jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
domingo, 8 de junho de 2008
FUTEBOL
Tenciono ver os jogos da selecção portuguesa na televisão e vibrarei com certeza com os golos que marcar. Claro que não vou ao ponto de me deslocar à Suíça para ver os jogos, nem sequer o faria se me oferecessem bilhete e as deslocações. Já me fizeram ofertas dessas e recusei, o que aliás foi motivo de grande espanto por parte do simpático ofertante, por ser a primeira vez que alguém recusou oferta de bilhete para jogo de futebol importante.
Deve ser por isso que consigo observar o que se passa com alguma distanciação e estou absolutamente chocado com a anestesia geral que está a ser dada aos portugueses, embora compreenda que até dê jeito a muita gente. Esperem só pelo acordar, sem passar pelo recobro.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
That's No Way to Say Goodbye
MY SWEET LORD
Este show foi uma homenagem a George Harrison, dois anos após a sua
morte. No violão, Eric Clapton, no outro violão o filho de Harrison
(que aliás é a reencarnação do pai), no piano Paul McCartney, na 1ª
bateria Ringo Star, na segunda Phill Collins, na guitarra, Tom Petty
no órgão e vocal Billy Preston. Talvez esteja enganado, mas acho que
na outra guitarra está o Peter Frampton... Este é o pessoal de outra
geração. Sem piercings na língua, tatuagens nos braços e gritos no
palco! Duas palavras: simplesmente extraordinário! Este é para ser
guardado a sete chaves!
FUGAS (e não são as de Bach)
quinta-feira, 5 de junho de 2008
COMBUSTÍVEIS EM PORTUGAL
Convém lembrar que a GALP já não pertence ao Estado, estando nas mãos de privados, sendo que na privatização o Estado entregou o monopólio prático da refinação, armazenagem e distribuição dos combustíveis.
Convém também saber que os maiores accionistas que actualmente mandam efectivamente na GALP são Américo Amorim e a Sonangol que são assim quem mais lucra com a política de preços de combustíveis em Portugal. Não haveria qualquer problema nisso, se de facto a GALP não tivesse o monopólio de boa parte do negócio dos combustíveis em Portugal.
Nem será de admirar que de um ano para o outro o Comendador Américo Amorim tenha passado de 2º homem mais rico de Portugal atrás do Eng. Belmiro de Azevedo, para nº 1 quatro vezes mais rico que o nº 2 que é o anterior nº1 . De acordo com a FORBES, o Comendador Américo Amorim é hoje o 132º homem mais rico do mundo muito devendo para isso aos excelentes resultados da GALP, enquanto o Eng. Belmiro de Azevedo ocupa o relativamente mais modesto lugar nº 605 da mesma lista, não constando contudo que esteja mais pobre.
terça-feira, 3 de junho de 2008
PAULOS GRANDES
Passam este ano 35 anos sobre a morte de três dos maiores artistas do século XX, todos de língua espanhola, chamados Pablo e desaparecidos em 1973: o pintor espanhol Pablo Picasso, o escritor chileno Pablo Neruda e o músico espanhol catalão Pablo Casals.
Apenas desaparecidos fisicamente, porque os artistas não morrem, ficando como faróis da história da Humanidade.
De Picasso, aqui recordo as “Demoiselles d’Avignon”.
De Neruda um pequeno poema de amor:
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
De Casals, a suite nº 1 para violoncelo de Bach
segunda-feira, 2 de junho de 2008
ASCO E REVOLTA
O tal anexo não era mais do que a “reportagem” completa da lapidação de uma rapariga por um grupo de homens num qualquer país islâmico. A cena passou-se há pouco tempo, tendo sido filmada com o telemóvel por um dos participantes no acto. Aliás, entre os eufóricos participantes, era possível reparar na intensidade com que se empurravam, de maneira a poder assistir em primeiro plano às cenas mais “excitantes”.
O filme, que tem a duração de pouco mais de dois minutos, mostra o início da lapidação, em que a rapariga ainda está em aparente bom estado, continua com o apedrejamento com ela já caída no chão, com o arrancar de roupas, até às cenas finais em que um dos energúmenos lhe bate sucessivamente na cabeça com um tijolo, até acabar de a esmagar, conseguindo pelo caminho partir o tijolo ao meio.
