jpaulocraveiro@ gmail.com "Por decisão do autor, o presente blogue não segue o novo Acordo Ortográfico"
sexta-feira, 24 de abril de 2009
LIBERDADES
Ora bem. Isto é tudo aquilo que não deveria ser possível ouvir de um apresentador numa televisão que recebe dinheiro de impostos por serviço público. Eu sei que é apenas um apresentador de programas de entretenimento. Mas. por isso mesmo, é visto e ouvido diariamente por muitos milhares de pessoas, até porque um tipo simpático e divertido. Alguém lá da casa lhe deveria explicar que liberdade para "fazer o que lhe apetecer" não existe, porque os outros também têm direito a uma liberdade igualzinha à dele. Se aquilo que ele disse fosse verdade, alguém o poderia atirar de uma ponte abaixo se lhe apetecesse, por exemplo, para não imaginar algo pior.
Este tipo de aligeiramento da linguagem em pessoas que são vistas por muita gente e que por isso mesmo muita gente tende a tomar como exemplo é insuportável e tem evidentemente consequências nefastas na nossa sociedade. Se o Jorge Gabriel diz isto, porque é que as crianças que o vêm não hão-de pensar que é verdade e levar isso à letra?
Eu sei que muita gente me responderá que é apenas o Jorge Gabriel e que estou a dar importância a algo que não vale nada. Lamento, mas é esse tipo de complacência que atira todo o país para baixo, ao desresponsabilizar e infantilizar toda a atitude social.
E já agora, é exactamente o oposto do que supostamente o 25 de Abril nos trouxe, isto é uma cidadania inteira.
Regresso da política
"De facto, se Sócrates perder as eleições para o PSD, tudo indica que Cavaco não será reeleito. E se Sócrates ficar com maioria relativa e se apoiar no CDS, as condições de Alegre serão maiores do que se a direita toda ela ficar na oposição".
A política nunca deixará de ser um jogo de espelhos. E na sua essência está ganhar e governar para se manter o poder.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
O COSMOS
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João Paulo Craveiro
www.vistodedentro.blogspot.com
NUNO ÁLVARES PEREIRA - SANTO
Claro que uma beatificação é um assunto da Igreja Católica, pelo que os comentários azedos de laicistas militantes que para aí se ouvem não fazem sentido. Mas trata-se igualmente de uma figura maior da nossa História, pelo que o facto de a Igreja Católica o considerar um EXEMPLO a seguir (e é isso que significa ser Santo) nos deve tocar, sejamos ou não católicos.
É uma figura que pessoalmente me diz ainda mais, pelas minhas raízes familiares na Sertã, concelho a que pertence a linda vila de Cernache do Bonjardim, onde nasceu D. Nuno em 24 de Junho de 1360.
Era portanto um jovem de pouco mais de vinte anos quando foi o principal apoio militar de D. João I na crise de 1383-1385, destacando-se o seu papel nos Atoleiros em Abril de 1384 e fundamentalmente, na vitória final de Aljubarrota em 14 de Agosto de 1385.
A partir de 1423 e até à sua morte em 1431 tornou-se o Irmão Nuno de Santa Maria. Logo depois da sua morte o povo o considerou como santo com grande devoção.
Lembra-se que Camões o evocou nos Lusíadas através da frase «Ditosa Pátria que tal filho teve».
A sua filha Beatriz casou com Afonso, filho de D. João I, dando origem à Casa de Bragança que se entrecruzou com a História de Portugal durante muitos anos.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Os clássicos
De Dostoievski (Recordações da Casa dos Mortos):
"Quem conhece a experiência do poder, da capacidade de humilhar sem limites um outro ser humano...perde automaticamente o controlo das suas próprias sensações. A tirania é um hábito, tem a sua própria existência, transforma-se em doença. Tal hábito pode matar e endurecer o melhor dos homens, que se transforma então num animal feroz."
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Educação
dias:
"Houve para aí umas teorias que diziam que não era necessário encher a
cabeça de conhecimentos, mas sim formar cabeças pensantes, mas uma
cabeça só pensa bem se estiver cheia de conhecimentos"
Não está mal para quem teve Ana Benavente como sec. de Estado e é a
prova de que se está sempre a aprender.
O problema é que andamos há demasiado tempo com experimentações
pedagógicas com as terríveis consequências que todos vemos na
aprendizagem, por exemplo, da matemática e do português.
Valia a pena saber o que pensarão disto os actuais responsáveis pela
educação dos nossos filhos.
SOMOS TODOS EUROPEUS
Há alguns dias, Mário Soares resolveu dar uma ajuda a quem não quer ver Durão Barroso na presidência da Comissão Europeia, afirmando que a Europa precisa de “caras novas”.
