O PSD apresentou uma proposta de medidas para enfrentar a crise, que me parecem acertadas.
Aqui ficam algumas :
Garantir o pagamento das dívidas do Estado às PME.
Criar uma conta corrente entre o Estado e as empresas.
Alterar o regime de pagamento do IVA.
Alterar o regime de reembolso do IVA.
Extinguir o pagamento especial por conta.
Dar orientação à CGD para reforçar a sua actuação no financiamento das PME exportadoras.
Dinamizar o capital de risco para as PME exportadoras.
A alternativa apresentada para apoiar as empresas é claramente melhor que fazer empréstimos que irão aumentar o endividamento das mesmas.
jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
DIFERENÇA ESSENCIAL
Antes desta, todas as outras crises tiveram uma característica que diferenciava Portugal dos outros países. Em Portugal, a crise chegava depois dos outros países e era mitigada. Claro que a saída da crise se dava entre nós mais tarde e também mais fraquinha. Isto é, havia uma resiliência própria da nossa economia.
Desta vez, tudo mudou. A crise chegou até nós de forma instantânea e somos o terceiro país da UE onde ela é mais grave. Há aqui muito a estudar e a perceber. Esperemos ao menos que a saída da crise seja igualmente rápida e com grande velocidade de recuperação.
Desta vez, tudo mudou. A crise chegou até nós de forma instantânea e somos o terceiro país da UE onde ela é mais grave. Há aqui muito a estudar e a perceber. Esperemos ao menos que a saída da crise seja igualmente rápida e com grande velocidade de recuperação.
ACEGE EM COIMBRA
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
CANNABIS
O governo britânico lançou uma campanha de alerta sobre os riscos do consumo de cannabis, chamando a atenção para a relação entre cannabis e doenças mentais.
Segundo o ministro da Saúde Pública britânico,“os jovens precisam de saber que a cannabis não é uma droga leve. Precisam de estar conscientes dos riscos que correm”.
O governo britânico alterou a classificação da cannabis, podendo os utilizadores enfrentar cinco anos de cadeia e os fornecedores ser condenados a penas até 14 anos.
Cá em Portugal, a despenalização do consumo e as regras para determinar quem é consumidor e quem é traficante deram na autêntica tragédia que se vê nas nossas ruas. Quem quiser saber como é que vá à Baixa de Coimbra a partir das 7 da tarde (só aconselho a não levar valores).
ACEGE em Lisboa
“A Competitividade entre os Blocos Económicos”
Prof. Doutor Jorge Vasconcellos e Sá
18 de Fevereiro (Quarta-feira) na Rua dos Douradores 57 – 12.30h
Caros Amigos,
Venho convidá-los para mais um almoço inserido no nosso ciclo de debates que terá lugar dia 18 de Fevereiro, dando continuidade à reflexão sobre o tema “Valores e desafios para um novo Paradigma na Gestão”.
O nosso convidado desta vez é o Prof. Doutor Jorge Vasconcellos e Sá, Professor Catedrático de Economia e que nos vem falar sobre a “A Competitividade entre os Blocos Económicos”.
Com a sua experiência e saber, estamos certos que o tema nos ajudará na nossa reflexão sobretudo pela introdução de dados que nos permitirão avaliar de forma mais sustentada as realidades económicas da Europa e dos Estados Unidos, bem como da realidade de Portugal no contexto destes dois blocos económicos. Será, temos a certeza, um encontro estimulante e enriquecedor para todos aqueles que nele queiram participar. Aceitaremos as inscrições por ordem de recepção dando prioridade aos associados até dia 16. A partir do dia 17 abriremos as inscrições a não associados.
O almoço terá lugar como habitualmente às 13 horas, na Rua dos Douradores nº 57.
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
CONHECER A CRISE
A crise que presentemente assola as economias de todo o mundo apresenta-se com várias facetas que a tornam única, e muito difícil de enfrentar.
Desde logo, duas características a distinguem:
- a escassez de crédito financeiro e
- a retracção no consumo.
A escassez de crédito financeiro ocorreu como consequência directa da “loucura” que varreu a banca de investimento, criando uma bolha especulativa. Esta, ao esvaziar-se, deixou activos nos balanços dos bancos comerciais que não valem, nem de perto nem de longe, os valores por que foram comprados: são os chamados activos tóxicos. Em consequência, os bancos têm muita dificuldade em emprestar dinheiro entre si e em financiar-se para garantir dinheiro para novos projectos, seja de empresas, seja de particulares. Praticamente todos os países têm ensaiado soluções em resposta, que passam por prestar garantias do Estado aos bancos, ou mesmo por nacionalizações pontuais. Até agora, estas acções não têm conseguido os resultados pretendidos, porque os “activos tóxicos” permanecem nos balanços, continuando a contaminar as contas. Fala-se agora em criar “bancos negros” para depositar esses activos, e assim limpar os balanços dos bancos. Como é evidente, não se encontram interessados para pagar essa conta, que mais cedo ou mais tarde iria cair nos Estados, e desta forma ser indirectamente paga pelos impostos dos contribuintes.
