualidade de muitos dos participantes.
Alguém se lembra da satisfação do presidente da União e do presidente da Comissão há poucas semanas em Lisboa quando Putin literalmente gozou com todos eles na véspera das suas eleições na Rússia? A União rejubilava ao mais alto nível com a aceitação por Putin de formas de garantir a liberdade e justiça das eleições. Depois foi o que se viu.
Será que com África vai ser diferente?
Não acredito.
Aliás o sr Kadhafi já tratou de por tudo em pratos limpos com a sua análise superior da actuação da ONU.
Quanto a este senhor só não percebo porque é que a sua tenda não foi instalada no parque Eduardo VII onde a envolvência me parecia muito mais adequada, além de que o relvado é muito mais confortável que o lajedo.