Mais uma vez, temos um caso de cegueira ideológica, que impede as suas vítimas de descortinar qualquer interesse para Portugal no facto de a Comissão Europeia ser presidida por um português. Excepção lhe seja feita, o actual primeiro-ministro sabe muito bem o que isso tem significado para nós, razão por que já afirmou que apoiará Durão Barroso, independentemente do resultado global das eleições europeias. Na realidade, ao apontar o patriotismo como razão para essa posição, terá querido dizer que a ocupação daquele lugar por um português é importante para os nossos interesses nacionais, que são assim defendidos de maneira muito mais eficaz. Por motivos óbvios, não o pode dizer com esta frontalidade. De facto, não é meramente por ser português que importa que Durão Barroso se mantenha naquele cargo.
O PSD apresentou o Dr. Paulo Rangel como cabeça de lista para as eleições europeias, numa garantia de elevação e qualidade no debate que necessariamente se seguirá. E não chega atrasado: não é certamente por acaso que o povo diz que os últimos são os primeiros. Curiosamente, esta escolha responde também àquela necessidade de “caras novas” para a Europa, embora a sua idade seja já mais que suficiente para que não possa ser considerado como “jovem excitado” quando as suas afirmações vêm estragar algumas “verdades estabelecidas”.
A líder do PSD apresentou o candidato vincando que os portugueses anseiam por verdade, competência e esperança, com toda a razão.
Já aqui referi anteriormente a importância das eleições europeias, tantas vezes desprezadas entre nós e mesmo consideradas por alguns como sendo de segunda categoria. Na realidade, estas eleições não vão escolher quem nos vai governar, mas não é por isso que deixam de ser importantes. A integração europeia significa entregar cada vez mais soberania às instâncias europeias, razão mais que suficiente para escolhermos bem quem enviamos como representantes para o Parlamento Europeu. E, por isso mesmo, estas eleições devem cada vez mais ser vistas como cruciais, não devendo servir para encontrar prateleiras douradas para adversários internos ou políticos em fim de carreira, mas sim para escolher os melhores para defender os interesses nacionais.
Paulo Rangel é detentor de uma sólida formação jurídica, tendo conhecimento profundo da organização da União, bem como ideias claras sobre a participação de Portugal na União Europeia, e do que esta deve ser. É uma excelente escolha, que certamente contribuirá para um bom resultado do PSD nas europeias de 7 de Junho próximo, importante para um bom início do exigente ciclo eleitoral deste ano.
Publicado no Diário de Coimbra em 20 de Abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
ACEGE
Foi um fórum notável em que foi possível ouvir comunicações de grandes especialistas que abordaram os diversos aspectos da actual crise, com uma análise das diversas causas que a provocaram, bem como os caminhos de saída. Deu para perceber que não houve uma ou duas causas, mas um conjunto de problemas que, em conjunto, criaram uma situação sem saída que não fosse a crise. Tal como um avião nunca cai apenas por um problema, mas pela conjugação de vários em simultâneo.
Para se ter uma ideia daquilo que se passou, basta dizer que na cerimónia de abertura falaram (e de que maneira), o Cardeal Patriarca D. José Policarpo, o Presidente da Comissão Europeia Durão Barroso e o Presidente da República Cavaco Silva. Em nome da casa, falaram João Alberto Pinto Basto e António Pinto Leite. Do discurso de Cavaco Silva já toda a comunicação social se fez eco, pelo significado e importância do que disse. António Pinto Leite proferiu um discurso absolutamente brilhante, que deixou entusiasmados todos os presentes na sala, que o brindaram com uma salva de palmas que parecia não terminar.
Na primeira mesa participaram Diogo Lucena, Luis Campos e Cunha eAntónio Horta Osório. O moderador foi o Pe. João Seabra.
Na segunda mesa, moderada por Manuel Braga da Cruz, participaram Raul Diniz, Raul Galamba e José Luis Simões.
Na terceira mesa, moderada por José Roquette, intervieram Isabel Jonet, Henrique Granadeiro e Alexandre Relvas.
Ficou evidente que se aplica ao sistema económico de mercado, o mesmo princípio que à democracia, isto é: é o pior sistema, à excepção de todos os outros.
Recado fundamental: Haja valores e não se esqueçça o bem-comum nas empresas.
Outra ideia a reter: apesar do que se diz por aí, o país continua a ter pessoas brilhantes que podem dar muito para construir um futuro melhor para todos nós, fora e dentro dos partidos: que os responsáveis políticos os ouçam são os meus votos.