sexta-feira, 15 de maio de 2009

Acege em Coimbra

KAL's cartoon

Da Economist desta semana.
Já nem os animais consideram os homens responsáveis.


Um bom dia

Dizem que cinco minutos de Mozart pela manhã são garantia de um dia bem disposto.
Andante do Concerto nº21.
Bom dia

quinta-feira, 14 de maio de 2009

CONTAS À VIDA

Às quartas feiras entre as 23.00 e a meia noite, a TVI24 tem o programa "Contas à vida". Com a moderação de António Perez Metelo, dois antigos ministros das Finanças, Jorge Braga de Macedo e Joaquim Pina Moura explicam a economia portuguesa actual e do passado. O brilhantismo de Braga de Macedo é avassalador, deixando pouco espaço aos outros intervenientes e colocando permanentemente Pina Moura na defensiva, mas de uma forma educada e intelectualmente superior. Percebe-se bem porque é que a Esquerda gosta tanto de lhe chamar de "adiantado mental".
Recomendo vivamente o programa.


A PROVA QUE NÃO PROVA NADA

Da imprensa de hoje:

"A Autoridade da Concorrência (AdC) considera que a existência de painéis nas auto-estradas com os preços iguais em várias bombas de marcas concorrentes "não constitui, por si só, uma prova de concertação ilícita entre operadores".

Confrontado pela Lusa com a existência de painéis nas auto-estradas com preços iguais para gasóleo e gasolina sem chumbo/95 em várias marcas, a AdC remeteu a situação para as conclusões do relatório que apresentou em Abril: "um paralelismo de preços de venda ao público não constitui, por si só, uma prova de concertação ilícita entre operadores nos termos da legislação da concorrência"

Claro que eu não acredito em bruxas, mas que as há, há!




quarta-feira, 13 de maio de 2009

As duas crises sobrepostas

Gráfico do Economist da semana passada.
Eduardo Catroga publicou ontem um artigo no novo jornal i sobre os grandes investimentos, em que faz uma análise cuidada da actual situação económica do país.
O artigo começa assim:
Portugal defronta uma crise económica com duas componentes: a estrutural e a conjuntural. A componente estrutural é evidenciada pela "década perdida" em matéria de convergência real (a pior desde a década de1920, em termos relativos), pelo crescimento do endividamento externo (10% do PIB, em 1995; 60% em 2004 e 100% em 2008), pela estagnação do Rendimento Nacional nos últimos anos (onde têm peso crescente os juros pagos aos credores externos) e pela evolução da taxa potencial de crescimento da economia (em declínio acentuado, sendo hoje apenas da ordem de 1%).
 A componente conjuntural da crise é fruto da situação económica e financeira internacional e será ultrapassada quando a economia americana e europeia recuperarem.



O mundo está perigoso?

O Sr. Bastonário da Ordem dos Advogados é de opinião que "O mundo está a ficar perigoso". Volta a questão do copo meio cheio ou meio vazio, conforme a perspectiva.


terça-feira, 12 de maio de 2009

AMVOX3 Tourbillon GMT


Falando de relógios da Jaeger-LeCoultre, aqui está a última bomba: AMVOX3 Tourbillon GMT.
Como já é sabido, AM são as iniciais de Aston Martin, e este será o relógio adequado para conduzir o carrito, feito em cerâmica e ouro rosa. Têm é que ir a correr comprá-lo, porque só fizeram 300 para todo o mundo.

ATMOS - VIAGEM AO FUTURO



Há um relógio mecânico de mesa que tem tal precisão que não precisa de ser acertado até ao ano 3000. O amigo leitor estará a perguntar; e quem é que lhe dá corda? Bom, não precisa, é a Natureza que lha dá, através das variações da pressão atmosférica.
Aqui fica a preciosidade, inventada há 80 anos pela Jaeger-LeCoultre.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

QUE ENERGIA PARA O FUTURO? (2)



Na crónica da semana passada, apresentei o projecto da cidade de Masdar, que se encontra em construção em Abu Dhabi. Como facilmente se perceberá, a minha intenção não passou por apresentar um modelo para nós aqui em Portugal, mas apenas mostrar a importância da questão energética, hoje tão vital que até os grandes produtores de petróleo a pensam de forma séria.

Do modelo de Masdar, parece-me que há vários aspectos a reter: primeiro, a poupança nos consumos de energia; depois, a obrigatoriedade de os edifícios públicos produzirem pelo menos a energia que consomem; a reutilização da água é também muito importante, bem como o controlo efectivo do seu consumo; por fim, a organização de um sistema de transportes públicos realmente eficaz, que permite prescindir do uso de meios de transporte privados.

Claro que o aspecto mais impressivo deste exemplo de Masdar é a utilização exclusiva de energia dita “renovável”, isto é, sem recurso à queima de combustíveis fósseis.


Entre nós (dados de 2007), a energia primária consumida tem as seguintes origens: 69% de petróleo e gás natural; 11,3% de carvão; 3,5% de hídricas; 1,4% de eólica, geotérmica e solares; a biomassa, os biocombustíveis e resíduos produzem 12,3%; finalmente, 2,5% constituem o saldo de transferências eléctricas.

Como se vê, apesar do enorme investimento em eólica, com grandes apoios do Estado nos últimos dez anos, o papel das chamadas novas energias renováveis continua muito reduzido. A fatia de energia proveniente das barragens poderia ser bem maior se não se tivesse abandonado a construção da barragem de Foz Côa em 1995, facto que atrasou ainda os novos projectos hidroeléctricos previstos.

É também crucial salientar que, nos últimos dez anos, a factura energética líquida paga por Portugal aumentou 440%, tendo a componente importada de energia primária diminuído apenas de 85% para 83% no mesmo período.

A estratégia energética a adoptar por Portugal nas próximas décadas será, muito provavelmente, o factor essencial para a definição da nossa competitividade económica, diminuindo a excessiva dependência externa que hoje se verifica.

Em tempo de preparação de programas eleitorais, devemos ter a maior atenção às diversas propostas neste domínio. Os critérios passarão inevitavelmente por reforçar a biomassa, a hidroeléctrica e a eólica. O nuclear terá que ser obrigatoriamente encarado de frente. Não podemos esconder o facto de que boa parte da energia eléctrica que somos obrigados a importar tem essa origem. Não podemos pensar que o petróleo durará para sempre (e barato), e muito menos podemos esconder a cabeça na areia no que diz respeito ao nuclear, se queremos ser competitivos.

De qualquer forma, os portugueses precisam que lhes seja claramente dito quais são as alternativas em jogo, e qual a influência de cada uma delas na resposta à necessidade de aumento da competitividade nacional.


Publicado no Diário de Coimbra em 11 de Maio de 2009