Tudo isto é acompanhado de grande gritaria, risos nervosos e o que se supõe ser insultos à desgraçada que, para mal dela, teve a desdita de nascer e viver em 2008 num país que observa a “sharia” ou lei muçulmana. Repare-se: nem sequer digo que teve o azar de dar um beijo ou de amar alguém num país que observa aquela “lei”. Do que se trata é mesmo do azar de nascer e viver numa sociedade baseada naquele código, em pleno século XXI.
É escusado argumentar com acções da nossa civilização ocidental e cristã passadas há centenas de anos, na infrutífera tarefa de desculpabilização ou mesmo compreensão de semelhantes actos. Não nos dias de hoje, no mundo de hoje.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi proclamada em 1948 porque os países vencedores da Segunda Guerra Mundial compreenderam que há barbaridades que são total e liminarmente inaceitáveis entre os humanos. Embora a Declaração não tenha força de lei, é absolutamente necessário que a comunidade internacional reconheça que os seres humanos têm dignidade moral enquanto pessoas, criando instrumentos que obriguem todos os países a aceitar os mínimos definidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O respeito pelas culturas diferentes, que é necessário, não pode incluir a aceitação de actos destes ou ainda de outros, como a mutilação genital feminina. Há limites ao relativismo cultural.
Num tempo em que as alterações económicas mundiais ocupam as preocupações gerais da população, apenas entrecortadas com as notícias do mundo do futebol, a divulgação de imagens como as deste pequeno vídeo não pode deixar de nos revoltar e obrigar a trazer para o primeiro plano as preocupações com as violações constantes e por vezes extremas dos direitos humanos.Publicado no Diário de Coimbra em 2 de Junho de 2008
domingo, 1 de junho de 2008
FUTEBOL
Mas o que se passou hoje ultrapassou tudo o que me parece admissível.
Desde a manhã até praticamente à noite, das várias vezes que fui ver os canais generalistas de televisão, em todas elas lá estava a selecção nacional em todas as situações que se possa imaginar. A pé, de autocarro, no palácio de Belém, etc. e sempre com um senhor Madail à frente.
Eu até gosto, e muito, de ver um bom jogo de futebol, mas o que se passa é demencial e isto tem que ser dito.
Cheguei a ouvir alguém dizer que o Presidente da República teve a honra de ser o último a despedir-se da selecção ao sair para a Suíça...
As expectativas criadas são tão altas que a desilusão da primeira derrota vai ser muito difícil de gerir e irá somar-se à situação de depressão já existente.
Não seria muito mais prudente desejar-lhes simplesmente boa viagem e prestar-lhes homenagem quando regressarem se a sua prestação no campeonato for um êxito? Ao fim e ao cabo trata-se apenas de uma equipa de futebol e não de exército que parte para uma batalha.
PSD: a hora de Ferreira Leite
Perante a escassez da vitória de Manuela Ferreira Leite e o resultado para mim inesperado de Santana Lopes, o futuro do PSD não ficou claro, estando dependente de várias condicionantes para que se possa afirmar vitoriosamente perante a governação socialista.
Santana Lopes já se colocou na posição de oposição interna, mais uma vez provando que apenas se preocupa com o seu próprio futuro político, pouco lhe interessando o sucesso do próprio partido e até o futuro do país se não for ele a mandar.
Já Passos Coelho manifestou-se disponível para colaborar com a nova liderança, como lhe competia na sua opção por uma posição responsável e de futuro.
O conjunto das votações em Ferreira Leite e Passos Coelho permitirá que o PSD se afirme de uma forma suficientemente sustentada e forte. Para que tal suceda, será necessário que Ferreira Leite tenha a vontade e seja capaz de suscitar uma plataforma de entendimento e colaboração com Passos Coelho que permita um encontro no essencial sem deixar de respeitar as diferenças que obviamente existem.
Claro que Santana Lopes está fora de tudo isto, esperando apenas que tudo corra mal para apanhar os cacos. Só que se isso suceder, tenho a impressão que já nem cacos haverá para apanhar.
Está tudo nas mãos de Manuela Ferreira Leite. Como ex-mandatário de Passos Coelho em Coimbra felicito a vencedora desta eleição, tendo a noção clara de que as campanhas terminam no momento da votação, sendo obrigação estrita de qualquer militante, a partir desse momento, disponibilizar-se para colaborar nas soluções escolhidas em votações livres e democráticas não esquecendo, no entanto, que quem ganha as eleições é que deve governar e definir as escolhas até às eleições seguintes.