O outro aspecto desta crise, que ocorre em simultâneo com o anterior, tem a ver com o retraimento do consumo, que se verifica em todo o mundo. Em parte pelo medo do desemprego, em parte por pura reacção face às más notícias, o consumo caiu a pique por todo o mundo. Muitas fábricas viram a sua procura diminuir drasticamente, sendo levadas à falência ou diminuição da produção. O efeito de bola de neve é óbvio: provocam subidas trágicas do desemprego, e este retrai ainda mais o consumo já diminuído. Para além de um acréscimo nas prestações sociais, os Estados vêem-se na necessidade de apoiar activamente o emprego, através de apoios às empresas e de planos de obras públicas. Não é fácil a decisão, porém: tudo isto tem de ser bem pensado, para evitar que essa despesa pública venha a ser um entrave à recuperação económica, quando a crise passar. Para usar a expressão inglesa, convém não deitar fora o bebé, juntamente com a água do banho.
Para além da sua globalidade, é a conjugação destes aspectos que dá à actual situação uma gravidade excepcional e atrasa a recuperação. É urgente que, perante estas dificuldades extremas, seja possível encontrar uma base mínima de entendimento entre os responsáveis que partilham os mesmos valores de sociedade. De facto, embora como sempre embrulhadas nas melhores intenções, já se perfilam no horizonte as “soluções mágicas” que a História do século XX mostrou serem a porta para as maiores desgraças da Humanidade.
Publicado no Diário de Coimbra em 16 de Fevereiro de 2009
domingo, 15 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
O TERRÍVEL ERRO ESTRATÉGICO
O título é tirado do artigo de João César das Neves publicado hoje no Diário de Notícias.
Basicamente o grande erro é a aposta nas obras públicas para enfrentar a crise.
Recomendo vivamente a leitura do artigo, que termina assim:
"Em momento de crise financeira seria tolice preocupar-se com o equilíbrio das contas. Esta é a altura de o Estado se endividar, como todos os parceiros fazem e o permite o Pacto de Estabilidade. Mas com a sua abordagem o Governo não cria apenas um défice conjuntural. Ao privilegiar as obras de longo prazo, em vez de descer impostos ou dar subsídios, Sócrates compromete a solidez estrutural das contas públicas. Após a crise, o próximo primeiro-ministro, quem quer que seja, repetirá o que o actual Governo teve de dizer em 2005 sobre austeridade. O erro de Sócrates é o mesmo de Guterres: bloquear com dívidas o próximo surto de crescimento económico."
Basicamente o grande erro é a aposta nas obras públicas para enfrentar a crise.
Recomendo vivamente a leitura do artigo, que termina assim:
"Em momento de crise financeira seria tolice preocupar-se com o equilíbrio das contas. Esta é a altura de o Estado se endividar, como todos os parceiros fazem e o permite o Pacto de Estabilidade. Mas com a sua abordagem o Governo não cria apenas um défice conjuntural. Ao privilegiar as obras de longo prazo, em vez de descer impostos ou dar subsídios, Sócrates compromete a solidez estrutural das contas públicas. Após a crise, o próximo primeiro-ministro, quem quer que seja, repetirá o que o actual Governo teve de dizer em 2005 sobre austeridade. O erro de Sócrates é o mesmo de Guterres: bloquear com dívidas o próximo surto de crescimento económico."
(In)dependências
O facto de Portugal ser membro de pleno direito da União Europeia não nos deve fazer esquecer que somos igualmente um país com uma longa História de independência política, e que o primeiro dever dos nossos responsáveis é para com os portugueses.
As políticas comunitárias são, em teoria, boas para a Comunidade, o que não significa que sejam todas vantajosas para nós. Por isso mesmo, não podemos prescindir de duas coisas: em primeiro lugar, garantir que as políticas comunitárias sectoriais não nos prejudicam; em segundo lugar, evitar que as políticas internas não secundarizem o nosso próprio desenvolvimento económico relativamente à UE.
Olhando para os sectores agrícola e pecuário, é evidente que a taxa de cobertura das nossas necessidades é cada vez menor, contribuindo este sector de forma pesada para o défice das nossas contas externas. A diferença entre o que importamos e o que exportamos, em termos de alimentos e bebidas (incluindo carne, peixe, leite, ovos e mel), atingiu nos primeiros dez meses de 2008 o valor de 4.487 milhões de euros. No mesmo período, o défice total das nossas contas externas atingiu o montante de 13.900 milhões de euros; a parte referente aos alimentos absorve uma parcela de 32% daquele défice. Até nas pescas, sector em que tradicionalmente produzíamos o que necessitávamos e ainda conseguíamos exportar, se verificou naquele período um défice de 714 milhões de euros, o que diz bem das consequências do abate da nossa frota pesqueira, promovido e pago pela União.
