O Partido Social Democrata vive actualmente aquele que é, certamente, um dos períodos mais importantes e difíceis da sua existência.
No próximo dia 31 de Maio, vai escolher em eleições directas o seu líder, do qual se espera o sucesso no confronto com o actual primeiro-ministro nas eleições legislativas do próximo ano. As expectativas são ainda mais elevadas: espera-se do próximo líder social-democrata que volte a colocar Portugal no caminho do progresso económico e social, em convergência com a União Europeia da qual nos temos vindo a afastar nos últimos anos.
Fundamentalmente, é isto que está
No início deste processo eleitoral, aguardei com serenidade durante alguns dias, até perceber o significado político das várias candidaturas, e assim poder decidir a minha opção.
Perante o que vi e ouvi, fiz a minha escolha. Como já vem sendo meu hábito, decidi tornar esta opção pública. Mais ainda, decidi aceitar o honroso convite de participar na candidatura do Dr. Pedro Passos Coelho, enquanto seu mandatário concelhio para Coimbra.
Em breves palavras partilho com os leitores as razões da minha opção, esperando assim contribuir para que melhor se perceba esta candidatura. Com este meu modesto contributo, espero ainda que a candidatura venha a merecer o apoio do maior número de militantes do PSD de Coimbra.
Face ao histórico dos últimos anos, não há dúvida que se tem verificado um distanciamento crescente entre os anseios da população portuguesa em geral e o que se tem passado no interior do PSD, que se reflecte nas propostas que tem oferecido aos portugueses (ou na falta delas).
Corolário desta situação é a absoluta necessidade de conciliação de conceitos aparentemente antagónicos, como sejam garantir a mudança na governação do país sem esquecer a necessária segurança e estabilidade (sem aventureirismos) ou a credibilidade da acção política associada à capacidade de agarrar a novidade trazida por toda a rapidíssima alteração económica e social, decorrente da integração europeia, por um lado, e da globalização, por outro.
Engana-se quem pensa que quem está amarrado às velhas soluções imaginadas pelos teóricos da economia durante a primeira metade do século XX e que foram melhor ou pior utilizadas na segunda metade do mesmo século consegue resolver a complexa e completamente nova situação a que assistimos neste início do século XXI.
Por outro lado, desde o 25 de Abril que o PSD andou sempre à frente nas reformas do sistema político e na procura de alternativas governativas mais adequadas aos novos tempos que têm surgido. Sempre que o PSD assumiu uma via reformista clara relativamente à situação existente, teve sucesso; quando se limitou a querer gerir melhor a crise, não teve sucesso, porque os portugueses percebem que assim não serve para nada. Isto é, o PSD não pode querer apenas substituir o pessoal político do PS pelo seu próprio pessoal político, por melhor e mais competente que seja. Ao invés, tem de apresentar um programa de mudança aos portugueses, para o que previamente tem que confrontar os seus próprios militantes com propostas claras e diferenciadas. Veja-se o actual exemplo das eleições primárias para escolher os candidatos dos partidos Democrata e Republicano nos Estados Unidos da América. Os eleitores não escolhem o seu candidato pelos seus lindos olhos, ou pela sua experiência governativa anterior. Escolhem através de um escrutínio rigoroso e exaustivo das propostas concretas dos diversos candidatos. Ninguém está disposto a passar um cheque em branco a quem irá tratar dos conflituosos interesses de uma grande comunidade.
O mesmo pretendo para Portugal e, neste momento em concreto, para o PSD.
Analisando os vários candidatos à liderança do PSD, particularmente os que se encontram à frente nas sondagens, que são inquestionavelmente o Dr. Pedro Passos Coelho e a Dra. Manuela Ferreira Leite, verifica-se que há aspectos comuns: a credibilidade política, a honestidade e probidade pessoais inatacáveis. Os militantes do PSD estão já de parabéns, porque estes aspectos cruciais estão garantidos logo à partida, vença qualquer um deles.
A partir daí surgem as diferenças.
O Dr. Pedro Passos Coelho é o único candidato que desde o princípio optou por fazer propostas claras norteadas por um princípio geral e diferenciador que visa diminuir drasticamente o peso do Estado ao longo de um período de dez anos. Assim se libertarão as energias da sociedade civil, possibilitando o retomar do caminho do desenvolvimento e do crescimento económico. Isto sem esquecer as necessidades sociais dos mais desfavorecidos, cujo número tem precisamente crescido de forma acentuada como consequência do actual modelo de desenvolvimento, que, ao contrário das boas intenções de quem o defende, está a provocar o empobrecimento crescente da sociedade portuguesa, como é patente aos olhos de todos nós.
A proposta do Dr. Pedro Passos Coelho assenta numa Carta de Valores com dez pontos: Pessoa, Liberdade, Verdade, Confiança, Esperança, Mudança, União, Mérito, Autoridade e Oportunidade. Não se trata de uma enumeração de simples palavras, como tantos denunciam, mas de um desenvolvimento de valores que, no seu conjunto, representam uma proposta coerente e altamente significativa para mudar o PSD, e apresentar uma alternativa para a actual governação socialista, em vez de apenas sugerir uma melhor gestão da situação existente.
Razões mais que suficientes para confiar ao Dr. Pedro Passos Coelho a liderança do PSD, e ter a certeza de que os portugueses em geral verão nele uma excelente alternativa ao Eng. José Sócrates nas eleições legislativas do próximo ano.