domingo, 20 de julho de 2008

ONTEM E SEMPRE: GLENN GOULD E BACH

Glenn Gould plays J.S.Bach:
Piano Concerto No.7 in G minor

sábado, 19 de julho de 2008

NUCLEAR

Após a lembrança da alternativa de energia nuclear por parte do Governador do Banco de Portugal, o Governo teve duas reacções.
O Ministro do Ambiente informou que não produz afirmações sobre taxas de juro, o que foi entendido como uma crítica implícita a Vítor Constâncio. Passou despercebido a muita gente que também o Governador não tem nada a ver com isso, sendo antes uma competência do Banco Central Europeu. Isto é, tiro ao lado.
Por outro lado, o Governo informou que a questão nuclear não consta do programa eleitoral, logo não está em cima da mesa.
Surpreendente: parece que a actual crise energética e não só, também não constava do programa.
Aliás as tragédias não costumam estar previstas nos programas, não sendo por isso que não se devem encontrar respostas.

SHARED ITENS

Ali na coluna da direita este blogue tem agora um pequeno quadro onde aparecem os títulos de artigos, notícias ou mesmo comentários de outros blogues que me parecem merecer alguma atenção, independentemente de concordar ou não com o que contêm.
Basta clicar no título escolhido para aceder ao texto completo no sítio original. Pode-se ainda percorrer os títulos na caixa para procurar os que lá foram colocados em momento anterior. É resultado de mais uma possibilidade permitida por um novo serviço do Google, o Google Reader.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

NUCLEAR, SIM OBRIGADO?

O Ministro da Defesa afirmou que "Portugal compreende a necessidade da Índia de encontrar soluções para a enorme procura de energia que existe no país", referindo-se ao apoio português e europeu ao programa nuclear dos indianos.
O Ministro da Defesa tem toda a razão.
Quem é que compreende a tremenda necessidade de energia de Portugal que não é de forma nenhuma compensada pelas alternativas hídrica, eólica e solar?
Não se compreende a posição de esconder a cabeça dos nossos responsáveis políticos nesta questão estratégica absolutamente crucial.

terça-feira, 15 de julho de 2008

IMPOSTOS A AUMENTAR

Lê-se e não se acredita.
O Sr. Ministro da Cultura que substituiu a Sra. Professora Catedrática Doutora Isabel Pires de Lima deu uma entrevista no Expresso em que mostra que descobriu a pólvora. Para além de umas afirmações até interessantes sobre os papeis dos responsáveis políticos pela cultura e dos fazedores de cultura, sai-se com uma extraordinária. Convida os empreiteiros das obras públicas a "oferecerem" 1% do valor das mesmas ao Estado sob a forma de trabalhos a mais à borla na recuperação de imóveis indicados pelo seu Ministério.
A imaginação dos políticos para inventarem novos impostos consegue sempre surpreender.
Depois dos famosos impostos ecologistas por toda a parte sem que a maior parte das pessoas se aperceba deles, vem agora o imposto "voluntário" da cultura.
O Sr. Ministro acha mesmo que daqui para a frente o Estado não vai pagar mais 1% pelas empreitadas de obras públicas?
Santa ingenuidade...

segunda-feira, 14 de julho de 2008

INGRID EM LIBERDADE



No passado mês de Abril, escrevi neste espaço sobre a situação trágica de Ingrid Betancourt, refém das FARC desde a data do seu rapto em 2002.
Na altura em que foi raptada pelas FARC, Ingrid Betancourt era candidata às eleições presidenciais do seu país, a Colômbia, que foram ganhas por Álvaro Uribe.
Há poucos dias, Ingrid Betancourt foi libertada com mais 14 reféns, numa operação de resgate levada a cabo pelas forças armadas colombianas, considerada um êxito do presidente Álvaro Uribe, quer pelo resultado, quer pela forma como foi levada a cabo, sem qualquer derramamento de sangue.
Prefiro passar ao lado da triste polémica a que esta libertação deu origem, mesmo no nosso país, onde ainda há quem defenda as FARC de forma cega, não ouvindo sequer os seus camaradas ideológicos Saramago ou Fidel Castro.
Também não vale a pena perder muito tempo com a reacção de Hugo Chávez, bem demonstrativa da utilização oportunista que ele fazia da situação de Ingrid Betancourt. O rapto permitia a sua autopromoção, e um aumento das vantagens internacionais para o seu regime. Também neste caso houve silêncios por parte dos “compagnons de route” de Chavez nacionais, que todavia soaram bem mais alto do que muitas gritarias.
O mais importante de toda esta situação é que Ingrid Betancourt está finalmente em liberdade. Como nunca foi uma mulher que se calasse, não será de esperar que se resigne a deixar de tentar influenciar o destino do seu país. O seu regresso será também político.
Álvaro Uribe, após a sua eleição como presidente em 2002, transformou um país que era “terra sem lei” num estado democrático. Esta transformação passou também pela regularização da autoridade estatal. Para tanto foi crucial o desarmamento de muitos grupos paramilitares direitistas que existiam na Colômbia e que, juntamente com as FARC, impunham um permanente estado de guerra civil.
Em simultâneo, perseguiu as FARC a quem infligiu pesadas derrotas, sendo a operação que resultou na libertação de Ingrid Betancourt é um evidente exemplo.
Em resultado destas acções, a Colômbia entrou num caminho de prosperidade económica, sendo um país bem mais seguro do que antes.
No entanto, Álvaro Uribe está no seu segundo mandato presidencial, que só foi conseguido através de uma decisão nesse sentido do Congresso, com posterior ratificação do Supremo Tribunal. Isto é, tem feito um bom trabalho, mas com uma legitimidade no mínimo discutível.
Para já, dele se espera que seja capaz de evitar o caminho de tentar forçar um terceiro mandato através de vias referendárias ou outras de má tradição na América Latina, seguindo exemplos actuais como Hugo Chávez na Venezuela ou Alberto Fujimori no Peru.
É neste contexto que se espera que a nova situação de Ingrid Betancourt venha a abrir novas possibilidades para a Colômbia, curiosamente em consequência de uma acção do próprio Álvaro Uribe.

Publicado no Diário de Coimbra em 14 de Julho de 2008