Isto é, aquilo que todos vemos ao percorrer o país, o progressivo abandono do interior e das terras de agricultura, tem consequências terríveis em termos da nossa sustentabilidade económica. Claro que se olharmos para a Europa, só a Alemanha e a Polónia produzem o suficiente para alimentar todos os países da União. Compreende-se bem que estes países façam os possíveis para proteger a sua produção, baixando as quotas dos restantes. Nós é que não podemos deixar-nos ir nessa cantiga, devendo, isso sim, proteger o mais possível a nossa auto-sustentação em termos alimentares.
Acresce que o abandono das terras tem graves implicações na falta de equilíbrio da ocupação do território, com um crescimento exagerado das áreas metropolitanas, particularmente de Lisboa, e da desestruturação social inerente.
Está à vista de todos o resultado de mais de 20 anos de aceitação de subsídios europeus que se traduziram na destruição da nossa agricultura e da frota pesqueira. Tendo nós a maior ZEE da Europa, temos hoje em dia que importar a maior parte do peixe que consumimos, o que não deixa de ser espantoso.
Pugnar pela maior auto suficiência possível em termos alimentares, não é sinónimo de patriotismo serôdio ou de anti-europeísmo, mas de pura sensatez perante a possibilidade de crises como a que actualmente atravessamos.
Para além das discussões sobre a distribuição de verbas comunitárias, importa definir uma estratégia clara de recuperação da capacidade de produção agrícola e pecuária que nos permita obter um grau de independência mínimo.
Publicado no Diário de Coimbra em 9 de Fevereiro de 2009
As políticas comunitárias são, em teoria, boas para a Comunidade, o que não significa que sejam todas vantajosas para nós. Por isso mesmo, não podemos prescindir de duas coisas: em primeiro lugar, garantir que as políticas comunitárias sectoriais não nos prejudicam; em segundo lugar, evitar que as políticas internas não secundarizem o nosso próprio desenvolvimento económico relativamente à UE.
Olhando para os sectores agrícola e pecuário, é evidente que a taxa de cobertura das nossas necessidades é cada vez menor, contribuindo este sector de forma pesada para o défice das nossas contas externas. A diferença entre o que importamos e o que exportamos, em termos de alimentos e bebidas (incluindo carne, peixe, leite, ovos e mel), atingiu nos primeiros dez meses de 2008 o valor de 4.487 milhões de euros. No mesmo período, o défice total das nossas contas externas atingiu o montante de 13.900 milhões de euros; a parte referente aos alimentos absorve uma parcela de 32% daquele défice. Até nas pescas, sector em que tradicionalmente produzíamos o que necessitávamos e ainda conseguíamos exportar, se verificou naquele período um défice de 714 milhões de euros, o que diz bem das consequências do abate da nossa frota pesqueira, promovido e pago pela União.
Isto é, aquilo que todos vemos ao percorrer o país, o progressivo abandono do interior e das terras de agricultura, tem consequências terríveis em termos da nossa sustentabilidade económica. Claro que se olharmos para a Europa, só a Alemanha e a Polónia produzem o suficiente para alimentar todos os países da União. Compreende-se bem que estes países façam os possíveis para proteger a sua produção, baixando as quotas dos restantes. Nós é que não podemos deixar-nos ir nessa cantiga, devendo, isso sim, proteger o mais possível a nossa auto-sustentação em termos alimentares.
Acresce que o abandono das terras tem graves implicações na falta de equilíbrio da ocupação do território, com um crescimento exagerado das áreas metropolitanas, particularmente de Lisboa, e da desestruturação social inerente.
Está à vista de todos o resultado de mais de 20 anos de aceitação de subsídios europeus que se traduziram na destruição da nossa agricultura e da frota pesqueira. Tendo nós a maior ZEE da Europa, temos hoje em dia que importar a maior parte do peixe que consumimos, o que não deixa de ser espantoso.
Pugnar pela maior auto suficiência possível em termos alimentares, não é sinónimo de patriotismo serôdio ou de anti-europeísmo, mas de pura sensatez perante a possibilidade de crises como a que actualmente atravessamos.
Para além das discussões sobre a distribuição de verbas comunitárias, importa definir uma estratégia clara de recuperação da capacidade de produção agrícola e pecuária que nos permita obter um grau de independência mínimo.
Publicado no Diário de Coimbra em 9 de Fevereiro de 2009
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